sábado, 26 de setembro de 2015

Um excelente prefeito para a cidade maravilha

Haddad e a capital do reacionarismo

Por Bepe Damasco, em seu blog:                            

Em artigo recente, lúcido e preciso como sempre, Paulo Nogueira, do Diário de Centro do Mundo, lamentava o fato de o reconhecimento à qualidade da gestão do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, tenha vindo de um jornal do exterior. O conservador Wall Street Journal disse que em cidades mentalmente mais arejadas Haddad seria reconhecido como um "visionário urbano."

Mas na capital brasileira do reacionarismo e da intolerância o prefeito é massacrado pela mídia e xingado dia e noite nas rodas das classes média e alta.

E pior: o bombardeio midiático sem tréguas atingiu a imagem de Haddad também em parcela considerável da população mais pobre da periferia, no rastro da criminalização do PT.

Berço da criação do PT e da CUT, São Paulo ainda conta com uma intelectualidade de esquerda de ponta, influente e comprometida com as boas causas do povo, um sindicalismo combativo de vanguarda e movimentos sociais vibrantes.No entanto, especialmente nos últimos anos, é como se um tsunami obscurantista tivesse varrido a maior cidade da América Latina, arrastando consciências e contaminando o espírito das pessoas.

A São Paulo de hoje festeja um político menor como Serra, reelege no primeiro turno um governador cuja irresponsabilidade levou São Paulo a uma calamitosa crise hídrica e faz vista grossa para a roubalheira no sistema de trens e metrôs. Tudo para poupar o PSDB. Para o paulistano, só existe corrupção petista.

Não é à toa que a capital paulista lidera disparado o ranking do número de participantes nas manifestações de coxinhas e fascistas que exibem cartazes e bonecos pregando a morte de Lula e Dilma. Saudosos da tortura e da eliminação física dos adversários, querem a volta da ditadura.

Para Haddad, sobram ataques virulentos. Faz tempo que grandes cidades do mundo como Paris, Roma, Londres, Madrid, Nova Iorque, Amsterdã, Estocolmo e Copenhague investiram na construção de ciclovias, seja para enfrentar o caos urbano causado por número de carros que cresce exponencialmente, seja para aliviar e proteger a camada de ozônio da emissão de dióxido de carbono. Sem falar nos efeitos benéficos para a saúde da prática de exercícios físicos.

Na sua mediocridade e ignorância atávicas, porém, a elite paulistana destila ódio à ciclovia e denuncia sua cor vermelha como uma provocação comunista.

Haddad desbaratou a máfia de fiscais corruptos. Ninguém deu bola.O prefeito pôs em prática um modelo multidisciplinar de abordagem do grave problema do consumo de crack, com base na atenção psicossocial. Passou batido.

Haddad foi crucificado porque pela primeira vez dotou a cidade de uma lei prevendo um IPTU progressivo, cobrando mais dos abastados e menos dos pobres. Apanhou tanto que o Judiciário anulou os efeitos da lei.

Diante dessa situação absurda de intolerância, penso que o prefeito deve se preparar para cair fora dentro de um ano e poucos. Claro que ele tem de ser candidato à reeleição para defender suas realizações e seu legado. Mas é pouco provável que vença, pois os valores da maioria da população do município são incompatíveis com os seus. A maior parte dos habitantes de São Paulo não merece um homem público da envergadura do professor Fernando Haddad. É isso.

Uma vez li um artigo do cronista esportivo carioca Fernando Calazans, no qual ele ao responder os que desmereciam a geração de Zico, Sócrates, Falcão e Júnior por não ter ganho nenhuma Copa do Mundo, fulminou: “azar da Copa do Mundo”. Pois se São Paulo não gosta de Haddad, azar de São Paulo.
Fonte: Blog do Miro
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O Brasil não pode deixar de lado um dos quadros  políticos mais lúcidos e competentes .

Se  a cidade de São Paulo  por conta do atraso de sua população não aceita Haddad, que o prefeito se candidate em outra cidade.

O Rio de Janeiro o receberá de braços abertos.

Gente estranha

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  •              Não falei? Muita bomba. O povo pegou pesado mesmo   

  •  bessinha top model da chevron
      
                             
     


    Cheesemoney. O alimento do futuro

    A ganância

    publicado em 25 de setembro de 2015 às 18:19
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    Na ONU, Papa condena exclusão social e chama gestão econômica global de “irresponsável”
    publicado em 25 de setembro de 2015 às 21:21
    papa na onu
    Agência Lusa, via Agência Brasil

    Na ONU, papa condena exclusão social e pede regulação de sistema financeiro

     Leandra Felipe, de Atlanta, Estados Unidos, Correspondente da Agência Brasil/EBC
    Em seu discurso hoje (25), na sede das Nações Unidas (ONU), em Nova York, o papa Francisco fez uma ampla defesa dos direitos humanos e da proteção ao meio ambiente. Ele fez críticas ao lucro indiscriminado de organismos financeiros que não estão submetidos ao interesse coletivo, defendendo, inclusive, a regulação desses organismos. O Papa discursou diante de 150 chefes de Estado e de governo, entre eles a presidenta Dilma Rousseff, reunidas na Cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável..
    Ele chamou a gestão econômica global de ‘”irresponsável” e disse que a economia mundial não deve ser guiada pela ambição e riqueza. Defendeu que os organismos financeiros internacionais devem se comprometer com o financiamento do desenvolvimento sustentável dos países. “Os organismos financeiros internacionais deveriam promover o progresso, ao invés de submeter as populações a mecanismos de maior pobreza, exclusão e dependência”, declarou.
    Durante os 35 minutos de discurso, o Papa tocou em vários pontos presentes na Agenda de Desenvolvimento Sustentável Pós-2015, a chamada Agenda 2030. Em diversos momentos chamou os líderes a combater a exclusão social e cobrou, dos países mais desenvolvidos, maior comprometimento com a principal meta do documento: a eliminação da pobreza extrema do mundo.

    Proteção ambiental

    O papa Francisco também enfatizou a defesa do meio ambiente e disse que “a sede de poder e a propriedade material sem limites”, são fatores que favorecem a manutenção da miséria. Ele lembrou que a “destruição da biodiversidade ameaça a própria existência da espécie humana” e, ao defender o desenvolvimento sustentável, criticou a cultura do descarte.
    Para o papa, o mau uso do meio ambiente está relacionado com os processos de exclusão social, em um mundo onde “os mais pobres também são descartados da sociedade”. O pontífice pediu que todos os países cumpram as promessas e metas propostas conjuntamente pelos países-membros da ONU e que se esforcem para combater os efeitos do aquecimento global.
    O papa Francisco também citou a Conferência sobre o Climpa, que vai ocorrer em dezembro, em Paris, e se disse otimista com a assinatura de um acordo global sobre o tema.

    Fundamentalismo religioso e diplomacia

    O papa Francisco citou a perseguição aos cristãos em alguns países, sobretudo no Oriente Médio e no Norte da África e a intolerância religiosa. “É uma situação dolorosa ver estes cristãos e patrimônios culturais e religiosos destruídos”, frisou.
    Ele elogiou o acordo para o fim da atividade nuclear no Irã – sem citar o país, como resultado da boa vontade política de líderes mundiais. “O recente acordo sobre a questão nuclear em uma região sensível da Ásia e do Oriente Médio é uma prova das possibilidades da boa vontade política e do direito exercitados com sinceridade, paciência e constância”, disse.
    Em outro momento do discurso, defendeu o combate a vários tipos de crimes, como o narcotráfico, a lavagem de dinheiro e o tráfico de seres humanos. Para ele, o narcotráfico mata milhões de pessoas silenciosamente e não é suficientemente combatido.

    70 anos da ONU

    Ao iniciar seu discurso, o Papa mencionou importância da ONU, em seus 70 anos de ação, como organismo de mediação. “A história da comunidade organizada de estados representada pela ONU é uma história de importantes êxitos comuns, em um período de inusitada aceleração dos acontecimentos”, disse.
    Antes do discurso no Plenário, o Papa se reuniu com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e fez uma declaração rápida aos funcionários das Nações Unidas, agradecendo o trabalho deles e pedindo orações. “Rezem por mim”, pediu.
    Edição: Denise Griesinger
    *
    A íntegra do discurso do Papa na ONU

    Senhor Presidente,
    Senhoras e Senhores,
    Bom dia!
    Mais uma vez, seguindo uma tradição de que me sinto honrado, o Secretário-Geral das Nações Unidas convidou o Papa para falar a esta distinta assembleia das nações. Em meu nome e em nome de toda a comunidade católica, Senhor Ban Ki-moon, desejo manifestar-lhe a gratidão mais sincera e cordial; agradeço-lhe também as suas amáveis palavras.
    Saúdo ainda os chefes de Estado e de Governo aqui presentes, os embaixadores, os diplomatas e os funcionários políticos e técnicos que os acompanham, o pessoal das Nações Unidas empenhado nesta LXX Sessão da Assembleia Geral, o pessoal de todos os programas e agências da família da ONU e todos aqueles que, por um título ou outro, participam nesta reunião. Por vosso intermédio, saúdo também os cidadãos de todas as nações representadas neste encontro. Obrigado pelos esforços de todos e cada um em prol do bem da humanidade.
    Esta é a quinta vez que um Papa visita as Nações Unidas. Fizeram-no os meus antecessores Paulo VI em 1965, João Paulo II em 1979 e 1995 e o meu imediato antecessor, hoje Papa emérito Bento XVI, em 2008. Nenhum deles poupou expressões de reconhecido apreço pela Organização, considerando-a a resposta jurídica e política adequada para o momento histórico, caracterizado pela superação das distâncias e das fronteiras graças à tecnologia e, aparentemente, superação de qualquer limite natural à afirmação do poder. Uma resposta imprescindível, dado que o poder tecnológico, nas mãos de ideologias nacionalistas ou falsamente universalistas, é capaz de produzir atrocidades tremendas. Não posso deixar de me associar ao apreçamento dos meus antecessores, reiterando a importância que a Igreja Católica reconhece a esta instituição e as esperanças que coloca nas suas atividades.
    A história da comunidade organizada dos Estados, representada pelas Nações Unidas, que festeja nestes dias o seu septuagésimo aniversário, é uma história de importantes sucessos comuns, em um período de incomum aceleração dos acontecimentos. Sem pretender ser exaustivo, pode-se mencionar a codificação e o desenvolvimento do direito internacional, a construção da normativa internacional dos direitos humanos, o aperfeiçoamento do direito humanitário, a solução de muitos conflitos e operações de paz e reconciliação, e muitas outras aquisições em todos os setores do âmbito internacional das atividades humanas.
    Todas estas realizações são luzes que contrastam a obscuridade da desordem causada por ambições descontroladas e egoísmos. Apesar de serem muitos os problemas graves por resolver, todavia é seguro e evidente que, se faltasse toda esta atividade internacional, a humanidade poderia não ter sobrevivido ao uso descontrolado das suas próprias potencialidades. Cada um destes avanços políticos, jurídicos e técnicos representa um percurso de concretização do ideal da fraternidade humana e um meio para a sua maior realização.
    Por isso, presto homenagem a todos os homens e mulheres que serviram, com lealdade e sacrifício, a humanidade inteira nestes setenta anos. Em particular, desejo hoje recordar aqueles que deram a sua vida pela paz e a reconciliação dos povos, desde Dag Hammarskjöld até aos inúmeros funcionários, de qualquer grau, caídos nas missões humanitárias de paz e reconciliação.
    A experiência destes setenta anos demonstra que, para além de tudo o que se conseguiu, há constante necessidade de reforma e adaptação aos tempos, avançando rumo ao objetivo final que é conceder a todos os países, sem exceção, uma participação e uma incidência reais e equitativas nas decisões. Esta necessidade duma maior equidade é especialmente verdadeira nos órgãos com capacidade executiva real, como o Conselho de Segurança, os organismos financeiros e os grupos ou mecanismos criados especificamente para enfrentar as crises econômicas. Isto ajudará a limitar qualquer espécie de abuso ou usura especialmente sobre países em vias de desenvolvimento. Os Organismos Financeiros Internacionais devem velar pelo desenvolvimento sustentável dos países, evitando uma sujeição sufocante desses países a sistemas de crédito que, longe de promover o progresso, submetem as populações a mecanismos de maior pobreza, exclusão e dependência.
    A trabalho das Nações Unidas, com base nos postulados do Preâmbulo e dos primeiros artigos da sua Carta constitucional, pode ser vista como o desenvolvimento e a promoção da soberania do direito, sabendo que a justiça é um requisito indispensável para se realizar o ideal da fraternidade universal. Neste contexto, convém recordar que a limitação do poder é uma ideia implícita no conceito de direito. Dar a cada um o que lhe é devido, segundo a definição clássica de justiça, significa que nenhum indivíduo ou grupo humano se pode considerar onipotente, autorizado a pisar a dignidade e os direitos dos outros indivíduos ou dos grupos sociais. A efetiva distribuição do poder (político, econômico, militar, tecnológico, etc.) entre uma pluralidade de sujeitos e a criação dum sistema jurídico de regulação das reivindicações e dos interesses realiza a limitação do poder. Mas, hoje, o panorama mundial apresenta-nos muitos direitos falsos e, ao mesmo tempo, amplos setores sem proteção, vítimas inclusivamente dum mau exercício do poder: o ambiente natural e o vasto mundo de mulheres e homens excluídos são dois setores intimamente unidos entre si, que as relações políticas e econômicas preponderantes transformaram em partes frágeis da realidade. Por isso, é necessário afirmar vigorosamente os seus direitos, consolidando a proteção do meio ambiente e pondo fim à exclusão.
    Antes de mais nada, é preciso afirmar a existência dum verdadeiro «direito do ambiente», por duas razões. Em primeiro lugar, porque como seres humanos fazemos parte do ambiente. Vivemos em comunhão com ele, porque o próprio ambiente comporta limites éticos que a ação humana deve reconhecer e respeitar. O homem, apesar de dotado de «capacidades originais [que] manifestam uma singularidade que transcende o âmbito físico e biológico» (Enc. Laudato si’, 81), não deixa ao mesmo tempo de ser uma porção deste ambiente. Possui um corpo formado por elementos físicos, químicos e biológicos, e só pode sobreviver e desenvolver-se se o ambiente ecológico lhe for favorável. Por conseguinte, qualquer dano ao meio ambiente é um dano à humanidade. Em segundo lugar, porque cada uma das criaturas, especialmente seres vivos, possui em si mesma um valor de existência, de vida, de beleza e de interdependência com outras criaturas. Nós cristãos, juntamente com as outras religiões monoteístas, acreditamos que o universo provém duma decisão de amor do Criador, que permite ao homem servir-se respeitosamente da criação para o bem dos seus semelhantes e para a glória do Criador, mas sem abusar dela e muito menos sentir-se autorizado a destruí-la. E, para todas as crenças religiosas, o ambiente é um bem fundamental (cf. ibid., 81).
    O abuso e a destruição do meio ambiente aparecem associados, simultaneamente, com um processo ininterrupto de exclusão. Na verdade, uma ambição egoísta e ilimitada de poder e bem-estar material leva tanto a abusar dos meios materiais disponíveis como a excluir os fracos e os menos hábeis, seja pelo fato de terem habilidades diferentes (deficientes), seja porque lhes faltam conhecimentos e instrumentos técnicos adequados ou possuem uma capacidade insuficiente de decisão política. A exclusão econômica e social é uma negação total da fraternidade humana e um atentado gravíssimo aos direitos humanos e ao ambiente. Os mais pobres são aqueles que mais sofrem esses ataques por um triplo e grave motivo: são descartados pela sociedade, ao mesmo tempo são obrigados a viver de desperdícios, e devem sofrer injustamente as consequências do abuso do ambiente. Estes fenômenos constituem, hoje, a difundida e inconscientemente consolidada «cultura do descarte».
    O caráter dramático de toda esta situação de exclusão e desigualdade, com as suas consequências claras, leva-me, juntamente com todo o povo cristão e muitos outros, a tomar consciência também da minha grave responsabilidade a este respeito, pelo que levanto a minha voz, em conjunto com a de todos aqueles que aspiram por soluções urgentes e eficazes. A adoção da «Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável», durante a Cimeira Mundial que hoje mesmo começa, é um sinal importante de esperança. Estou confiado também que a Conferência de Paris sobre as alterações climáticas alcance acordos fundamentais e efetivos.
    Todavia não são suficientes os compromissos solenemente assumidos, mesmo se constituem um passo necessário para a solução dos problemas. A definição clássica de justiça, a que antes me referi, contém como elemento essencial uma vontade constante e perpétua: Iustitia est constans et perpetua voluntas ius suum cuique tribuendi. O mundo pede vivamente a todos os governantes uma vontade efetiva, prática, constante, feita de passos concretos e medidas imediatas, para preservar e melhorar o ambiente natural e superar o mais rapidamente possível o fenômeno da exclusão social e econômica, com suas tristes consequências de tráfico de seres humanos, tráfico de órgãos e tecidos humanos, exploração sexual de meninos e meninas, trabalho escravo, incluindo a prostituição, tráfico de drogas e de armas, terrorismo e criminalidade internacional organizada. Tal é a magnitude destas situações e o número de vidas inocentes envolvidas que devemos evitar qualquer tentação de cair num nominalismo declamatório com efeito tranquilizador sobre as consciências. Devemos ter cuidado com as nossas instituições para que sejam realmente eficazes na luta contra estes flagelos.
    A multiplicidade e complexidade dos problemas exigem servir-se de instrumentos técnicos de medição. Isto, porém, esconde um duplo perigo: limitar-se ao exercício burocrático de redigir longas enumerações de bons propósitos – metas, objetivos e indicadores estatísticos –, ou julgar que uma solução teórica única e apriorística dará resposta a todos os desafios. É preciso não perder de vista, em momento algum, que a ação política e econômica só é eficaz quando é concebida como uma atividade prudencial, guiada por um conceito perene de justiça e que tem sempre presente que, antes e para além de planos e programas, existem mulheres e homens concretos, iguais aos governantes, que vivem, lutam e sofrem e que muitas vezes se veem obrigados a viver miseravelmente, privados de qualquer direito.
    A fim de que estes homens e mulheres concretos possam subtrair-se à pobreza extrema, é preciso permitir-lhes que sejam atores dignos do seu próprio destino. O desenvolvimento humano integral e o pleno exercício da dignidade humana não podem ser impostos; devem ser construídos e realizados por cada um, por cada família, em comunhão com os outros seres humanos e num relacionamento correto com todos os ambientes onde se desenvolve a sociabilidade humana – amigos, comunidades, aldeias e vilas, escolas, empresas e sindicatos, províncias, países, etc. Isto supõe e exige o direito à educação – mesmo para as meninas (excluídas em alguns lugares) –, que é assegurado antes de mais nada respeitando e reforçando o direito primário das famílias a educar e o direito das Igrejas e de agregações sociais a apoiar e colaborar com as famílias na educação das suas filhas e dos seus filhos. A educação, assim entendida, é a base para a realização da Agenda 2030 e para a recuperação do ambiente.
    Ao mesmo tempo, os governantes devem fazer o máximo possível por que todos possam dispor da base mínima material e espiritual para tornar efetiva a sua dignidade e para formar e manter uma família, que é a célula primária de qualquer desenvolvimento social. A nível material, este mínimo absoluto tem três nomes: casa, trabalho e terra. E, a nível espiritual, um nome: liberdade do espírito, que inclui a liberdade religiosa, o direito à educação e os outros direitos civis.
    Por todas estas razões, a medida e o indicador mais simples e adequado do cumprimento da nova Agenda para o desenvolvimento será o acesso efetivo, prático e imediato, para todos, aos bens materiais e espirituais indispensáveis: habitação própria, trabalho digno e devidamente remunerado, alimentação adequada e água potável; liberdade religiosa e, mais em geral, liberdade do espírito e educação. Ao mesmo tempo, estes pilares do desenvolvimento humano integral têm um fundamento comum, que é o direito à vida, e, em sentido ainda mais amplo, aquilo a que poderemos chamar o direito à existência da própria natureza humana.
    A crise ecológica, juntamente com a destruição de grande parte da biodiversidade, pode pôr em perigo a própria existência da espécie humana. As nefastas consequências duma irresponsável má gestão da economia mundial, guiada unicamente pela ambição de lucro e poder, devem constituir um apelo a esta severa reflexão sobre o homem: «O homem não se cria a si mesmo. Ele é espírito e vontade, mas é também natureza» (BENTO XVI, Discurso ao Parlamento da República Federal da Alemanha, 22 de setembro de 2011; citado na Enc. Laudato si’, 6). A criação vê-se prejudicada «onde nós mesmos somos a última instância (…). E o desperdício da criação começa onde já não reconhecemos qualquer instância acima de nós, mas vemo-nos unicamente a nós mesmos» (BENTO XVI, Discurso ao clero da Diocese de Bolzano-Bressanone, 6 de agosto de 2008; citado na Enc. Laudato si’, 6). Por isso, a defesa do ambiente e a luta contra a exclusão exigem o reconhecimento duma lei moral inscrita na própria natureza humana, que inclui a distinção natural entre homem e mulher (cf. Enc. Laudato si’, 155) e o respeito absoluto da vida em todas as suas fases e dimensões (cf. ibid., 123; 136).
    Sem o reconhecimento de alguns limites éticos naturais inultrapassáveis e sem a imediata atuação dos referidos pilares do desenvolvimento humano integral, o ideal de «preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra» (Carta das Nações Unidas, Preâmbulo) e «promover o progresso social e um padrão mais elevado de viver em maior liberdade» (ibid.) corre o risco de se tornar uma miragem inatingível ou, pior ainda, palavras vazias que servem como desculpa para qualquer abuso e corrupção ou para promover uma colonização ideológica através da imposição de modelos e estilos de vida anormais, alheios à identidade dos povos.
    Para isso, é preciso garantir o domínio do direito e o recurso incansável às negociações, aos mediadores e à arbitragem, como é proposto pela Carta das Nações Unidas, verdadeira norma jurídica fundamental. A experiência destes setenta anos de existência das Nações Unidas, em geral, e, de modo particular, a experiência dos primeiros quinze anos do terceiro milênio mostram tanto a eficácia da plena aplicação das normas internacionais como a ineficácia da sua inobservância. Se se respeita e aplica a Carta das Nações Unidas, com transparência e sinceridade, sem segundos fins, como um ponto de referência obrigatório de justiça e não como um instrumento para mascarar intenções ambíguas, obtém-se resultados de paz. Quando, pelo contrário, se confunde a norma com um simples instrumento que se usa quando resulta favorável e se contorna quando não o é, abre-se uma verdadeira caixa de Pandora com forças incontroláveis, que prejudicam seriamente as populações inermes, o ambiente cultural e também o ambiente biológico.
    O Preâmbulo e o primeiro artigo da Carta das Nações Unidas indicam as bases da construção jurídica internacional: a paz, a solução pacífica das controvérsias e o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações. Contrasta fortemente com estas afirmações – e nega-as na prática – a tendência sempre presente para a proliferação das armas, especialmente as de destruição em massa, como o podem ser as armas nucleares. Uma ética e um direito baseados sobre a ameaça da destruição recíproca – e, potencialmente, de toda a humanidade – são contraditórios e constituem um dolo em toda a construção das Nações Unidas, que se tornariam «Nações Unidas pelo medo e a desconfiança». É preciso trabalhar por um mundo sem armas nucleares, aplicando plenamente, na letra e no espírito, o Tratado de Não-Proliferação para se chegar a uma proibição total destes instrumentos.
    O recente acordo sobre a questão nuclear, numa região sensível da Ásia e do Médio Oriente, é uma prova das possibilidades da boa vontade política e do direito, cultivados com sinceridade, paciência e constância. Faço votos de que este acordo seja duradouro e eficaz e, com a colaboração de todas as partes envolvidas, produza os frutos esperados. Nesta linha, não faltam provas graves das consequências negativas de intervenções políticas e militares não coordenadas entre os membros da comunidade internacional. Por isso, embora desejasse não ter necessidade de o fazer, não posso deixar de reiterar os meus apelos que venho repetidamente fazendo em relação à dolorosa situação de todo o Médio Oriente, do Norte de África e de outros países africanos, onde os cristãos, juntamente com outros grupos culturais ou étnicos e também com aquela parte dos membros da religião maioritária que não quer deixar-se envolver pelo ódio e a loucura, foram obrigados a ser testemunhas da destruição dos seus lugares de culto, do seu patrimônio cultural e religioso, das suas casas e haveres, e foram postos perante a alternativa de escapar ou pagar a adesão ao bem e à paz com a sua própria vida ou com a escravidão.
    Estas realidades devem constituir um sério apelo a um exame de consciência por parte daqueles que têm a responsabilidade pela condução dos assuntos internacionais. Não só nos casos de perseguição religiosa ou cultural, mas em toda a situação de conflito, como na Ucrânia, Síria, Iraque, Líbia, Sudão do Sul e na região dos Grandes Lagos, antes dos interesses de parte, mesmo legítimos, existem rostos concretos. Nas guerras e conflitos, existem pessoas, nossos irmãos e irmãs, homens e mulheres, jovens e idosos, meninos e meninas que choram, sofrem e morrem. Seres humanos que se tornam material de descarte, enquanto nada mais se faz senão enumerar problemas, estratégias e discussões.
    Como pedi ao Secretário-Geral das Nações Unidas, na minha carta de 9 de agosto de 2014, «a mais elementar compreensão da dignidade humana obriga a comunidade internacional, em particular através das regras e dos mecanismos do direito internacional, a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para impedir e prevenir ulteriores violências sistemáticas contra as minorias étnicas e religiosas» e para proteger as populações inocentes.
    Nesta mesma linha, quero citar outro tipo de conflitualidade, nem sempre assim explicitada, mas que inclui silenciosamente a morte de milhões de pessoas. Muitas das nossas sociedades vivem um tipo diferente de guerra com o fenómeno do narcotráfico. Uma guerra «suportada» e pobremente combatida. O narcotráfico, por sua própria natureza, é acompanhado pelo tráfico de pessoas, lavagem de dinheiro, tráfico de armas, exploração infantil e outras formas de corrupção. Corrupção, que penetrou nos diferentes níveis da vida social, política, militar, artística e religiosa, gerando, em muitos casos, uma estrutura paralela que põe em perigo a credibilidade das nossas instituições.
    Comecei a minha intervenção recordando as visitas dos meus antecessores.
    Agora quereria, em particular, que as minhas palavras fossem como que uma continuação das palavras finais do discurso de Paulo VI, pronunciadas quase há cinquenta anos, mas de valor perene. «Eis chegada a hora em que se impõe uma pausa, um momento de recolhimento, de reflexão, quase de oração: pensar de novo na nossa comum origem, na nossa história, no nosso destino comum. Nunca, como hoje, (…) foi tão necessário o apelo à consciência moral do homem. Porque o perigo não vem nem do progresso nem da ciência, que, bem utilizados, poderão, pelo contrário, resolver um grande número dos graves problemas que assaltam a humanidade» (Discurso aos Representantes dos Estados, 4 de outubro de 1965, n. 7).
    Sem dúvida que a genialidade humana, bem aplicada, ajudará a resolver, entre outras coisas, os graves desafios da degradação ecológica e da exclusão. E continuo com as palavras de Paulo VI: «O verdadeiro perigo está no homem, que dispõe de instrumentos sempre cada vez mais poderosos, aptos tanto para a ruína como para as mais elevadas conquistas» (ibid.).
    A casa comum de todos os homens deve continuar a erguer-se sobre uma reta compreensão da fraternidade universal e sobre o respeito pela sacralidade de cada vida humana, de cada homem e de cada mulher; dos pobres, dos idosos, das crianças, dos doentes, dos nascituros, dos desempregados, dos abandonados, daqueles que são vistos como descartáveis porque considerados meramente como números desta ou daquela estatística. A casa comum de todos os homens deve edificar-se também sobre a compreensão duma certa sacralidade da natureza criada.
    Tal compreensão e respeito exigem um grau superior de sabedoria, que aceite a transcendência, renuncie à construção duma elite onipotente e entenda que o sentido pleno da vida individual e coletiva está no serviço desinteressado aos outros e no uso prudente e respeitoso da criação para o bem comum. Repetindo palavras de Paulo VI, «o edifício da civilização moderna deve construir-se sobre princípios espirituais, os únicos capazes não apenas de o sustentar, mas também de o iluminar e de o animar» (ibid.).
    O Gaúcho Martín Fierro, um clássico da literatura da minha terra natal, canta: «Os irmãos estejam unidos, porque esta é a primeira lei. Tenham união verdadeira em qualquer tempo que seja, porque se litigam entre si, devorá-los-ão os de fora».
    O mundo contemporâneo, aparentemente interligado, experimenta um crescente, consistente e contínua fragmentação social que põe em perigo «todo o fundamento da vida social» e assim «acaba por colocar-nos uns contra os outros na defesa dos próprios interesses» (Enc. Laudato si’, 229).
    O tempo presente convida-nos a privilegiar ações que possam gerar novos dinamismos na sociedade e frutifiquem em acontecimentos históricos importantes e positivos (cf. Exort. ap. Evangelii gaudium, 223). Não podemos permitir-nos o adiamento de «algumas agendas» para o futuro. O futuro exige-nos decisões críticas e globais face aos conflitos mundiais que aumentam o número dos excluídos e necessitados.
    A louvável construção jurídica internacional da Organização das Nações Unidas e de todas as suas realizações – melhorável como qualquer outra obra humana e, ao mesmo tempo, necessária – pode ser penhor dum futuro seguro e feliz para as gerações futuras. Sê-lo-á se os representantes dos Estados souberem pôr de lado interesses setoriais e ideologias e procurarem sinceramente o serviço do bem comum. Peço a Deus onipotente que assim seja, assegurando-vos o meu apoio, a minha oração, bem como o apoio e as orações de todos os fiéis da Igreja Católica, para que esta Instituição, com todos os seus Estados-Membros e cada um dos seus funcionários, preste sempre um serviço eficaz à humanidade, um serviço respeitoso da diversidade e que saiba potenciar, para o bem comum, o melhor de cada nação e de cada cidadão. Que Deus os abençoe!

    Fonte: VIOMUNDO

    quinta-feira, 24 de setembro de 2015

    Sujos. Plutocracia e sujos

    quinta-feira, 24 de setembro de 2015

    O escândalo Volkswagen visto de perto

    Por Flavio Aguiar, no site Carta Maior:

    Tudo começou com a melhor das intenções. Em meados de 2014, Peter Mock, militante do International Council of Clean Transportation, na Europa, decidiu fazer alguns testes para provar que os carros movidos a diesel poluíam menos do que os outros. Pôs-se na estrada com um deles, e ficou surpreso com o resultado: havia uma discrepância grande entre os índices de poluentes na estrada (o que compreende também ruas urbanas) e aqueles obtidos nos laboratórios de fiscalização. Por “laboratório” entenda-se uma situação que envolve circulação, mas em condições artificiais. Outra coisa é o carro nas mãos do cidadão comum, com dívidas a pagar (inclusive a do próprio carro), premido pelo tempo, espremido no trânsito (imagine em S. Paulo ou outra metrópole brasileira), reduzindo revisões e ajustes do motor, etc.

    Peter comunicou o fato a seu colega norte-americano John German. Este, por sua vez, resolveu fazer testes nos Estados Unidos, a partir da Universidade de West Virginia, uma das melhores no ramo tecnológico, nos Estados Unidos. Um dos carros escolhidos foi da Volkswagen. E a discrepância constatada era enorme, muito maior do que a europeia.

    O caso foi parar na Agência de Proteção ao Meio-Ambiente do governo federal, e daí seguiu ao Ministério da Justiça. No começo, a Volks norte-americana tergiversou. Apontou problemas técnicos, itinerários, etc. Mas muitos etc. depois, com o avanço das investigações, a poeira se dissipou e o problema veio à luz.

    A empresa instalara um software malicioso nos carros, que detectava quando o carro seria submetido a um teste (já que os modelos eram escolhidos ao acaso). Neste momento, o software malandro mudava o sistema de leitura, apresentando índices mais baixos de poluentes.

    Agora a Volks norte-americana vai ser processada, com uma indenização à vista que pode chegar a 18 bilhões de dólares. Além disto, teve de ordenar o recolhimento de 482 mil unidades de carros produzidos nestas condições. O CEO da empresa deu uma declaração que foi traduzida de diferentes maneiras, indo desde “nós fizemos bobagem” até “nós ferramos tudo”, embora eu imagine que, pelo menos em particular, ele tenha dito “we fucked it all over”.

    Mas o problema não parou aí. Diante das noticias, a Coreia do Sul, o Japão, a Alemanha, a França e a Itália começaram também a investigar. Um detalhe: os carros a diesel, nos Estados Unidos, representam 3% da frota. Na Europa, são 50%.

    De imediato, as ações da Volks caíram 20% nas bolsas, em um único dia, bolsas que, “nervosamente” como sempre, já estão pressionadas pela crise dos refugiados, da Grécia, etc. Outras empresas do setor também tiveram desvalorizações: a GM, a Ford, a Fiat Chrysler, a BMW, a Daimler-Benz, a Renault

    O diretor-presidente da VW alemã, a matriz, Martin Winterhorn, está sob pressão para renunciar, acusado de saber de tudo e não ter feito nada para parar o esquema.

    Graças à fraude, estima-se que esta frota de carros possa ter lançado um excedente de 1 milhão de toneladas de poluentes na atmosfera - por ano. Que poluentes? Sobretudo dois: o óxido de nitrogênio (NO) e o dióxido de nitrogênio (NO2). O primeiro causa danos ambientais, mas o segundo, além disto, causa danos às vias respiratórias dos seres humanos e outros bichos.

    Outro problema correlato (colateral, como os mercados gostam de dizer). A Volks está para a identidade coletiva alemã assim como a Petrobrás está para a brasileira e o xisburguer para a norte-americana, ou a baguete para a francesa. A pátria interior dos cidadãos da terra de Goethe está mortalmente ferida e mortificada. Já não bastava o caso interminável do aeroporto de Berlim, cuja construção não termina nem vai terminar em breve, tendo sido postergado sine die e sine preço, uma vez que parece haver partes que terão de ser demolidas e reconstruídas. Agora tingiram mortalmente a Alemanha sobre rodas, a empresa que, fundada no período nazista, em 1937, sobreviveu a ele, à Segunda Guerra, e tornou-se um símbolo do chamado “milagre alemão” do pós-guerra.

    Um fiasco de grandes proporções.

    Um detalhe

    O motor diesel foi inventado por um engenheiro alemão, embora nascido em Paris, em 1858, Rudolf Diesel. Seu pai era de Augsburg, na Baviera, para onde ele foi enviado, ficando na casa de um tio que era professor na Escola de Engenharia. Rudolf tornou-se engenheiro, e em 1890 mudou-se para Berlim, onde desenvolveu o motor que acabou levando seu nome. Em 1913 Diesel desapareceu, depois de embarcar no navio Dresden, na cidade de Antuérpia, na Bélgica, que seguia para Londres.Na noite em seguida ao embarque, em 29 de setembro, Diesel se recolheu a seu camarote, e nunca mais foi visto. Dez dias depois um cadáver em adiantada decomposição foi recolhido por um navio holandês perto da Noruega. O cadáver foi devolvido ao mar, mas alguns objetos foram recolhidos (caixa de óculos, um canivete, uma carteira de identidade, pílulas, uma carteira) e foram identificados por Eugene Diesel como pertencentes a seu pai. A estranha morte deu lugar a várias teorias conspiratórias sobre uma possível eliminação de Diesel por razões militares ou concorrência, mas a hipótese hoje aceita como mais provável é a de suicídio.



    * Publicado originalmente no Portal Inova ABCD


    Fonte: Blog do Miro
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    Air Aécio

    Menino do Rio voa com dinheiro dos mineiros

    publicado 23/09/2015
    E quer o impítim da Dilma. Quá, quá, quá!
    aécio neves.jpg
    Montagem










    Aecím ia para o Rio na quinta, no aviãozinho que o povo de Minas sustenta.

    Esperrrto, ele!

    Ele tem pavor de Belo Horizonte!

    Não tem praia!

    Não tem Leblon.

    Não tem Body-Tech.

    Saiu na Fel-lh:
    Soldadinho de Chumbo / Facebook










    Aécio usou avião de MG para ir 124 vezes ao Rio


    RANIER BRAGON
    AGUIRRE TALENTO
    DE BRASÍLIA

    O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), usou aeronaves oficiais para realizar 124 viagens ao Rio de Janeiro nos sete anos e três meses que governou Minas Gerais (2003-2010), de acordo com relatório produzido pelo atual governo mineiro, comandado pelo PT.

    O documento, feito para atender a requerimento originalmente realizado por um deputado estadual do PSDB, mostra uma média de 1,4 viagem por mês ao Rio e a outras cidades fluminenses, como Búzios e Angra dos Reis.

    A maioria das viagens foi entre quinta e domingo. Além disso, há em 2008 e 2009 seis passagens para Florianópolis, onde morava a namorada e hoje mulher do tucano, a ex-modelo Letícia Weber.

    A planilha informa, por exemplo, um deslocamento a São Paulo, Rio e Florianópolis em 19 de fevereiro, quinta da véspera do Carnaval. Colunas sociais de Florianópolis registraram fotos do então governador em uma festa acompanhado de Letícia.

    Fonte: CONVERSA AFIADA
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    Onde estão as explicações de Aécio sobre a farra aérea? Por Paulo Nogueira

    Postado em 23 set 2015
    O contribuinte mineiro ajudou neste namoro
    O contribuinte mineiro ajudou neste namoro
    Aécio é o real vampiro da política nacional. Ele simplesmente não suporta a luz do sol.
    Por luz do sol, entenda-se o seguinte: ser fiscalizado.
    Em seus anos no governo de Minas, ele simplesmente eliminou a fiscalização. Estava tudo dominado.
    E então ele fez coisas como o uso torrencial e privado do avião oficial de Minas, como se soube hoje.
    Apenas para o Rio, foram 127 voos, a maior parte perto do final de semana. Num Carnaval, o avião foi usado para levar Aécio a Florianópolis, onde morava sua então namorada e atual mulher, Letícia.
    Quer dizer: os contribuintes mineiros financiaram o namoro carnavalesco de seu festeiro governador.
    Certo de não ser cobrado, uma vez que obliterou a fiscalização mediante aparelhamentos, Aécio voou barbaridade e fez outras coisas indecentes, como colocar dinheiro público em rádios da família.
    Deve-se dar o nome correto a isso: é corrupção. Corrupção não é apenas cobrar propina.
    É também malversar o dinheiro do contribuinte em delinquências como estas que marcam Aécio.
    Você pode imaginar como seriam as coisas se ele se elegesse presidente. Ele reproduziria no Brasil o que fez em Minas. Seria uma grande festa de quatro anos para Aécio.
    E então você vê a grande mentira que foi a lorota do “choque de gestão”.
    Este o verdadeiro estelionato da campanha.
    Choque de gestão, uma expressão nascida nas empresas, começa nos bons exemplos dados pelos chefes.
    Quando o grupo Garantia deu um choque de gestão na velha Brahma, eliminou coisas como vagas garantidas na sede para a diretoria e uma série de mordomias que dividiam a empresa entre os poucos privilegiados e o resto.
    Choque de gestão impõe meritocracia, mas a legítima, em que as pessoas são escolhidas e promovidas pela sua capacidade, e não a de mentirinha de Aécio.
    Amigos, parentes, contraparentes: Aécio encheu a administração pública de Minas com eles, a começar pela irmã, Andrea.
    Num debate, numa mistificação monstruosa, Aécio tentou fazer de Andrea uma Madre Teresa que trabalhava de graça pelos mineiros. Era mais uma entre tantas mentiras que a imprensa amiga e cúmplice lhe permitiu contar aos brasileiros.
    Aécio precisa de proteção absoluta como aquela de que desfrutou em Minas, ou o sol entra e ilumina a forma como ele trata as coisas públicas quando no controle delas.
    É a patologia do vampiro, repito.
    Hoje, se tivesse caráter, ele dedicaria o dia a dar uma satisfação aos brasileiros sobre o escândalo aéreo em que está metido.
    Mas não.
    Como se não houvesse acontecido nada, ele está dando lições de moral que não são mais nem menos que aulas de descaro.
    Atualização: Aécio afirmou, depois deste texto, que usou os aviões oficiais por “razões de segurança”. Pausa para gargalhar, e como disse Wellington “quem acredita nisso acredita em tudo”.

    Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO

    quarta-feira, 23 de setembro de 2015

    Essa guerra ainda vai durar por muito tempo

    'Se a polícia não faz, vou continuar fazendo', diz morador de Copacabana

    Já morador do Jacaré de 18 anos e frequentador das praias rebate. 'Se ficar tirando onda de Iphone, de cordão, vai perder'

    Caio Barbosa e Tássia di Carvalho
    Rio - Um defende a agressão a ladrões. O outro a baderna e os roubos, mas também o direito de quem só vai "curtir a praia". A reportagem do DIA falou com os dois lados e constatou: o terror vivido por cariocas que frequentam a orla da Zona Sul está longe de terminar.
    "Tenho 50 anos, sou nascido e criado em Copacabana e dou aula de jiu-jitsu aqui e nos Estados Unidos. Sou contra esse negócio de juntar gente, formar milícia armada para pegar vagabundo, mas se tiver que pegar, eu pego mesmo. Não tem parada", disse Y., de 50 anos.
    Arrastão nas praias parece estar longe do fim
    Foto: Alexandre Brum / Arquivo / Agência O Dia 

    Segundo ele, a prática de agressão a ladrões é antiga e, apesar de se dizer contra grupos que agem para 'justiçar' vítimas, Y. diz agir com amigos para encarar criminosos. "Se a polícia não faz, eu vou continuar fazendo. Outro dia vi um deles roubando um pedestre e quebrei. Sempre quebrei. Desde moleque. Sou da turma da Constante Ramos e cresci assim. Se vejo pivete, bandido, alguém roubando, vou lá e encaro", revelou.
    O lutador disse que recentemente, ao lado de um amigo, agrediu um bando que praticava roubos. "Esses dias mesmo encarei uns dez. Eu e mais um. Ainda levei uma porrada com um pedaço de pau na cabeça, mas eu tenho corpo para isso e nem fez cócegas. Meu amigo perdeu os óculos, mas quebramos os dez. Mas não tem jeito. A gente pode continuar pegando, eles não param. A solução é uma só: polícia."
    Já X., de 18 anos, morador do Jacaré e frequentador das praias da Zona Sul, defende a baderna dentro dos ônibus, uso de drogas e até os roubos. "A gente vai à praia zoar da mesma maneira que o playboy vai para o show de rock, para a boate. Cada um com seus problemas. A gente vai fumando maconha no ônibus, com o corpo para fora da janela. Eles vão fumando, cheirando, tomando droga de playboy no carro do pai", comparou.
    Entretanto, ele se disse revoltado quando menores que não estão praticando crimes acabam pagando pelos que cometem os atos infracionais. "Tem gente que vai no bonde e não faz nada. Até porque quem faz sabe que está no erro. E se a polícia pegar, pegou. A revolta rola quando (a PM) pega moleque que não tem nada a ver. Uns vão para barbarizar, outros vão curtir a praia. E se pegar esses moleques, nego bola mesmo", falou.
    Anulando o direito de quem quer usar um celular ou qualquer pertence na praia, ele debocha das vítimas. "E na praia, se ficar tirando onda de Iphone, de cordão, vai perder. E a gente pega para zoar, para tirar onda. Se a diversão deles é ir para a Disneylândia, a nossa é fazer deles a nossa Disneylândia", avisa.

    Fonte: O DIA
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    Essa guerra ainda vai durar por muito tempo.

    Nos fins de semana nas praias ou em um dia qualquer pelas ruas da cidade.

    Sempre existirá algum jovem pobre mergulhado em uma profunda frustração, e tomado de inveja, por não poder consumir e usufruir dos símbolos de status e de sucesso alardeados diariamente  pelos meios de comunicação e pela indústria do entretenimento.

    Tenho e ostento, e assim sou um vencedor, tornou-se a lógica, quase um valor, do capitalismo dos tempos atuais.

    Aos que não tem, a frustração e o rótulo direto de perdedor e incapaz e até mesmo inútil.

    Quase uma sentença de morte.

    O capitalismo na sua expressão atual é uma máquina de produção de frustrados e invejosos.

    Ao mesmo tempo, para os supostamente bem sucedidos, já que podem usufruir de todos os símbolos de status e  de sucesso, solidifica-se uma aura de poder, acima da lei, já que o dinheiro e o status alcançado resolvem todos e quaisquer problemas que possam advir em meio a civilidade decadente dos grandes centros urbanos.

    Curiosamente, é a velha guerra de classes.

    As instituições, cada vez mais, tem sido contaminadas pelos valores do capitalismo atual, e, em se tratando das forças de segurança pública, o pobre é sempre suspeito e sempre criminalizado.

    Os jovens da zona norte da cidade do Rio de Janeiro sempre frequentaram as praias  do zona sul, deslocando-se em ônibus, trens e metrô.

    É um momento de diversão, gratuita, onde a festa e alegria ditam o programa.

    Em ônibus, sempre lotados , nos fins de semana esses jovens, em grupo, embarcam felizes, cantando para um dia de diversão gratuita,  em algo milagrosamente ainda não transformado em mercadoria.

    É uma das maneiras como expressam sua alegria, as vezes exagerada, mas apenas  a vontade de se divertir.

    Com sandálias, calção e até mesmo sem camisas, pois é mais fácil  para ficar a maior parte do dia , despreocupados, no mar, seja em piruetas com os amigos  ou banhando-se em águas nem sempre limpas, porém  democráticas, como deveriam ser as praias do Rio de Janeiro.

    Esse é um aspecto da cultura da zona norte da cidade que muitos cariocas desconhecem, ou se conhecem, rejeitam de forma preconceituosa.

    Por outro lado, jovens , também da zona norte, uma minoria, embarcam em transportes coletivos para um domingo na praia, no entanto, vão dispostos a cometer delitos já que não podem ter os mesmos bens que simbolizam status e sucesso.

    As pessoas atingidas, que tem seus pertences roubados por arrastões nas praias, tem todo o direito de externar sua indignação e exigir do estado um policiamento que garanta a segurança de todos .

    É direito do cidadão poder usar seu Iphone, um cordão de ouro na praia, ou em ruas próximas, sem que seja abordado por criminosos.

    Assim como é um direito do jovem da zona norte, de sandálias, calção e mesmo sem camisa e com pouco dinheiro se divertir nas praias da cidade, sem ser abordado como suspeito pela forças de segurança.

    A condição social das pessoas  não é motivo para  que a polícia do Rio de Janeiro determine que todos são suspeitos., como ao que parece, defendem alguns integrantes do Estado.

    Por outro lado, o capitalismo atual criou esse monstro da desigualdade, logo, se você, foi roubado na praia e não sofreu nenhum  tipo de lesão, você saiu no lucro e o ladrão também, já que o jovem que cometeu o furto está apenas passeando na Disneylândia possível para ele.

    Você vivo e ele se divertindo, todos no lucro.

    A lógica é perversa e injusta, ou como se diz no jargão policial e das comunidades, " o bagulho é muito doido" 

    No entanto, essa lógica, ou bagulho,  reflete em todos os níveis da pirâmide social  a essência do capitalismo atual, onde o Estado é cada vez mais fraco e as instituições reféns do dinheiro.

    Você fica revoltado, e com razão , por não poder usar os bens que conseguiu adquirir com  seu trabalho, no entanto, suas ideias e valores aprofundam  cada vez mais a desigualdade.

    Essa guerra ainda vai durar por  muito tempo.
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    Exemplo mundial, Bolsa Família aumenta permanência na escola

    Dados da PNAD e do IBGE apontam que o tempo de permanência na escola entre os mais pobres com até 21 anos aumentou em 36% entre 2003 e 2013.

    Os justiceiros do Brasil pariram uma versão da Ku Klux Klan

    Para combater os arrastões, alguns cariocas resolveram arregaçar as mangas e fazer o que Sheherazade chamou de 'compreensível': estão caçando 'marginais'.

     
    Fonte: CARTA MAIOR
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    O esforço universal por uma humanidade (?) estúpida

    estupidez

    Chega-me a matéria publicada hoje pelo site Starse, especializado em “startups” (novas empresas com projetos que representem inovações) que narra a decisão do governo australiano de fazer com que as “escolas substituam as disciplinas de História e Geografia por Programação de Softwares”.

    Não é preciso dizer, claro, que a Austrália, depois de muitos governos trabalhistas, tem hoje um governo neoliberal.

    O Ministro da Educação justifica a mudança como forma de atender a necessidade de “reforçar as competências digitais necessárias para ter sucesso no ambiente de tecnologia altamente competitivo do século 21″.

    Perfeitamente, é indispensável.

    Mas quem pode ser competitivo se não sabe de onde veio e em que mundo vive? Que mundo pode ser aquele dos camelôs de gadgets, de modernidades de camelô, da filosofia medida em dólares?

    O que aguarda uma geração que não sabe o que centenas de outras acumularam em conhecimento e descobertas – inclusive da Austrália?

    O conhecimento de tecnologia jamais prescinde do conhecimento da ciência, como a percepção de “marketing” jamais pode deixar de lado as raízes culturais, históricas, sociais.

    O Papa Francisco disse, há pouco tempo, que “o dinheiro é o esterco do Diabo”.

    Parece que se tornou mesmo, porque está fazendo escolas se tornarem “startups” de uma humanidade estúpida – se é que se pode chamar de humanidade a uma fauna imbecilizada – incapaz de reconhecer qualquer coisa que são seja dinheiro, tanto que este se torna dono dela, em lugar de ser o contrário.

    PS. A foto acima é do livro “Como me torney um estúpido”, nada estúpida e divertida obra de Martin Page, onde o protagonista, Antoine, se convence que o conhecimento é estúpido e a estupidez a grande sabedoria.

    Fonte: TIJOLAÇO