segunda-feira, 20 de julho de 2015

Gases de efeito estufa batem recordes

Gases de efeito estufa batem recordes

Em 2014, os oceanos do mundo expandiram-se, os gases estufa bateram recordes e a temperatura da superfície do planeta atingiu o seu ponto mais quente.



reproduçaoEcoD / Envolverde


Os resultados constam do Relatório sobre o Estado da Temperatura de 2014, um estudo que examina temperatura, precipitação e eventos climáticos ao redor do mundo.

Um total de 413 cientistas de 58 países de todo o mundo contribuíram para o relatório, o 25º de uma série que se baseia em dados recolhidos pelas estações de monitorização ambiental e instrumentos em terra, água, gelo e no espaço.

O calor atingiu profundamente os oceanos e a atmosfera, e os cientistas alertam que o clima continua a mudar rapidamente em comparação à era pré-industrial – mudança que ainda não tem um fim à vista.

“Se fôssemos congelar os gases de efeito estufa nos seus níveis atuais, os mares continuariam a aquecer durante séculos, até milénios”, explicou à AFP o oceanógrafo Greg Johnson, do Laboratório Ambiental Marinho do Pacífico, ligado à Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA).

“E isso significa que quando eles aquecem, também se expandem e o nível do mar continuaria a subir”, afirmou Johnson numa teleconferência para discutir o relatório.

Imagem consistente’

Muitas das mesmas tendências verificadas nas últimas duas décadas continuaram em 2014.

“O dióxido de carbono, metano e óxido nitroso – os principais gases de efeito estufa libertados na atmosfera da Terra – mais uma vez atingiram concentrações médias recordes para o ano de 2014″, afirmou.

Entre os registos recordes de calor em todo o mundo, o leste da América do Norte foi a única região principal do mundo que experimentou temperaturas abaixo da média anual.

“A Europa teve o seu ano mais quente já registado por uma ampla margem, com cerca de duas dezenas de países batendo os seus recordes de temperatura nacionais anteriores”, informou o documento.

“Muitos países na Ásia tiveram temperaturas anuais entre as 10 mais quentes já registadas, a África teve temperaturas acima da média em quase todo o continente ao longo de 2014; a Austrália experimentou o seu terceiro ano mais quente já registado, após o calor recorde de 2013″.

Na América Latina, o México teve o seu ano mais quente já registado, enquanto a Argentina e Uruguai tiveram, cada um, o seu segundo ano mais quente já registado.

“É um quadro bastante consistente”, disse Thomas Karl, diretor dos centros nacionais da NOAA para Informação Ambiental.
Aquecimento dos oceanos
Os oceanos do mundo tiveram um recorde de calor no ano passado, e o nível do mar também esteve no seu nível mais alto nos tempos modernos.

“Devido tanto ao aquecimento do oceano e quanto ao derretimento do gelo, o nível do mar global também bateu o seu recorde em 201, 67 milímetros, maior do que a média anual de 1993″, quando as medições de satélite do nível dos oceanos começaram, disse o relatório.

Johnson explicou que os oceanos são uma boa medida do aquecimento global porque absorvem grande parte do calor e dióxido de carbono emitido pela queima de combustíveis fósseis.

Tendência irreversível

Infelizmente, mesmo que a humanidade tome medidas fortes para reduzir o uso dos combustíveis fósseis, a tendência não se reverteria tão cedo, apontou o investigador.

“Eu penso nisso mais como um volante ou um comboio de carga. É preciso um grande esforço para fazer funcionar”, comparou Johnson.

O relatório completo foi publicado no Boletim da Sociedade Meteorológica Americana. Os dados do estudo reforçam a necessidade de um acordo em nível global para a redução dos gases de efeito estufa – capaz de substituir o Protocolo de Kyoto – ser fechado em dezembro, quando representantes de 196 países estarão reunidos em Paris para a 21ª Conferência da ONU sobre Mudanças do Clima (COP21).


Fonte: CARTA MAIOR
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Semestre mais quente da história



Menino se refresca de um dia quente em Omdurman, Sudão. Foto: Banco Mundial/ Arne Hoel.


Primeiro semestre de 2015 teve temperatura 0,8 ºC acima da média e foi o mais quente desde 1880


Por Edgard Júnior, da Rádio ONU –


A Organização Meteorológica Mundial, OMM, alertou que o 1º semestre de 2015 foi o mais quente já registrado na história.


Citando dados da Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos, Noaa, a OMM afirmou que o mesmo aconteceu com o mês de junho, que registrou a temperatura mais alta até agora.


Recorde


A média global das temperaturas sobre a superfície terrestre e dos oceanos foi 0,8º C acima da média registrada no século 20, de 15,5º C e ultrapassou também o último recorde registrado em 2010.


A agência cita que a maioria dos territórios em todo o mundo estava muito mais quente do que a média durante os seis primeiros meses do ano. Essas regiões incluem quase toda a América do Sul, a Eurásia e a África além do oeste da América do Norte.


A Austrália também estava mais quente durante este mesmo período.


A agência diz que junho de 2015 marca o terceiro mês, este ano, a quebrar o recorde de temperatura, junto com março e maio.


Camada de Gelo


Mas os outros meses não ficaram muito distantes: janeiro e fevereiro ficaram em segundo lugar e abril foi o quarto mais quente desde que os dados começaram a ser registrados em 1880.


A camada de gelo no Ártico sofreu uma redução de 7,7%, para 906 mil Km ² se comparada à média entre 1981 e 2010, ano justamente em que ela atingiu a sua menor área.


No caso do polo Antártico, houve um aumento de 7,2% de sua área que chegou a 984 mil Km ².


O Centro de Clima de Tóquio, que usa uma metodologia um pouco diferente, informou que a temperatura média da superfície global subiu um pouco menos do que o índice indicado pela agência americana.





A Organização Meteorológica Mundial utiliza uma combinação de dados de várias agências para preparar o relatório anual sobre o Clima Global, que vai ser divulgado em novembro. (Rádio ONU/ #Envolverde)


Fonte: ENVOLVERDE
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Contra a Escravidão e a mudança do clima

A crise ecológica e a crise social se alimentam uma da outra.
                                        

Hidalgo, a que ousa !

Durante o encontro do Papa com os prefeitos das maiores cidades do mundo, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, filha de imigrantes espanhóis, fez um pronunciamento memorável, na linha do que o Papa disse na Bolívia, aos Movimentos Sociais.

(Não perca as entrevistas ao Conversa Afiada do Boff, Bosi e Comparato sobre esse tema que a Casa Grande e seus trombones amestrados no PiG colocaram no index. Não deixe de ver também que a Encíclica Laudato Si’ explodiu no colo do bláblá da Bláblárina.)

Na primeira fila desse encontro com o Papa e D. Claudio Hummes aparecem Fernando Haddad e Hidalgo.

Amigo navegante que lá esteve enviou uma copia do discurso de Hidalgo que aqui se resume, numa tradução (precária) do ansioso blogueiro.


Estou muito feliz de estar aqui e agradeço ao Papa o convite para tratar do tema “Escravidão e Mudança Climática”.

A degradação do meio ambiente e a degradação social remetem a uma mesma lógica de liberalização e mercadização dos objetos, dos recursos naturais e das pessoas humanas, hoje submetidas às leis do mercado ou do interesse imediato – e não mais a qualquer norma natural ou espiritual superior.

A crise que abala o nosso mundo é portanto global: econômica, social, ecológica e moral. É uma crise de civilização. O hiper-capitalismo financeiro, fundado sobre a busca do lucro insaciável de curto prazo, não é viável, nem esse produtivismo sem controle, cego, associado à exploração sem limites das pessoas e do meio ambiente.

(… )

A Igreja, hoje, tende a preencher, com uma força extraordinária, a sua missão de “consciência da mundialização”. Lideres políticos e religiosos devem manter um dialogo frutífero  … para renovar o laço entre o homem e a natureza, de que é parte integrante , para enfrentar a ideologia relativista, individualista e consumista que reina hoje.

(…)

… o trafico de seres humanos , sob múltiplas formas, atinge os mais frágeis…

As grandes cidades tem um papel importante no combate a esse trafico. Se elas concentram riquezas e dinamismo, elas abrigam também situações intoleráveis de trafico e escravidão, que muitas vezes, elas, as cidades, por sua densidade, tendem a dissimular.

(…)

A crise ecológica e a crise social se alimentam uma da outra. Foi por isso que a Igreja fez do meio ambiente uma preocupação central. Por isso, saúdo a encíclica Laudato Si’, cuja força extraordinária e inédita já ressoa no mundo inteiro e vai pesar no debate mundial sobre essa questão.

(…)

A mundilização liberal produziu grandes desastres. Não basta tratar disso: temos que ter a ambição de promover  um novo modelo e outros valores, a coragem de impor limites ao sistema atual e recuperar o sentido das grandes finalidades. Essa revolução será fruto de um diálogo renovado entre religião, ciência, política e sociedade civil. Temos um caminho comum a percorrer, que concilia o progresso social, em particular nos países mais pobres, e a preservação de nossa “casa comum”.

É assim que construiremos um novo mundo sobre os escombros do velho, um mundo que respeite mais a ecologia, um mundo mais justo e solidário. “


O Papa cumprimenta o prefeito de Roma, Ignazio Marin, e, logo em frente, Haddad de São Paulo. Ao lado dele, Anne Hidalgo, de Paris. Ainda na primeira fila, à direita, Bill de Blasio, de Nova York. À direita, na segunda fila, Márcio Lacerda, de Belo Horizonte. Ao fundo, na quinta fila, ACM Neto de Salvador e Gustavo Fruet, de Curitiba. À Direita, de perfil, de costas para o Papa, D Claudio Hummes, que foi Bispo de Santo Andre, e protegeu Lula, no regime militar, durante as greves. D Claudio nao é exatamente fã do Papa da Globo, D Odilo. E, presume-se, vice-versa. (Foto do Osservatore Romano)

Fonte: CONVERSA AFIADA

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