sexta-feira, 31 de julho de 2015

Lava jato recupera 2,5 bi da corrupção, mas dá prejuízo ao país em 60 bi

Olhar para chumbo e ver ouro


smeagol

A “abdução” no processo penal brasileiro

Por Rogerio Dultra dos Santos, no blog Democracia e Conjuntura

As provas no processo da “Operação Lava-Jato” são “abduzidas”. Isto mesmo. Não é brincadeira. A “abdução” de provas é a “nova” “teoria” da prova no processo penal utilizada por membros do MPF do Paraná para criar condenações.
Uma forma de transportar ilações de qualquer lugar para dentro do processo e convertê-las em prova criminal.

Assim, se não há evidências, elas podem ser “abduzidas”, isto é, deduzidas, criadas a partir da argumentação. A “abdução” de provas é, supostamente, um “método” de justificação “fundado” no pragmatismo – e na arte retórica aristotélica – que convence o interlocutor que aquilo que não está lá na verdade está.

Um dos segredos mais desejados durante a antiguidade foi o da transmutação de chumbo em ouro. A alquimia buscou a fórmula mágica durante séculos. No Brasil, o MPF foi a Harvard e trouxe de lá a resolução do problema: deduzir estar diante de um fato sem que haja prova concreta do mesmo significa confirmá-lo. Olhar para o chumbo e ver ouro é o suficiente para produzir ouro, ao menos nos autos.

Por analogia, dedução ou inferência, o indício é transformado em prova, “abduzido”, pela argumentação retórica. Desse modo, se cria umavinculação inexistente entre a imaginação do investigador e os fatos alegados no processo.

E aí o indício “pode ser usado como prova suficiente” para uma condenação. É uma questão de fé. O professor Scott Brewer, da Faculdade de Direito de Harvard garante que há um liame entre o raciocínio legal, o moral e o religioso, que permite que as provas indiciárias e circunstanciais sejam, inclusive, o fundamento probatório exclusivo do processo penal.

Afinal, Deus existe por inferência, por fé dos que acreditam. Logo – olha o raciocínio lógico aí – é possível determinar critérios para que a fé produza evidências.

Se, na teoria da abdução de provas, há o cheiro de uma filosofia pragmática má compreendida (segundo o curso do professor Brewer “Evidência e razão no direito, filosofia, ciência e religião” que acontece a partir de agosto, não se pressupõe “nenhum conhecimento prévio em filosofia” dos inscritos, nem é exigida nenhuma avaliação), na prática do processo criminal, o desastre é total.

Não há, pelo menos na “Operação Lava-Jato”, uma compreensão do peso social das conseqüências das ilações que fundamentam prisões no atacado. Como os fins justificam os meios neste novo modelo de processo penal,”acabar” com a corrupção e “recuperar” os dinheiros desviados importa mais que a manutenção da cadeia produtiva supostamente prejudicada pelos “desvios”.

Assim, um balanço das 16 “fases” da “lava-jato” dá conta da recuperação de R$ 2.5 bi. No decorrer dessas “fases”, depois da prisão de um sem número de executivos e diretores de empresas de construção civil, de petrolíferas e mesmo da eletronuclear, a retração desses setores gerou um prejuízo na economia nacional de R$ 60 bi.

Pode se argumentar que este dinheiro foi abduzido pela má gestão do governo federal – a culpa sempre cai sobre Dilma. Em todo caso, um amigo do judiciário aconselhou previdência. Defendeu que os ET’s não estão mais em Varginha, mas em Curitiba. E que os brasileiros devem preparar os gorros de papel alumínio para evitar uma “abdução” no processo da “Lava-Jato”. Aliàs, afirma que se o processo for abduzido do Paraná para Minas num helipóptero, nem Aécio escapa.

Fonte: O CAFEZINHO
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Certa ocasião, em pleno auge da era Bush II, um repórter entrevistou o então Secretário de Defesa do governo norte americano.

Constatando que as respostas do Secretário estavam distantes da realidade dos fatos, o repórter fez a seguinte declaração:
 " Secretário, essas informações não correspondem  a realidade"

Como resposta o Secretário disse ao repórter:
" Nós somos os  EUA e assim sendo  criamos as realidades que os outros devem acreditar e seguir "

É exatamente o que vem acontecendo por parte das togas deslumbradas da operação lava jato, claro, com o apoio incondicional de toda a velha mídia que repercute as realidades criadas para que a população acredite como verdades únicas e absolutas.

Direita tenta explodir a democracia

Instituto Lula é atacado por bomba caseira

Um artefato explosivo foi lançado na sede do Instituto, no bairro do Ipiranga, em São Paulo, na noite desta quinta-feira (30); não há feridos

31/07/2015                                                                                                          
Revista Forum
Foto: Ricardo Stuckert
Uma bomba de fabricação caseira foi lançada na sede do Instituto Lula, localizada no bairro do Ipiranga, em São Paulo, na noite desta quinta-feira (30). De acordo com a assessoria de imprensa do Instituto, o “ataque político” não deixou feridos.
Segundo testemunhas que estavam próximas ao local no momento da explosão, o artefato foi lançado de dentro de um carro em movimento. Em nota, o Instituto Lula informou que já comunicou o ocorrido às autoridades e que espera que os responsáveis sejam punidos.
Confira abaixo a nota oficial do instituto:
“Por volta das 22h desta quinta-feira (30), a sede do Instituto Lula, em São Paulo, foi alvo de um ataque político com artefato explosivo. O objeto foi arremessado contra o prédio do Instituto de dentro de um carro. Felizmente, não houve feridos.
O Instituto Lula já comunicou as polícias civil e militar, o secretário de Segurança Pública do Estado de S. Paulo e o ministro da Justiça, e espera que os responsáveis sejam identificados e punidos.”
Fonte: BRASIL DE FATO
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E não foi a primeira vez, apenas este ano, que instalações do PT, ou ligadas ao partido, foram atacadas com artefatos explosivos.

A velha mídia, na intenção de minimizar o atentado e de proteger seus aliados terroristas e anti-democráticos, valorizará o fato  de que tratou-se de uma simples bomba caseira, como se as bombas caseiras e artesanais não causassem mortes e graves prejuízos.

A título de exemplo, as bombas caseiras e artesanais do Hezbollah já destruíram um bom número de poderosíssimos tanques israelenses.

Atentados com explosivos e com motivação política, como mais este contra o Instituto Lula, são ações graves que atentam contra a liberdade democrática e devem ser investigados e punidos exemplarmente.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Lixo Zero

  

A companhia de limpeza urbana do Rio de Janeiro, COMLURB, está implantando um programa de lixo zero na cidade.

Quem jogar lixo na rua será multado, mesmo que seja um papel de bala ou uma ponta de cigarro.

Por ter jogado uma ponta de cigarro,recebi um auto de infração. 

Os garis do Rio de Janeiro tem a simpatia de toda a população, e , mesmo assim, tem jornalista que não gosta.

Disponibilizo, abaixo, a correspondência que enviei a COMLURB, pois entendo que em sua cidade, caro leitor, os problemas são similares.



Prezados Senhores,

Segunda-feira próxima passada, dia 27.07.2015, fui autuado corretamente por fiscal da COMLURB e um policial da Guarda Municipal por dispor  uma ponta de cigarro em logradouro público, mais precisamente na Av. Presidente Vargas próximo da Praça Onze, na região central da cidade do Rio de Janeiro.
Recebi um auto de infração protocolado com o número 6415465152085663914.

Entendo que o programa da COMLURB  que visa minimizar, ou mesmo acabar, com o lixo jogado por pessoas nos logradouros da cidade é uma iniciativa  excelente, tendo em vista os inúmeros problemas causados pelo lixo nas ruas da cidade, o que sempre provoca transtornos para as pessoas e até mesmo facilita o desenvolvimento de vetores que causam doenças.

Por ser um hábito cultural e histórico do carioca, eliminar a disposição do lixo nas ruas ( vem do tempo em que a aristocracia residia nas partes mais elevadas da cidade e jogava o lixo nas partes baixas onde residiam os escravos e restante da população ) é de suma importância, e , para o sucesso do Programa se faz necessário que a COMLURB faça um amplo programa de conscientização da população, quanto a questão do lixo , seus diversos tipos e suas formas adequadas de disposição.

A questão do lixo , hoje, é um problema mundial, fruto de uma economia que prioriza o descarte dos produtos, em detrimento de um maior tempo de vida útil , principalmente dos equipamentos eletrônicos.
Outras formas de lixo, também são frutos da chamada "praticidade" dos produtos de consumo imediato, fazendo com que tais produtos tenham um grande número e variedade de material de embalagem que são descartadas.
Tudo isso, e muito mais como veremos a seguir, contribui para que , até mesmo montanhas de lixo fossem apresentadas como atração turística, como a extinta Fresh Kills, nos EUA.

Assim sendo, a questão do lixo está diretamente ligada a questão ambiental e, deve ser avaliada, entendida e combatida de forma ampla  e abrangente.
Assim, temos o lixo doméstico,  industrial, hospitalar e o lixo urbano, fruto da movimentação de pessoas  e veículos automotores. 
O lixo, assim sendo, se apresenta em todos os estados, ou seja, sólido, líquido e gasoso e, ainda , na forma de vibrações sonoras, como o caso do ruído excessivo.

Toda poluição, seja ela decorrente do lixo sólido, do ar saturado com partículas  tóxicas e mesmo o barulho excessivo , são compreendidos como lixo, e como tal, devem ser combatidos em prol da qualidade de vida e da saúde do planeta.

A COMLURB, uma empresa que goza de boa reputação com o carioca ( talvez estando apenas atrás da Corporação dos Bombeiros ) deveria implementar seu Programa de Lixo Zero, de forma mais abrangente e eficaz, priorizando inicialmente suas atividades , fazendo com que tais atividades tenham um padrão de excelência no tocante ao meio ambiente e qualidade vida, buscando, até mesmo como exemplo, a certificação  de organismos internacionais na gestão ambiental através da norma ISO 14000.

O lixo coletado pela COMLURB, em sua totalidade, deveria ser disposto em local adequado, separado e reciclado, uma vez que  uma enorme gama de materiais podem ser reaproveitados , como vidro, metais ferrosos, não ferrosos, papel e papelão, plásticos e outros.
Separar todos os materiais e vender  como matéria prima para indústrias deve fazer parte do reaproveitamento do lixo.
A população do Rio de Janeiro não tem conhecimento de como a COMLURB trata a questão  do reaproveitamento do lixo.

Outro aspecto, de extrema importância no lixo coletado, diz respeito ao lixo orgânico, que como é do conhecimento de V.Sas. pode ser aproveitado  em unidades de biodigestores produzindo o biogás.
O biogás é um combustível de origem não fóssil , que no balanço de massa não é prejudicial ao aumento do aquecimento da temperatura na atmosfera da Terra.
Um gás que pode ser produzido do lixo e com aplicação em fogões domésticos, combustíveis de veículos automotores e como combustível para queima em indústrias.
Questiona-se, no meio técnico e científico, se as companhias de limpeza urbana espalhadas pelo país não poderiam produzir o biogás do lixo e fornecer o gás , através de gasodutos, como insumo  para as indústrias, minimizando o uso de combustíveis fósseis derivados do petróleo.

Outra forma de aplicação do biogás, poderia ser como combustível da própria frota de veículos  da COMLURB, por exemplo, uma vez que hoje a maioria dos veículos da empresa são movidos com combustíveis  derivados do petróleo, o que polui , ou melhor, contribui para sujar ainda mais o ar que respiramos.
Com se vê o Biogás tem várias aplicações, ecológicas, e não é priorizado pelas companhias de limpeza urbana, que detém grande quantidade matéria prima para produzi-lo
.
Outro aspecto da matéria orgânica do lixo, é a questão da produção de adubos, fertilizantes e corretivos para o solo.
Com o espetacular e exponencial  crescimento da agricultura orgânica no país, a demanda por adubos orgânicos  cresce  e a COMLURB poderia,  através do lixo coletado, produzir tais adubos, contribuindo para a agricultura orgânica fluminense, principalmente no arco verde que circunda a  região metropolitana da cidade do Rio de Janeiro, que tem na região serrana  grandes produtores de frutas , legumes, verduras e hortaliças de uma maneira geral.

Outro aspecto da poluição e sujeira da cidade diz respeito ao barulho excessivo, o que pode inclusive causar problemas de deficiência auditiva na população.
Neste caso específico é lamentável que a COMLURB seja alvo de frequentes reclamações por parte da população, já que seus equipamentos ( caminhões ) para coleta de lixo tem ruídos excessivos e ainda, a Cia , em alguns locais da cidade, faz a coleta do lixo em horário destinado ao silêncio , depois das 22 horas , violando, com isso, a legislação local.
Tal  problema poderia ser resolvido se a COMLURB adquirisse equipamentos mais modernos, silenciosos, ou até mesmo fizesse um tratamento acústico em seus equipamentos atuais, minimizando, com isso, o excessivo ruído causado pelos equipamentos.

Outro aspecto, é a movimentação dos garis, em coletas na noite avançada, que também geram barulho excessivo pela movimentação das caixas coletoras  e com a conversa entre  eles.
Esse último aspecto pode ser facilmente resolvido com treinamento dos garis, e , assim sendo, a COMLURB pode inserir em seu programa de treinamento e reciclagem  anual, que imagino que exista, esse item para minimizar o barulho nas coletas noturnas.

Outro ponto importante são as pequenas caixas, colocadas em postes pelas ruas cidade.
Essas caixas foram introduzidas nos logradouros  por ocasião da gestão do prefeito César Maia, que adquiriu esses equipamentos de Portugal, sem priorizar os hábitos de consumo do carioca.
As caixas tem uma boca de coleta que não permite que se  disponha um coco, hábito comum entre os cariocas ( principalmente na orla da cidade, o que não é pouco ), ou seja, comprar um coco, caminhar, beber a água e jogar fora o coco.
Com as caixas coletores, tipo contêiner, que  estão chegando  nas ruas, esse problema pode ser minimizado.

Recentemente o carioca foi informado pelos meios de comunicação de que a COMLURB estaria fazendo testes com os carrinhos que os garis usam nas ruas.
Tais testes seriam com carrinhos fabricados com plástico vegetal, que poderiam, no futuro próximo, substituir os carrinhos de plástico derivados de petróleo usados pela Cia.
Não se teve mais notícia sobre tais equipamentos e o resultado dos testes.

Como se vê, muito pode  e deve ser feito para que se alcance de fato, o tão desejado Programa  Lixo Zero, que faço questão de repetir, uma excelente inciativa da COMLURB.

No entanto, priorizar no programa  a aplicação de  multas para pessoas que joguem lixo nas ruas ( não que as multas não devessem existir, sim elas devem existir ) parece, para o cidadão carioca, que se está instalando mais uma indústria de multas , indústria essa em nome de um meio ambiente limpo em que a COMLURB deveria servir de exemplo.

Entendo que as questões aqui tratadas serão de utilidade para a Cia e estão longe de se esgotar o assunto sobre um meio ambiente limpo.
Caso queiram entrar em contato, disponibilizo meu e-mail:
ribaroli@zipmail.com.br

Outrossim, informo que irei disponibilizar essa correspondência para os milhares de leitores diários de meu blogue, O PAPIRO, que V.Sas podem acessar pelo seguinte endereço:
www. ribaroli.blogspot.com.br.
Assim o farei, pois entendo que os problemas  e práticas  bem sucedidas das Cias de Limpeza urbana, são similares em todas as cidades do país.

Sendo que se apresenta pelo momento e me colocando a disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais,
subscrevo-me,
cordialmente

Ricardo Barbosa de Oliveira

Aproveite  o tema e leia , abaixo, o excelente texto publicado em ENVOLVERDE:

Os muitos lixos na nossa vida     

Por Washington Novaes –

É muito bem-vinda a notícia (28/7) de que o Brasil acaba de adotar um projeto comum com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep, na sigla em inglês) e o Global Environment Facility (GEF) para pesquisar o ciclo do mercúrio e a capacitação do País em gerenciar os riscos desse tipo de substância metálica. Pode ser um passo muito importante para o controle/eliminação desse tipo de lixo tóxico no País – e talvez abra caminho para outros resíduos tóxicos.



Engenheiro ambiental mede a poluição em aterro sanitário municipal. Foto: Shutterstock
 Também pode facilitar a homologação, pelo País, da Convenção de Minamata, que o Brasil assinou (ela só foi homologada por 13 países dos 50 necessários para entrar em vigor). O tratado fixou normas para essa área e estabeleceu que até 2020 o mercúrio deve ser eliminado de pilhas, baterias, lâmpadas, cosméticos, pesticidas e outros materiais, tendo em vista os riscos que implica para a saúde humana (danos à tireoide e à função hepática, tremores, irritabilidade, perda de memória, problemas cardiovasculares e na visão). Os riscos podem estar no consumo de pescado, em amálgamas dentais, na exposição no trabalho, em muitas formas. Envenenamento agudo pode levar à morte em uma semana.

O Brasil, segundo a Associação Brasileira da Indústria Química, é a sétima maior economia no setor químico. Mas tem dificuldade em implantar estratégias para controle e redução do mercúrio, por falta de dados. Também tem pouca experiência na coleta e no armazenamento separado de mercúrio e de seus resíduos, como o encontrado em lâmpadas (das quais o País consome 300 milhões por ano – só 16 milhões são recicladas e têm destinação correta). O custo do projeto agora acordado será de US$ 2,5 milhões.

O mercúrio é apenas um dos vários tóxicos perigosos. Ainda há pouco tempo divulgou-se que uma pesquisa da engenheira ambiental Bruna Fernanda Faria (Unicamp, julho) encontrou, num aterro sanitário para onde vai todo o lixo de Campinas (SP), alta concentração de metais pesados, inclusive em águas superficiais e subterrâneas – chumbo, cromo, níquel, zinco e cobre. Em dois outros aterros desativados há mais de 20 anos também se registrou a presença de metais tóxicos.

Em Paracatu (MG), relatório aponta (El País, 26/5) concentrações de arsênio até 200 vezes mais altas que as permitidas. O arsênio é liberado na atmosfera pela explosão de rochas para retirar ouro da maior mina a céu aberto no mundo (US$ 3,4 bilhões/ano), operada por uma empresa canadense (25% da produção nacional do minério). E contamina a água e o solo. Em um córrego foi encontrada concentração de arsênio 252 vezes mais alta que a admitida pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

No final do ano passado, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, assinou com entidades do setor de lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista um acordo setorial que estabeleceu a logística reversa desses produtos, prevista na lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 2010. Fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes desse tipo de produto que possa prejudicar o meio ambiente ou a saúde humana devem criar um sistema de recolhimento e destinação final, independentemente dos sistemas públicos de limpeza urbana. Ele garante o retorno dos resíduos à indústria, para reaproveitamento.

Outro tipo de resíduo muito problemático é o eletroeletrônico, que pode envenenar pessoas e gerar doenças crônicas. É bastante provável que, a partir do ano que vem, cresça bastante o volume de lixo eletrônico no Brasil, porque começa a ser desligado o sinal analógico para a televisão aberta. Os donos de casas podem implantar antenas adequadas para o novo sistema. Mas é provável que boa parte prefira comprar novos aparelhos e descartar os antigos.

Há países que resolvem por outros caminhos – muito contestados – os problemas nesta área. Os Estados Unidos, por exemplo, até recentemente exportavam 80% dos seus resíduos eletrônicos, principalmente para países mais pobres da África, onde eram parcialmente recolhidos pela população mais pobre e reaproveitados – uma prática chamada de “colonialismo da miséria”. A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) também exportou da Europa (O Estado de S. Paulo, 24/7) enormes quantidades.

No Brasil, é difícil de ser otimista nesta área, tendo em vista o desolador panorama mostrado há poucas semanas na área do lixo por este jornal, com base em números de 2014. Praticamente nada mudou, por exemplo, na questão dos lixões, para onde continuavam a ir 41,6% dos resíduos nacionais (eram 42,4% em 2013) – apesar dos muitos pronunciamentos do Ministério do Meio Ambiente. Ouvidos moucos, o Senado Federal aprovou no início de julho projeto que prorroga até 2018 o prazo para eliminação dos lixões, que uma lei de 2010 previa para 2014.

Agora, se a Câmara também aprovar, as capitais e municípios de regiões metropolitanas terão prazo até 31 de julho de 2018; municípios de fronteira e com mais de 100 mil pessoas terão um ano além desse limite; e os de 50 mil a 100 mil habitantes, até julho de 2020. Segundo a Confederação Nacional dos Municípios, até 2014 só 9% os eliminaram. Mais de metade das cidades consultadas nem sequer tinha planos para a eliminação.

Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza e Resíduos Especiais (Abrelpe), serão necessários R$ 11,6 bilhões até 2031 só para implantar a infraestrutura indispensável para a destinação final adequada de resíduos; e R$ 15,59 bilhões anuais para controle de aterros, coleta seletiva, reciclagem e aproveitamento para biogás. A quem se espantar, a associação lembra que serão apenas R$ 6,50 por pessoa a cada mês para ter os recursos.

No mundo, dizem a ONU e o Banco Mundial, a geração de lixo urbano em três décadas cresceu três vezes mais que a população. Está em 1,4 bilhão de toneladas/ano e chegará, em dez anos, a 2,2 bilhões de toneladas/ano. Perto de 250 kg anuais por habitante. Não consola saber. (O Estado de S. Paulo/ #Envolverde)

* Washington Novaes é jornalista (wlrnovaes@uol.com.br)

Fonte: ENVOLVERDE

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Operação Condor Século XXI

Uma nova Operação Condor?




detetive
Por José Maria Rabelo

Está acontecendo, em absoluta sintonia, no Brasil, na Venezuela, na Argentina, no Equador, no Chile, na Nicarágua, que só não ver quem não quer. Onde existe um governo popular, movimentos conspiratórios deixam os subterrâneos para expor-se à luz do dia, com sua mensagem francamente golpista, como se atendesse a um comando único.

As classes dominantes que tradicionalmente mantiveram o poder na América Latina não admitem a ascensão de forças alternativas, como tem acontecido em várias partes do continente nos últimos anos. Os procedimentos são mais ou menos os mesmos, de Norte a Sul: agitações de rua e panelaços, tentativas de desestabilização, seja no Congresso seja nos tribunais; implacável campanha de desgaste promovida pelos meios de comunicação, com ampla repercussão nas cadeias internacionais.
Não pode ser apenas uma coincidência. Há uma evidente concertação, de Buenos Aires a Manágua, passando por Brasília, Santiago, Quito e Caracas e, em menor escala, La Paz, Lima e Montevidéu.
Como na Operação Condor, nas décadas de 70 e 80 do século passado, líderes dessa movimentação espúria se entendem, visitam-se, trocam mensagens solidárias, como ainda recentemente vimos nesse espetáculo bufo da ida de Aécio e outros parlamentares à Venezuela.
Apesar do fracasso, eles não desistem e já anunciam novas intervenções, mas não se lembram de que existe a poucos quilômetros dali uma sinistra masmorra, a base americana de Guantánamo, que atenta contra todos os Direitos Humanos.
A Operação Condor foi assim, só que à sombra das baionetas nas ditaduras que governavam nossos países. Seus agentes usavam as armas; agora seus sucessores contam com a cobertura da grande mídia e de suas respectivas bancadas no Congresso.
E dinheiro, muito dinheiro, que não se sabe de onde vem. Não se sabe?
Durante a Operação Condor não se sabia. Depois, com a queda dos regimes fascistas, a própria imprensa, parlamentares e historiadores norte-americanos comprovaram, com base em documentos oficiais, que o governo de Washington havia financiado fartamente a articulação golpista na América Latina.
O exemplo mais impressionante disso foi o Chile de Allende, quando o dinheiro sujo da CIA inundou o país para financiar a oposição.
Como é possível – podemos perguntar – que uma revista altamente deficitária como a Veja possa continuar circulando normalmente, com suas denúncias semanais contra o governo? E outras revistas e os famosos jornalões, todos eles abalados por grave crise financeira?
Que fontes misteriosas mantêm de pé algumas dessas arapucas à beira da falência? São questões intrigantes que pairam no ar e que instigam a curiosidade geral.
A História algumas vezes só se faz conhecida muito tempo depois de os fatos acontecerem. Basta esperar um pouco para que se conheça a trama secreta que une esses novos condores.
Se um observador saísse por aí e visitasse alguns países da América Latina iria admirar-se. Onde existe um governo popular a oposição se mobiliza em torno dos mesmos temas, na mesma estratégia de desestabilização e golpismo. Como na Operação Condor, eles se entendem como sócios da mesma empreitada.
José Maria Rabelo é Jornalista, ex-diretor do Jornal Binômio, tido como precursor da moderna imprensa alternativa do país
Fonte: O CAFEZINHO
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Os defensores dos golpes, os anti democráticos, dirão que tudo não passa de paranóia  e de teorias de conspiração do pessoal da esquerda.

Um bom indício de que tais teses sejam de fato verdadeiras, ainda mais se a turma da direita se apressar em questionar o conteúdo do texto acima.

Vamos aos fatos e as coincidências, que podem ou não ter significado. 

No entanto,  sabendo que se tratam de governos populares da América Latina, o significado é bem claro, ainda mais com semelhanças com eventos de um passado recente.

Começou com uma tentativa de golpe de estado na Venezuela Bolivariana, com amplo   apoio da mídia privada daquele país. Isso foi lá pelo final do ano de 2002 e início de 2003, perdurando até os dias atuais .
Nesse período, Hugo Chavez veio a falecer de forma repentina.

Continuou, não necessariamente na ordem apresentada, com a tentativa de golpe na Bolívia, que visava dividir o país. 
Tática pra lá de conhecida, as Coréias que o digam.

Seguiu com uma tentativa de assassinato  do presidente do Equador.

Passou pelos golpes parlamentares e jurídicos bem sucedidos  em Honduras e Paraguai, culminando com o afastamento dos presidentes Manuel Zelaya e Fernando Lugo, respectivamente.

Na Argentina, no ano passado uma crise foi forjada  e a presidenta acusada de assassinato.

No Brasil, o caro leitor acompanha as tentativas de golpe em curso que vem acontecendo.

Em todos os países citados acima, os governos são de origem popular, democrática e seguem  a linha revolucionária em curso na América Latina desde o final da década de 1990.

Não se tem notícia de tentativas de golpe de estado na Colômbia de Álvaro Uribe e de Santos.
O mesmo no Peru com o  antecessor de Olanta. 

Todos governos de direita e alinhados com os interesses dos EUA.

Adicione-se a tudo o que foi dito , a morte de  Nestor Kirchner, a morte de Hugo Chavez e os cânceres de Lula, Dilma, Lugo e Cristina.

Nos governos de direita da América Latina , nenhum governante sofreu com doenças graves ou morreu repentinamente.

O caro leitor pode até argumentar que tudo isso pode ser apenas uma coincidência, sem que haja um plano específico para derrubar os governos  democráticos e populares da América Latina

Se o caro leitor assim pensa coloque o sapatinho na janela e  aguarde a chegada do Papai Noel, enquanto o Condor continua a voar alto e perigosamente.

Esgoto Veja vaza em duas frentes

Lula processa a Veja. E a Dilma ?
Veja é “repugnante”, diz Lula 
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Fonte: CONVERSA AFIADA
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Da Suíça, Romário ironiza a Veja. 

'Acabei de descobrir que não sou dono dos R$ 7,5 milhões'



Reportagem da Revista Veja acusa senador de possuir contas não declaradas no exterior


O senador Romário (PSB-RJ) está aproveitando o recesso parlamentar em um passeio na Suíça. E foi de lá que ele, na manhã desta quarta-feira (29/7), fez menção - no seu humor peculiar - à reportagem da Revista Veja, publicada no último sábado (25), citando o nome do senador em supostos crimes de evasão de divisa e sonegação fiscal. "Galera, bom dia! Chateado! Acabei de descobrir aqui em Genebra, na Suíça, que não sou dono dos R$ 7,5 milhões", postou Romário em seu perfil no Facebook.

Fonte: JORNAL DO BRASIL
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Como de costume, Veja Esgoto mira em Lula e publica mais uma de suas reporcagens fantasiosas e repletas de mentiras.

Lula, com razão, resolveu processar a revista ( revista ????).

Romário, como sabe o caro leitor, irá presidir a CPI do Futebol e, consequentemente, colocará em cena as armações que orbitam e envolvem o futebol brasileiro.

Assim sendo, irá contrariar muitos interesses, inclusive os interesses da velha mídia que não deseja mudanças no futebol.

Como resultado, a estratégia surrada  da velha mídia é a mesma, ou seja, atacar Romário, claro, com mentiras.

Nada de novo nas armações de Veja.

Por aqui , o refrigerante sabor abacaxi da marca Convenção tem sido uma opção para aqueles que gostam de refrigerantes.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Objetivo de Lava Jato: destruir a ciência, a engenharia, a tecnologia, os cientistas e as empresas brasileiras

A prisão do pai do programa nuclear brasileiro

TER, 28/07/2015 - 10:14

ATUALIZADO EM 28/07/2015 - 10:45

Na operação Eletrobrás, a Lava Jato prendeu o Almirante Othon Luiz Pereira da Silva. Seu nome apareceu na delação premiada de Danton Avancini, diretor da Camargo Correia, que lhe teria feito três pagamentos.

Ainda há que se esperar o processo final. Hoje em dia tem-se um grupo de procuradores e delegados avalizados por um juiz e, por um conjunto de circunstâncias históricas, donos do poder absoluto de levantar provas, julgar e condenar sem a possibilidade do contraditório, valendo-se de forma indiscriminada da parceria com grupos jornalísticos.

Em outros momentos, o uso indiscriminado de denúncias por jornais produziu grandes enganos e manipulações.

É possível que Othon seja culpado, é possível que não seja, pouco importa: desde hoje está na cadeia o pai do programa nuclear brasileiro.

O Brasil deve a Othon o maior feito de inovação da sua história moderna: o processo de enriquecimento de urânio através de ultra centrífugas. Foi um trabalho portentoso, que sobreviveu às crises do governo Sarney, ao desmonte da era Collor, aos problemas históricos de escassez de recursos, enfrentando boicotes externos, valendo-se de gambiarras eletrônicas para contornar a falta de acesso a componentes básicos, cuja exportação era vetada por países que já dominavam a tecnologia.

Aqui, um perfil de Othon trazido pelo nosso blogueiro Athos:

Quem é Othon Luiz Pinheiro da Silva?

No dia 14 de Setembro desse ano(artigo de 2011), o Dr. Othon Luiz Pinheiro da Silva recebeu o título de Pesquisador Emérito do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) durante a comemoração dos 55 anos do instituto (veja o evento nesse link). Chamado até de "lenda viva" na cerimônia, há quem diga que conhecer a carreira de Othon é conhecer a História da energia nuclear no País.

E você leitor, sabe quem é "esse cara"?

CURRICULUM VITAE

Nascido em 1939 em Sumidouro (RJ), Othon formou-se pela Escola Naval em 1960, iniciando sua carreira na Marinha no quadro de Oficiais do Corpo da Armada. Formou-se em Engenharia Naval pela Escola Politécnica de São Paulo em 1966, atuando como engenheiro naval do Arsenal da Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ) entre 1967 e 1974. Em 1978, Othon obteve sua especialização em engenharia nuclear no Massachussetts Institute of Technology (MIT).

Foi Diretor de Pesquisas de Reatores do IPEN entre 1982 e 1984 e foi fundador e responsável pelo Programa de Desenvolvimento do Ciclo do Combustível Nuclear e da Propulsão Nuclear para Submarinos entre 1979 e 1994. Exerceu o cargo de Diretor da Coordenadoria de Projetos Especiais da Marinha (COPESP), atual Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), de 1986 a 1994.

É o autor do projeto de concepção de ultracentrífugas para enriquecimento de urânio e da instalação de propulsão nuclear para submarinos.

Atingiu, na Marinha do Brasil, o mais alto posto para os Engenheiros Navais: o de Vice-Almirante.

Desde outubro de 2005, exerce a presidência da Eletronuclear – Eletrobrás Termonuclear, empresa sediada no Rio de Janeiro, responsável pela construção e pelo gerenciamento das usinas nucleares brasileiras.

Já recebeu diversos prêmios, entre os quais a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico por serviços prestados à ciência e à tecnologia, prêmio este oferecido em 1994 pelo então presidente da República Itamar Franco.

OTHON E O PROGRAMA NUCLEAR DA MARINHA

"Othon começou o projeto de separação isotópica do Urânio com muita criatividade, liderança e engenharia reversa", disse o Dr. Spero Penha Morato, ex-superintendente do Ipen, em seu discurso em homenagem ao Dr. Othon, na cerimônia de entrega do título de pesquisador emérito.

O projeto, que começou em 1979, produziu os primeiros resultados em laboratório já em 1982: a conversão do yellowcake (U3O8) em hexafluoreto de urânio (UF6), etapa que antecede o enriquecimento isotópico. O passo seguinte foi a produção de 24 toneladas de hexafluoreto de Urânio através do financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Para o enriquecimento isotópico, Othon desenvolvia, paralelamente à conversão e de forma secreta, centrífugas de última geração, com mancais magnéticos que minimizam o atrito. A única forma de entender rapidamente o funcionamento destes mancais naquela época era serrando uma bomba de vácuo com o mesmo tipo de mancais que havia no IPEN. E Othon fez isso, irritando, claro, muitas pessoas no projeto. Mas, foi com lances ousados como este - acrescentou o Dr. Spero Morato - que Othon pôs o seu projeto para frente.

O jornalista Lourival Sant'anna publicou, em 2004, uma reportagem no jornal O Estado de São Paulo revelando alguns fatos interessantes que marcaram o projeto. Reproduzo, abaixo, boa parte dessa matéria.

Em 1974, Othon Luiz Pinheiro da Silva, então um capitão-de-corveta de 35 anos, foi escalado para acompanhar a construção de submarinos brasileiros da classe Tonelero num estaleiro da Inglaterra. O jovem oficial estava indo a contragosto. Um mês antes de sua sombria partida, no entanto, um almirante sugeriu ao então ministro da Marinha, Geraldo Azevedo Henning, que o enviasse para o Massachusetts Institute of Technology, nos EUA, para uma pós-graduação em engenharia nuclear.

O ministro Henning, que havia feito uma viagem da Bahia para o Rio em um submarino nuclear americano e ficara entusiasmado, acatou a sugestão. Até então, o contato mais estreito de Othon com energia nuclear tinha sido uma visita ao reator do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em 1967, quando terminava o curso de engenharia naval na Politécnica da USP.

O Brasil já havia comprado em 1972 o reator de Angra 1, da americana Westinghouse, com a promessa de fornecimento de combustível – processado nos EUA – por 30 anos. Mas, em 1974, começou-se a levantar dúvidas sobre as garantias desse fornecimento. No ano seguinte, o general Ernesto Geisel firmava o acordo nuclear com a Alemanha, que incluía não só as centrais, mas também o ciclo de enriquecimento de urânio.

Até a década de 70, o minério era enriquecido por “difusão gasosa”. Um novo método, mais eficiente e econômico, o da ultracentrífuga, vinha sendo desenvolvido, e o primeiro a dominá-lo em escala comercial foi o consórcio Urenco, formado por Inglaterra, Holanda e Alemanha. O Brasil queria essa tecnologia.

Na última hora, no entanto, os alemães informaram que não poderiam incluí-la no pacote, porque a Holanda, por pressão americana, tinha vetado sua venda ao Brasil. Em seu lugar, os alemães ofereceram aos brasileiros o jet nozzle, um método “muito promissor”, segundo eles, de separação do urânio 238 do 235. Enriquecer urânio é aumentar o teor de 235. Na natureza, o urânio 235 representa apenas 0,7% do minério e o 238, os outros 99,3%. “Quem tivesse feito um curso razoável de física no ensino médio já não compraria esse método”, ironiza Othon. O professor Manson Benedict, um papa do MIT em energia nuclear, deu na época uma aula sobre o jet nozzle, concluindo: “Os brasileiros acreditaram e compraram isso”.

Em 1979, quando Othon voltou ao Brasil, a Marinha não sabia o que fazer com ele. Depois de quatro ou cinco dias de hesitações, levaram o recém-promovido capitão-de-fragata até o diretor-geral de Material da Marinha, o almirante Maximiano da Fonseca. “Você, que cursou esse negócio, quais as nossas chances de ter uma produção nuclear aqui no Brasil?”, perguntou-lhe, de chofre, o almirante. Othon pediu três meses para redigir um relatório. O oficial ficou subordinado à Diretoria de Engenharia. Ao se apresentar, ouviu de seu novo chefe: “Evidentemente não pode ficar um oficial por conta só dessas coisas nucleares”. Othon passou a dividir sua carga horária com o cargo de gerente de um projeto de navio de apoio fluvial. Assim começava o programa de pesquisa nuclear brasileiro: com um oficial em meio expediente.

Othon propôs que o Brasil desenvolvesse sua própria tecnologia. Em outubro de 1978, o então contra-almirante Mário César Flores, do Estado-Maior da Marinha, convocou Othon para dar explicações, depois de ouvir especialistas. A caminho de Brasília, Othon se encontrou no aeroporto com o comandante João Maria Didier Barbosa Viana, que também tinha feito engenharia nuclear no MIT. “Segui o seu caminho”, contou-lhe Othon. “Então você deve estar indo a Brasília pelo mesmo motivo que eu”, especulou Didier. “Tem um louco dizendo que é possível desenvolver o ciclo do combustível nuclear no Brasil.”

Othon passou o dia inteiro respondendo às perguntas que um capitão-de-mar-e-guerra pós-graduado em Monterey (Califórnia) formulava, enquanto Flores fingia ler um jornal. O oficial saiu com a sensação de que tinha ido a Brasília à toa. Pouco mais de um mês depois, foi chamado de novo. “Vai ser outra chatice”, pensou. “Este oficial foi escalado para uma das missões mais importantes que um oficial da Marinha já teve no Brasil”, anunciou solenemente o vice-chefe do Estado-Maior da Marinha, Arthur Ricart da Costa, apresentando Othon ao seu chefe, o almirante Carlos Auto de Andrade. “Deus o ilumine.”

Othon veio para São Paulo e começou a “costurar alianças” com instituições como o Ipen, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e o Centro Técnico Aerospacial (CTA), em São José dos Campos, que estava desenvolvendo um método de enriquecimento de urânio com raio laser. Depois de consultar especialistas, Othon constatou que a opção do laser não seria viável nos próximos 20 anos, e se fixou na ultracentrífuga.

O objetivo último da Marinha era desenvolver reatores e todos os demais equipamentos da propulsão para submarinos movidos a energia nuclear. Se um submarino movido a diesel – como os que o Brasil usa – partir da Baía de Guanabara, em sua velocidade máxima, antes de chegar a Cabo Frio terá de se aproximar da superfície para o snorkel tomar ar, para pôr em funcionamento seu motor e assim recarregar as baterias. Navegando próximo à superfície, pode ser captado com facilidade por sensores infravermelhos. Para ficar no máximo dez dias no fundo, um submarino a diesel tem de se manter praticamente parado. O submarino nuclear projetado pela Marinha trocaria de combustível em dez anos. O limite de permanência no fundo seria de 45 dias.

Entretanto, a Marinha concluiu que em primeiro lugar era preciso viabilizar o ciclo do combustível e adquirir capacidade de enriquecer urânio. “Autonomia é muito importante”, diz Othon, que aos 65 anos tem hoje uma empresa de consultoria na área de energia. “Inspirei-me na solução que eu imaginei que os americanos estavam desenvolvendo na época em que eu era aluno do MIT, mas com a qual nunca tive contato”, conta o almirante. “É óbvio que a centrífuga americana é muito mais espetacular que a nossa.” Mas, segundo ele, a brasileira sai muito mais barato e os materiais importados necessários para sua fabricação não entram no rol dos itens nucleares sensíveis, sujeitos a embargos internacionais.

O programa capacitou indústrias brasileiras a fabricar as válvulas, sensores e medidores das centrífugas. Othon recrutou cientistas e técnicos do Brasil todo. “Onde tivesse alguém que pudesse ajudar, a gente ia conversar.” O sigilo era resguardado por um termo de compromisso. “Foram 14 anos da minha vida, cada dia um desafio”, lembra o hoje almirante da reserva, que dirigiu o programa entre 1979 e 94. Inicialmente, o projeto era secreto e ficou abrigado num departamento fictício, criado para isso, chamado de Coordenação para Projetos Especiais (Copesp), dentro da Comissão Naval de São Paulo.

A primeira dificuldade de Othon foi formar equipe. Quando assumiu, em 1979, o general João Baptista Figueiredo baixou portaria proibindo contratações no setor público. Othon recorreu ao Estado de São Paulo – e a uma artimanha. Fez um memorando à Secretaria de Ciência e Tecnologia, solicitando a contratação de 20 engenheiros e 40 técnicos para trabalhar no Ipen, num “projeto de interesse das Forças Armadas”. Se assinasse sozinho, no entanto, ficaria fácil para a secretaria pedir a análise do Estado-Maior da Marinha, onde o memorando provavelmente pararia. Então Othon pediu a um tenente-coronel da FAB que também assinasse. “Assim, não vão saber para que Força perguntar.” Deu certo.

De posse dessa contratação, Othon, na época capitão-de-fragata, atreveu-se a saltar a hierarquia e procurar o então ministro da Marinha, Maximiano da Fonseca: “Almirante, estou numa situação complicada. O Estado de São Paulo colocou 20 cientistas no projeto, liderado pela Marinha, e ela não colocou nenhum”. No fim, conseguiu convencer o ministro a contratar o dobro de cientistas e técnicos. “Fiquei com um exército de 60 engenheiros e 120 técnicos”, exulta Othon. No seu auge, no início dos anos 90, o programa chegaria a ter 680 engenheiros trabalhando internamente e outros 300 do Departamento de Pesquisa de Reatores do Ipen, do qual Othon era chefe.

Mas nem tudo era ciência: habilidade e jeitinho também contaram. Othon lembra que uma centrífuga antiga, importada na década de 50, utilizada para treinar equipes e dissimular o esforço principal do projeto, havia parado porque tinha um eixo flexível que quebrava com freqüência e tinha de ser trazido da Alemanha. “Eu tinha um técnico, Zequinha, muito habilidoso, que fazia um eixinho novo em três dias. Levei para ele o projeto e fizemos o primeiro juntos”, conta Othon. “No Arsenal de Marinha, não precisava importar. Era só ligar para o Zequinha.”

Em 1987, num gesto de distensão, o então presidente José Sarney decidiu trazer seu colega argentino, Raúl Alfonsín, para a entrada em operação de um conjunto de 48 centrífugas em Aramar. A inauguração estava marcada para 15 de março. Algumas semanas antes, o indiano naturalizado brasileiro Kesavan Nair, doutor em física de reatores mas também astrólogo, procurou Othon, com uma expressão preocupada: “Quinze de março ‘não bom’”, disse, mostrando uma listagem de computador, na qual uma nuvem negra cobria a data.

Othon ligou para o então ministro da Marinha, almirante Henrique Saboia. “Você acredita nisso?”, perguntou o ministro. “Não”, respondeu Othon. “Eu também não, mas, por via das dúvidas, pergunte quando está bom para inaugurar.” A partir de 28 de março, informou o indiano. Saboia foi falar com Sarney. Mais tarde, ligou para Othon: “Não se preocupe. O presidente é mais supersticioso que nós dois juntos.” A cerimônia ficou para 8 de abril.

Othon guarda até hoje uma planilha de todos os custos do projeto, ano a ano. No total, foram gastos US$ 663 milhões. Aí estão incluídos: o desenvolvimento do ciclo de combustível (projeto Ciclone), da propulsão do submarino (projeto Remo), do submarino propriamente dito, e a infra-estrutura.

“Desafio a me mostrarem no mundo todo um desenvolvimento do ciclo do combustível e da propulsão nuclear com esse custo”, diz ele. Quando deixou o programa, havia quase 700 centrífugas na “colônia”, em Aramar, pelas quais o urânio vai passando e enriquecendo-se gradualmente. A centrífuga americana enriquece bem mais do que a brasileira. A diferença está no custo, que Othon ilustra assim: digamos que sejam necessárias 20 centrífugas brasileiras para produzir o que uma americana produz. Acontece que o custo de 20 brasileiras é menor que o de uma americana.


Em 1994, o Vice-Almirante Dr. Othon Pinheiro da Silva, com 55 anos, teve de deixar o projeto ao completar seu tempo de serviço militar ativo. Os detalhes desse projeto ainda são mantidos a sete chaves, sob pena de prisão pelo vazamento de segredos científicos.

O fato é que o desenvolvimento da tecnologia de ultracentrifugação de urânio é um marco de sucesso na história tecnológica do Brasil e o Dr. Othon teve um papel fundamental nisso guiado pelo lema do CTMSP: “Tecnologia Própria é Independência”.

Uma salva de palmas!

Fonte: IG
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Aos historiadores futuros: dois exemplos da ditadura midiático-judicial


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Quando, no futuro, algum historiador estudar nossa época, esse post lhe ajudará a entender, com dois exemplos, a ditadura midiático-judicial que estamos vivendo.
O primeiro exemplo é a décima sexta etapa da Lava Jato, prendendo Othon Luiz Pinheiro da Silva, um dos pais da energia nuclear no Brasil.
A estratégia é a mesma: prende, depois investiga.
Atira primeiro, depois avisa.
A malta, excitada pela mídia, aplaude furiosamente.
Afinal, não somos o país que mais promove linchamentos no mundo?
Sergio Moro se tornou, como diz o Fernando Brito, em post sobre o assunto, uma espécie de monarca absoluto do sistema judiciário brasileiro.
Blindado pela aura de justiceiro desde que a Globo lhe deu o prêmio Faz Diferença, Moro se autonomeou uma espécie de interventor de todas as obras tocadas no Brasil.
Com uma preferência especial, claro, para obras que a mídia possa ligar, de alguma maneira, ao PT.
A prisão do pai da energia nuclear no Brasil foi, como sempre, determinada sem sentença, provas ou condenação.
Prisão "provisória" ou "preventiva", por motivos de ordem pública.
Nem sei se ele é culpado ou não, o que eu questiono é o seguinte: ele ainda não foi julgado. Ainda não teve oportunidade de se defender. A sua prisão, portanto, é uma decisão puramente arbitrária de Sergio Moro.
Como aliás, todas as suas priões.
Um jurista, outro dia, denunciou o perigo: como prende antes de julgar, antes de ouvir a defesa, Moro obriga-se a condenar o réu, porque em caso contrário, será acusado de ter sido irresponsável e injusto por ter mandado prender um inocente.
É a armadilha autoimposta do arbítrio.
Prende porque assim o quis, depois condena porque mandou prender.
O segundo exemplo da ditadura midiático-judicial vem descrito na peça de defesa da Odebrecht, que reproduzo abaixo.
Menos mal que a Odebrecht tenha resolvido enfrentar o arbítrio de frente.
A sua defesa corresponde, em verdade, a uma ofensiva política, porque seus advogados já entenderam, corretamente, que a Lava Jato obedece a uma lógica política e midiática, e não jurídica.
Falta só a Odebrecht entender uma última coisa: Sergio Moro é apenas um capacho da mídia.
Então é preciso atacar a origem do mal: o golpismo midiático, que não hesita em patrocinar todo o tipo de conspiração judicial, não importa seus absurdos, suas ilegalidades, seus abusos, em nome de um objetivo maior, derrubar um governo legitimamente eleito.
É o golpismo midiático que, por exemplo, intimida e chantageia juízes dos tribunais superiores, para que eles não interfiram nas intrigas e conspirações patrocinadas por um juiz de primeira instância.
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA 13ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ
Pedido de Busca e Apreensão Criminal no 5024251-72.2015.4.04.7000
MARCELO BAHIA ODEBRECHT, nos autos do Pedido de Busca e Apreensão em epígrafe, vem, por seus advogados, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, em atenção ao r. despacho lançado no Evento 437, expor o quanto segue:
Desde a prisão do peticionário, há mais de um mês, teve início a caça a alguma centelha de prova que pudesse, enfim, legitimar uma segregação baseada no nada.
Depois do emprego deturpado da teoria do domínio do fato, da utilização de uma mensagem eletrônica de quatro anos atrás (que nem foi o paciente quem mandou e que Vossa Excelência mesmo reconheceu que precisa ser mais bem investigada), e da transformação da presunção de inocência e do exercício do direito de defesa em causas de encarceramento, era mesmo de se imaginar que houvesse uma busca por algo que disfarçasse a colossal ilegalidade da custódia de MARCELO.
Polícia e Ministério Público Federal engajaram-se na missão com afinco, e para tanto deixaram a razoabilidade de lado.
O Parquet adotou estratégia tão clara quanto intolerável: tudo que surgisse relacionado a qualquer executivo de empresas do grupo Odebrecht seria, automaticamente, imputado também ao requerente. Por tudo, leia- se tudo mesmo – desde documentos velhos de autenticidade duvidosíssima, engavetados para serem usados a conta-gotas, até uma artificiosa correlação entre telefonemas e depósitos bancários lógica e cronologicamente estapafúrdia, e sempre sem qualquer liame com MARCELO.
A Polícia Federal não ficou atrás. Chegou mesmo a violar o sigilo da comunicação entre o preso e seus advogados, transformando um bilhete com tópicos para a discussão de Habeas Corpus – entregues aos defensores por um agente penitenciário, depois de ter sido a ele passado pelo requerente! – em uma esdrúxula ordem voltada ao cometimento do que seria o mais impossível dos crimes: destruir fisicamente aquela mesma mensagem eletrônica, há muito estampada no relatório policial, no decreto prisional e em dezenas de páginas de internet Brasil afora.
Já em despacho do último dia 21, Vossa Excelência instou a defesa a se pronunciar sobre o novo capítulo da tentativa de coonestar a prisão do peticionário. Dessa feita, a autoridade policial apresentou, em anexo ao Relatório Parcial do Inquérito 5071379-25.2014.4.04.7000, um relatório de análise de notas contidas em telefone celular apreendido na residência do requerente.
Em seu afã de incriminar MARCELO a todo custo, a Polícia Federal nem se deu ao trabalho de tentar esclarecer as anotações com a única pessoa que poderia interpretá-las com propriedade – seu próprio autor. Ao reverso, tomou desejo por realidade e precipitou-se a cravar significados que gostaria que certos termos e siglas tivessem.
E, mais uma vez, transformou as peculiaridades do processo eletrônico em sua aliada na tática de atirar primeiro e perguntar depois. Sabedora de que a livre distribuição de chaves eletrônicas tornou os processos da Lava Jato uma espécie de reality show judiciário, a polícia lançou no mundo as anotações pessoais de MARCELO e as tortas interpretações que deu a elas, e aguardou que fossem quase instantaneamente noticiadas como verdades absolutas.
Houvesse tido a cautela que sua função exige, e a Polícia Federal teria evitado a barbaridade que, conscientemente ou não, acabou por cometer: levou a público segredos comerciais de alta sensibilidade em nada relacionados aos pretensos fatos sob apuração, expôs terceiros sem relação alguma com a investigação e devassou mensagens particulares trocadas entre familiares do peticionário, que logo caíram no gosto de blogs sensacionalistas.
Lamentavelmente, a obstinação investigativa e persecutória de autoridades que atuam na Lava Jato parece ter turvado sua compreensão de que o país não se resume a um caso criminal. Há indivíduos, famílias, empresas, finanças, obras e empregos em jogo – no caso das empresas do grupo Odebrecht, são mais de 160.000! –, que deveriam impor um mínimo de cuidado na análise e divulgação de documentos e informações por parte dos agentes públicos, ao menos até que bem esclarecidos seu conteúdo e eventual pertinência com as apurações.
Com a intimação lançada no Evento 437, a defesa até imaginou que esse MM. Juízo decidira impor alguma ordem às coisas. Não obstante já então houvesse sinalizado que estava tendente a encampar as desatinadas interpretações da autoridade policial, ao menos optara por ouvir previamente a defesa sobre as anotações que, conforme vossas palavras, estavam todas sujeitas a interpretação.
Todavia, a inobservância injustificada da contagem de prazo do processo eletrônico para a defesa se manifestar, bem como a iniciativa de Vossa Excelência – estranha ao sistema acusatório que vigora em nosso país – de dragar documentos de inquérito que estava com vista ao Ministério Público Federal para oferecimento de denúncia já faziam prever o que viria.
Um dia depois de conceder o prazo que se esgota na data de hoje, Vossa Excelência não esperou os esclarecimentos da defesa para decretar de novo a prisão do peticionário, com fundamento exatamente naquelas anotações sujeitas à interpretação!
Escancarado, desse modo, que a busca da verdade não era nem de longe a finalidade da intimação, a defesa não tem motivos para esclarecer palavras cujo pretenso sentido Vossa Excelência já arbitrou.
Inútil falar para quem parece só fazer ouvidos de mercador.
O peticionário deplora, isso sim, o rematado absurdo de se considerar anotações pessoais a si mesmo dirigidas, meras manifestações unilaterais de seu pensamento, como atos efetivamente executados ou ordens de fato passadas. Ainda que o conteúdo dos registros fosse aquele nascido das criativas mentes policiais, rematado absurdo, nada indica que eles de algum modo tiveram repercussão prática, ou seja, que foram de fato implementados ou determinados a terceiros.
De mais a mais, o relatório de análise condensa anotações inseridas no campo “tarefas” do programa Outlook ao longo do tempo, umas em sobreposição a outras, sem qualquer ordem cronológica, muitas delas inclusive com seu conteúdo cortado automaticamente pelo programa por limitações de espaço no campo em que digitadas.
Impressiona, igualmente, a dubiedade do discurso de Vossa Excelência. De um lado, quando intima a defesa, assevera que “tudo está sujeito à interpretação”. De outro, porém, antes mesmo de ouvir explicações, prende novamente quem já está preso dando por certo aquilo tudo que estava sujeito a interpretação!
Isto é: mesmo sem poder assegurar o sentido das anotações, e muito menos se elas surtiram efeito prático, Vossa Excelência não hesitou em empregá-las para o mais drástico propósito.
Ademais, esse ínclito Magistrado acabou por encampar o indecoroso uso que a Polícia Federal fez daquilo que a r. decisão tachou de “o trecho mais perturbador” das anotações.
Nos dizeres do relatório policial, quando o requerente escreveu “dissidentes PF”, ele estaria se referindo à Polícia Federal, e teria “a intenção de usar os ‘dissidentes’ para de alguma forma atrapalhar o andamento das investigações”. E mais: “se levarmos em consideração as matérias (grampos na cela, descoberta de escuta, vazamento de gás, dossiês) veiculadas nos vários meios de comunicação, nos últimos meses, que versam sobre uma possível crise dentro do Departamento de Polícia Federal, poder-se-ia, hipoteticamente, concluir que tal plano já estaria em andamento”.
A perfídia é inominável.
Às voltas com denúncias reportadas por seus próprios integrantes de que membros da Força-Tarefa teriam plantado uma escuta ilegal na cela de presos, e depois tentado acobertar fraudulentamente esse gravíssimo fato, o Delegado de Polícia Federal que assina o relatório do inquérito insinua que por trás disso estaria…o peticionário! E não só desse fato, como também de um “vazamento de gás” nas dependências daquele Departamento!
Ao que parece, quem tem um “plano em andamento” é uma parcela da própria Polícia Federal: expiar seus aparentes pecados à custa de MARCELO, para tanto subvertendo o sentido de palavras e adivinhando o significado de siglas na forma que lhe convém.
Aliás, será que Alberto Youssef, que desfruta de infinita credibilidade perante a Polícia, Ministério Público e esse MM. Juízo Federal, também faz parte do “plano em andamento” levianamente atribuído ao requerente?
Afinal, não custa lembrar que foi o eterno delator quem revelou a existência da escuta em sua cela, e afirmou categoricamente que sabia estar sendo monitorado desde o primeiro dia de prisão pela escuta que a Polícia Federal, até hoje, afirma que se encontrava desativada àquele tempo…
Ora, uma leitura minimamente neutra das anotações selecionadas pelo agente policial que figurou como analista destacaria também as inúmeras passagens que revelam a preocupação do peticionário em esclarecer sociedade e mercado, além de dar guarida a medidas de investigação independente e de apuração interna (Evento 124, Anexo 11, pp. 3, 4 e 8, por exemplo).
Preferiu-se, entretanto, tomar “LJ” por Lava Jato ao invés de Lauro Jardim, e “ações B” como providências do submundo, e não como alusões justamente à nota sobre a auditoria interna da Braskem publicada na mesma coluna:
Economia – Nova postura
Desde que as investigações, grampos, depoimentos de presos e delações premiadas foram envolvendo a Odebrecht na roubalheira da Petrobras, a empresa manteve uma postura imutável: negava tudo em comunicados escritos em tom peremptório, beirando o raivoso. Foram dezenas de textos escritos neste diapasão.
Agora, há algo de novo no ar. A Braskem, sociedade entre a Odebrecht e Petrobras, mandou à CVM um comunicado em que “à luz das alegações de supostos pagamentos indevidos para seu favorecimento em contratos celebrados com a Petrobras “, admite que “deu início a um procedimento de investigação interna”.
Certamente, não por vontade própria, mas por uma obrigação com o mercado de ações – não só brasileiro, pois a Braskem tem também ADRs negociadas na Bolsa de Nova York.
Informou também que contratou “escritórios de advocacia no Brasil e nos EUA com reconhecida experiência em casos similares para conduzir a investigação”. Não disse, porém, que escritórios são esses.
Por Lauro Jardim
Tags: Braskem, Lava-Jato, Odebrecht
Braskem: investigação interna
Enfim, uma vez oferecida a denúncia, e porventura recebida em parte ou na sua integralidade, cumpre respeitar-se daqui em diante o rito do Código de Processo Penal, reservando-se o interrogatório do acusado para o final da instrução.
Esse o contexto, além de lamentar que o empenho em se lhe aplicar pena sem processo tenha chegado a esse ponto, o peticionário requer o imediato desentranhamento dos autos do inquérito policial de informações, notas ou conversas privadas que não possuam relação com o caso, de modo a evitar a indevida exposição de terceiros alheios à apuração.
Requer ainda seja prontamente determinado à Polícia Federal que se abstenha de lançar, neste ou em quaisquer outros autos do sistema e- proc, documentos físicos ou eletrônicos sem prévia definição de pertinência com o objeto dos autos. Na eventual impossibilidade de assim se proceder, de rigor sejam gravados daqui em diante com grau mais elevado de sigilo os documentos carreados para os autos, na medida em que o nível atual de sigilo do processo eletrônico em tela não tem logrado impedir reiterados vazamentos na imprensa.
Termos em que,
Pede deferimento.
Fonte: O CAFEZINHO
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Algo de muito estranho acontece no país , e vai além do combate a corrupção.
Aliás, o combate a corrupção parece ser apenas o verniz, a fachada, que encobre os reais motivos de algumas operações da Polícia Federal, criteriosamente apoiadas pela velha mídia, enquanto a maioria das operações da PF sequer são notícias nos meios de comunicação, sendo que algumas dessas operações tem como suspeitos em crimes de sonegação e lavagem de dinheiro políticos e empresários de oposição ao governo federal e empresas de comunicação e jornalismo.

A operação Lava jato, um reality show para fins golpistas, tenta golpear e até mesmo derrubar grandes empresas privadas brasileiras detentoras de tecnologia de ponta em áreas estratégicas da engenharia e de energia, justo em um momento em que o país avança em obras de infraestrutura e energia, principalmente prospecção, extração e beneficiamento de petróleo, fruto de grandes descobertas feitas pela Petrobras na camada pré-sal, o que aumentou de forma considerável as reversas de óleo do país.

De tudo se faz nas oposições, incluindo a velha mídia, para mudar as regras do pre´-sal, retirando da Petrobras, e consequentemente do país, parte do que resta na soberania nacional no campo energético.

Independente do que se pense sobre o até aqui exposto, isso é fato incontestável.

E eis que hoje, toma-se conhecimento da prisão pela "moralizadora" Operação Lava Jato, de um dos maiores nomes de nossa engenharia, responsável em grande parte pelo sucesso do projeto de enriquecimento de urânio que coloca o Brasil na condição privilegiada de poucos países que dominam todo o ciclo do átomo, isso no tocante a energia nuclear.

Grandes empresas brasileiras na área da engenharia e grandes técnicos e cientistas de grande contribuição para o desenvolvimento do país, tornaram-se alvos de supostas operações de combate a corrupção, enquanto os verdadeiros corruptos, ladrões e entreguistas de longas datas, fazem campanhas pelo moralização do país.

A velha mídia , por exemplo, responsável pela idiotização e imbecilização do povo brasileiro, tem uma extensa folha corrida de crimes e processos de sonegação de impostos e lavagem de dinheiro, porém, não apenas circula livremente com desenvoltura, como, ainda, se apresenta para a população com indignação pela situação do país.

Enquanto a ciência, a tecnologia e a engenharia brasileiras são perseguidas com o intuito claro de destruí-las, a ignorância, a imbecilização e a idiotice são, a cada , mais valorizadas.

Nada disso acontece por acaso, ao contrário, tudo é fruto de operações coordenadas com objetivos bem definidos.

Se faz necessário e urgente desmascarar essa farsa e trazer à tona a verdade.

Um trabalho difícil, árduo, porém possível para os verdadeiros jornalistas.