sábado, 4 de julho de 2015

Tempo de armações. Clima pesado

Governo e OAB reagem a manifestações de preconceito contra Dilma e Maju

A jornalista e a presidenta da República sofreram ataques raciais e sexistas

Caio Barbosa
Rio - O tempo fechou  nesta sexta-feira em praticamente todo o território brasileiro. A causa apontada foi uma onda de racismo, sexismo e preconceitos de toda a sorte que começou na noite de quinta-feira e atingiu em cheio a apresentadora da Rede Globo, jornalista Maria Júlia Coutinho justamente em 3 de julho, o Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial.

Pelas redes sociais, na página da internet do Jornal Nacional, cerca de 50 mensagens racistas ofenderam a apresentadora. A tempestade de crimes, no entanto, durou pouco. Rapidamente, uma massa de internautas saiu em defesa de Maju, apelido da jornalista que conquistou os telespectadores com carisma e simpatia.

A reboque da reação popular, o Ministério Público do Rio de Janeiro, por meio da Coordenadoria de Direitos Humanos, solicitou à Promotoria de Investigação Penal que acompanhe o caso, com rigor, junto à Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI).





Jornalista Maju Coutinho em depoimento no JN: “os preconceituosos ladram e a Majuzinha passa”
Foto:  Divulgação

O presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB, Marcelo Dias, lamentou o ocorrido e lembrou que o episódio não foi “apenas um fato isolado”, mas trata-se de um caso recorrente no país ainda marcado pelos séculos de escravidão.
“Estamos numa escalada de ódio racial avassaladora. Na próxima segunda, teremos uma reunião na OAB para decidir a melhor estratégia a usar. Infelizmente as polícias estão muito morosas nestes casos. É preciso dar um basta”, disse Marcelo Dias. O ativista Ivanir dos Santos também protestou e pediu às autoridades que aproveitem a repercussão do caso para tomar medidas exemplares na punição aos criminosos.

“O governo sabe o que tem de fazer. A Polícia Federal sabe o que tem de fazer. Chega de acharmos que é tudo brincadeira, tudo piadinha, tudo ironia. Estas pessoas precisam responder por estes crimes. Racismo é crime”, disse Ivanir.

À noite, no Jornal Nacional, a apresentadora comentou o lamentável episódio com a simpatia habitual e também pediu providências às autoridades, para que este tipo de comportamento seja extinto no país.
“Infelizmente, eu já lido com isso (racismo) desde que me entendo por gente. Sei dos meus direitos e acho que estas medidas têm de ser tomadas para evitar novos ataques não apenas a mim, mas também a outras pessoas. No entanto, queria dizer a estas pessoas que os comentários racistas ladram, mas a caravana passa”, disse Maju, prevendo um tempo melhor para ela própria a partir de agora.

Adesivos que humilham presidenta serão investigados
A onda de preconceito racial, intolerância e sexismo atingiu a presidenta Dilma Rousseff. Um adesivo ofensivo com uma montagem da presidenta de pernas abertase colocado nos tanques de gasolinas dos carros causou polêmicas nas redes sociais e revolta no governo federal, aliados e opositores.
A ministra Eleonora Menicucci, da secretaria de Política para as Mulheres, encaminhou uma denúncia ao Ministério Público Federal e ao Ministério da Justiça, com o objetivo de investigar e responsabilizar quem produz, divulga e comercializa os adesivos.

“É intolerável o material. Ele fere a Constituição ao desrespeitar a dignidade de uma cidadã brasileira e da instituição que ela representa, para a qual foi eleita e reeleita democraticamente”, destacou a ministra Eleonora.




Dilma Roussef: adesivos misógenos humilham presidente e todas as mulheres brasileiras. PF investiga
Foto:  Reuters


UFRJ mostra desigualdade racial no país

A UFRJ divulgou recentemente um Relatório das Desigualdades Raciais no Brasil, que aponta o e agravamento das diferenças entre negros e brancos. O estudo mostrou, por exemplo, que a probabilidade de um homem negro ser assassinado é mais do que o dobro se comparado a de um branco.
Entre as mulheres, a morte por homicídio entre as negras é 41,3% maior à observada entre as brancas.
A esperança de vida da população negra segue inferior à da população branca. Entre os homens o indicador não passou de 66 anos Já entre os brancos, chega a 72 anos. No estudo com as mulheres, a esperança de vida entre negras foi de 70 anos, abaixo dos 74 anos das brancas. A pesquisa também mostrou que o nível de escolaridade dos brancos ainda é muito maior do que entre os negros.

Glória Maria defende Maju
 
A jornalista Glória Maria, também da Rede Globo, e que apresentou os principais programas da emissora nas últimas décadas, saiu em defesa de Maria Júlia Coutinho. “O que eu digo para a Maju é que ela vá em frente e não desista nunca, porque é isso que os racistas querem, que a gente fraqueje e desista. Mas que ela fique mais forte com essa experiência e siga adiante”, disse Glória Maria à coluna de Bruno Astuto, da Revista Época.

A apresentadora contou que também sofreu racismo durante os dez anos em que apresentou o Fantástico, também da Globo. “Recebia os comentários por cartas e emails. Não era público e atingia a minha alma e meu coração. Hoje atinge o Brasil. A diferença é essa. Eu tinha que aguentar o tranco sozinha. Isso que ela está vivendo é a normalidade do brasileiro”, disse

Fonte: O DIA
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Gerson Carneiro: A hipocrisia da Globo ao “combater” o racismo

publicado em 05 de julho de 2015 às 18:00
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O livro de Kamel, o estereótipo do Zorra Total e a propaganda subliminar na novela com a perversidade de usar uma atriz negra

O samba do branquelo doido da Rede Globo
por Gerson Carneiro, no Facebook

Não. Eu não estou alcoolizado.
Ligo o computador e me deparo com o anúncio de que o “Jornal Nacional vai noticiar o caso de racismo contra Maju”.
Maju é Maria Júlia Coutinho, “a mulher do tempo” do Jornal Nacional.
Negra, funcionária da Rede Globo, assim como a atriz Juliana Alves (negra e funcionária da Rede Globo) porém, ambas aparecem em cena em situações antagônicas na tela da TV no meio desse povo.
Juliana Alves apareceu em cena fantasiosa da novela “Duas Caras” (aqui mais uma irônica ironia do destino, sim, bem assim mesmo com todo esse pleonasmo) lendo o livro do manda chuva do jornalismo da Rede Globo, Ali Kamel, intitulado “Não somos racistas”.
Maria Júlia Coutinho aparece como protagonista em cena real, e não fantasiosa, como vítima de racismo proveniente das redes sócias.
Apresento-lhes meu povo o verdadeiro samba do branquelo doido da Rede Globo: o diretor de jornalismo da Rede Globo, Ali Kamel, publica um livro intitulado “Não somos racistas”. Em seguida em novela da Rede Globo aparece uma jovem negra, funcionária da casa, fazendo propaganda do livro do manda chuva do jornalismo da empresa para a qual trabalha. Tempo depois o telejornal, sob direção do autor do livro, faz denúncia daquilo que o diretor nega existir.
E para completar, o funcionário do Kamel apresentador do Jornal Nacional, o TodoAliKamel, William Bonner, lança no twitter a hashtag “SomosTodosMaju”.
Observe meu povo como a Rede Globo se empenha em negar, e é uma exímia combatente anti racismo. Até mesmo em seus programas de humor, como o Zorra Total.
A Tonga da Mironga do Kabuletê Alá Ali Kamel.

Fonte: VIOMUNDO
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 Moro e os Processos de Moscou

Se o Golpe vencer, eles entregam o pré-sal na hora !



O Conversa Afiada publica artigo do professor Ignacio Delgado – contra o Golpe do Caiado na Fel-lha:

Os Processos de Moscou, o juiz (?) Moro e a mídia brasileira: traços totalitários de uma empreitada golpista.

Ignacio Godinho Delgado

A leitura recente de O homem que amava os cachorros, magnífico romance do cubano Leonardo Padura, trouxe-me de volta à mente as farsas judiciais montadas por Stalin na antiga URSS. Através do isolamento, chantagens, torturas físicas e psicológicas, dirigentes comunistas, militares, chefes de polícia, cientistas…, todos que representassem obstáculos ao processo de concentração do poder nas mãos de Stalin, confessavam crimes espetaculares e delatavam antigos companheiros por atividades anti-soviéticas. Antes e depois, o opróbio, a execração pública, por via de orquestrada campanha na imprensa e nos meios de comunicação.

Naturalmente que não vivemos estes tempos, embora certa direita, por ignorância ou má fé, pretenda ver riscos de comunização e bolivarianismo (seja lá o que isso for) em governos que, desde 2003, a par de promoverem medidas singelas, mas efetivas, de inclusão social, colocaram sempre em posições chave do Executivo representantes do agronegócio, do empresariado urbano e do capital financeiro, além de conduzirem uma política macroeconômica rigorosamente conservadora. Os elementos totalitários da situação brasileira não estão do lado do espectro político que tem o PT como principal expressão. Delações derivadas de isolamento e chantagem, antecipadas e seguidas de espetacular campanha para execração pública das pessoas supostamente atingidas (desde que ligadas ao PT e aos governos que lidera), partem sabidamente da articulação que reúne segmentos golpistas da oposição e a nossa velha mídia, sob controle das mesmas famílias que cumpriram triste papel em episódios cruciais da história brasileira, a exemplo de 1954, com a ação contra Vargas, e em 1964, com o apoio ao golpe.

Moro não é Stalin, nem Youssef, Roberto Costa e Ricardo Pessoa têm qualquer semelhança com Bukharin, Kamenev e Yagoda, para nomear alguns delatores nas duas situações apontadas acima. Stalin era o dirigente máximo de um regime totalitário. Moro é um apenas um peão no jogo da oposição. Seus métodos, contudo, obviamente em escala e intensidade infinitamente menor, são os mesmos, para propósitos diversos. Para Stálin, a preservação, a ferro e a fogo, de uma situação tirânica. Para Moro, o desgaste de um governo eleito legitimamente. Nos dois casos, contudo, procedimentos insustentáveis para qualquer abordagem jurídica civilizada, como o atesta o insuspeito Marco Aurélio Melo. Nos dois casos, a instrumentalização do Estado (para usar uma expressão cara à oposição), com organismos de investigação e personagens do Ministério Público (no Brasil alguns jovens e intocáveis procuradores, que não se constrangem de revelar simpatias oposicionistas), cumprindo um papel descaradamente político.

Os elementos totalitários da situação brasileira complementam-se com a identificação do inimigo do povo, que reuniria em si a capacidade de produzir todo o mal existente na sociedade. É o petista. Ele é o trotskista da URSS stalinista; o comunista, o judeu, o cigano, da Alemanha nazi. A corrupção é apontada como inerente à condição petista e só pode ser extirpada se seu hospedeiro também o for. Não importa que nos últimos anos tenha sido criado o Portal da Transparência, a Controladoria Geral da União, reequipada a Polícia Federal e acentuada sua autonomia e a do Ministério Público. Não importa que os delatores assinalem que alguns esquemas investigados tenham nascido antes da ascensão do PT ao governo federal (quando finalmente começam a ser investigados) e que um empresário tucano, relatando suas desventuras em licitações desde a ditadura militar, alerte que nunca se roubou tão pouco no Brasil, porque finalmente a corrupção está sendo investigada e punida (http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2014/11/1551226-ricardo-semler-nunca-se-roubou-tao-pouco.shtml). Não interessa debater as raízes institucionais da corrupção e fazer as reformas que possam debelá-las. Importa é execrar, submeter o petista ao opróbio, ensejando as manifestações fascistas que têm atingido diversos personagens ligados ao partido. Quando virá a primeira morte?

A direita brasileira sempre se valeu das denúncias de corrupção para atacar seus adversários trabalhistas, do PTB ao PT, dada a dificuldade de obter êxito eleitoral com suas propostas reais. Imaculados Aloysio Nunes, Aécio Neves, Ronaldo Caiado… Apenas com FHC, por conta do êxito do Plano Real na contenção da hiperinflação, as forças políticas cuja linhagem remonta à velha UDN venceram diretamente as eleições presidenciais. Jânio e Collor eram outsiders e nuclearam seu discurso eleitoral na abordagem moralista do tema da corrupção. Nenhum dos três enfatizou as disposições de acentuação da subordinação externa da economia brasileira e de dissolução do legado trabalhista, centrais à visão de mundo udenista e peessedebista. Nos últimos tempos, após três derrotas seguidas, tais forças têm dado vezo a atitudes intolerantes, o ovo da serpente do totalitarismo, estimuladas por uma mídia, cujos elos com o capital financeiro foram desvendados por estudo seminal de Francisco Fonseca (2005), e que, hoje, precisa mais que nunca do golpe, para salvar-se da insolvência anunciada, através de contratos polpudos com o governo, a exemplo do que ocorre em São Paulo (http://www.viomundo.com.br/denuncias/namarianews-governo-paulista-desova-mais-de-r-155-mi-na-abril-folha-estadao-istoe-epoca-e-panini.html).

O acirramento da última campanha eleitoral, o atropelo na condução da política de ajuste fiscal e a tragédia que é a comunicação do governo Dilma favoreceram o cenário de intolerância que hoje vivemos. Todavia, nos próximos meses não há coisa mais importante a fazer do que resistir ao golpe. Vitorioso, vai-se o Pré-Sal, o que nos resta de soberania nacional e parecerão suaves as dificuldades que hoje atingem o mundo do trabalho.

FONSECA, F. (2005) O Consenso Forjado – a grande imprensa e a formação da agenda ultraliberal no Brasil. São Paulo: Hucitec

Ignacio Godinho Delgado é professor de História e Ciência Política na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia-Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (INCT-PPED). Doutorou-se em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 1999, e foi Visiting Senior Fellow na London School of Economics and Political Science (LSE), entre 2011 e 2012.


Fonte: CONVERSA AFIADA
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A direção do Globo deve estar adorando as manifestações racistas contra  a moça do tempo do Jornal Nacional.

Afinal, Globo posa de vítima da intolerância que, de diferentes maneiras, a emissora incita ao longo de décadas, através de seu jornalismo e dos programas de sua grade, principalmente os humorísticos.

Em um momento de crise política no país, onde os setores mais retrógrados, inclusive Globo, costuram  de forma anti- democrática um golpe de estado com verniz de legalidade que tem por objetivo retirar da presidência da República  uma presidenta eleita democraticamente, nada melhor para que jornalistas e funcionários da emissora apareçam nas redes sociais em campanha contra a intolerância, o racismo e todas as formas de preconceito que explodem atualmente na sociedade brasileira.

Enquanto costura um gole , aparece como vítima da intolerância.

Cabe lembrar que o preconceito e a intolerância são marcas da emissora, a ponto de afastar de qualquer trabalho artístico o ator, já falecido, Rodolfo Bottino , pelo de fato de ser portador do vírus HIV.

Os casos de racismo tem crescidos no país, em todas as camadas sociais, sendo que os pobres são as maiores vítimas , e não se vê nenhum empenho de Globo  em combater tais práticas.

Já com a moça do tempo do Jornal Nacional...


Talvez a direção de jornalismo de Globo tenha escolhido propositalmente a moça para ser exposta em programa de maior audiência e , quem sabe, procurar tirar vantagens e posar como vítima.

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