sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Globo na vanguarda da destruição dos valores da sociedade brasileira

Novela global incita escárnio e intolerância
religiosa


Walmyr Junior *
Vimos nessa última terça-feira (5), na novela A Regra do Jogo mais um caso de desrespeito com as religiões de matrizes africanas. A prática decorrente da emissora Rede Globo agride não só aos adeptos da religião, mas a todos nós que buscamos a paz universal entre todos os povos e todas as religiões.

As cenas interpretadas pela atriz Alexandra Richter reitera os preconceitos e estereótipos de uma suposta incorporação de uma entidade religiosa na passagem de ano em Copacabana, e depois em várias outras cenas dos recorrentes capítulos da novela. Cenas assim contribuem para o recrudescimento do ódio e perseguição que diariamente os praticantes das religiões de matrizes africanas sofrem.

O escárnio representado pela personagem Dalila contribui profundamente para a manutenção da discriminação religiosa perpetrada na história do nosso país.

Lucas de Deus, Candomblecista e membro do Coletivo Nuvem Negra - PUC-Rio, vê a cena como um ultraje. Para ele a “a violência cometida pela novela Regra do Jogo legitima e prolifera os preconceitos e 'pedradas na cabeça' de milhões de afrorreligiosos/as".

“A Rede Globo mais uma vez utiliza suas novelas para discriminar e fazer escárnio das religiões de matrizes africanas. Discriminação religiosa é crime! É intolerável que nossas tradições religiosas continuem sendo desrespeitadas, estereotipadas, caricaturadas. São estas cenas que legitimam e motivam tantas outras agressões simbólicas e físicas que nós, religiosos de matrizes africanas, sofremos diariamente” concluiu Lucas, em entrevista para a coluna Juventude de fé.

Fazer escárnio do culto ou entidades religiosas em rede nacional é crime previsto no Art. 20 da Lei 7.716/89. Sabemos que existe uma série de estigmas, decorrente do racismo e da falta de informação referente às religiões de matrizes africanas.

Erica Portilho, da família JejeBogun, militante da Renafro, caracteriza a cena como “uma falta de respeito a nossos Orixás e a todas as entidades cultuadas no candomblé e na umbanda”. Para ela, a TV aberta brasileira ainda é formadora por opinião de grande influência dentro da nossa sociedade.

Para ela, “colocar em cena ritos de algumas religiões de matriz africana, da forma sarcástica e irresponsável como foi feito nos capítulos da novela A Regra do jogo, misturando mulheres de axé que dançavam vestidas de branco, sinal de culto aos orixás, com a personagem fingindo receber uma entidade de rua, que não faz parte do mesmo rito e da forma pejorativa como foi colocada, só reforça o estigma social do preconceito e da discriminação de nossa religião, além de deturpar a verdadeira essência de nossos ritos.”

Fica aqui um ato de repúdio de uma juventude de fé que ousa acreditar no amor, independentemente da cor, raça ou religião. A civilização do amor, ensinada por Cristo e descrita por São João Paulo II, nos impulsiona para o outro de coração aberto ao encontro da alteridade e diferenças. Que o desserviço de algumas instituições de comunicação não nos impeça de buscar o respeito, a solidariedade, a justiça e o amor.

“A civilização do amor

No final destas considerações, porém, sinto o dever de recordar que, para a instauração da verdadeira paz no mundo, a justiça deve ser completada pela caridade. O direito é certamente a primeira estrada a seguir para se chegar à paz; e os povos devem ser educados para o respeito do mesmo. Mas, não será possível chegar ao termo do caminho, se a justiça não for integrada pelo amor. Justiça e amor aparecem às vezes como forças antagonistas, quando, na verdade, não passam de duas faces duma mesma realidade, duas dimensões da existência humana que devem completar-se reciprocamente”

Trecho da mensagem de S.João Paulo II para a celebração do Dia Mundial da Paz – 2004)

* Walmyr Júnior é morador de Marcílio Dias, no conjunto de favelas da Maré, é professor e representante do Coletivo Enegrecer como Conselheiro Nacional de Juventude (Conjuve). Integra a Pastoral Universitária da PUC-Rio. Representou a sociedade civil no encontro com o Papa Francisco no Theatro Municipal, durante a JMJ.

Fonte: JORNAL DO BRASIL
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Ligações Perigosas: Cena de estupro de Cecília faz com que popularidade de Augusto de Valmont caia e internautas acusam série de fazer apologia ao estupro

A cena que foi ao ar nesta quinta-feira surpreendeu a todos que acompanhavam ‘Ligações Perigosas’. O sedutor Augusto de Valmont, interpretado brilhamente por Selton Mello, estuprou a jovem Cecília durante a noite, e gerou uma espécie de repúdio na Internet.No Twitter, muitas pessoas pensavam que a minissérie não seria como o texto original e acharam até que Cecília, personagem de Alice Wegmann, se apaixonaria pelo bom vivant. Mas foi sem o menor romantismo que o jogo de sedução se transformou em pesadelo. Na cena que sucedeu, podemos perceber o horror e pânico de Cecília durante as investidas de Augusto em seu quarto. As ameaças e a coação mostradas na cena foram violentas e bastante agressiva aos olhos do telespectador. Desde o estupro de ‘Larissa’ em ‘Verdades Secretas’, as pessoas não se chocavam tanto.





Os comentários de que Cecília gostou do que ocorreu foram feitos nas redes sociais, mas sinceramente, quem pensa dessa forma só mostra o quanto ainda precisamos de mudança e consciência social. A cena levantou questões bem sérias e mostrou que estupro não é apenas em forma de força física e, sim, psicológica. Coagir e fazer algo contra a vontade ou por medo é, sim, um estupro psicológico.Cecília é uma menina recém-saída de um internato, que não sabe nada sobre relações sexuais e é apaixonada pelo seu professor de violoncelo. A ponte arquitetada com Isabel, para que Augusto se tornasse seu confidente fez com que a menina se sentisse coagida e tivesse medo de perder todo o contato que ela ainda teria com Felipe, seu grande amor na série.



Crédito: Globo



O fato é que não sabemos se Cecília irá se apaixonar pelo seu algoz, influenciada por sua tia Isabel. Mas as imagens deixaram o público perturbado e confuso.

Augusto de Valmont perdeu o charme e a fama de sedutor e ganhou a alcunha de monstro, canalha e diabo nas redes sociais. Mulheres que estavam se derretendo em elogios ao personagem, se disseram desapontadas com as atitude criminosa. Percebe-se que o bom vivant não sente nada além do próprio ego, tanto por Mariana e agora por Cecília. Estou no aguardo dos próximos capítulos.Eu não gosto mais do Augusto, não depois do estupro. #LigacoesPerigosas— Satine. (@Satine_D) 8 janeiro 2016



Augusto devia ter seduzido a Cecília, mas afsss ele pegou ela a força, isso é ESTUPRO! To chocada… #LigaçõesPerigosas


— Flor roxa ✿ (@FeRoxosa) 8 janeiro 2016


gente achei essa cena do augusto com a cecilia bem sinistra tava parecendo mais estupro do que seduçao…


— daiane (@fuckerzac) 8 janeiro 2016


Que horror esse Augusto sem vergonha E ainda tem gente que não vai considerar estupro#LigacoesPerigosas


— Verônica (@veronicafdiaz) 8 janeiro 2016


#ligaçõesPerigosas Isso para mim não foi uma cena de sedução,e sim apologia ao estupro. Alô ministério Público!!!!!!!


— GLENDA BENTES (@GLENDABENTES) 8 janeiro 2016


CECILIA MENINA BATIA NELE SOCORRO PEGAVA O ABAJUR QUALQUER COISA MDSSSSS#LigacoesPerigosas


— vicky (@pfvsavinon) 8 janeiro 2016


Estava adorando Ligações Perigosas… até assistir a cena de estupro. Pesou, Rede Globo.


— LP (@larissapaess) 8 janeiro 2016


Que foi isso na Globo, um estupro romântico? #LigacoesPerigosas


— Jerfferson Ferrugem (@JerFerrugem) 8 janeiro 2016


Aí galera que não sabe o que relação abusiva e cultura do estupro, foi essa cena de Cecilia e Augusto aí #LigacoesPerigosas


— Monique (@moni_eam) 8 janeiro 2016


Eu tava até gostando do augusto aí ele vem com isso de querer forçar a menina epa epa isso não é sedução #LigaçõesPerigosas


— alanenha ✨ (@Girl_Deathbat) 8 janeiro 2016


A personagem é menor, foi obrigada a ceder à investida d Augusto.O fato d ter gostado depois não descaracteriza o estupro #LigacoesPerigosas


— Senhorita_i (@Senhorita_i) 8 janeiro 2016


Eu sei que é um livro do séc 18 – 19 mas eu fico triste com essa cena escrota #LigacoesPerigosas


— Biaoncé (@biancalais) 8 janeiro 2016


Eu to pedindo a Deus que Ligações Perigosas não romantize o estupro. SÉRIO.


— Nalu (@_NoAnna) 8 janeiro 2016

Fonte: O DIA
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A Globo acha bonito romantizar estupro? Por Nathalí Macedo

Postado em 09 jan 2016

Sem noção: repulsa nas redes sociais

Eis a verdade que talvez doa (muito) em quem cresceu ouvindo a voz irritante de Faustão aos domingos: A globo erra mesmo quando tenta acertar – se é que tenta.

Pelas notícias – cada vez mais esdrúxulas – nas timelines da vida, tenho notado, há algum tempo, um latente desespero da emissora. Outro dia, lésbicas se beijaram no horário nobre, sob os reclames da intragável família tradicional brasileira: “Como vou explicar isso aos meus filhos?”

Vez ou outra, eles tentam nos comprar: Uma cena gay aqui, uma tentativa de abordagem do racismo ali – e sempre fazem besteira (vide a abordagem bizarra do HIV na Malhação ou a intragável novela – ou minissérie, confesso que não sei bem – Sexo & as negas).

Às vezes me parece que a emissora finalmente entendeu que o cerco está se fechando. As pessoas estão se politizando. A popularização da internet abriu milhares de outras possibilidades, o machismo e o racismo estão sendo problematizados como nunca antes, e a audiência da maior emissora brasileira só despenca.

“Vamos colocar um beijo gay no ar”, eles pensam. “Vamos colocar a Fernanda Montenegro pra viver uma lésbica.”

Não funciona, porque a essência de cada programa continua tendenciosa, burra, vazia, e, por que não dizer, canalha.

Desta vez passaram dos limites. Televisionaram o que deveria ser uma cena de ‘sedução’, mas foi, claramente, um estupro – mais uma vez a romantização da violência adentrando a casa dos brasileiros que o permitem. Mais uma vez, tentam naturalizar um crime repugnante – como se a cultura do estupro já não fosse suficientemente devastadora.

A indignação dos telespectadores foi quase inexpressiva – mas o que esperar dos telespectadores da Globo?

Quase nada perto do choque quando duas mulheres se beijaram no horário nobre. A intragável família tradicional brasileira não consegue explicar aos filhos que duas pessoas do mesmo sexo podem se apaixonar, mas deixa que uma cena de estupro adentre suas casas sem a menor cerimônia ou estranhamento.

Convenciona-se, do jeito mais nojento possível, que um estupro não é tão grave assim se estiver envolto por uma proposital atmosfera de sedução. Fortalece-se a ideia de que talvez a vítima quisesse, talvez ela estivesse envolvida, talvez o estuprador fosse um galã global – e, na já terrível vida real, a culpabiliação da vítima persiste, motivada pela alienação de massas que a rede globo insiste em promover.

Mães apontam armas para seus filhos no horário nobre, velhinhos são assassinados em plena novela das oito, mulheres são estupradas por um garanhão sedutor no maior estilo Christian Gray e quase ninguém se indigna – eis a razão pela qual este e outros lixos televisivos permanecem vivos.

Desligue a TV e descubra que há um mundo de entretenimento sadio pronto para ser descoberto – boas produções cinematográficas, música independente de primeira, peças teatrais a preços populares, livros incríveis prontos para serem descobertos.

A TV aberta só se afoga na própria lama. Absolutamente nada parece estar a salvo no mar de lodo da programação global. Não há esperança: a plimplim é um poço de racismo, hipocrisia, alienação e machismo romantizado.

E isso sim é que é difícil de explicar aos nossos filhos.

Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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Em um mesmo dia, duas novelas da TV Globo são alvo de duras críticas por parte de espectadores que acusam a emissora de fazer apologia ao estupro de menor de idade e  ainda de tratar com escárnio e deboche religiões de matriz africana.

Cabe lembrar que dentro de poucos dias vem ao ar na emissora  o big brother brasil, com todo tipo de putaria que se possa imaginar.

Para a TV Globo, o período de dezembro até o final de fevereiro é uma época de férias  e, portanto, momento de diversão e de relaxamento, o que no entendimento da emissora significa fazer apologia ao estupro de incapaz, incentivar a intolerância religiosa, mergulhar na mais alta mediocridade e idiotice através do big brother brasil e ainda, aproveitando o ano de jogos olímpicos na cidade, incentivar e validar o extermínio de pobres, negros moradores de rua.

Por anda o Ministério Público ?

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