quarta-feira, 15 de julho de 2015

Os estercos, as latrinas e os babacas

Antes de zerar morte por tráfico, Uruguai proibiu programas policiais

Mujica vetou a exibição de atrações similares ao 'Cidade Alerta' das 6h até 22h, justificando que tais programas promovem atitudes violentas.

Igor Carvalho - CUT


reprodução
Incrédulo, o Brasil assistiu, ao vivo, um policial disparar quatro tiros contra dois jovens que já estavam rendidos após longa perseguição de moto. As imagens foram transmitidas, ao mesmo tempo, pelos programas “Cidade Alerta” e “Brasil Urgente”, apresentados por Marcelo Rezende e José Luis Datena, respectivamente.

Imediatamente, os dois apresentadores saíram em defesa do policial. “Se ele atirou é porque o bandido estava armado. E ele fez muito bem”, disse Rezende. “Não sei se os caras apontaram o revólver para o policial, não vi. Provavelmente, sim”, afirmou Datena.

A postura de Datena e Rezende dá o tom dos programas, que são reconhecidos por fazer apologia à violência policial, lançando mão do discurso de que “bandido bom é bandido morto”. Ambos narram com entusiasmo as perseguições e as ações da PM pelas periferias paulistas.

Em junho de 2012, quando o Uruguai sofria com o avanço de 70% no número de homicídios, o presidente José Mujica anunciou um pacote de medidas para conter a criminalidade no País. Estudos e pesquisas conduzidos pela equipe do presidente concluíram que era preciso um conjunto de ações que atacasse o tráfico de drogas.

O documento “Estratégia pela vida e convivência”, que continha 15 medidas, foi anunciado e se tornou mundialmente conhecido porque nele o Uruguai anunciava que passaria a gerir a produção e distribuição de maconha no país. Dessa forma, o Estado assumia o posto de fornecedor da maconha aos uruguaios, era um golpe econômico nos narcotraficantes.

Na outra extremidade, preocupava a ação policial. Os superpoderes dos agentes nas ruas precisavam ser combatidos, assim como a sensação de impunidade. Por isso, entre as medidas tomadas pelo governo, estava a proibição da exibição de programas policiais [similares ao “Cidade Alerta” e “Brasil Urgente”] entre 6h e 22h. A alegação é que essas “atrações televisivas” promovem atitudes ou condutas violentas e discriminatórias.

Dois anos depois, em junho de 2014, o governo uruguaio anunciou que as mortes ligadas ao tráfico de drogas foram zeradas no país.

Nesta quarta-feira (24), a PM anunciou que o policial responsável pelos disparos nos jovens rendidos foi preso administrativamente. O secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, disse que o policial cometeu uma "séria irregularidade".



Fonte: CARTA MAIOR
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Faustão, Marieta e o "monte de babaca"

Por Altamiro Borges

Talvez abalado com a insistente queda de audiência do seu "Domingão do Faustão", o apresentador global Fausto Silva anda meio irritadiço. No domingo retrasado (5), ele ficou com cara de nádega, ao vivo e a cores, ao ser rechaçado em seu pessimismo oposicionista pela atriz Marieta Severo. O vexame virou motivo de galhofa nas redes sociais. Já neste final de semana, Faustão explicitou que sentiu o golpe e que não gosta de ser questionado em seu pensamento único – que ainda faz a cabeça de um "monte de babaca" no Brasil. A cena hilária foi registrada pelo site UOL nesta segunda-feira (13):

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Fausto Silva desabafou na noite deste domingo (12) sobre a saia justa com Marieta Severo, ocorrida duas semanas atrás. O apresentador disse que não houve discussão entre ele e a atriz e chamou de 'um monte de babaca' aqueles que teriam distorcido o que realmente aconteceu.

“Outro dia, a Marieta Severo esteve aqui e respondeu uma pergunta, e ela respondeu uma pergunta do jeito que ela pode responder, do jeito que ela quis responder. Eu falei da questão do Brasil, que ela é mulher culta… Aí, um monte de babaca diz que ela discordou. Não, você discorda quando existe um debate. Um dá opinião e o outro dá a sua opinião. Aí, quando faz uma pergunta, a pessoa responde a pergunta. O problema é só entender”, desabafou Fausto.


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Faustão só evitou falar sobre o real motivo da "saia justa". Na entrevista com Marieta Severa, o astro global esbanjou o seu costumeiro pessimismo com o país e o seu oposicionismo militante. "Eu queria saber, com toda essa experiência, como você vê o Brasil de hoje? Aqui, na verdade, a única coisa que é estruturada é o crime. Falta estrutura para tudo, falta seriedade. Então, começa essa coisa do Brasil ser o ‘país da corrupção’, do ‘desemprego’, o ‘país da desesperança’. Qual a sua análise para isso tudo?", perguntou, já opinando, o enfadonho apresentador do Domingão.

Sem vacilar, a atriz retrucou o arrogante Faustão: "Eu sou sempre otimista. Eu não acho que somos o país da desesperança, não... Acho que o país caminhou muito nos últimos anos. Acho que temos uma crise, sim, mas, para mim, uma coisa muito importante que se chama ‘inclusão social’, a chamada luta contra a desigualdade. É claro que precisamos estar com uma economia equilibrada. Mas a gente teve muito isso nos últimos anos. É um ponto que fala de maneira muito determinante".

Faustão, com seu pensamento único emburrecedor e seu poderoso palanque na TV Globo, ainda acha que isto não é discordância. Para ele, só "um bando de babaca" viu na cena risível a demolição dos seus argumentos pessimistas, contrários ao Brasil, típicos dos que sofrem do complexo de vira-latas. Na Copa do Mundo de 2014, o apresentador já havia estrelado outra "saia justa". Num programa, ele afirmou que nada daria certo e o que o torneio seria um desastre – os aeroportos ficariam lotados, os aviões atrasariam, os estádios não ficariam prontos. Na sequência, como a sua urubologia não se confirmou, ele teve que engolir as besteiras catrastrofistas que havia dito. Haja babacas no Brasil.

Fonte: Blog do Miro
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É um horror.


Datena e Resende nos finais de tarde, por um lado, e a putaria entre adolescentes da novela Malhação, por outro lado.
A TV privada brasileira é o esterco do entretenimento e da informação.

Enquanto os apresentadores dos programas Cidade Alerta e Brasil Urgente defendem abertamente as atrocidades cometidas pela polícia, na novela da globo, para adolescentes, a emissora ensina aos jovens como ser bandido, trapaceiro e dissimulado.

Tudo isso acontece no final das tardes, hora do copo d'água, hora da Ave -Maria, que outras emissoras de TV e também de rádio, convidam os telespectadores e ouvintes para um momento de introspecção e reflexão.

Terminada a reflexão, a bala volta, o bandido é morto, a mulher perde a cabeça, e a faca - que no passado existia nos domingos no parque - corta a carne de gado , para o jantar, e de pessoas, para o celular.

No passado, os críticos diriam que se trata do mundo cão.

Atualmente dizem que é o mundo humano.

Os cães estão assustados e o humanos, talvez, anestesiados.

A democracia, assim como o gol de Parreira, é apenas um detalhe, que para aqueles que se arvoram como donos do mundo, um detalhe inibidor do avanço de uma nova ordem.

O esterco do entretenimento e da informação, a TV brasileira , elegeu e escolheu o povo brasileiro como seu lugar de acolhimento.

Telespectadores, ouvintes e leitores de veículos da velha mídia, são a latrina da pós modernidade decadente.

Por opção, ou por ignorância, assim cumprem esse papel.

Por vezes, algum esterco se manifesta indignado com as críticas ao modelo dominante, porém, não hegemônico.
Foi o caso de Fausto, o obeso, logo Faustão, que não suportou a repercussão na arena anárquica da internete, sobre o baile que levou recentemente em seu melancólico programa das melancólicas tardes dominicais.

Ainda bem, Fausto, que existem alguns "babacas".

Caso contrário, seríamos uma população de latrinas.

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