quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

O Novo Mínimo

CUT: O novo salário mínimo é o melhor poder de compra desde 1979; beneficiará diretamente 48 milhões de brasileiros e gerará mais renda para outros setores da economia

publicado em 31 de dezembro de 2015 às 11:42
dilma e vagner freitas pres cut by lula marques
Foto: Lula Marques/Agência PT
Salário mínimo valorizado é instrumento de combate à crise e a miséria
por Vagner Freitas, presidente da CUT
O aumento do Salário Mínimo (SM) para R$ 880,00 anunciado pelo governo nesta terça-feira 29, é uma boa notícia para os brasileiros e para o País. Para as pessoas porque beneficia diretamente 48 milhões de aposentados, pensionistas e trabalhadores que têm o rendimento atrelado ao piso nacional, referência para os salários do mercado informal de trabalho e para os pisos de muitas categorias profissionais.  Para o Brasil porque serão R$ 57 bilhões a mais circulando na economia a partir de 1º de janeiro, quando o reajuste entra em vigor.  Esse montante incrementará o consumo, gerando mais renda para outros setores da economia, como comércio, agricultura e indústria.
Outro impacto positivo é a melhora da distribuição renda, fator que considero fundamental para a retomada do desenvolvimento econômico e social do Brasil iniciada em 2003 e condição necessária para sairmos da agenda da crise e entrarmos de uma vez por todas na agenda  do crescimento, da geração de emprego e melhoria da renda.
A política de valorização do salário mínimo, negociada pela CUT, com o apoio das demais centrais sindicais, e implementada nos governos Lula e Dilma, aumentou o poder de compra em 77% de 2002 até este ano, segundo o DIEESE. Quando comparamos com o valor da cesta básica, o novo SM comprará 2,14 cestas. Este é o melhor poder de compra desde 1979.
Sabemos que este valor não é suficiente para atender todas as necessidades de uma família. Por isso mesmo, continuamos lutando pelo mínimo necessário para manter uma família de, por exemplo, dois adultos e duas crianças que, segundo o DIEESE, estava em de R$ 3.399,92 em novembro de 2015. Mas, não podemos deixar de reconhecer que em apenas 15 anos conseguimos aumentar o poder de compra em quase 80% e, com isso, segundo o IPEA, ajudar a reduzir a desigualdade da renda e do trabalho. Fato inédito há décadas, segundo o Instituto.
Apesar de todos esses fatos, ainda há quem critique o aumento do salário mínimo alegando preocupações com os impactos nas contas públicas. Em outras palavras, com a elevação do que eles chamam de “custo” dos pagamentos de benefícios previdenciários e nós chamamos de investimento na melhoria de vida das pessoas. Além disso, os críticos esquecem que o aumento da renda também vai contribuir para elevar a arrecadação de impostos sobre o consumo, que segundo o DIEESE será de mais de R$ 30 bilhões. Ou seja, grande parte do aumento de gastos se paga.
Outra crítica que vem sendo feita é sobre a decisão do governo de dar aumento real ao SM ampliando seu valor para R$ 880 – segundo a regra deveria subir para R$ 871. Essa diferença, alegam, gera uma despesa de mais R$ 2,9 bilhões, pelos cálculos do Ministério do Planejamento, aumentando o chamado “rombo” nas contas públicas. O montante, na verdade, é muito pequeno se comparado a outras despesas, como o pagamento de juros da dívida pública, que em 2015 terá seu custo aumentado em mais de R$ 200 bilhões, ou seja, 100 vezes mais que aumento do SM.
O interessante neste debate é notar que, quando o aumento de gastos é para engordar os lucros dos banqueiros e dos especuladores financeiros, os críticos se calam. Porém, quando o benefício é para a classe trabalhadora rapidamente se posicionam contra, com o velho e batido argumento do “rombo das contas”.
Para nós da CUT, o salário mínimo é um instrumento de combate a crise e a miséria, portanto, deve continuar crescendo, não só pelo impacto econômico positivo, como também por ser um alicerce da sociedade que estamos construindo com mais justiça social, geração de empregos e distribuição de renda

Fonte: VIOMUNDO

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

O Novo Manto





Prováveis camisas do uniforme do Fluminense para 2016

A empresa canadense Dry World assinou contrato de cinco anos com o Tricolor.





Alimentos limpos, saudáveis e orgânicos


Movimentos populares aproximam campo e cidade através do debate em torno da alimentação saudável
30 dezembro, 2015 - 15:15 — CPM

Especialistas acreditam que consciência da sociedade está aumentando em relação ao que se come.

Da Redação


I Feira Nacional da Reforma Agrária | Créditos: Joka Madruga

Em 2015, a questão da alimentação saudável foi fortemente debatida na sociedade. O tema deixou de ser pauta apenas de organizações e movimentos populares camponeses, passando a ser discutido inclusive no dia a dia da população de áreas urbanas.

A I Feira Nacional da Reforma Agrária, realizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em São Paulo entre os dias 22 e 25 de outubro, comercializou mais de 200 toneladas de alimentos, com cerca de 800 variedades de produtos das áreas de assentamentos da Reforma Agrária de todo o país.

“A importância da feira é política. O paulistano, a população da cidade começa a ter outra visão do que é a reforma agrária, diferente do que a grande imprensa coloca. E a população de SP tem dialogado com isso. A feira mostrou que somos capazes de produzir alimentos saudáveis de forma agroecológica, o que tem tocado muito a população, e nós queremos justamente mostrar que é possível produzir de forma agroecológica e orgânica sem aumentar o preço” afirma Milton Fornazieri, da direção do MST.

Na mesma linha, o I Congresso do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) reuniu 4 mil camponeses em São Bernardo do Campo, para estabelecer um diálogo entre o campo e a cidade, impulsionando o debate sobre a importância de produzir e consumir alimentos saudáveis.

Para Leonardo Melgarejo, engenheiro agrônomo e ex-integrante da CTNBio, as iniciativas desses movimentos são fundamentais para ampliar a consciência social sobre o perigo de consumir alimentos com agrotóxicos e a importância da alimentação saudável.

“A consciência coletiva neste caso dos alimentos também depende destes movimentos e campanhas, porque só muitas vozes conseguem abafar o alarido dos interesses que patrocinam as grandes mídias de comunicação”.

Ofensivas

Melgarejo denuncia que as empresas do agronegócio, representadas no congresso pela bancada ruralista, querem aprovar uma série de pautas que vão na contramão da alimentação saudável.

A pressão para que novos transgênicos e o uso de agrotóxicos mais nocivos sejam liberados irá continuar, e os mecanismos de análise atualmente em vigor são inadequados, além de um monitoramento pós-liberação destes produtos ser inútil, pois eles já terão sido espalhados no meio ambiente.

“É como se não houvesse sistema algum de acompanhamento do que ocorre no mundo real.

Estamos expandindo o uso de agrotóxicos mais perigosos, ressuscitando moléculas que estavam abandonadas pelo perigo que apresentam nas novas gerações de transgênicos, travestidas de soluções 'modernas' para o controle de problemas criados pelo uso abusivo de venenos que hoje são considerados 'fracos'”.

Para se opor a esta ofensiva, só mostrando que outro modelo, que respeite a natureza e produza alimentos saudáveis, é possível. É o que defende Milton.

“A população começa a ter outra visão do que é a reforma agrária, diferente do que a grande imprensa coloca. Por isso queremos ampliar as feiras em 2016 para diversas outras cidades e estados. Essa deve ser a diferença entre a reforma agrária e o agronegócio: não basta só produzir alimento, nós queremos produzir alimentos limpos e saudáveis”.

Fonte: BRASIL DE FATO
___________________________________________________________

Tem boi voador no jornal nacional de globo

Réveillon tem aumento de procura. Crise é na Globo

Se você desligar a Globo, o Brasil melhora - PH
publicado 29/12/2015
desemprego.jpg
De amigo navegante
Na Agência Brasil:

Rio tem aumento na ocupação hoteleira em relação a 2014, diz associação

O presidente da Associação Brasileira de Indústrias de Hotéis do Rio de Janeiro (Abih-RJ), Alfredo Lopes, disse hoje (29) que a ocupação hoteleira da cidade nestes últimos dias do ano teve um aumento de 12% em relação a 2014. O número foi divulgado em entrevista à imprensa na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, em que foram apresentadas informações sobre o réveillon da região, que tem a proposta de ser um complemento ao de Copacabana.

“A expectativa para o réveillon é excepcional porque o Rio de Janeiro aumentou a oferta de 3 mil novos quartos e apresentou uma taxa de ocupação superior em 12% com relação ao ano passado. E são números que se revelam em meio à crise em que estamos. Isso pode ser considerado uma vitória, porque gera impostos e alto consumo dos turistas, o que beneficia a cidade como um todo. A Barra, com a implantação de uma festa para comemorar a virada do ano, se coloca como a maior oferta de quartos da cidade, com 12 mil, tendo a sua ocupação já alcançado os 100%”, disse Lopes.

Para o presidente da associação, a Barra surgiu como uma oportunidade de um novo destino para os turistas. “A prefeitura está de parabéns por conta dessas obras, desses novos pontos turísticos, o que deixa o Rio ainda mais forte nesse setor, mas aqui foi onde nós fizemos mais investimentos na infraestrutura de transportes e de acessibilidade, fora que aqui a gente encontra uma grande quantidade de restaurantes, shoppings, ofertas de lazer para toda a família. É um produto diferenciado, uma espécie de resort urbano que a região disponibiliza.”

Na queima de fogos na Barra da Tijuca, que terá duração de 15 minutos, serão usadas 6 toneladas de material pirotécnico. Não estão previstos shows na orla
Fonte: CONVERSA AFIADA
_______________________________________________________________________

É meu caro leitor, no jornal nacional de globo tem até matéria de boi voando.

E é apresentado como verdade.

Se você desligar a globo, você melhora e o país será outro, bem melhor.

Os animais e os urbanóides


Prefeituras de 850 cidades italianas proíbem rojões e fogos de final de ano

por Fernanda Massarotto , no jornal O GLOBO

30/12/2015 06:00




A bicharada que se assusta com o rojões e fogos de artifício no final do ano | Reprodução Facebook

Tudo por uma boa causa. À meia-noite do dia 1º de janeiro, o estardalhaço dos fogos de artifício e dos rojões não irão iluminar o céu de 850 cidades na Itália. A razão pode ser considerada estapafúrdia, mas, em um país onde os animais domésticos chegam a receber até herança, a decisão foi recebida com aplausos.

De Bolonha a Pescara, de Ancona a Reggio Calabria, passando por Siena, na Toscana, subindo os alpes, em Cortina, e chegando aos mares da Sardenha e Sicília: o ano de 2016 será comemorado tranquilamente. Seguindo a onda animalista, até Milão resolveu adotar a medida por dois motivos: não assustar os bichanos e não poluir ainda mais o ar da cidade, que teve que proibir o tráfego por três dias devido à péssima qualidade do ar.


Quem desobedecer pagará multa em 850 cidades italianas | Reprodução Facebook

O barulho causado pelos rojões e fogos de artifício já causaram mortes entre animais e fazem com que os mesmos se assustem a ponto de adoecerem. Há mais de uma semana, algumas associações lançaram uma campanha para sensibilizar as prefeituras e os moradores sobre o perigo dos fogos de artifício para a saúde dos animais.

"Sabemos que é um dia de festa, mas os rojões e fogos de artifício significam um momento de tortura para os animais devido à capacidade auditiva deles. Os cães, por exemplo, conseguem detectar sons quatro vezes mais distantes que o ser humano", explicam os representantes da Liga Nacional de Defesa do Cão.


A campanha invadiu as mídias sociais |

A sensibilidade das administrações municipais em relação ao tema chegou a surpreender muitas instituições. Muitos prefeitos chegaram a determinar pesadas multas para quem infringir a medida: quem resolver desobedecer poderá pagar de 20 a 500 euros (cerca de R$ 85 a R$ 2.125). E em tempos de mídias sociais, no Facebook, Twitter e Instagram, a hastagh #Bastarojao, organizada pela YouAnimal.it, conquistou os internautas. A bicharada agradece!

Associações explicam , abaixo, o que fazer para acalmar os animais:


Fonte: O GLOBO
________________________________________________________________


Alemanha proíbe fogos de artifício próximo a centros de refugiados

As autoridades alemãs proibiram fogos de artifício durante as celebrações do Ano Novo nos centros de refugiados, anunciou nesta quarta-feira (30) o governo.
Autoridades das regiões de Renânia do Norte-Vestfália, Hesse e Wurtemberg decretaram a medida justificando que os efeitos dos fogos de artifício, típicos nesta época do ano, podem afetar psicologicamente os refugiados que se encontram no país, traumatizados por guerras e perseguições.


“Todos aqueles que vieram de áreas de guerra associam o ruído das explosões a tiros e bombardeios e podem ser afetados de forma traumática”, disse um porta-voz da autoridade local da Renânia do Norte-Vestefália, Christoph Sobbler.

Os governantes também citam os perigos de incêndio associados ao uso de artefatos explosivos.

De acordo com a agência France Press, os incêndios de origem criminosa têm-se multiplicado nas instalações de acolhimento de refugiados sírios, na Alemanha.

A Europa, particularmente a Alemanha, recebeu em 2015 mais de um milhão de refugiados de guerra do Oriente Médio e do Norte de África.

Fonte: JORNAL DO BRASIL
________________________________________________________________

Cidades paulistas cancelam queima de fogos ‘em respeito aos animais’

Divulgação
As cidades de Castilho e Penápolis, no noroeste de São Paulo, não farão a tradicional queima de fogos de artifício no réveillon. O cancelamento visa evitar o sofrimento de cachorros e gatos, mas a crise econômica também pesou na decisão dos prefeitos tucanos das duas cidades.
“As duas coisas pesaram, mas a parte econômica pesou muito mais. Cães e gatos sofrem muito e têm a audição afetada. Eles se assustam com o barulho (dos fogos) e ficam loucos, procurando um lugar para se esconder”, diz Marco Apolinário, assessor de Imprensa da prefeitura de Castilho, acrescentando que a cidade, de 20 mil habitantes, tem mais de seis mil cachorros e quase 2,8 mil gatos.
Com o cancelamento, Castilho vai economizar em torno de R$ 12 mil. “Vamos aplicar esse dinheiro em outras áreas, como a Saúde” afirmou o assessor. Antes de tomar a medida, a Prefeitura ouviu a população e a Associação Protetora dos Animais de Castilho (Apaca). “A Apaca lembrou que a queima de fogos causa grande prejuízo aos animais, como danos na audição. Também levamos em consideração o apoio de 80% da população”, concluiu o assessor.
A operadora de caixa Iara Dias da Silva, de 24 anos, é a favor do cancelamento. “Tenho uma gata que peguei na rua, ela se assusta com o barulho dos fogos e se esconde. Percebo que a minha gatinha sofre muito”, explicou.
Também para evitar que os cachorros e os gatos fiquem estressados, a cidade de Penápolis resolveu seguir o exemplo de Castilho e não vai soltar fogos na passagem do ano.
Em nota, a prefeitura justificou que o cancelamento é em “respeito aos animais” e que “o barulho dos fogos de artifício causa grande dor aos animais e prejudica sua audição”.
A queda na arrecadação também pesou na decisão. A ordem é priorizar outras áreas, como a Saúde. A nota também lembra que “pedidos da comunidade e entidades” foram decisivos para não soltar fogos no réveillon

Fonte: MANCHETE ON LINE
____________________________________________________________________



Para a autora do artigo do jornal O Globo, a evolução natural do processo civilizatório é tratada como onda animalista.

Onda animalista  e selvagem, é a que o mundo está inserido e necessita se livrar.

A verdadeira onda animalista produziu uma sociedade de urbanóides acéfalos, pelo menos nos últimos vinte anos

Bons exemplos de Alemanha e Itália.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Adeus Remanso, Casa Nova, Sento-Sé e Pilão Arcado

Aparição de ruínas revela memórias de moradores de cidades inundadas na Bahia


Nos quase 40 anos da construção da barragem, esta é a primeira vez que as ruínas de Casa Nova aparecem devido à redução do nível do lago. É possível distinguir alguns detalhes das casas, como as pias de lavar roupa, o azulejo branco e as caixas d'água. 
28/12/2015 
Por Edwirges Nogueira, da Agência Brasil

Vai ter barragem no salto do Sobradinho
E o povo vai-se embora como medo de se afogar
Trecho da música Sobradinho, de Sá e Guarabyra
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O vento forte movimenta as águas no lago de Sobradinho. E as ondas que se formam quebram diante dos degraus da porta de uma das casas tomadas pelo Rio São Francisco após a construção da barragem, no final da década de 1970. De pé sobre o alicerce quebrado, Carlos de Castro, conhecido como Cacá, 63 anos, lembra dos dias em que frequentou o local, na antiga cidade de Casa Nova (BA). Ali morou o seu sogro e sua atual esposa, à época namorada.

Nos quase 40 anos da construção da barragem, esta é a primeira vez que as ruínas de Casa Nova aparecem devido à redução do nível do lago. É possível distinguir alguns detalhes das casas, como as pias de lavar roupa, o azulejo branco e as caixas d'água.

A falta de chuva na nascente do Rio Francisco, no norte de Minas Gerais, tem comprometido o reservatório. A chuva irregular já dura, pelo menos, quatro anos e o resultado é o mais baixo nível de água que já se viu nas quase quatro décadas de Sobradinho. No último dia 3, o volume do lago chegou a 1,11% da sua capacidade.

“Estar no lugar onde você nasceu e se criou faz passar um filme na cabeça”, lembra Castro, que hoje é secretário da Agricultura e do Meio Ambiente do município.

Ele lembra do nome dos moradores de todas as casas vizinhas e aponta para o muro do cemitério. A alvenaria de alguns jazigos hoje está aparente.

Em Remanso (BA), o tempo parece voltar atrás quando as águas retidas na barragem de Sobradinho assumem o antigo curso natural do Velho Chico. O nível da água baixou e se afastou cerca de 7 quilômetros da margem, revelando o antigo cais da cidade. Essa é também a distância entre a velha e a nova Remanso.

“Aqui era onde passavam os vapores. O pessoal dessa região que ia para São Paulo pegava um vapor até Pirapora [município mineiro que fica às margens do Rio São Francisco], passava oito, dez dias viajando, e de lá pegava o trem para São Paulo”, lembra Pedro Alves da Costa, 61 anos, chefe de gabinete da prefeitura do município. Ele morava em Sento Sé e se mudou com a esposa em 1975 para Remanso antiga, onde abriu um comércio.

Hoje, o mesmo cais voltou a ser usado. Do local, partem as embarcações que vão para cidades que ficam em volta do lago. O baixo nível das águas no trecho, que fazem aparecer bancos de areia, vem dificultando as viagens. “Antes a gente passava direto aqui”, diz José Messias, apontando para a margem oposta do lago, enquanto preparava sua embarcação rumo a Sento Sé. “Agora a gente arrodeia lá por baixo. A viagem demora uma hora e pouco, duas horas a mais.”

Entre 1975 e 1977, as quase 12 mil famílias de Casa Nova, Remanso, Pilão Arcado e Sento Sé foram obrigadas a deixar suas casas e se mudar para as novas sedes das cidades. Os antigos municípios foram engolidos pelo São Francisco e deram lugar a 34 bilhões de metros cúbicos de água. As famílias foram transferidas para os locais construídos pela Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf).

A professora aposentada Mara Lília Fernandes Castro, 66 anos, lembra das reuniões entre a população de Casa Nova e os engenheiros da Chesf. “Víamos o descontentamento de alguns, outros não aceitavam, diziam que isso não podia acontecer. Outros acreditavam no progresso, que realmente veio. Era uma cidade gostosa pela convivência, todos se conheciam, mas lá nossa energia elétrica terminava às onze horas da noite porque era gerada por um motor a diesel.”

Mara se mudou com o marido, hoje falecido, e três filhos pequenos – o mais novo com 1 ano e meio de idade. Na parede de casa, ela mantém algumas fotos da antiga Casa Nova. Em uma delas aparece a antiga igreja matriz, implodida devido à altura de sua torre, que poderia gerar riscos à navegação.

De acordo com o historiador Moisés Almeida, diretor do campus de Petrolina da Universidade de Pernambuco (UPE), a Chesf usou dois fortes argumentos para convencer as famílias das quatro cidades sobre a importância da construção da barragem de Sobradinho: a água serviria para o desenvolvimento da região e as pessoas teriam moradias melhores.

Ainda segundo ele, as populações das cidades foram pegas de surpresa. “Teve gente que gostou da realocação, pois vivia numa casa que não era rebocada, não tinha piso, e mudou para uma casa com uma infraestrutura melhor. Mas teve quem não concordou, como as pessoas que moravam à beira do rio. Além disso, havia dúvidas sobre as indenizações. Ainda hoje há ações na Justiça questionando isso”, relata Almeida.

Além da surpresa, a ideia de que as cidades seriam inundadas gerava medo, especialmente nos mais velhos. O dia em que a água chegaria era comparado ao dilúvio, relatado na Bíblia.

Busca por direitos

Em Remanso, durante os trâmites das indenizações, Pedro da Costa foi procurador de várias pessoas analfabetas e tem lembranças de um processo quase impositivo.

“A população da cidade era ribeirinha, estávamos no regime militar, os sindicatos não se posicionavam”, relembra.

“Quem tomou algumas posições foi dom José Rodrigues de Souza [bispo de Juazeiro entre 1975 e 2003. Na época da construção da barragem criou a Comissão Pastoral da Terra Regional Nordeste 3, que abrangia Bahia e Sergipe] junto com os padres das cidades. No entanto, o advogado da Chesf agia assim: fazia as contas, mostrava o papel para os moradores e dizia: 'assine! Quer assinar? Se não quer, pode ir para a Justiça!'.”

Segundo Pedro, as indenizações eram baixas, mas a principal perda dos ribeirinhos foi a inundação das terras férteis às margens do Rio São Francisco.
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Muitos tiveram prejuízos com a morte do gado, por exemplo, que não conseguiu conviver com o pasto escasso na caatinga.

O historiador da UPE também destaca o papel mobilizador de dom José Rodrigues Sousa e de sua equipe pastoral, que procurou esclarecer a população sobre aquilo a que tinham direito e a reivindicar uma indenização justa. À época da construção da barragem, o Brasil vivia em pleno regime militar e a região da obra foi considerada área de segurança nacional – o que dava aos militares a chancela para uso da força caso houvesse alguma resistência popular.

O professor avalia que, para além das questões relativas ao valor das indenizações e da perda de propriedades, são incalculáveis os prejuízos imateriais da realocação das cerca de 12 mil famílias de Casa Nova, Remanso, Pilão Arcado e Sento Sé. “Elas viviam numa terra, moravam e viviam do rio, e essa realidade teve de ficar somente na lembrança e na saudade.”
Fonte: BRASIL DE FATO
________________________________________________________

Deve ter sido violento e doloroso para as pessoas que abandonaram suas casas, seus lares, suas histórias de vida, na época da construção da represa de Sobradinho.

Deve estar sendo assustador, fantasmagórico, rever as  ruínas das cidades, com restos das casas, fragmentos de lares, histórias de vidas afogadas.

Sobradinho
Sá e Guarabyra
  
O homem chega, já desfaz a natureza
Tira gente, põe represa, diz que tudo vai mudar
O São Francisco lá pra cima da Bahia
Diz que dia menos dia vai subir bem devagar
E passo a passo vai cumprindo a profecia do beato que dizia que o Sertão ia alagar

O sertão vai virar mar, dá no coração
O medo que algum dia o mar também vire sertão

Adeus Remanso, Casa Nova, Sento-Sé
Adeus Pilão Arcado vem o rio te engolir
Debaixo d'água lá se vai a vida inteira
Por cima da cachoeira o gaiola vai subir
Vai ter barragem no salto do Sobradinho
E o povo vai-se embora com medo de se afogar.

Remanso, Casa Nova, Sento-Sé
Pilão Arcado, Sobradinho
Adeus, Adeus ...

A quarta - feira como ponto de partida

O que resta para Dilma é a quarta-feira

Por Renato Rovai, em seu blog:
A última grande batalha do impeachment de 2015 foi a das manifestações de rua ocorridas no domingo, dia 13 de dezembro, e na quarta-feira, 16. A expectativa era a de que novamente os defensores da saída da presidenta mobilizassem um número maior de pessoas. E fechassem o ano dando um sinal claro de que ele não acabaria no dia 31.

Mas depois de um domingo que decepcionou veio uma quarta-feira que surpreendeu. Os movimentos sociais ligados à CUT, ao MST, ao MTST, à UNE e a outras tantas entidades de cunho popular colocaram uma quantidade de gente inesperada nas ruas e mostraram uma capacidade de defender não o governo de Dilma, mas o que denominaram de resistência ao golpe que reposicionou as peças da disputa do impeachment.

O sucesso da quarta e o fracasso do domingo não tiveram relação com uma melhor avaliação do governo ou sequer à ampliação de sua capacidade de reagir. Estiveram muito mais relacionados aos erros da oposição que desde que viu as ruas crescerem a seu favor se comportou como abutre imaginando já poder dividir as partes de um cadáver insepulto.

Eduardo Cunha se tornou a imagem desse grupo que desejava acabar com o governo Dilma. E tudo o que Eduardo Cunha representa foi o combustível que garantiu unidade aos que foram as ruas naquela quarta-feira pra dizer que não aceitavam o golpe e que queriam Joaquim Levy e sua política econômica fora do governo.

Talvez menos pelo grito das ruas e mais porque já se via isolado, no dia 18 Joaquim Levy anunciou que deixava o cargo de ministro da Fazenda.

Havia uma narrativa que parecia possível depois daquilo. Nélson Barbosa, que assumiu o ministério, era o nome preferido de boa parte das lideranças que estavam nas ruas de quarta, porque se via nele a perspectiva de retomar uma política econômica de cunho desenvolvimentista e menos ortodoxa. E se imaginava que com Barbosa o discurso contra direitos deixaria de ser o foco principal do governo.

Mas o governo Dilma sempre surpreende. Quando parece que consegue avançar uma casa, ele anda duas pra trás. E Barbosa assumiu exatamente falando em cortar direitos. Como pregava Levy.

A reação do presidente da CUT, Wagner Freitas, e de outros líderes, como Guilherme Boulos, do MTST, foram diretas e bem retas. Não há apoio irrestrito ao governo e se Dilma não aproveitar a sua última chance para escolher ficar do lado que a elegeu, o impeachment ocorrerá sem resistência nas ruas.

O recado é o mais duro que a base social de Dilma lhe deu desde que foi reeleita. Por esse motivo, a presidenta não tem outra opção se deseja permanecer no cargo. Ou reposiciona sua relação com os movimentos que organizaram a quarta-feira ou ficará completamente isolada.

Não é com o mercado que a presidente precisa se reconciliar. E por este motivo, o discurso de Nélson Barbosa não podia ser pior.

Há uma urgência em rearticular uma proposta para o país que aponte para além da próxima curva. Que crie uma expectativa de melhoria na qualidade de vida de uma imensa parcela da população que viu sua situação melhorar um pouco nas duas últimas décadas, mas que ainda sobrevive muito mal.

Essa imensa população de brasileiros sua frio quando ouve um ministro da Fazenda falando em reformas trabalhista e da Previdência, especialmente em seu primeiro discurso. E mesmo que esteja disposta a discuti-las, sabe que isso ao ser destacado significa que a conta do ajuste será daqueles que vivem no andar de baixo.

Barbosa tem uma chance para não ver seu mandato como ministro da Fazenda ter acabado no primeiro dia. Pode chamar os movimentos da quarta-feira e convidá-los a participar de um pacto nacional pelo desenvolvimento junto com empresários, intelectuais e líderes de diferentes setores que estejam dispostos a pensar o país para além do rentismo.

Há muita gente com essa disposição. E há muita energia e ideias que poderiam ser absorvidas e implementadas pelo governo.

Para sair do isolamento só há uma possibilidade para o governo Dilma. Ele terá de buscar algo novo. Terá de tentar tirar da cartola mais do que coelhos. Mas ao que parece, não é isso o que se deve esperar. O samba de uma nota só do discurso do ajuste parece ter contagiado a todos que atuam com a presidenta.

E se tem uma coisa que esse samba não faz é ajudar a melhorar a relação com os movimentos sociais. Ou seja, Dilma parece não ter entendido que o que lhe resta é apostar na quarta-feira.

Fonte: Blog do Miro
________________________
__________________


Presidente do PT cobra medidas para retomada do crescimento econômico

Texto de Falcão foi divulgado nessa segunda-feira (28)


O presidente nacional do PT, Rui Falcão, publicou nesta segunda-feira, 28, o texto “Uma Nova e Ousada Política Econômica para 2016” , em que ressalta que “chega de altas de juros e cortes de investimentos”. Falcão também cobra a adoção de medidas para a retomada do crescimento em 2016.
No texto, Falcão fala em retomada da “confiança” diante da “frustração” causada pelo início do segundo governo Dilma.
Diz ainda o texto, "Entre o final e de 2015 e o início de 2016, o governo da presidenta Dilma Rousseff precisa se concentrar na construção de uma pauta econômica que devolva à população a confiança perdida após a frustração dos primeiros atos de governo.
Claro que a oposição partidária do quanto pior melhor também contribuiu para agravar os problemas (muitos deles decorrentes da crise global do capitalismo), insistindo o ano todo com suas tentativas golpistas que desembocaram numa crise política".

Falcão diz que “chega de altas de juros e cortes de investimentos”Falcão diz que “chega de altas de juros e cortes de investimentos”

E continua, "Agora que o risco do impeachment arrefeceu, mas sem que as ameaças de direita tenham cessado, é hora de apresentar propostas capazes de retomar o crescimento econômico, de garantir o emprego, preservar a renda e os salários, controlar a inflação, investir, assegurar os direitos duramente conquistados pelo povo.
Chega de altas de juros e de cortes em investimentos. Nas propostas da Fundação Perseu Abramo e entidades parceiras, nos projetos da nossa Bancada, da Frente Brasil Popular, da CUT, do MST, entre outras, há subsídios à vontade para serem analisados e adotados.
Sabemos da competência, habilidade e capacidade de diálogo dos novos ministros Nelson Barbosa e Valdir Simão. Confiamos em que eles deem conta da tarefa, mudando com responsabilidade e ousadia a política econômica".

Fonte: JORNAL DO BRASIL
________________________________________________________

Stedile: Levy deixou o ano perdido

"É preciso mudar a política econômica, não apenas o gerente"
publicado 29/12/2015
globels.jpg
Fonte: CONVERSA AFIADA
_______________________________________________________________
O governo Dilma consegue terminar o ano de 2015 fora da UTI. 

Ao menos na tentativa de impeachment, que agoniza nesses escaldantes dias finais do ano.

Agora que o governo vislumbra chances de recuperação, não se pode mais insistir na agenda econômica tão falada ao longo do ano.

A vida do povo, que tem sonhos de rainhas, reis, príncipes e princesas, mas que conhece a dura realidade da quarta-feira, não pode ser mais subtraída e esfacelada em seus direitos e conquistas.

Os artistas da vida que fabricam as mais belas ilusões, não mais aceitam as ilusões apresentadas pelo governo como caminho para o desenvolvimento .

Como afirmou o presidente do PT, " chega de alta de juros e cortes de investimentos e de direitos "

A quarta-feira de 16 de dezembro é o que resta para Dilma, razão para a vida real e sonhada.

Pra Tudo se Acabar na Quarta-Feira
Martinho da Vila
  
A grande paixão
Que foi inspiração
Do poeta é o enredo
Que emociona a velha-guarda
Lá na comissão de frente
Como a diretoria
Glória a quem trabalha o ano inteiro
Em mutirão
São escultores, são pintores, bordadeiras
São carpinteiros, vidraceiros, costureiras
Figurinista, desenhista e artesão
Gente empenhada em construir a ilusão
E que tem sonhos
Como a velha baiana 
Que foi passista
Brincou em ala
Dizem que foi o grande amor de um mestre-sala 
O sambista é um artista
E o nosso Tom é o diretor de harmonia
Os foliões são embalados
Pelo pessoal da bateria
Sonho de rei, de pirata e jardineira
Pra tudo se acabar na quarta-feira
Mas a quaresma lá no morro é colorida
Com fantasias já usadas na avenida
Que são cortinas, que são bandeiras
Razão pra vida tão real da quarta-feira
É por isso que eu canto

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Status Quo Desmoronando

O que é o coxinhamento?

É quando o status quo se desmorona
publicado 23/12/2015
frase do chico
Imagem sugerida por GeoPolítico Blog
Do amigo navegante Behatzaile DEA:
Tristeza - é o que sinto ao ver isso. Não é preciso qualificar os agressores pois as imagens já os desqualificam por si.

Mas, as vezes, esforço-me herculeamente pra compreender a mente direcionada a essa dita direita: o máximo que consegui, por associações, quiçá, é que em determinada época da vida esses seres foram privados, ou desestimulados, do senso crítico, auto-crítica.

Então, se acostumaram a ser guiados (conserva-se a segurança) pelos professores, pais, midia, sociedade em geral.

O ódio que vomitam talvez seja reação do medo do status quo desmoronando ou da desconstrução repentina daquilo que acreditavam ser verdade.

Embora eu tente achar explicação, confesso que ainda é um mistério esse fenômeno alcunhado "coxinhamento".

Fonte: CONVERSA AFIADA
__________________________________________________________________

No Rio, jovem diz que Chico Buarque é “um merda”; Folha e Estadão reproduzem vídeo sem xingamento e “culpam” a vítima


publicado em 22 de dezembro de 2015 às 18:16
Da Redação


Restaurante Sushi Leblon, Rio de Janeiro. Chico Buarque estava acompanhado por Eric Nepomuceno, Miguel Faria Jr. e Cacá Diegues. Na saída do jantar, foi abordado por um grupo de jovens.
Dentre eles estavam o rapper Tulio Dek e, segundo a colunista Heloisa Tolipan, Alvarinho, filho do empresário paulista Álvaro Garnero. Um terceiro jovem se identificou no vídeo como Guilherme Mota.
Tulio e Alvarinho tem em comum a amizade com o jogador Ronaldo, que chegou a participar da gravação de um videoclipe do rapper.
Alvarinho causou polêmica ao aparecer em um vídeo beijando e mordendo o pescoço de um Ronaldo bêbado.

Durante o bate boca, Chico Buarque foi chamado de “merda” por um dos playboys.
A TV Folha reproduziu vídeo do Glamurama — que primeiro noticiou o acontecido — que não inclui o xingamento a Chico Buarque.
O mesmo fez o Estadão.
Os jornais paulistas não mencionaram a ofensa, mas apenas o questionamento às convicções políticas de Chico Buarque. O Estadão enfatizou que Chico “bateu boca” e a Folha, que foi “questionado”. Uma forma descarada de culpar a vítima.
No Facebook, fãs de Chico repreenderam o comportamento do rapper.

FullSizeRender


Comentário em VIOMUNDO:

    FrancoAtirador

    23/12/2015 - 11:19
    .
    .

    Está havendo um Ataque Sistemático à Cultura Nacional.
    .
    É a Ofensiva dos Abutres dos Mercados Transnacionais.
    Em Nome do Extermínio da Esquerda Sul-Americana,
    .
    os UltraLiberais Fascistas estão adulterando a História.
    .
    E os Patinhos da FEBRABAN caíram no Conto do Vigário.

    .
    .

    FrancoAtirador
    23/12/2015 - 12:34
    .
    .
    Há Décadas, estamos testemunhando tristemente a Desconstrução
    .
    dos Valores Simbólicos Históricos Humanos e Patrimoniais do BraSil.
    .
    Há 20 Anos, FHC falava em Destruir todo o Legado de Getúlio Vargas.
    .
    Os Processos Midiáticos do Mensalão e do Petrolão são parte disso.
    .
    Dentro em breve, os Alvos serão a CLT e o Artigo 7º da Constituição.
    .
    O Objetivo Final é a Destruição do Trabalhismo na América Latina.

    .
    .


    FrancoAtirador
    23/12/2015 - 12:48
    .
    .
    O Aculturamento Promovido mundialmente pelos Anglo-Germano-Saxões
    .
    ocorre por 4 Formas Fundamentais que caracterizam a Dominação Colonial:
    .
    1) Pela Moeda.
    2) Pela Língua.
    3) Pela Religião.
    4) Pelos Meios de Comunicação.
    .Assim foi que o Império Romano se prolongou pelos Milênios da Era Cristã.



    Fonte: VIOMUNDO
    ____________________________________________________________

    As identidades dos “playboys” que atacaram Chico Buarque

    “Você é um merda”, “petista ladrão”, foram algumas das frases direcionadas a Chico Buarque; Identidade dos jovens foi revelada e amigos que presenciaram as provocações, artistas, políticos e o próprio compositor também se pronunciaram sobre o incidente

    O primeiro instante de celebridade do neto foi fotografar-se aos beijos com o ex-jogador Ronaldo.
    23/12/2015
    Do Pragmatismo Político
    Chico Buarque foi abordado por um grupo de jovens na noite da última segunda-feira no Leblon, quando saía de um restaurante em que acabara de jantar com amigos. Depois da confusão, um dos agressores, o rapper Túlio Dek, ‘conhecido’ na mídia apenas por ser o ex-namorado da atriz Cleo Pires, afirmou em entrevista ao Estadãoque o ícone da MPB “é um ídolo” para ele.
    “Chico é um ídolo para mim. Só não entendo como um dos maiores ícones do Brasil continua apoiando cegamente o PT. Minha indignação foi com o cidadão e não com o artista”, disse.
    Além de Dek, outro jovem que hostilizou Chico foi Álvaro Garnero Filho (mais conhecido comoAlvarinho), filho do empresário e apresentador paulista Álvaro Garnero. “Petista, vá morar em Paris. Ladrão. Vá morar em Cuba. O PT é bandido”, diziam os jovens, que estavam exaltados e procuraram criticar o ativismo de Chico a favor do PT, algo que data dos tempos de fundação do partido.
    Recentemente, Alvarinho causou controvérsia com um vídeo em que aparecia alcoolizado acariciando Ronaldo Fenômeno, que o chamava de namorado. O pai saiu em sua “defesa” quando o rapaz foi “xingado” de gay.
    Mário Garnero, pai de Álvaro, portanto avô de Alvarinho, esteve no centro do “escândalo Brasilinvest”, banco de investimentos que fechou em 1985 porque mais da metade de seus empréstimos fora contraída por empresas “fantasmas”.
    Garnero foi indiciado pela Polícia Federal por estelionato, formação de quadrilha e operações fraudulentas no mercado financeiro. Em 1997, teve a prisão preventiva pedida pela Procuradoria Geral da República.

    Apoio

    “Chico foi um santo, um cavalheiro. Os meninos começaram a hostilizar, do outro lado da calçada. Chico atravessou e foi lá falar com eles. Esta cena de repressão nazista é um exemplo do que está acontecendo no Brasil: a absoluta intolerância. As discussões políticas estão indialogáveis. A disputa política se transformou em duelo. Eles não queriam argumentar, só xingar”, comentou na tarde desta terça-feira o cineasta Cacá Diegues, que integrava o grupo de Buarque no restaurante.
    Além de Cacá, o grupo de Chico contava com o cantor, compositor e arranjador Edu Lobo, os cineastas Miguel Faria Jr. e Ruy Solberg, e o jornalista e escritor Eric Nepomuceno.
    “Você é um merda, quero ouvir da sua boca: quem apoia o PT o que é?”, perguntou um dos provocadores. “É petista”, respondeu o compositor. “É um merda”, interrompeu o rapaz. Em determinado momento, o grupo ironizou o fato de Chico Buarque ter um apartamento em Paris. “Para quem mora em Paris é fácil”, disse um deles. “Você mora em Paris?”, retrucou Chico. Mantendo o tom de voz baixo, mesmo diante da exaltação dos jovens, Chico Buarque disse achar que “o PSDB é bandido” para rebater o argumento de um dos provocadores, que garantiu que “o PT é bandido”.
    Relembrando o episódio na terça-feira, Eric Nepomuceno lamentou que uma noite divertida com velhos amigos tenha sido encerrada com aquela discussão. “É muito impressionante a fúria agressiva dessa direita que saiu do armário embutido”, disse Eric nesta terça. “Estávamos numa ótima, de repente vieram os caras, muito agressivos. Eu estava mais irritado que o Chico, mas depois nós todos demos risada”, contou o escritor.
    Segundo Eric, não foi o primeiro episódio de provocação, embora tenha sido o mais ostensivo. “Uma outra vez, o cara na mesa ao lado pegou o celular e falou com alguém ‘estou em um restaurante caríssimo de Ipanema onde os comunistas adoram vir'”, lembrou.
    Ironicamente, Chico Buarque não se pronunciou com palavras sobre a polêmica, preferindo apenas postar em sua página no Facebook uma de suas músicas:
    Ao tomarem conhecimento das agressões sofridas pelo compositor, vários parlamentares da base aliado do governo da presidente Dilma Rousseff se pronunciaram em solidariedade a Chico Buarque. Outro a falar sobre o assunto foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que declarou apoio contra ‘analfabetos políticos’.
    Ao comentar o episódio, o jornalista Kiko Nogueira, do DCM, prevê um cenário de ódio interminável. “Esses moleques inúteis e mal nascidos perderam a modéstia, a educação e a civilidade. Até prova em contrário, qualquer um tem o direito de acreditar no que quiser. Não para eles. Se pudesse, esse pessoal construiria muros separando gente de “bem” e o resto. O Rio de Janeiro que Chico ama talvez não exista mais. Acabou o sossego. Desta vez, o encontro com a milícia do ódio terminou relativamente bem. Da próxima, quem sabe o que pode acontecer?”
    *Com informações de Brasil Post (Thiago Araújo), Estadão e DCM.
    Fonte: BRASIL DE FATO
    _________________________________________


    Tempos difíceis e obscuros esses anos, no Brasil e no mundo.

    O Brasil vivencia um coxinhamento tardio, considerando que esse tipo de comportamento violento, fascista, já existe há algum tempo nos EUA - difundido principalmente pela ala radical do Partido Republicano - e na Europa, e sempre com o apoio da maioria da mídia corporativa.

    A chegada ao Brasil se deu  nos últimos dois anos, logo após as manifestações e protestos de 2013.

    A partir de então, os chamados coxinhas  saíram dos armários e assumiram suas convicções fascistas, a bem da verdade, teses proclamadas e repetidas diariamente pela velha mídia brasileira.

    É revelador a pergunta de Chico ao coxinha se o mesmo era leitor de Veja.

    No entanto, o artigo acima de CONVERSA AFIADA, de um leitor do Blog, faz uma análise  sucinta e ao mesmo tempo profunda desse novo e talvez já decadente tipo  de comportamento.

     "O ódio que vomitam talvez seja reação do medo do status quo desmoronando ou da desconstrução repentina daquilo que acreditavam ser verdade "

    O trecho acima coloca a questão de um medo inconsciente, que se manifesta em forma de violência, sobre algo em vias de desmoronar.

    Isso de fato acontece, não apenas no Brasil como em todo mundo, o que de certa forma  reflete o momento atual da crise civilizatória.

    Como tentativa de preservar o status quo , ou algo que acreditavam  que seria  bem sucedido,  os ditos  coxinhas, com o apoio da mídia corporativa, não medem esforços para agredir, xingar, omitir, manipular, editar ou  mesmo inventar  fatos, fotos e flashes sobre situações ou em momentos em que estejam de alguma forma envolvidos.

    Também são reveladoras as manchetes de Folha de SP e Estado de SP sobre o episódio envolvendo o artista.

    Esse tipo de movimento fascista, que repito, no Brasil chegou de forma tardia, não pode e não terá futuro, no entanto poderá perdurar espalhando violência  ainda por algum tempo, talvez alguns anos, para então desaparecer dando lugar a um novo pacto civilizatório.

    Certamente amanhã há de ser outro dia e teremos bom tempo.

    Bom Tempo
    Composição: Chico Buarque

    Um marinheiro me contou
    Que a boa brisa lhe soprou
    Que vem aí bom tempo
    O pescador me confirmou
    Que o passarinho lhe cantou
    Que vem aí bom tempo

    Do duro toda semana
    Senão pergunte à Joana
    Que não me deixa mentir
    Mas, finalmente é domingo
    Naturalmente, me vingo
    Eu vou me espalhar por aí

    No compasso do samba
    Eu disfarço o cansaço
    Joana debaixo do braço
    Carregadinha de amor
    Vou que vou
    Pela estrada que dá numa praia dourada
    Que dá num tal de fazer nada
    Como a natureza mandou
    Vou
    Satisfeito, a alegria batendo no peito
    O radinho contando direito
    A vitória do meu tricolor
    Vou que vou
    Lá no alto
    O sol quente me leva num salto
    Pro lado contrário do asfalto
    Pro lado contrário da dor

    Um marinheiro me contou
    Que a boa brisa lhe soprou
    Que vem aí bom tempo
    Um pescador me confirmou
    Que um passarinho lhe cantou
    Que vem aí bom tempo
    Ando cansado da lida
    Preocupada, corrida, surrada, batida
    Dos dias meus
    Mas uma vez na vida
    Eu vou viver a vida
    Que eu pedi a Deus