sábado, 30 de maio de 2015

Putin está com a razão

Senadores dos EUA pedem cancelamento 

do Mundial na Rússia

Reeleito, Blatter tem sido muito contestado na presidência da FIFA.


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Agência Lusa
Marcello Casal Jr/ABr
Os senadores dos EUA Robert Menendez e John McCain pediram ao congresso da FIFA para reconsiderar o seu apoio ao presidente Sepp Blatter devido ao seu apoio ao Mundial de futebol de 2018 na Rússia.

"Há muito tempo que estou preocupado com a escolha da Rússia pela FIFA e as notícias de hoje apenas sublinham a necessidade de eleger um presidente que não somente apoie os valores da FIFA, mas que assegure que a FIFA não recompense países que não apoiam esses valores", disse em nota o senador Menendez, do estado de Nova Jersey.

Na carta enviada ao congresso do organismo máximo do futebol, que é também assinada pelo ex-candidato presidencial John McCain, Menendez critica a escolha da Rússia, "apesar das constantes violações da integridade territorial da Ucrânia e as outras ameaças a arquitetura de segurança do pós II Guerra Mundial".

A missiva foi divulgada no dia em que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos indiciou nove dirigentes ou ex-dirigentes e cinco parceiros da FIFA, acusando-os de conspiração e corrupção nos últimos 24 anos, num caso em que estarão em causa subornos no valor de 151 milhões de dólares (quase 140 milhões de euros).

Entre os acusados estão dois vice-presidentes da FIFA, o uruguaio Eugenio Figueredo e Jeffrey Webb, das Ilhas Caiman e que é também presidente da Concacaf (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas), assim como o paraguaio Nicolás Leoz, ex-presidente da Confederação da América do Sul (Conmebol).

"Dadas as violações da integridade territorial da Ucrânia, os esforços de Putin para minar princípios de cooperação multilateral, normas partilhadas e acordos internacionais, acreditamos que permitir que a Rússia receba o Mundial vai apoiar o regime de Putin numa altura em que ele deve ser condenado", escreveram os dois senadores na carta enviada terça-feira, antes das detenções serem conhecidas.

Menendez e McCain lembram ainda que mais de 40 países, todos membros da FIFA, impuseram sanções a Rússia.

"Ao permitirem que [o país] receba a competição, vão oferecer um salva-vidas econômico que contraria as sanções multilaterais impostas pela comunidade internacional", acrescenta a missiva.

Desde o anúncio das detenções, a FIFA anunciou a suspensão provisória de 11 pessoas: os nove dirigentes ou ex-dirigentes indiciados e ainda Daryll Warner, filho de Jack Warner, e Chuck Blazer, antigo homem forte do futebol dos Estados Unidos, ex-membro do Comitê Executivo da FIFA e alegado informador da procuradoria norte-americana, que já esteve suspenso por fraude.

Na carta, Menendez e McCain defendem que "o próximo presidente da FIFA tem a responsabilidade de assegurar, não apenas o sucesso e segurança do mundial de 2018, mas também a permanência da missão da FIFA de promover o futebol globalmente de forma a unir os seus valores educacionais, culturais e humanitários".

Fonte: CARTA MAIOR
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Não demorou muito tempo para que os interesses por trás do combate a corrupção viessem à tona. Aliás, emergiram de forma instantânea.

Assim como o combate a corrupção no Brasil que visa atacar somente um partido político, o PT, e um governo, o governo Dilma, o combate "eficiente e ético" promovido pelos EUA contra a corrupção na FIFA, tem outros alvos e outros objetivos, no caso, a Rússia.

Se a próxima copa do mundo, em 2018, fosse realizada em território dos EUA ou de seus aliados, talvez não estaríamos assistindo o espetáculo midiático mundial  de moralização do futebol.

Não que a FIFA não esteja na mira de muitos governos, no entanto, o momento para remexer suas falcatruas foi escolhido em função de questões geopolíticas mundiais.

O presidente russo Vladimir Putin, de imediato se manifestou dizendo que o espetáculo do FBI americano tinha outros objetivos. E acertou.

Assim como no Brasil, nos EUA o combate a corrupção também é seletivo.

A confederação européia de futebol, a UEFA, se alinhou com o espetáculo midiático e ameaça com a não participação de nenhum país europeu na copa da Rússia.

Que fiquem de fora.

Com a última copa no continente europeu realizada em 2006, na Alemanha, através de acordos estranhos, a próxima  copa na Europa ocidental talvez só aconteça em 2034, já que em 2018 será na Rússia, 2022 no Qatar, em 2026 provavelmente será a vez da Oceania e em 2030 será no Uruguai e Argentina, como comemoração do centenário da primeira copa do mundo que aconteceu em 1930 no pais sul americano.

Esse longo tempo para sediar uma nova Copa do Mundo incomoda os cartolas da UEFA.

Em defesa da realização da Copa de 2018 na Rússia, que certamente será um belo espetáculo.

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