quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Malandragem federal

Receita Federal indica que aumento de bens em R$ 1,8 milhão de Cunha é injustificado


Segundo relatório, o crescimento é incompatível com a renda do deputado e de seus familiares e que a variação patrimonial tem relação com gastos no cartão de crédito.
07/01/2016

Da Redação

Cunha e sua esposa Cláudia Cruz | Foto: Reprodução
A Receita Federal aponta em um relatório que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sua mulher e sua filha tiveram um aumento patrimonial incompatível com os seus rendimentos nos últimos anos. Segundo o documento, os valores considerados como aumento patrimonial "a descoberto" da família totalizam R$ 1,8 milhão, entre 2011 e 2014.
Além do salário de R$ 33,7 mil como deputado, Cunha e Cláudia Cruz, sua esposa, também são sócios de empresas na área de comunicação, como a C3 produções e Jesus.com. Segundo a Folha de São Paulo, o deputado disse que o dinheiro vem de negócios do exterior.
A investigação aponta que a filha, Danielle Dytz da Cunha, teve aumento de sete vezes no patrimônio. De acordo com dados do seu Imposto de Renda, ela passou de R$ 208 mil em 2010, a R$ 1,5 milhão em 2014. Uma transferência de R$ 800 mil feita por Cunha em 2013 influenciou significativamente esse aumento.
O pedido para a apuração da Receita foi feito pela Procuradoria-Geral da República, nos marcos da Operação Lava Jato. A Folhateve acesso a este relatório que está sob sigilo e foi finalizado em 29 de outubro.
A assessoria de Cunha informou à reportagem da Folha que ele não possui patrimônio "a descoberto" e que desconhece o relatório da Receita Federal. A investigação, caso comprove irregularidades, pode resultar na cobrança de impostos devidos e de multas, além de fundamentar investigações criminais.
Cunha e sua família já são investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sob suspeita de terem mantido contas secretas no exterior abastecidas com recursos desviados da Petrobras, no valor de US$ 5 milhões. Cunha também é alvo de um pedido de afastamento do comando da Câmara feito pela Procuradoria-Geral da República e responde a um processo de cassação na Câmara.
Fonte: BRASIL DE FATO
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FHC carrega um general golpista no peito
Florestan não o reconhecia mais...


publicado 07/01/2016
                
florestan e fhc
Florestan lhe foi útil para subir na carreira (acadêmica). Depois...

A partir do twitter do Emir Sader, o Conversa Afiada reproduz artigo de Laurez Cerqueira:


Fernando Henrique carrega um general golpista dentro dele

No discurso de despedida de Fernando Henrique Cardoso, do Congresso Nacional, antes da posse para o exercício do seu primeiro mandato, estava no meio dos parlamentares, elegantemente vestido, sentado na cadeira de sempre, como um aluno disciplinado, já bastante debilitado pela doença hepática, segurando uma bengalinha, o Professor Florestan Fernandes, reeleito por São Paulo.

Fernando Henrique o viu no plenário. Pediu licença ao senador Humberto Lucena, que presidia a sessão, disse que quebraria o protocolo para cumprimentar uma pessoa.

Desceu os degraus do alto da Mesa, embrenhou-se entre os parlamentares que o assediavam calorosamente, postou-se frente ao mestre e o abraçou. Florestan desejou-lhe boa sorte e êxito no governo.

No final daquele momento, como que movido por um lampejo de confiança no ex-aluno, Florestan disse a Fernando Henrique: “Veja bem, Fernando: não crio gatos. Crio tigres”.

Disse isso sob forte emoção, certamente lembrando-se de que ele teria sido um dos professores mais influentes na formação acadêmica dele.

Foi num bar em São Paulo que Florestan conheceu Fernando Henrique, ainda rapazinho, em dúvida sobre que curso faria na universidade.

Florestan teve uma conversa impactante com ele, falou sobre a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, sobre o curso de sociologia, e da importância de se formar sociólogos nas nossas universidades para ajudar nos estudos, nas pesquisas, sobretudo no desenvolvimento do pensamento e na interpretação do Brasil pelos próprios brasileiros.

Foi com base nessa conversa que Fernando Henrique decidiu fazer o exame para cursar sociologia na USP. Florestan foi professor dele, orientador no mestrado e no doutorado.

Ficaram tão amigos que Fernando Henrique mudou-se para a mesma rua que morava o mestre para conviver, frequentar a biblioteca e ouvi-lo mais. Florestan o tinha em alta consideração fraterna e intelectual.

Aquele momento da cerimônia de posse foi marcante para Florestan, mais marcante ainda a decepção com o rumo dado por Fernando Henrique ao governo, que apenas se somou a outras decepções políticas acumuladas ao longo da carreira do ex-aluno presidente. Mas nada disso abalou a relação pessoal e o respeito que tinham um pelo outro.

Em 1996, Fernando Henrique havia dado um golpe na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) que estava sendo debatida na Câmara, sob a coordenação do então deputado Florestan Fernandes, com apoio do Fórum Nacional de Educação.

Numa articulação comandada pelo seu vice-presidente Marco Maciel, ele aprovou no Senado o projeto de lei do governo tornando regimentalmente prejudicado o projeto de LDB da Câmara, que acabou sendo arquivado.

Esse fato deixou Florestan indignado e decepcionado, por ter sido colocado por terra anos de debate e de construção democrática, com a participação da sociedade, de uma proposta de educação que provocaria uma transformação profunda no país.

Dias depois, numa conversa sobre o golpe da LDB, ele sentado, tirou os óculos de hastes e lentes grossas, colocou-os sobre a mesa, passou os dedos nas sobrancelhas de fios compridos, e disse, referindo-se a Fernando Henrique, com todo o cuidado que tinha no trato com as pessoas: “É… Fernando está ficando politicamente irreconhecível”.

O mundo girou e hoje Fernando Henrique rola ladeira abaixo numa decadência ética inimaginável. Lidera a tentativa de um golpe parlamentar contra a Presidenta Dilma e contra a ordem institucional da República, sem o menor constrangimento público, mesmo sabendo que ela é uma mulher íntegra, honesta, de conduta ética ilibada, e que contra ela não há nenhum indício de crime de responsabilidade.

A impressão que passa é que Fernando Henrique guarda um general golpista dentro dele. Tudo indica que é um general integrante da UDN, que andava incubado e agora aflorou.

Parece muito com o que tentou derrubar Getúlio Vargas, Juscelino Kubitscheck, ajudou a eleger Jânio Quadros e derrubou João Goulart.

Em matéria de falta de constrangimento público, de aridez interna, ele e Eduardo Cunha se parecem. Não sentem vergonha do que estão tramando. Aliás, estão juntos na empreitada do “golpe paraguaio” no Brasil.

O fato é que o golpe não vai acontecer, porque a sociedade está com a democracia e vai defender a ordem institucional vigente.

Fernando Henrique Cardoso, Eduardo Cunha e Michel Temer entrarão para a história, mas pela porta dos fundos e farão parte da ala dos golpistas onde estão Carlos Lacerda, os generais Castelo Branco, Costa e Silva, Médice, Geisel, Figueiredo e outros políticos que não toleram a democracia.

Na ala da história onde está Florestan Fernandes, seguramente Fernando Henrique não estará.


Fonte: CONVERSA AFIADA
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Homenagem Ao Malandro
Chico Buarque
  
Eu fui fazer um samba em homenagem
À nata da malandragem
Que conheço de outros carnavais
Eu fui à Lapa e perdi a viagem
Que aquela tal malandragem
Não existe mais

Agora já não é normal
O que dá de malandro regular, profissional
Malandro com aparato de malandro oficial
Malandro candidato a malandro federal
Malandro com retrato na coluna social
Malandro com contrato, com gravata e capital
Que nunca se dá mal

Mas o malandro pra valer
- Não espalha
Aposentou a navalha
Tem mulher e filho e tralha e tal
Dizem as más línguas que ele até trabalha
Mora lá longe e chacoalha
Num trem da Central

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