sábado, 19 de setembro de 2015

Jornalismo de ficção

'Veja' e mais 11 frases sobre a mídia

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
1) O pior analfabeto é o que lê a Veja.

2) A Globo não resolve nem o problema da novela das 9 e acha que tem a fórmula para resolver o problema do país.

3) O surdo irremediável é o que ouve a Jovem Pan.

4) Não dá para confiar mais nem na exatidão do dia que aparece na Folha.

5) Fé obtusa é acreditar não nos pastores evangélicos, mas nos editores do Jornal Nacional.

6) Os barões da imprensa merecerão respeito no dia em que aprenderem a fazer uma legenda.

7) Numa redação, você tem inteira liberdade para dizer sim, sim ou mesmo sim.

8) Jornais e revistas exigem toda sorte de corte de gastos do governo, excetuada a publicidade que é colocada neles.

9) O mundo fica subitamente melhor quando você não abre um jornal.

10) Não há uma pastilha na sede das Organizações Globo que não tenha sido fruto de dinheiro público.

11) Um macaco teria feito a Globo ser o que é, tantas as mamatas que Roberto Marinho recebeu dos governos.

12) Nenhum dono de jornal passaria num bafômetro que medisse a parcialida

Fonte: Blog do Miro
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O “puxa-saquismo” de O Globo ao MP da Lava-Jato

bajula
Tem gente sem um pingo de, dizia a minha mãe, simancol.

O Globo dá uma chamada na primeira página do seu site que é um primor de bajulação aos procuradores da Operação Lava-Jato:

Fim das doações de empresas é conquista da Lava-Jato
É?

A ação foi apresentada em setembro de 2011, três anos antes da deflagração da Lava Jato, com a prisão de Alberto Yousseff e, dias depois, de Paulo Roberto Costa, em março de 2014.

Prisões que ocorreram quatro meses depois de ter começado o julgamento,  em  11 de dezembro de 2013, quando o relator Luís Fux e o ex-presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, deram seus votos acolhendo a posição da Ordem dos Advogados.

No dia seguinte, 12 de dezembro, Luís Roberto Barroso e Dias Tóffoli votaram no mesmo sentido e o julgamento foi paralisado por um pedido de vistas de Teori Zavascki.

Quatro a zero.

Em 2 de abril de 2014, quando a Lava Jato ainda era um zumbido, Zavascki libera seu voto contrário e votam com a OAB os ministros Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello, fazendo seis a um e formando maioria na corte.

No mesmo dia, Gilmar Mendes pede vistas e, aí sim, senta-se durante um ano e cinco meses sobre o processo, impedindo sua eficácia nas eleições de 2014.

Então onde é que a decisão do Supremo foi “conquista da Lava-Jato”? Aliás, nem isso é  sequer  dito na matéria, mas serve de pretexto para algum editor “malandro” enganar leitores incautos.

E para colocar os ministros do Supremo de cordeirinhos da turma do Paraná, como se muito constrangidamente, pela repercussão do caso, tenham abolido a grana de empresas da campanha.

É justamente o contrário e que pegou carona na Lava-Jato foi Gilmar Mendes, num voto-panfleto, para tentar manter as doações empresariais na legalidade.

Não é só mau jornalismo, não. É mau caráter na edição de um jornal

Fonte: TIJOLAÇO
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O Globo e as mentiras sobre o Equador

Chamorro*
reprodução
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Por Amauri Chamorro, de Quito, no site Opera Mundi:

No dia 30 de agosto, O Globo publicou uma reportagem de página inteira com a manchete “Resistência Sufocada. Com reeleição sem limites de Correa em jogo, Equador reforça repressão a manifestantes”. A matéria é, na verdade, uma soma de mentiras, desinformação e demonstra a linha editorial das Organizações Globo, habitualmente preconceituosa e sempre contrária aos governos progressistas na América Latina.

A Globo nasceu como um projeto da ditadura militar. Não é à toa que tem entre seus porta-vozes Alexandre Garcia, que foi empregado dos ditadores, e Arnaldo Jabor, cuja economia privada se resolveu depois que os Marinhos lhe deram um microfone giratório. Assim, quem consome produtos globais como Época, G1, O Globo, Globo News, CBN e o "Jornal da Globo", não é contaminado apenas por parcialidade disfarçada de “independência”, mas por mentiras que beiram à irresponsabilidade.

As marchas no Equador na realidade são resultado de uma lei que cria o imposto da herança que castigaria principalmente as fortunas administradas por falsas fundações sediadas em paraísos fiscais. A fúria da direita foi imediata e a sua reação se deu poucos dias depois do anúncio presidencial. Imagina se essa boa moda pega e Dilma propõe isso no Brasil?

Para seguir a cartilha de acusação contra o governo do Equador, onde uma bem sucedida revolução democrática serve de exemplo ao resto do continente, O Globo se sustenta no fato de uma franco-brasileira ter sido detida numa violenta marcha que tentava invadir o palácio presidencial para justificar uma inexistente reação violenta do governo equatoriano. O jornal afirma que manifestantes apenas querem impedir a aprovação de uma emenda constitucional que permitiria ao Presidente Correa ser novamente candidato em 2017, mas o faz a partir de três fontes explicitamente contrárias o governo, o que faz com que o texto não pare em pé.

Por fim, buscando esquentar seus argumentos, o jornal publicou uma micro-entrevista totalmente mutilada do Ministro do Interior, dados muito relevantes para a compreensão não só dos fatos, mas da conjuntura que vive o país. Por isso, eu me sinto na obrigação de contrastar a publicação.

Distorção jornalística

A franco-brasileira Manuela Picq, detida enquanto participava da violenta marcha que buscava cercar e tomar o palácio presidencial, é uma papagaia-de-pirata que procurava um lugar ao sol midiático. Diferentemente do que afirma O Globo, ela nunca foi presa, e nem obrigada a sair do país. Basta ler a entrevista da Ministra de Justiça, Direitos Humanos e Cultos do Equador, na Folha, para entender realmente o que aconteceu. No momento em que ela foi abordada junto com outros manifestantes, ela se apresentou como estrangeira, e por não estar em posse dos seus documentos, ela foi retida.

Depois de passar pelo atendimento médico, fora levada para um hotel onde se encontram estrangeiros sem a posse de seus documentos. Depois de uma decisão judicial, [1] ela foi colocada em liberdade e não foi deportada. Apesar de seu visto não permitir atividades políticas no Equador, ela saiu do hotel em uma nova marcha, iniciando uma sequência de entrevistas aos meios opositores. Após alguns dias, se confirma a revogação o visto, já que ela infringiu a lei equatoriana por participar de uma manifestação violenta. Além disso ela se diz jornalista, o que é totalmente falso. 

 A outra fonte utilizada pelo O Globo é Carlos Peréz Guartambel, namorado de Picq, que se autodenomina líder indígena e defensor do meio ambiente. O Globo omite que este sujeito foi representante de mineradoras e outras empresas autuadas por contaminação ao lençol freático. [2] Ele não diz que apoiava o governo e que quando seus clientes foram prejudicados e afetaram sua situação financeira, ele passou a ser de oposição. O Globo dá espaço para Guartambel afirmar que a polícia reagiu de maneira violenta contra os manifestantes, mas não aponta que o semi-indígena liderava a tentativa de cercar e tomar o Palácio (confira neste link).

Vale lembrar que Correa tem 61% de aprovação da sua gestão, comprovando assim que ampla maioria da população o apoia. Esta marcha apenas buscava gerar factóides com violência para ter o que mostrar aos meios internacionais.

A outra fonte do jornal é a ONG Fundamedios, que se apresenta como defensora da livre expressão, mas que representa apenas as empresas de comunicação é financiada pela Usaid (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional), que não passa do mecanismo de financiamento da desestabilização política em diversos países. Em 2012, o embaixador dos EUA admitiu que a Usaid pagava 25 mil dólares mensais para Fundamedios. Apesar de indicar a suposta violência do Estado contra a oposição, nem O Globo, nem Fundamedios falaram sobre as bombas que explodiram contra meios públicos de comunicação e a sede do partido do Presidente Correa durante as “legitimas” manifestações.

A intencionalidade de O Globo em enganar se mistura à de Fundamedios, e fica absolutamente evidente quando afirmam que a declaração do “Estado de exceção” seria para permitir a repressão contra os manifestantes e não, como de fato o é, devido à erupção do Cotopaxi, maior vulcão ativo do mundo, que ocorreu dia 14 de agosto. Vale saber que o vulcão fica a apenas 50 km de Quito e suas cinzas já chegam em praticamente todo o país. Correa assinou este decreto com o intuito de poder mobilizar todos os recursos necessários para a assistência dos mais de 350 mil afetados. Ainda que absurdo, a oposição, alinhada com a oposição equatoriana e com a narrativa de O Globo, chegou a afirmar que o presidente teria dinamitado o vulcão.

O jornal carioca cumpriu seu papel como empresa de comunicação responsável pela desinformação da imensa classe média do continente. Como parte de um processo estritamente de inclusão ao mercado de consumo, e sem uma formação educacional e cultural que permitissem uma leitura crítica do seu novo papel na sociedade, esses milhões de incluídos no mercado de consumo estão à mercê das análises de Jabores, Leitões e Sarderbergs.

A matéria não traz à luz o fato de que a oposição dispõe de um mecanismo constitucional chamada de “Revocatória de Mandato”, que após recolher as assinaturas necessárias, imediatamente tem que ser convocadas novas eleições. A questão é que eles sabem que não vencerão. Correa arrasa nas urnas desde que se apresentou pela primeira vez. Pelas vias democráticas e constitucionais a oposição não tem chance, então o caminho é buscar eco nos meios de comunicação por meio de violência para fazer crer de que o Estado é opressor. Para se ter dimensão da realidade, há 133 policiais feridos e apenas 60 manifestantes foram detidos, e todos já estão em liberdade. Se fosse um Estado opressor, os números seriam totalmente distintos.

Revolução cidadã

Este pequenino país sul americano vive há 8 anos um processo de mudanças estruturais tão profundas, que podemos considerar que o país foi refundado. Algumas das metas atingidas pela Revolução Cidadã, são parte dos anseios da sociedade brasileira, inclusive da conservadora classe média e alta. No Equador, foi criada uma nova constituição que permitiu a reforma política, judiciaria, tributária e do executivo.

Rafael Correa conseguiu, a partir dessa lógica, mudar os índices de desenvolvimento equatorianos, que até então eram iguais aos dos piores países africanos. Assim, o Equador se transformou num modelo de desenvolvimento sustentável, segundo a ONU.

Desde que Correa chegou à presidência, a direção do país saiu das mãos das elites econômicas e políticas que desde a independência definiram o futuro do país. Nunca fora perdoado por isso. Antes, a situação era tão miserável, que até os indígenas que viviam nos grandes latifúndios eram contabilizados como parte da propriedade: “vendo uma fazenda de 30 alqueires e com 14 indígenas”. Era muito comum que as empregadas domésticas não ganhassem salários, num regime de escravidão tolerado socialmente. Elas trabalhavam apenas por comida e moradia e seus filhos, desde muito pequenos, também trabalhavam. Lavavam os carros, cortavam a grama. Ambos apanhavam no caso de quebrar um prato ou não cumprir com suas atividades. Ninguém me contou que era assim. Eu presenciei esses fatos. Hoje essas mães têm carteira assinada, previdência, pelo menos recebem um salario mínimo, e seus filhos estudam gratuitamente nas melhores do mundo com bolsas do governo. Já são mais de 10 mil estudantes.

Correa tem uma característica visceral em sua gestão, impensável para quem espera um protocolar estadista. A dureza da defesa de suas posições criou um estilo odiado por todos aqueles que não o admiram. Esse temperamento difícil e muito carismático já deu ao presidente 79% de aprovação do seu mandato. Por isso, nas manifestações de agosto estavam lado a lado as forças de oposição, Guartambel e Manuela Picq. Uma aliança pra lá de suspeita. Isso O Globo não comenta.

*Amauri Chamorro é Comunicador Social, formado pela Universidade de Sorocaba, cursando Mestrado em Comunicação Política pela Universidade Autónoma de Barcelona. Mais de 20 anos de experiência em estratégias comunicacionais, trabalha com governos, partidos e organizações sociais progressistas na América Latina.

Fonte: Blog do Miro
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Audiência: jn cai ainda mais    

publicado 18/09/2015        
       
Assim, vai chegar a zero
charge bessinha globo

Dilma à Globo: ódio não é liberdade de expressão 

Quem semeia o ódio, senão a Globo ? - PHA
charge bessinha globo enterro netflix

Coimbra: o PiG fez crescer a extrema-direita crescer   

publicado 19/09/2015
          
É a consequência de funcionar como a Fox News, de Murdoch
charge bessinha pig

Fonte: CONVERSA AFIADA
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Laerte: Crise política é culpa da imprensa


Laerte-2
Por isso eu falo que dar um golpe não será tão fácil.
Não estamos na ditadura.
Os golpistas são apoiados pela imprensa corporativa (herdeira da ditadura) e uma parte dos estamentos judiciais, mas não tem qualquer controle sobre uma opinião pública rebelde e diversificada.
Não vão conseguir silenciar as vozes que se erguerão, cada vez mais alto, para acusar os golpistas de violarem a democracia e arriscarem um processo de estabilidade política que vínhamos construindo, a duras penas, desde o fim do regime militar.
Há um núcleo duro e crescente da opinião pública que está cada vez mais vacinado contra as armadilhas semióticas da grande mídia.
Nem todo mundo é analfabeto político.
Trecho da entrevista com Laerte, nosso grande cartunista:
Acho que a crise política é resultado – inclusive – da ação da imprensa há vários anos.
O modo como é construído o noticiário, se nunca foi neutro ou imparcial, vem se tornando mais e mais tendencioso, contribuindo para construir blocos de tendências.
As últimas eleições foram ocasião de episódios que beiram o crime, como a capa da revista Veja na véspera da votação.
As manifestações anti-governo vêm contando com apoio claro de jornais, revistas e tevês.
O crescimento dos movimentos pela derrubada do governo – através de impeachment ou não – vêm sendo alimentados,de muitas formas, pela mídia.
O próprio retrato da crise é enviesado.

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Exclusivo: Laerte fala das charges anti-golpe
Por Chico Alves, em seu blog.
18/09/2015
Laerte-1
A chargista Laerte é conhecida por botar o dedo nas feridas nacionais em seu espaço na Folha de S. Paulo. Ela surpreende a cada desenho, mostrando novos ângulos sobre fatos que já pareciam esgotados nos textos dos jornais. Na segunda-feira, no entanto, as redes sociais multiplicaram em proporções maiores que de costume a charge de Laerte que tratava do papel da imprensa na pressão pela saída da presidenta Dilma Rousseff. Além da abordagem surpreendente, a circunstância era especial: o desenho foi publicado na Folha um dia depois de um editorial de primeira página em que o próprio jornal cogitava a hipótese de Dilma sair do cargo antes de 2018.
A seguir, outra criação de Lerte bombou na internet. Também publicada na Folha, mostrava que desta vez o golpe em marcha dispensava a ajuda de militares. CH procurou a autora do desenho para falar do assunto. Nessa entrevista, ela fala da liberdade de criação no jornal e critica o noticiário da imprensa em geral, que classifica como tendencioso:
CH – A primeira charge, que mostra a imprensa encurralando a presidenta, é uma alusão ao editorial da Folha “Última chance”?
Laerte – Prefiro não dissecar minhas charges – elas devem dizer por si mesmas o que tem pra ser dito.
Mas a referência é ao modo como toda a “grande mídia” vem se comportando politicamente.
CH – Houve alguma pressão para que a charge não fosse publicada ou alguma advertência após a publicação?
Laerte – A Folha nunca fez pressão nesse sentido, com qualquer charge minha – nem fez advertência depois.
Está subentendido que chargistas, colunistas etc. são responsáveis por suas opiniões.
CH – Qual a sua avaliação da cobertura da imprensa sobre a crise política?Laerte – Acho que a crise política é resultado – inclusive – da ação da imprensa há vários anos.
O modo como é construído o noticiário, se nunca foi neutro ou imparcial, vem se tornando mais e mais tendencioso, contribuindo para construir blocos de tendências.
As últimas eleições foram ocasião de episódios que beiram o crime, como a capa da revista Veja na véspera da votação.
As manifestações anti-governo vêm contando com apoio claro de jornais, revistas e tevês.
O crescimento dos movimentos pela derrubada do governo – através de impeachment ou não – vêm sendo alimentados,de muitas formas, pela mídia.
O próprio retrato da crise é enviesado.
CH – Sobre a charge que mostra um golpe em marcha sem a participação de militares: quem você identifica como os condutores desse golpe?
Laerte – De novo, a charge deve falar por si. A personagem ali retratada veste terno e gravata – o que não define muita coisa hoje, eu sei. Achei que não precisava especificar mais que isso, quando o texto revela que a intervenção militar nem será necessária. A posição da figura, pedalando um “golpe”, deve (ou deveria) bastar.
CH – Como tem sido a reação do público a estas charges?
Laerte – Uma parte se reconhece na opinião ali implícita e festeja; outra parte se sente criticada (ou, equivocadamente, ofendida) e reage com críticas – às vezes, com insultos e com versões alteradas dos meus trabalhos.
É chato, mas temos vivido cada vez mais numa divisão radical de territórios de atuação política e social, com pouco espaço para reflexão. As charges – o humor, em geral – estão dentro dos modos de refletir, mas de um modo sui-generis.
Seu papel, em momentos tensos como os que vivemos, acaba sendo mais de reforço a determinadas posições do que de estímulo a uma ideia crítica geral. É coisa que me preocupa.
Não tem resposta fácil porque a charge precisa se articular com os movimentos que estão acontecendo – chargistas não são uma categoria de pessoas que pairem fora do tumulto da vida, como não o são artistas nem intelectuais.
(as charges neste post foram publicadas no jornal Folha de S. Paulo)

Fonte: O CAFEZINHO
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