domingo, 11 de outubro de 2015

EUA. Um estado terrorista em um mundo ultrapassado

Há suspeitas de EUA fornecerem armas e       alimentos a  extremistas




No Twitter apareceu um vídeo que supostamente mostra caixas de abastecimento e pára-quedas que os EUA entregavam a militantes do Estado Islâmico (EI), enquanto estavam controlando a maior refinaria do petróleo do Iraque.

O vídeo causou agitação entre os iraquianos, alguns dos quais acreditam que Washington está apoiando o grupo terrorista.
A filmagem foi publicada por Hayder al-Khoei, membro associado do Programa de Oriente Médio e Norte da África da Chatham House, organização sem fins lucrativos que visa analisar as relações internacionais. O tweet intitulado "outro vídeo de que os EUA apoiam o EI.
A gravação, supostamente feita na refinaria de Baiji, mostra um homem não identificado falando em árabe. Ele pede a pessoa para filmar tudo o que vê à sua volta.
Apontando para o que parece ser um pára-quedas, ele diz que foi enviado pelos norte-americanos para o Estado Islâmico. O homem acrescenta que os americanos entreguem armas e comida para o campo de petróleo de Baiji depois de o campo ser capturado por extremistas.
A informação apresentada no vídeo não foi verificada de forma independente.
Um dos usuários do Twitter observou que fornecimento do abastecimento poderia ter sido suspenso quando as forças de segurança iraquianas estavam tentando repelir uma ofensiva do EI. Na área em torno de Baiji têm havido intensos combates entre as forças governamentais e os militantes desde dezembro de 2014.

Fonte: DIÁRIO DA RÚSSIA
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Só mudando o modelo neoliberal a Terra pode ser salva

Podemos aproveitar a crise das mudanças climáticas para transformar o nosso sistema econômico fracassado em algo radicalmente melhor.


Léa Maria Aarão Reis* reprodução















Há quinze anos a então jovem jornalista e escritora canadense Naomi Klein, de 30 anos, lançou um livro, Sem Logo – A tirania das marcas em um planeta vendido, que logo se transformou em manifesto do movimento ambientalista e pela antiglobalização. Dois anos depois ela publicou Cercas e Janelas, outro sucesso em toda parte, quando já escrevia para a mídia internacional, para a conceituada revista The Nation e para o inglês The Guardian.

Nesta época, Naomi se tornara uma das principais ativistas críticas do modelo econômico neoliberal, causa do empobrecimento das populações, o padrão perverso que enriquece cada vez mais uma pequena parcela de grupos de capitalistas inescrupulosos e que reprime, com violência, ao redor do mundo, com as forças policiais dos seus governos, os protestos de movimentos populares organizados que ousam confrontar políticas oportunistas que avançam, originadas da ambição sem medidas, desastres naturais, guerras e outros choques culturais.

Sobre a violência da repressão aos que não concordam com o paradigma, Klein lembra, em suas análises, do Chile do Pinochet, do Brasil da ditadura civil-militar, da Argentina das ditaduras militares e da China das repressões depois dos protestos da Praça da Paz Celestial. A Doutrina do Choque: a Ascensão do Capitalismo de Desastre foi esse outro título lançado com grande sucesso, em 2007.

Agora, o filme Isso muda tudo (This changes everything/ 2015), dirigido por seu marido, Avi Lewis, é a adaptação de um dos mais recentes livros da escritora canadense, best seller planetário com o mesmo título do documentário. Ele desembarca no Festival do Rio no rastro do seu sucesso em diversos países. Foi realizado durante quatro anos e filmado nos cinco continentes. Desafia e provoca o espectador a repensar as mudanças climáticas. Diz Naomi: “Podemos aproveitar a crise das mudanças climáticas para transformar o nosso sistema econômico fracassado em algo radicalmente melhor.”

Narradora, é a própria Naomi Klein quem conduz o espectador na apresentação de algumas situações dramáticas de comunidades que se encontram expostas, nas linhas da frente, em regiões que sofrem com alterações climáticas, e lutam para reverter a impressionante destruição que as empresas de conglomerados transnacionais promovem no ambiente, com o estímulo e a benção de governos que administram países como se eles fossem empresas privadas – suas e dos amigos, é claro.

Seus personagens são os índios cheyenne da bacia hidrográfica do rio Powder, no estado de Montana, nos Estados Unidos; os que vivem, desde tempos ancestrais, próximos das areias betuminosas de Alberta, no Canadá – e hoje precisam de passe (que o estado não lhes fornece) para entrar em territórios sagrados, cemitérios e vastas áreas que sempre foram de sua propriedade -; gregos das ilhas, alemães e moradores da costa sul da Índia e da cidade de Pequim.

Não se percebe a hora e meia de duração do filme mostrando assunto afinal nem tão ameno - a relação do carbono existente no ar que é colocado lá pelo próprio sistema econômico vigente; a intoxicação do ser humano causada pelo dinheiro (e pela ganância desmedida); a exploração enfurecida e irresponsável de óleo, de xisto, carvão ao redor do planeta. O ritmo dinâmico, mas preciso da montagem, não o do tic-tac dos vídeos clipes alucinados, prende o espectador do começo ao fim.

No estado de Montana, uma das chamadas “áreas de sacrifício” (cada vez elas são maiores), nomeadas assim por Barack Obama em um discurso mostrado no filme, no qual o presidente dos EUA quer dizer que há regiões, no mundo, que precisam ser devastadas em nome do... progresso (!) Lá, a Shell destrói as chamadas florestas dorsais. “Podemos fazer tudo,” diz um personagem, “em terras como essas, quase sem habitantes.”

Com certeza. Vizinho, “sem habitantes” está situado o fabuloso parque de Yellowstone.

A cidadezinha de Fort McMurray, em Montana, hoje, é conhecida como Fort McMoney: a rapaziada chega, permanece algum tempo trabalhando na rapina da terra, reúne seu milhão de dólares e volta para casa deixando para trás a região exaurida e arruinada.

Na província de Alberta, orgulho do governo canadense que se gaba de ser ela uma das maiores economias do país, o ‘progresso’ é resultado da incessante extração de gás e óleo que contaminam fazendas antes paradisíacas. Alberta é a terceira maior reserva mundial e petróleo do mundo. Pode-se imaginar (e assistir, no filme) o massacre da plácida região.

Obama também se envaidece – vê-se em Isso muda tudo, num discurso de três anos atrás - dos 23 estados americanos que trabalham, freneticamente, em oleodutos, perfurações e congêneres.

Na Grécia, escavam-se áreas lindíssimas, montanhosas, para explorar ouro e perfura-se o Mar Egeu. “Para pagarmos os nossos credores...” diz uma ativista. No Sul da Índia, na cidade de Sompeta, em Andhra Pradesh, as comunidades locais conseguiram bloquear a construção de novas usinas. E na China, Pequim, sufocada pelo crescimento, há “uma máquina devoradora”, comenta Naomi. Em 2013, apenas em 175 dias do ano as crianças puderam sair de dentro de casa. O número cresceu para 220 dias/ano logo depois.

Hoje, depois de muitos protestos e da pressão das ruas lideradas por movimentos ambientalistas bem organizados, algumas ações de estado, bem mais efetivas que as americanas, criaram importantes sistemas de aquecimento solar que fornecem água e energia aos moradores de 90 por cento de gigantescos edifícios residenciais. “Nosso objetivo,” diz a líder de uma dessas organizações, “é cuidar da Terra e cuidarmos uns dos outros.”

No entanto, vê-se, em uma reunião internacional dos céticos (por conveniência) do Hearthland Institute, EUA, um dos ninhos dos think tank do mercado desregulado, um dos membros reclamando: ”A China é uma ameaça à vida na Terra.” Para ele, a crise climática é “um cavalo de Troia do marxismo vermelho...”

Na Alemanha, onde os verdes são uma força efetiva e combativa, trinta por cento da energia já vem de fontes renováveis.

Estas histórias das lutas de ação direta desembocam na ideia central do filme – e do livro: podemos aproveitar a crise das alterações climáticas para transformar o sistema econômico num outro, radicalmente melhor. Para chegar lá, segundo Klein, os protestos populares precisam continuar cada vez mais fortes, frequentes e corajosos. O objetivo é fazer pressão para proporcionar mais igualdade, mais empregos e menos “zonas de sacrifício.”

O alerta de Naomi Klein é este: o aquecimento global pode ser a última chance que temos de mudar de modelo econômico para a espécie humana sobreviver.

Fonte: CARTA MAIOR
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O idiota útil que apoia Cunha é cúmplice de seus crimes e do risco à democracia. Por Kiko Nogueira

Postado em 13 out 2015
Morenazis
Morenazis

O governo do Brasil pode ser derrubado por um bando de pessoas acusadas de corrupção, liderado por um sujeito que mete a mão há décadas sem qualquer ser incomodado. Esse é o quadro que se pinta hoje.
Com um detalhe importante: a anuência e a militância de milhares de idiotas úteis de todas as formas, preços e tamanhos que acham que Eduardo Cunha é um herói que vai nos livrar da corja bolivariana.
Você deve conhecer um deles. Não só no Congresso. Toda família tem um boçal desse tipo. Em toda esquina, em toda rede social perto de você.
Marta Suplicy repetiu numa entrevista ao Correio Braziliense que foi para o PMDB por causa da “corrupção”: “A diferença é que no PT existe uma manutenção da estrutura partidária com recursos públicos. E no PMDB não vejo isso, vejo pessoas sendo investigadas, que eventualmente podem se tornar rés, ir para a cadeia. Até agora, não aconteceu isso nesse nível, não é?”
Não, não aconteceu nada. Revoltados On Line, colunistas hidrófobos e outros extremistas ainda se penduram no saco de Eduardo Cunha com perguntas retóricas do tipo “por que só ele?”
Ora, as contas na Suíça são dele, não suas, as autoridades de lá não são como as daqui, porque ele é um operador reconhecido, porque mentiu à CPI etc etc etc.
A tática estúpida e irresponsável do “inimigo do meu inimigo é meu amigo” é de curto prazo e não tem sentido quando o companheiro de ocasião pode ser preso amanhã.
A isso se dá o nome de cumplicidade. Aécio, Agripino, Caiado, Bolsonaro, Paulinho da Força, Carlos Sampaio — complete a lista — são cúmplices de um crime. Bem como o fanático que continua apoiando Cunha com sua panela seletiva.
Em Dresden, na Alemanha, um grupo de colombianos que portava bandeiras com uma suástica foi espancado por neonazis numa manifestação, confundidos com refugiados. Foi em setembro.
Um deles reclamou: “Nós também somos de raça pura. A questão é que o clima nos afetou mais do que aos alemães”. Os “morenazis”, como são chamados, voltaram para casa humilhados, subjugados, mas crentes de que ajudaram uma causa. Como na fábula, são ratos querendo se passar por gatos, que acreditam na autoilusão até ser devorados.
O Brasil está sendo vítima de ratos, gatos e sobretudo do idiota útil.

Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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“As 80 pessoas mais ricas do mundo têm mais dinheiro do que 3,5 bilhões de pessoas”, diz pesquisadora


Em entrevista ao Brasil de Fato, Silvia Ribeiro mostra que, ao contrário do que se pensa, a riqueza mundial cresceu 68% nos últimos dez anos, mas apenas 1% da população acumulou 95% da riqueza gerada.
13/10/2015
Por Luiz Felipe Albuquerque,
De São Paulo (SP)

Nos últimos anos, notícias diárias retratam a grave crise econômica pela qual passa todo o mundo. Ao mesmo tempo, nos chegam notícias sobre recordes de lucratividade de alguns setores. O que explicaria algo que a princípio parece ser contraditório?
Para a pesquisadora Silvia Ribeiro, do Grupo ETC, não há nada paradoxal nesse processo. Ribeiro traz um cenário assustador ao demonstrar que nos últimos dez anos, apenas 1% da sociedade abocanharam 95% da riqueza gerada em todo o mundo.
Em entrevista ao Brasil de Fato, Silvia Ribeiro explica quem são estes 1%, e afirma que estes mesmos setores são os principais responsáveis por uma das mais graves crises mundial: a mudança climática. O campeão dessa crise climática? Toda a cadeia produtiva do agronegócio.
Confira:
Crédito: Reprodução/ETC
Brasil de Fato - Muitos falam que estamos vivendo uma enorme crise econômica mundial, mas ao mesmo tempo vemos lucros cada vez maiores de determinadas empresas. O que explicaria esse paradoxo?
Sílvia Ribeiro - Temos muitas crises. A crise econômica de 2008, a crise ambiental, social e climática. Em relação à crise financeira, alguns grandes grupos econômicos perderam e instituições desaparecem, mas outras se fizeram mais fortes e poderosas comprando estas e outras empresas.
O resgate bancário que se faz com a crise favorece enormemente os bancos muito poderosos, que recebem cifras bilionárias de dinheiro público. Vivemos na maior desigualdade que se conhece na história.
1% da população mais rica do mundo tem 50% da riqueza mundial. Por outro lado, e mais impactante, é que as 80 pessoas mais ricas do planeta tem a mesma quantidade de dinheiro que as 3,5 bilhões de pessoas mais pobres, ou seja, a metade do mundo. 80% de toda humanidade só tem 5,5% da riqueza.
A crise foi manejada pelos Estados para salvar os ricos. Além de dar dinheiro, as empresas tem tudo a seu favor para manipular e capitar novas formas de lucro que são geradas depois da crise.
Ao contrário do que as pessoas pensam, a riqueza mundial cresceu 68% nos últimos 10 anos, mas 95% da riqueza gerada foram apropriadas por apenas 1% da sociedade. O resto da população ficou mais pobre, com trabalho mais precarizado e desempregados. As “pessoas comuns” vivem a crise, mas paradoxalmente a crise foi uma oportunidade para os mais ricos se apropriarem de mais dinheiro e de mais recursos, eliminando concorrências.
E quem são estes 1% mais ricos?
Dados da Revista Fortune mostram que das 100 maiores economias do planeta, 40 são empresas e 60 são países. Ou seja, 40 empresas tem mais dinheiro do que a maioria dos países.
Quando vemos quais são as maiores empresas do mundo, percebemos que a maioria são empresas de energia, sobretudo as petroleiras, de transporte e algumas exceções, como poucas empresas de tecnologia e alguns bancos.
As 12 principais empresas coincidem exatamente com os dados que tem provocado o maior desequilíbrio ambiental global, que é a mudança climática. Trata-se do sistema agroalimentar industrial, da geração e extração de energia e transporte. Esses três setores são os principais causadores da mudança climática.
Porém, das 12 principais empresas, a maior de todas é o supermercado Walmart. Isso nunca havia acontecido. É a primeira vez que o Walmart está em primeiro lugar. É uma empresa de serviços e o maior empregador privado do mundo. E isso tem uma série de significados.
E quais seriam?
O capitalismo tende a concentrar, e um dos setores que mais tiveram concentração foram as empresas agroalimentar. Desapareceram as empresas de sementes, de processamento, e hoje em dia temos 20 empresas que controlam a maior parte do mercado de alimentos, desde a produção de sementes aos supermercados.
Desde 2009, o maior mercado do mundo é o agroalimentar industrial, passando o mercado de energia, que foi o maior durante todo o século 20.
Isso tem a ver com a industrialização da comida, o processo agro alimentar e a expulsão das pessoas do campo. Esse tipo de empreendimento só pode se concentrar em locais com grandes concentrações urbanas.
Além disso, o Walmart significa “Walmartização” do mercado de trabalho. O Walmart proibiu a sindicalização, e as pessoas que trabalham na empresa são sócias, e não empregadas. É uma das empresas que tem maior quantidade de demandas por motivos de discriminação trabalhista, físico, sexual, etc. Nos EUA, por exemplo, a empresa conseguiu baixar o salário de seus funcionários em quase 30%.
Porém, o Walmart tem a imagem do que se pretende o modelo capitalista de consumo, em que nada é fresco e tudo passa por um processamento, de embalagem, refrigeração, etc.
Entretanto, é muito significativo que o Walmart seja a primeira empresa do mundo, porque ele trabalha com algo de que não poderíamos abrir mão na nossa vida: a comida. Não é somente o maior mercado do mundo, mas é essencial por ser um mercado que não pode deixar de existir. Ele se apropria de um setor chave da sociedade, e está na ponta da cadeia agro alimentar.
Hoje em dia temos dois grandes paradigmas do modelo. Um é a Monsanto, e do outro lado está o Walmart. A Monsanto se apropria de todo o início da cadeia, como as sementes - e que agora está tentando comprar a Syngenta, a maior fabricante de agrotóxicos do mundo, o que daria a ela um controle quase total do início da cadeia -, e do outro está o Walmart, que é tão grande que pode colocar condições a todo o resto da cadeia.
Por ser um dos maiores setores do mundo, esse sistema agro alimentar também seria um dos maiores causadores dos problemas ambientais?
A mudança climática é um dos mais graves problemas ambientais do mundo. No último século, já aumentamos 1°C a temperatura média da terra, e a projeção é que aumente de 4°C a 5°C.
Isso é devastador do ponto de vista ambiental e dos impactos que terão sobre o ecossistema e na forma de subsistência da vida humana. Já há dezenas de milhares de migrantes climáticos no mundo, e a Organização Mundial da Migração já disse que a mudança climática será um dos fatores que fará crescer muito o número de migrantes.
A Terra levou bilhões de anos para equilibrar o clima para que existisse vida. Mas nosso sistema econômico e político desequilibrou o clima em apenas 100 anos, a um ponto difícil de controlar. E isso tem a ver, sobretudo, com a emissão de gases de efeito estufa.
Essas emissões são o ponto 1 para entender porque o clima é um paradigma tão importante. Conhece perfeitamente as causas das mudanças climáticas. O IPCC identifica três grandes setores que são os principais: 25% é a extração e produção de energia; o segundo, com 24%, é a agricultura industrial e toda a mudança do uso do solo e o desmatamento, e 14% o transporte.
Porém, a Via Campesina e Grupo ETC, fizemos um trabalho de analisar esses dados de outra maneira. Nos perguntamos: quem usa a energia, quem usa os transportes e porque se produz o desmatamento?
Quase 85% do desmatamento é para a expansão da fronteira agrícola. Ou seja, não se trata apenas de um problema de desmatamento, mas um problema que está vinculado à expansão da fronteira agrícola.
A maioria da emissão de metano, por exemplo, tem a ver com a comida agroindustrial. Na comida dos mercados locais não há embalagens como nos convencionais, ela não vai parar no lixo, mas num composto, se recicla, etc. 75% do corte de árvores no mundo se transforma em embalagens.
Quando começa a identificar quem usa os transportes, as embalagens, quem provoca a deflorestação, vemos que o que está por trás é o sistema alimentar agroindustrial. Da Monsanto ao Walmart. Este sistema provoca entre 44% a 57% dos gases de efeito estufa.
Mas ele não é essencial à vida humana?
O sistema alimentar agroindustrial alimenta apenas 30% da população mundial, mas se utiliza de 75% a 80% das terras agrícolas do mundo, de 70 a 80% da água e dos combustíveis de uso agrícola. Além disso, todas as sementes que se utilizam neste sistema são patenteadas e pertencem a uma empresa. Não há nenhum agrotóxico no planeta que não seja de uma empresa transnacional. As dez maiores empresas tem 95% de todo mercado mundial.
Do outro lado temos um dos melhores exemplos que são as redes de alimentação camponesa, que incluem pescadores, ribeirinhos, hortas urbanas, etc. Este sistema tem apenas 25% da terra agrícola no mundo e alimenta 70% da população mundial, com apenas 30% dos recursos hídricos e 20% dos combustíveis.
Ele não apenas oferece mais alimento, mas se tivesse mais terra - por isso a reforma agrária segue sendo um problema fundamental -, apoios mínimos, poderiam produzir muito mais, já que com as condições tão desfavoráveis, num processo quase de guerra contra os camponeses, se produz tanto.
E o que estas grandes corporações tem dito frente a estas questões?
A única propostas das grandes corporações para a saída da crise climática é o que chamamos de falsas soluções. São soluções tecnológicas muito negativas, como os transgênicos e os agrotóxicos, que eles chamam de “intensificação sustentável”.
São medidas tecnológicas extremamente perigosas e completamente falsas. Um exemplo é o mercado de carbono. Dizem que diminuirão as emissões, mas seguem aumentando o tempo todo. São apenas novos fatores especulativos, que permitem com que os capitalistas privatizem até mesmo o ar.
Ainda que pareça loucura, em lugar de ir às causas do problema, as empresas estão apresentando propostas sobre a manipulação do clima. O efeito estufa, por exemplo, é uma relação entre os gases que formam uma capa e não deixa os raios solares saírem. Para isso há a proposta de se criar nuvens vulcânicas artificiais para tapar os raios de sol para que não cheguem tanto no solo; fazer cultivos transgênicos brilhantes para que reflita o sol, ou branquear as nuvens para refletir o sol.
Se estas propostas forem efetivadas, mudaria os padrões de chuva e vento e a temperatura baixaria, mas as monções na Ásia, por exemplo, perderiam sua intensidade, e mudaria todo o sistema agrícola da região, e ao mudar a precipitação, mudaria os ventos na África.
Outra proposta é como sacar os gases que estão em excesso com meios tecnológicos. A indústria petroleira está propondo em retirar o dióxido de carbono e enterrá-lo a mais de 1.500 metros de profundidade em poços de petróleo e em minas esgotadas. Esse é um dos métodos que irão propor na Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP21), que irá acontecer em dezembro, em Paris.
Isso serve à indústria porque já é uma técnica petroleira. Os poços de petróleo têm 20% a 25% de reservas que não pode ser retirada por estarem tão profundas. Mas com o dióxido de carbono seria possível injetar e empurrar essa reserva para que ela saísse. Apenas não a usavam porque é muito cara.
Porém, poderiam vendê-la como uma solução para o clima. Isso significa que eles estão pedindo aos governos para que paguem as instalações. Os governos não só pagariam as instalações, como as empresas retirariam mais reservas de petróleo e cobrariam créditos de carbono para enterrarem os gases.
Isso levaria a uma nova onda de concentração de terra, e mesmo que fizessem isso em todos os poços do mundo, não seria suficiente para retirar os gases da atmosfera. Além disso, o dióxido de carbono teria que ficar ali para sempre, mas para a empresa não importa se ele sairá dentro de um, dez ou vinte anos. Isso é uma manobra para que eles tenham subsídios, retirem mais petróleo e depois diriam: com isso não foi possível, agora precisamos da Neo Engenharia, que é a manipulação do clima.
Diante desse quadro, quais seriam as alternativas?
Os movimentos sociais têm debatido soluções reais e possíveis a um dos problemas mais graves do planeta, que é a crise climática. Há dez anos a Via Campesina começou a dizer que os camponeses esfriam o planeta. Um dos maiores fatores de absorção do dióxido de carbono são os solos. Imediatamente, os empresários disseram: “vamos comprar solos para absorver o gás”.
Porém, para o que o solo absorva e retenha o dióxido de carbono é preciso que ele seja manejado, o que precisa de gente, e isso só os camponeses podem oferecer. Além do mais, são os camponeses que conhecem, literalmente, milhares variedades de sementes, espécies de plantas, árvores, etc, o que pode dar resposta às mudanças climáticas.
Os movimentos mais vivos da terra são os movimentos que tem a ver com a defesa da cultura, da comunidade, dos territórios e a luta pela terra. Não quero dizer sozinhos resolveriam tudo, claro que precisamos de uma articulação muito mais ampla.
A Via Campesina é o maior movimento da história do mundo, desde a quantidade de gente, números de países e que, ademais, tem um elemento fundamental: não tem apenas soluções, mas já a executam.
Um dos maiores desafios é derrubar mitos: o mito de que a agricultura industrial é quem nos alimenta, e que sem ela não seria possível alimentar o planeta. Não necessitamos de grandes desenvolvimentos industriais e fontes de energia para termos uma boa vida, inclusive a que temos agora, o problema é que não somos nós que estamos usando a maior parte dos recursos, mas sim uma minoria.
Fonte: BRASIL DE FATO
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Credit Suisse: 8% têm 85% da riqueza; 71% de miseráveis, só 3%

ricosepobres

O El País publica hoje que, pela primeira vez, o 1% mais rico da população do mundo concentra mais riqueza que todos os outros 99% dos habitantes do planeta.

Não é mais retórico, é estatístico e não vem de comunistas, mas do ortodoxo banco Credit Suisse.

Vou traduzir o gráfico aí de cima de um jeitinho que até aquele amigo do  Rodrigo Constantino poderia entender.

Temos 100 biscoitos para dividir entre 100 pessoas.

Oito pessoas vão ficar com 85 biscoitos.

Vinte e uma pessoas ficarão com 12 biscoitos.

E setenta e uma pessoas vão se digladiar pelas migalhas de três biscoitos.

Se este é o melhor sistema econômico que a humanidade pode alcançar, Alckmin pode relaxar, porque virá um novo dilúvio por aí, sem direito à arca de Noé.

Não se conhece nenhuma sociedade animal onde haja tamanha desigualdade.

É este o modelo que os “sábios” querem nos fazer seguir, dizendo que as bolachas vão ser maiores e aquelas três...hummm… vão nos dar migalhas melhores.

Fonte: TIJOLAÇO
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O que existe em comum com o terrorismo de estado dos EUA, a crise ambiental do planeta, a concentração de riqueza na mão de uma minoria e os idiotas  brasileiros que apoiam Cunha e a tentativa de impeachment da presidenta Dilma ?
Tudo, tudo a ver.
Todos esses aspectos, e outros tantos, podem e devem ser entendidos isoladamente, no entanto, uma compreensão perfeita só pode ser obtida entendendo-os como partes de um sistema, através de suas relações.
Um conjunto de valores e práticas se faz presente em todos os aspectos, por exemplo:
-  desprezo pela democracia;
 - desprezo pelos direitos humanos;
-  valorização da plutocracia  mundial;
-  desprezo pela diplomacia e pelo diálogo:
-  desprezo pelo Direito;
-  valorização de um individualismo  suicida;
- idolatria de uma expressão capitalista fracassada:
- apoio a diversas modalidades de tortura e de terrorismo;
- manipulação e omissão de conteúdos informativos;
- defesa de um conservadorismo retrógrado e reacionário;
- imbecilização e idiotização da sociedade;
- apoio a todas as formas de preconceito e a xenofobia;
- apoio as diversas formas de violência , tanto nas relações interpessoais quanto nas relações internacionais;
- apoio a acumulação de riqueza por quaisquer meios, lícitos ou ilícitos,
- etc...
Esse conjunto de valores e práticas, que foi se formando ao longo das últimas três décadas nas sociedades , está ancorado em um processo cognitivo superficial e  frágil, fruto de uma educação, incluindo a informação,  que em grande parte ignora os aspectos da crítica e da reflexão, favorecendo a formação de pessoas praticamente sem nenhum repertório analítico-crítico e, ao mesmo tempo, incentivando toda forma de consumo e acumulação  como símbolo do sucesso.
Assim sendo, os aspectos subjetivos da existência forma negligenciados, fazendo com que as pessoas se sintam cada vez mais desamparadas e , mesmo obtendo o  "sucesso" não consigam reverter suas angústias e sofrimentos. Em sua maioria, estão desamparados e perdidos, o que de certa forma reflete o estado da arte do mundo atual.
Cunha e os idiotas que o apoiam, são também as mudanças climáticas, o enriquecimento ilícito e as práticas de violência, claro, revestidos com uma aparência de civilidade.

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