quinta-feira, 23 de julho de 2015

O homojornalismo da velha mídia

Brito bomba:

Fel-lha combina perguntas com Odebrecht !

O Estadão põe tarjas pretas no Cerra … a Fel-lha … Viva o Brasil !           

O Conversa Afiada reproduz artigo de Fernando Brito, no Tijolaço:

O que há debaixo das “tarjas brancas” do texto da Odebrecht ? A conversa com a Folha que “só fale para mandar recados”

O leitor CM fez o mesmo que Stanley Burburinho, que identificou o autor das “tarjas pretas” com que a Polícia Federal (ou o Estadão) ocultaram alguns nomes – e divulgaram outros – nos textos de e-mail contidos nos celulares do empresário Marcelo Odebrecht.

Desta vez, porém, tirou as tarjas brancas que apagam, no arquivo divulgado pelo Estadão, os trechos das páginas 23,24 e parte da 25 do relatório da Polícia Federal – arquivo do jornal aqui –  e nos permite saber do que elas tratam.

Mas o amigo leitor teve um trabalho que qualquer um pode fazer, sem qualquer conhecimento maior de informática.

Basta selecionar o texto “em branco” e colar num editor de texto ou mesmo no bloco de notas e…bingo! Lá está todo o “conteúdo secreto” que omitiram dos leitores.

E o que é?

Um belo exemplo do jornalismo “podemos tirar se achar melhor”…

São e-mails entre Marcelo e seus assessores combinando entrevistas, com conhecimento prévio do conteúdo – que beleza! – com a Folha de S. Paulo  que só serviria se fosse “para mandar recados”.

Transcrevo os “arquivos confidenciais de Polichinello”, para que os leitores possam ter acesso a tudo . Porque, se é pra vazar, não vamos usar o “método Ricúpero”, de esconder o que não interessa à mídia, não é? Apenas preservo o nome dos repórteres, que podem ter entrado de inocentes nessa história , simplesmente e aqui, ao contrário do que se faz na grande imprensa, não se acusa ninguém de algo se não estiver comprovado.

Os trechos “censurados” pelo Estadão, não têm, como se lerá, nada de ilegal, apenas o registro da intimidade e do favoritismo de Odebrecht na imprensa e o fato de, embora falem tanto de sua independência, ter sido feita com perguntas previamente formuladas e em nenhum momento citando a Lava-Jato.

Até mesmo o agente da Polícia Federal  que faz o relato diz que “(em) Marcelo e seus colaboradores, verifica-se a intenção de conceder a entrevista somente se as perguntas forem antecipadas e sem conteúdo polêmico. Inclusive Sergio Bourroul argumenta que só vale a pena a entrevista se for possível mandar recados, não mencionando para quem, nem que tipo de recado seria, inclusive instrui Marcelo a capitalizar a concessão da entrevista, dizendo que que “abriu uma exceção em consideração ao pedido da direção do jornal”.

Eis o que foi “cortado” (e não foi, mas apenas pintado de branco, para que não se lesse) no arquivo divulgado pelo Estadão.


Assunto: Entrevista Folha de São Paulo (Repórter “A” e
Repórter “B”),
Assistentes:
Localização: sala reuniões DP – 15º andar
Detalhes:
SB na coordenação.
Marcelo,
a primeira entrevista da série será com Abilio Diniz, a ser
publicada neste domingo, dia 24. A sua será a segunda, no
dia 31.
A reportagem estava aguardando as confirmações de Murilo
(Vale), Roberto Setubal (Itaú) e Joesley (JBS). Não sei se
emplacou todos.
Você receberá dois repórteres (A e B), que virão acompanhados de um fotógrafo.
Confirmado às 9h00 de amanhã e eu te acompanharei.
Abaixo, repasso os principais pontos que nortearão a
conversa:
O país deve crescer abaixo de 1% este ano e os anteriores
não foram muito melhores. Quais são os principais gargalos
que impedem o crescimento?
O que é preciso mudar para que os empresários voltem a
investir?
Na sua opinião, quais deveriam ser as três prioridades do
governo logo no primeiro ano?
Independente de quem venha a ser eleito, a previsão geral
é de um ajuste duro em 2015. Qual é a sua expectativa?
Os preços públicos, como gasolina, energia e tarifa de ônibus
estão represados. Qual seria a melhor estratégia para ajustar
a economia: um tarifaço logo de cara ou aumentos graduais?
O Banco Central vem fazendo intervenções no mercado para
segurar o real. O sr. acha que seria possível voltar ao câmbio
flutuante de fato ou isso teria um impacto muito forte sobre a
inflação?
O desemprego, que até agora estava controlado, começou a
aparecer aqui e ali. O sr. acha que pode haver uma onda de
demissões pela frente?
A campanha de Dilma se queixa de que o mercado faz
terrorismo eleitoral quando aposta contra ela na bolsa e que
não é a primeira vez que isso acontece no Brasil. Qual é sua
opinião? O mercado faz terrorismo?
O Supremo está a um passo de acabar com o financiamento
privado de campanhas políticas. Na sua opinião, isso é bom
ou ruim?
O setor privado vive pedindo ajuda do governo, como
benefícios fiscais e recursos do BNDES. Por que os
empresários no Brasil dependem tanto do governo?
Abs,
De: Marcelo Bahia Odebrecht
>
Data: 6 de agosto de 2014 22:19:14 BRT
Para: Sergio Bourroul
>
Cc: Daniel Villar
>,
Leonardo Sa de Seixas Maia
>,
Zaccaria Junior

Assunto: Re: pedido da Folha de S.Paulo
Ok
From: Sergio Bourroul
Sent: Wednesday, August 6, 2014 19:14
To: Marcelo Bahia Odebrecht
Cc: Daniel Villar; Leonardo Sa de Seixas Maia; Zaccaria Junior
Subject: Re: pedido da Folha de S.Paulo
Marcelo,
A sugestão de DV é boa.
Você fala se o repórter antecipar as perguntas. Vou solicita-las, ok?
E capitalizar dizendo que vc abriu uma exceção em
consideração ao pedido da direção do jornal.
Enviada do meu iPhone
Em 06/08/2014, às 19:05, “Marcelo Bahia Odebrecht”
>
escreveu:
Se fosse uma entrevista apenas minha (e não uma serie) e
como foco geral em nós, eu negaria. Não apenas pelo
momento, como porque temos negado para todos.
Mas se o foco eh nas prioridades para o País nos próximos
anos, e não em nós, e como parte de uma série de poucos
empresários, minha tendência seria aceitar.
From: Daniel Villar
Sent: Wednesday, August 6, 2014 18:58
To: Sergio Bourroul; Marcelo Bahia Odebrecht
Cc: Leonardo Sa de Seixas Maia; Zaccaria Junior
Subject: RES: pedido da Folha de S.Paulo
Marcelo,
O que acha da demanda abaixo?
Já fui mais reativo no passado recente a uma participação
sua, mas pelo contexto descrito pela CDN, e pela provocação
de SB, pode haver espaço para mensagens da Organização,
desde que enviem previamente as perguntas e que as
mesmas não sejam politizadas.
De: Sergio Bourroul
Enviada em: terça-feira, 5 de agosto de 2014 19:11
Para: Daniel Villar
Cc: Leonardo Sa de Seixas Maia; Zaccaria Junior
Assunto: RES: pedido da Folha de S.Paulo
Daniel,
Favor avaliar a solicitação abaixo, da Folha de S. Paulo. Acho
que devemos preservar MO, mas é possível que ele queira
aproveitar para mandar algum recado. O repórter garante que
não haverá questionamentos polêmicos e que envolvam
diretamente a Odebrecht (Petrobras, BNDES, contratos,
doação para campanha, preferências políticas etc). Quer
apenas abrir espaço para a opinião de MO sobre os gargalos do crescimento

do Brasil e as prioridades do próximo governo.
Só vale se for para mandar recados. Caso contrário,
declinamos com tranquilidade.
Obrigado,
Abs,
De: Zaccaria Junior
Enviada em: terça-feira, 5 de agosto de 2014 18:58
Para: Sergio Bourroul
Cc: Leonardo Sa de Seixas Maia; Elea Cassettari Almeida
Assunto: pedido da Folha de S.Paulo
Sérgio, o “repórter A“  da Folha me procurou. Ele informou que o jornal
vai aproveitar o período pré-eleitoral para discutir o futuro do
país por meio de uma série de entrevistas com os principais
empresários brasileiros. Eles devem abordar quais serão os
desafios do próximo governo, independente de quem venha a
ser eleito, para o país voltar a crescer, recuperar o otimismo,
atacar os gargalos que , segundo eles, “impedem o país de
deslanchar”. Palavras do “repórter A“ : “A ideia é publicar uma
entrevista por semana, como parte de uma série, e
preparamos uma lista com os empresários mais respeitados
do país. O jornal gostaria muito de contar a seus leitores o
que o Marcelo Odebrecht pensa disso. A retomada do
crescimento passa por mais investimentos e portanto pelo
setor de infraestrutura e a Odebrecht tem tido um papel
central nessa área. Nossa ideia é começar a publicar as
entrevistas já no início deste mês. Estamos convidando
Roberto Setúbal, Luiz Carlos Trabuco, Murilo Ferreira, Abilio
Diniz, Pedro Passos, entre outros. Mas é uma lista restrita.”
Sérgio, acrescentando, David contou ainda que o secretário
de redação (…)passou na mesa dele dia desses
para falar das entrevistas e perguntou: “E o Marcelo
Odebrecht, que seria a cereja do bolo?”. Mais uma vez,
palavras do David: “Queria que vocês soubessem e reafirmar
que uma entrevista com ele teria espaço nobre e seria bem
tratada”.
Abs,
Zacca


Fonte: CONVERSA AFIADA
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Quer dizer que Augusto Nunes impõe perguntas dele mesmo aos entrevistadores?

Por Paulo Nogueira

Assistencialismo editorial
Assistencialismo editorial


Soubemos, há algumas semanas, que é Ali Kamel o autor das perguntas feitas pelos apresentadores nos telejornais da Globo.

A informação foi dada pela jornalista Mariana Godoy, feliz agora por ela mesma poder ao menos formular suas questões, longe da Globo.

Nem Bonner, disse ela, escapa das perguntas de Kamel.

Dado que Kamel é o celebrado autor da tese de que não somos racistas, não é animador reproduzir, ao vivo, as questões que ele elabora no bastidor.

Mas agora outra notícia aparece na mesma área.

Augusto Nunes aparelhou de tal forma o Roda Viva que ele, como moderador, pode fazer secretamente perguntas que serão lidas por entrevistadores.

A revelação foi dada por uma vítima de Augusto, uma jornalista da Veja que passou por um ridículo nacional ao fazer uma pergunta absolutamente descabida ao escritor cubano Leonardo Padora.

O vídeo viralizou, tamanha o contraste entre a boçalidade da questão e a esperteza da resposta.

A porta-voz de Augusto Nunes começou a falar em fome e miséria em Cuba, sem nenhum conhecimento de causa.

Ouviu, primeiro, que ninguém deve falar da realidade de um país sem vivê-la. Depois, que numa quadra de São Paulo existe mais fome que em toda Cuba.

Se a repórter, ou melhor, se Augusto Nunes lesse o básico sobre Cuba não cometeria tal estupidez.

Cuba tem múltiplos problemas, mas fome não é um deles. Prova disso são os indicadores de saúde do país, entre os melhores do mundo.

Nenhum país faminto tem a expectativa de vida de Cuba, quase 80 anos para homens e 82 para mulheres.

Isso é bem mais que o Brasil, na casa dos 70, e mais até que os Estados Unidos.

Há um ponto curioso no papel de fornecedores de perguntas de Kamel e de Nunes.

Fazer o que eles fazem é uma atitude extraordinariamente assistencialista. E assistencialismo é uma das maldições da humanidade segundo o pensamento conservador de ambos.

Ensine a pescar, em vez de dar o peixe.

Aplicado a entrevistas jornalísticas, isso significa: ensine a fazer perguntas em vez de entregá-las prontas ao repórter.

Poucas coisas são mais desmotivadoras, para um entrevistador, do que dizer o que lhe mandaram dizer.

Você perde o controle de tudo.

Fora tudo, fica o seguinte. Se o chefe acerta, tudo bem. Mas se ele erra, como fez Augusto Nunes ao colocar por terceiros Padura contra a parede, o vexame é seu.

Caso se torne público o caso, como este se tornou, você é tratado não apenas como idiota, mas como teleguiado.

Não é fácil a vida nas redações hoje em dia. Você tem que reproduzir, apenas, os interesses dos donos.

E essa rotina se torna patética quando, além do mais, você é obrigado a fingir que são suas perguntas elaboradas por gênios como Kamel e Nunes.

Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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O Globo e a arte da calúnia


Da coluna "Notas Vermelhas", no siteVermelho:

A mídia hegemônica brasileira, sistema Globo à frente, prossegue a sua cantilena udenista, cujo enredo simplista engana muita gente. 

Este enredo tem como base a seguinte fábula: acabou a impunidade no Brasil e em pouco tempo o PT e o Lula, que inventaram a corrupção, serão criminalizados. Segue trecho de um colunista amestrado do segundo escalão do jornal O Globo, na edição desta segunda-feira (20): “Os donos do poder não estão mais acima das leis. A transparência de uma sociedade aberta assusta mentes retrógradas que se habituaram à subserviência e à impunidade (...) Barbosa e Moro decretam o fim da impunidade para os donos do poder”.

Sem dúvida é uma fábula edificante. Contudo, é bom que se esclareça que o articulista, ao se referir a “poder” não inclui nesta categoria os donos dos meios de comunicação, governantes ou políticos ligados ao PSDB e magnatas do mercado financeiro, todos eles protegidos pela cumplicidade de um aparelho policial e judiciário ocupado em boa parte por convictos direitistas confortavelmente embalados pela hipocrisia de uma mídia venal e intocável. O comendador da Globo, os delegados aecistas e outros tantos exemplos comprovam estes fatos.

Um colunista amestrado e sua obsessão

Nesta mesmo edição de O Globo, outro colunista amestrado, este do primeiro escalão, Ricardo Noblat, depois de apresentar como ilustração em sua coluna a cabeça da presidenta Dilma cortada em uma bandeja, traz agora uma charge com a foto do ex-presidente Lula ao lado de Cunha e Collor, todos vestidos como os personagens "Irmãos Metralha", com sacos de dinheiro na mão e fugindo de uma viatura policial. 

Um fato “irrelevante”: Lula de nada é acusado e o inquérito aberto contra o ex-presidente pelo Ministério Público Federal pode ou não redundar em alguma acusação, desfecho que ainda não conhecemos (ou talvez os irmãos Marinho já conheçam e já tenham até prometido ao promotor Valtan Timbó Mendes Furtado uma medalha igualzinha a que o Moro ganhou). Segundo diversos juristas, o inquérito é risível, aborda fatos ocorridos quando Lula já não exercia qualquer cargo público e fica nítida a motivação meramente política do procedimento. De qualquer maneira O Globo agora adota um padrão ainda mais elevado no seu jornalismo, antes condenava quem não tinha sido julgado e agora condena antes mesmo de qualquer acusação.

Sobre caluniadores e as ilusões

Publicar uma charge do ex-presidente Lula como um bandoleiro, comparando-o a Cunha e a Collor, não tem qualquer justificativa e faz de O Globo um reles panfleto caluniador movido pelo desejo de vingança política contra um líder popular que derrotou os candidatos apoiados pela família Marinho em quatro sucessivas eleições presidenciais. 

Se existe um lado bom nisto tudo, e sempre existe, é que visões idílicas sobre “transições suaves” e outros mitos que tanto ajudaram a desarmar politicamente a esquerda, perdem cada vez mais espaço diante da virulência de uma direita neofascista que ataca com fúria mesmo os sociais-democratas mais moderados. Abandonar ilusões é uma coisa sempre útil, quando se trata de enfrentar a realidade concreta, pois como dizia Fernando Pessoa: “Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos”.
Fonte: A JUSTICEIRA DE ESQUERDA
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lobby ou cunha?

Primeiro-ministro de Portugal desmente matéria de 'O Globo' contra Lula

Pedro Passos Coelho afirmou à imprensa portuguesa: "O ex-presidente Lula da Silva não me veio meter nenhuma cunha para nenhuma empresa brasileira"
por Redação RBA publicado 20/07/2015 16:40, última modificação 20/07/2015 17:28
 
Pedro Passos Coelho afirmou à imprensa portuguesa: "O ex-presidente Lula da Silva não me veio meter nenhuma cunha para nenhuma empresa brasileira"
pedro_passos_coelho.jpg
Coelho: "Não me veio dizer: há aqui uma empresa que eu gostava que o senhor, se pudesse, desse ali um jeitinho"
São Paulo – O primeiro-ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, desmentiu hoje (20) matéria do jornal O Globo, publicada ontem (19), sobre suposto lobby do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em favor da construtora Odebrecht. "O ex-presidente Lula da Silva não me veio meter nenhuma cunha para nenhuma empresa brasileira", afirmou o primeiro-ministro à imprensa portuguesa.
"Para ser uma coisa que toda a gente perceba direitinho, é assim. Não me veio dizer: há aqui uma empresa que eu gostava que o senhor, se pudesse, desse ali um jeitinho. Isso não aconteceu. E nem aconteceria, estou eu convencido, nem da parte dele, nem da minha parte", afirmou também o primeiro-ministro português.
A expressão “meter uma cunha” a que Coelho se refere significa em Portugal “fazer lobby” e se fosse dita por aqui daria margem a interpretações ambíguas em razão de o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), vir atuando em sua gestão com mão pesada em favor dos interesses conservadores. Não demoraria para que “meter uma cunha” por aqui ganhasse muitos significados sobre o comportamento pouco democrático do presidente da Câmara.
De acordo com a reportagem do jornal, o pedido de Lula em favor da Odebrecht teria relação com a privatização da Empresa Geral de Fomento (EGF), de Portugal. Em nota divulgada ontem, a assessoria de imprensa do Instituto Lula acusou o jornal da família Marinho de omitir informações sobre o assunto. “O jornal O Globo não se atenta aos fatos e faz distorções para prejudicar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.”

Fonte: REDE BRASIL ATUAL
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Um entrevista que aparece no Jornal Folha de SP teve as perguntas e respostas combinadas previamente entre entrevistador e entrevistado, em uma perfeita suruba jornalística.

No programa de entrevista da TV Cultura de SP, Roda Viva, os entrevistadores fazem somente perguntas previamente determinadas pelo moderador do programa.

No grupo Globo segue a fábula de que a impunidade acabou e o PT é o único responsável por tudo de errado e criminoso que acontece no país.

O jornalismo da velha mídia , no caso de Globo, foi desmentido até mesmo em além mar pelo primeiro ministro de Portugal.

Uma ex-jornalista da TV Globo, hoje na Rede TV, disse que na TV Globo as perguntas aos entrevistados são formuladas pelo Diretor da Emissora.

No futebol da TV Globo, os comentaristas da emissora são proibidos de criticar horários dos jogos.

Jô Soares, em seu programa de entrevistas na TV Globo, resolveu fugir ao script da emissora ao não atacar a presidenta Dilma em entrevista e com isso foi até ameaçado de morte por hitlernautas alinhados com a velha mídia.

O jornalismo acabou ?

Deve estar se perguntando o caro leitor.

Não, o jornalismo não acabou e esse tipo de imprensa e de jornalismo abordado nos artigos acima sempre existiu.

É um homojornalismo, já que a grande maioria dos maiores e mais influentes veículos de mídia do Brasil tem o mesmo lado político e publicam somente o que interessa ao grupo.

Esse homojornalismo cria realidades e fábulas apresentando como sendo a  realidade dos fatos, das pessoas e do país.

Na Venezuela Bolivariana  de Hugo Chávez, o então presidente percebendo o alinhamento anti governo de toda a mídia privada local , resolveu agir e criar mídias públicas para equilibrar o noticiário.

Foram criados jornais impressos , emissoras de rádio e emissoras de TV.

Aqui no Brasil, ao contrário, o governo assiste a velha mídia manipular, omitir e  inventar notícias fazendo com que a população acredite que a crise mundial civilizacional, que também afeta o Brasil, é culpa única e exclusiva dos governos do PT.

Ignacio Ramonet: Maior batalha da esquerda na América Latina é contra 'golpe midiático'

24 julho, 2015 - 09:45 — Vivian Fernandes

Ao abrir evento que comemora os dez anos de existência da emissora Telesur, jornalista falou sobre comunicação e avanço da esquerda na região.
24/07/2015

Por Pedro Aguiar
Do Opera Mundi 

O maior confronto enfrentado na América Latina atualmente é “a batalha midiática”, desde pelo menos o ano de 2002, quando a tentativa frustrada de derrubar Hugo Chávez na Venezuela deu início a um novo tipo de golpe de Estado, o “golpe midiático”, transferindo aos meios de comunicação privados o papel de partido político nas oposições aos governos da “guinada à esquerda”.
A avaliação foi feita pelo jornalista e professor Ignacio Ramonet, ex-editor do jornal Le Monde Diplomatique, na palestra de abertura do congresso “Comunicação e Integração Latino-Americana”, realizado entre os dias 22 e 23 de julho em Quito, capital do Equador.
Organizado pelo Ciespal (Centro Internacional de Estudos Superiores da Comunicação para a América Latina), o evento comemora nesta sexta-feira (24/07) os dez anos de fundação da Telesur, canal multinacional de televisão mantido por diversos governos da região. Fundada por iniciativa de Chávez três anos após o golpe fracassado, a emissora nasceu com o papel de promover uma alternativa na cobertura das notícias latino-americanas, feita por jornalistas e comunicadores da própria região.

 
Ex-editor do 'Le Monde Diplomatique', Ignacio Ramone - Agência Andes (arquivo/2012) 
“Nos últimos 15 anos, todos os governos progressistas que chegaram ao poder democraticamente na região vêm sendo mantidos por via eleitoral. Nenhum deles foi derrotado nas urnas. Por isso, a resistência à mudança vem sendo cada vez mais brutal, apelando para novos tipos de golpes, alguns com fachada judicial, parlamentar, e sempre com forte ajuda da mídia”, disse Ramonet, lembrando os casos do Paraguai, Honduras e investidas recentes na Argentina e no Brasil.
Ao lado de Ramonet, a presidente da empresa, Patricia Villegas, lembrou que as principais coberturas do canal até agora foram justamente em países que não participam do consórcio, como a campanha militar contra a guerrilha das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e o golpe contra o presidente Manuel Zelaya, em Honduras, em 2009.
“Naquele momento, o mundo só pôde acompanhar o que acontecia em Honduras, minuto a minuto, graças ao sinal da Telesur. Porque as emissoras privadas globais ou não estavam lá, e as que estavam preferiam ignorar”, disse.

Para Ramonet, o grande mérito da Telesur ao longo dessa década foi oferecer “uma outra leitura” sobre os acontecimentos da América Latina e do mundo, fugindo das perspectivas de redes privadas como CNN e Fox News que, para ele, seguem praticamente a mesma linha.
“Estou convicto de que a CNN vai desaparecer, não por falta de capital, mas por falta de audiência”, previu Ramonet, falando por teleconferência desde Caracas para a plateia de jornalistas, intelectuais e estudantes reunida no auditório equatoriano. “A Telesur não tem concorrência. Esse é o sonho de qualquer canal. Porque as outras fazem mais ou menos a mesma coisa”.

'Convergência digital'

Segundo o jornalista — que é espanhol mas vive radicado na França desde 1972 —, a maior mudança na comunicação nos últimos dez anos foi a integração das várias plataformas, a chamada “convergência digital”: smartphones, tablets e computadores, que roubaram da televisão o posto de tela principal da mídia. E, se antes as inovações tecnológicas estouravam primeiro nas cidades ricas da Europa e dos EUA, aponta Ramonet, agora já são disseminadas simultaneamente nas grandes metrópoles da América Latina e de outras regiões em desenvolvimento.
“As novas plataformas abandonam a continuidade que obrigava o espectador a assistir tudo linearmente; agora ele pode ver o que quiser, na ordem que quiser. Os canais que se adaptarem melhor são os que têm mais chance de sobreviver”, aponta.
Patricia Villegas enfatizou que a adaptação às novas plataformas é uma de suas maiores preocupações da Telesur. “Não adianta fazer conteúdos-espelho, que se repetem de forma idêntica na TV, na web, no Facebook, no Twitter. Os conteúdos precisam ser complementares e diferentes, porque o público os consome de formas diferentes”, disse ela.

 
Congresso de comunicação - Quito Foto: Divulgação/Ciespal 
Além do décimo aniversário, completado nesta sexta-feira, dia 24 de julho, a Telesur celebra também um ano desde o início da produção de conteúdos em inglês. “Não estamos traduzindo informações, mas produzindo diretamente em inglês”, enfatizou Patricia Villegas. Segundo ela, a entrada na esfera anglófona sinaliza a intenção da empresa em ampliar sua presença global. Por enquanto restrita ao site e às redes sociais, a Telesur em inglês espera iniciar em breve transmissões também como canal de televisão, com sede em Quito.

Sul geopolítico

“Na América Latina, vários intelectuais e lideranças políticas têm o vício de só ver a relação regional com o 'gigante do norte', os Estados Unidos. Mas também é extremamente importante considerar nossa relação com a China, a África, o Oriente Médio. A Telesur tem a tarefa de transportar a missão progressista da América Latina para o resto do mundo”, disse Ramonet.
Justamente por isso, Villegas diz que o canal continua expandindo seu universo de pautas para outras regiões, como o ataque da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte, a aliança militar ocidental) na Líbia, em 2011, e mais recentemente na crise financeira da Grécia, quando o canal enviou jornalistas para Atenas e investiu na cobertura ao vivo. “Às vezes perguntam aos nossos repórteres: 'O que vocês estão fazendo aqui?'. Estamos aqui porque a nossa ideia de 'sul' não é apenas geográfica, mas principalmente geopolítica. Enxergamos a informação como um serviço, e não como mercadoria”.
“Durante muito tempo na América Latina, o jornalismo era um privilégio das emissoras privadas, e as TVs públicas ficavam relegadas à programação educativa, cultural e folclórica. Daí a importância de investir em produzir informação numa tela pública. Não se trata de um monólogo do Estado, mas de dar voz também aos grupos comunitários, como indígenas e afrodescendentes, contra a folclorização dessas comunidades”, concluiu Patricia Villegas.

Da teoria à prática

A proposta do congresso em Quito é ser não apenas acadêmico, mas também proporcionar a troca de experiências práticas em jornalismo e gestão de mídia voltada para a integração regional, ambos sob uma perspectiva crítica. A ideia é que professores, intelectuais e estudantes de fato dialoguem com jornalistas, diretores de emissoras e agências de notícias e gestores públicos do setor.
“É fundamental a teoria que reflete sobre a prática para dar-lhe sentido e compreender melhor a realidade para fazer diferente”, comentou Ramonet.
O diretor do CIESPAL, o espanhol Francisco Sierra, lembrou na fala de abertura que a tentativa de descrédito sobre a Telesur e outras mídias públicas, assim como contra as iniciativas de regulação e democratização da mídia pelos governos da “guinada à esquerda”, lembra muito o ataque da mídia privada feito contra a campanha da Nova Ordem Mundial da Informação e Comunicação (NOMIC) e o Relatório MacBride da Unesco (Órgão da ONU para Educação, Ciência e Cultura), entre os anos 70 e 80.
Ele recordou o legado do comunicólogo boliviano Luis Ramiro Beltrán, falecido na semana passada, que não apenas teorizou sobre a comunicação latino-americana, mas ajudou a promover fóruns e encontros internacionais para criar iniciativas práticas de alternativas midiáticas na região naquela mesma época.
Nos dois dias do evento, também estarão presentes outros nomes do pensamento crítico da região, como o argentino Atilio Borón, do Clacso (Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais), e o colombiano Omar Rincón, do Ceper (Centro de Estudos de Jornalismo, em espanhol). Mais de 60 trabalhos acadêmicos foram inscritos para apresentação. Entre eles, o do geógrafo André Pasti, doutorando pela Universidade de São Paulo, que discutirá a trajetória das lutas pela democratização da comunicação no Brasil.
“É importantíssimo aprendermos e nos inspirarmos com os processos de democratização da comunicação em curso em outros países da América Latina. O congresso permite esse diálogo”, disse Pasti a Opera Mundi.

Fonte: BRASIL DE FATO

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