sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Não Vai ter Golpe

"A luta dos secundaristas é a luta de toda a classe trabalhadora", afirmam estudantes em protesto


"Esse é o nosso maior protesto até hoje. A nossa intenção é lutar contra a 'reorganização' e para melhorar o ensino", afirmou João Paulo, estudante da Escola Fernão Dias. Estimativa é que 15 mil pessoas participaram do ato.
10/12/2015
Por Vivian Fernandes,
Fotos: Laura Viana,
De São Paulo (SP)

Um mês depois da primeira ocupação em escolas estaduais em São Paulo, estudantes realizam um protesto na Avenida Paulista, em frente ao Masp, nesta quarta-feira (9). Em pauta estão a defesa de educação de qualidade e de maior participação da comunidade na gestão escolar. Os secundaristas também são contra o autoritarismo do governo de Geraldo Alckmin (PSDB) e contra os cortes do estado na educação. Os estudantes, cerca de 15 mil segundo os jovens, percorreram a avenida Paulista, atravessaram o viaduto 9 de julho e finalizaram na Praça da República, em frente à Secretaria Estadual de Educação.
Ao longo do protesto, os secundaristas e apoiadores gritaram palavras de ordem de força às ocupações, de denúncia à "reorganização" e a falta de prioridade no ensino pelo governador Alckmin; além de pedir pela desmilitarização da Polícia Militar. "A luta dos secundaristas de São Paulo é a luta de toda a classe trabalhadora", foi uma das frases repetidas pelos estudantes através de jogral, citando que são contra as demissões e projetos de terceirização que visam a retirada de direitos.
"Esse é o nosso maior protesto até hoje. A nossa intenção é lutar contra a 'reorganização' e para melhorar o ensino. Nós estamos tentando passar a nossa pauta da forma que todo mundo entenda e esse ato, com certeza, irá conscientizar muita gente. A nossa luta é pela educação", afirmou João Paulo, estudante ocupante da Escola Fernão Dias, na zona oeste da capital paulista.
Ao final do ato, já na praça da República, a PM entrou em confronto com alguns manifestantes black blocks. Após isso, dez pessoas foram detidas.
Mês de luta estudantil
As manifestações iniciaram contra a "reorganização" escolar proposta por Alckmin que pretende fechar 94 escolas e impactar em pelo menos 311 mil estudantes. A primeira ocupação foi na Escola Estadual Diadema, na região do ABC, na noite do dia 9 de novembro. Dela, se seguiram mais de 200 escolas ocupadas. 
Os protestos, com ocupações e atos de rua, culminaram com o adiamento da "reorganização" anunciado por Alckmin, no último dia 4, que disse que abriria ao diálogo com alunos e pais, "escola por escola", pois  acreditava nos "benefícios da reorganização" e que "2016 será um ano de aprofundarmos o diálogo". Logo após, ocorreu a queda do secretário da Educação Herman Jacobus Cornelis Voorwald da pasta; e fez com que o governador revogasse o decreto da "reorganização.
Convocação
O ato desta quarta-feira foi convocado pelos estudantes no último dia 6, após uma assembleia que reuniu representantes de cerca de 100 escolas ocupadas, os estudantes se pronunciaram sobre os rumos da mobilização. Eles afirmaram que seguiam "na luta, seja ocupando as escolas seja nas ruas" e exigiam "a 'reorganização escolar' seja permanentemente cancelada e que o governador Alckmin faça um pronunciamento claro e concreto através de uma audiência pública amplamente convocada".
Também pediram "punição aos policiais que agrediram e/ou ameaçaram os estudantes e o fim dos processos contra estudantes, funcionários, professores e apoiadores, e que eles não sejam perseguidos ou criminalizados".
Fonte: BRASIL DE FATO
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Deputado denuncia propina para absolver Cunha. E o Dr. Janot, nada…

pinattofolha
O ex-relator do processo de cassação de Eduardo Cunha, além das ameaças que já tinha denunciado publicamente, agora, em entrevista à Folha, diz que recebeu insinuações de vantagens para arquivar a representação contra o presidente da Câmara.
Folha – Quando o sr. assumiu a relatoria, foi procurado por emissários do presidente da Câmara, Eduardo Cunha?
Fausto Pinato – No começo foi assim: ‘olha, isso é uma bucha, cuidado’. Normal. Depois começaram aconselhamentos: ‘Veja bem o que você vai fazer… o Cunha é um deputado influente, com vários deputados, domina praticamente todas as comissões da Casa’. Mas até aí tudo bem, faz parte né? Tomei a cautela de não omitir nenhum tipo de opinião de mérito. Fui tirado da relatoria porque eu sou uma pessoa que estava fazendo um trabalho sério e independente.
O sr. encarou esses aconselhamentos como ameaça?
Então, por exemplo, eu fui abordado em aeroporto…
Por parlamentar?
Não, pessoas estranhas. Eu não sei nem quem era. ‘Você que é o Pinato? Olha, pensa bem, pode mudar sua vida [faz sinal de dinheiro com as mãos]’. E eu recebi também uns dois telefonemas. ‘Pensa bem na tua família’. Eu sou um cara de cidade pequena de 70 mil habitantes acostumado a falar só em rádio AM.
Ofereceram dar ajuda para sua próxima campanha?
Diretamente, não. Mas por telefone e pessoalmente no aeroporto, eu cheguei a ter propostas, sim: ‘Você não quer pensar na tua vida? Pensar em você?’. Mas eu não sei se era para arquivar ou para condenar. Eu já cortava e saía.
Mas o senhor sabia de onde partia essas ofertas?
Não. No telefonema falaram para pensar na família e salvo engano umas duas vezes no aeroporto.
Proposta insinuando vantagem?
‘Pensa bem, você pode arrumar tua vida, tal’ [faz sinal de dinheiro com as mãos]. Umas coisas nesse sentido. Mas como eu cortava. Sempre tentei me esquivar.
Os parlamentares não chegaram a lhe oferecer dinheiro?
Não, não falaram nada. Era ‘pensa bem, vê o que vai fazer’. Não chegaram a ser tão incisivos, até porque alguns são até meus amigos, tinha relacionamento pessoal de sair com eles.
E a Procuradoria-Geral da República, nada?
Bandido, quando faz delação premiada, falar de alguém é motivo para abrir processo.
Já o cara que resistiu à chantagem nem vai ser chamado a depor?
Fonte: TIJOLAÇO
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Um porrete na mão e ameaças.

Essa é a relação entre os dois textos acima.

A negação do diálogo e a negação dos ritos democráticos, o autoritarismo que insiste em se instalar na cultura do país.

Um movimento que cresce na América Latina, e no mundo, onde a força bruta , a violência e a ausência de diálogo tentam se impor.

Tem sido  assim com os estudantes de São Paulo, que mesmo com todas as ameaças, resistiram e impuseram uma derrota histórica ao truculento e antidemocrático governo do PSDB do estado de São Paulo.

Em apoio aos estudantes, os professores de São Paulo adeririam ao movimento.

Hoje, os estudantes afirmam que a luta deles é a luta de toda a classe trabalhadora.

É também a luta de todos que defendem a Democracia, o diálogo e o respeito pela vontade popular expressa nas urnas.

É a luta contra os desastres ambientais e contra o descaso com a vida dos trabalhadores, os que mais sofrem com os abusos da corporações.

É luta de todos que combatem o coronelismo eletrônico, ou seja, o indecente número de parlamentares que são proprietários de emissoras de rádio e de televisão.

É a luta de todos que defendem o #ForaCunha#.

É , ao que tudo indica, uma grande luta que começa a ganhar força com apoio de vários setores da sociedade.

Que os estudantes de outras cidades brasileiras se mobilizem pela defesa Democracia.

#NãoVaiTerGolpe#

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