quinta-feira, 14 de maio de 2015

O tempo está contado

Por  13/05/2015

Um pilar do neoliberalismo está balançando


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Por Roberto Savio, da IPS – 

Roma, Itália, abril/2014 – O informe Perspectivas da economia mundial, publicado em abril pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), confirma que as consequências do colapso do sistema financeiro, que começou em 2008, continuam sendo graves. Este quadro se acentua pelo envelhecimento da população, não só na Europa, mas também na Ásia, a desaceleração da produtividade e o fraco investimento privado.

O crescimento médio anterior à crise financeira surgida em 2008 foi de aproximadamente 2,4%. Caiu para 1,3% entre 2008 e 2014, e agora se estima que ficará estabilizado em 1,6% até 2020, no que os economistas chamam de “a nova normalidade”. Em outras palavras, a “normalidade” agora é o alto desemprego, um crescimento anêmico e, obviamente, um clima político difícil.

Para os países emergentes o panorama não é muito melhor. A previsão é de que o crescimento potencial continue diminuindo, de uma média aproximada de 6,5% entre 2008 e 2014 para estimados 5,2% durante o período 2015-2020.

O caso da China é o melhor exemplo. Espera-se que o crescimento caia de uma média de 8,3% nos últimos 10 anos para cerca de 6,8%. A contração da China diminuiu drasticamente os preços das matérias-primas e em consequência prejudicou os países exportadores.

A crise é especialmente forte na América Latina. No Brasil, a queda das exportações contribuiu para piorar a grave crise do país e o aumento da já elevada impopularidade de sua presidente, Dilma Rousseff, devido à má gestão econômica e ao escândalo das revelações sobre a estendida corrupção na Petrobras, a semipública empresa petroleira.

Isso, certamente, abre uma reflexão fundamental. Desde Marx a Keynes, as teorias sobre a redistribuição da renda foram basicamente construídas no contexto de economias estáveis ou em expansão.

Os partidos progressistas foram capazes de obter seus êxitos durante ciclos de crescimento, mas não elaboraram em paralelo a teoria para aplicar em épocas de crise. Em tais situações costumam imitar as receitas da direita, em um giro que borra a própria identidade progressista e faz com que percam adesões no eleitorado.

A situação na Europa, analisada sob esta ótica, é um ensinamento. Todos os partidos xenófobos de extrema direita cresceram desde 2008, quando começou a crise recessiva, inclusive nos países nórdicos, considerados modelos de democracia.

No mesmo período, os partidos progressistas perderam peso e credibilidade. E agora que o FMI vê alguma melhora na economia europeia os partidos progressistas tradicionais não colhem os benefícios.

O FMI qualifica o atual momento econômico como “uma nova mediocridade”, que é uma definição mais franca do que “nova normalidade”. Prevê que nos próximos cinco anos enfrentaremos graves problemas nas políticas pública, com sustentabilidade fiscal e desemprego.

É um fato que os dados macroeconômicos são cada dia menos representativos e costumam ser utilizados para ocultar as realidades sociais. O melhor exemplo é a Grã-Bretanha, campeã do liberalismo, que a cada ano reduz o gasto público.

O governo britânico afirma que no último ano foram criados 600 mil novos postos de trabalho. Porém, a grande maioria dos novos trabalhos é de tempo parcial ou mal remunerado, e o emprego público está em seu nível mais baixo desde 1999. Um claro indicador é o número de pessoas que frequentam os restaurantes que oferecem refeições gratuitas aos indigentes. Na sexta economia do mundo, estes passaram de 20 mil antes da crise, há sete anos, para mais de um milhão no ano passado.

E algo semelhante acontece no resto da Europa, embora em menor medida nos países nórdicos.

Segundo o Escritório de Responsabilidade Orçamentária Britânico, a austeridade bloqueou o crescimento econômico em 1% entre 2011 e 2012. Mas, segundo Simon Wren-Lewis, da Universidade de Oxford, o número é, na realidade, 5%, equivalente a US$ 149 bilhões.

Em outras palavras, a austeridade fiscal reduz o crescimento, e isto cria um grande déficit que obriga a mais austeridade fiscal. É uma armadilha descrita em detalhe pelos economistas keynesianos, como os Nobel de Economia Joseph Stiglitz e Paul Krugman.

Todos devem seguir a “ordem liberal” da Alemanha, que acredita que sua realidade deve ser a norma e os desvios devem ser castigados.

A novidade é que em sua análise sobre A distribuição da renda e seu papel na explicação da desigualdade o FMI, guardião fiscal que impôs em todo o Sul em desenvolvimento o consenso de Washington, basicamente uma fórmula de austeridade somada ao livre mercado a todo custo, com resultados trágicos, parece agora ter despertado.

O FMI faz uma objeção a um princípio fundamental da doutrina liberal. Afirma que a maior formação dos trabalhadores, os sindicatos representativos, e um gasto maior do Estado ajudam a reduzir a desigualdade nos países.

Enquanto a participação dos salários na renda nacional dos países do Grupo dos Sete, os mais industrializados, diminuiu em 12% nos últimos 30 anos, a desigualdade cresceu 25% nas mesmas três décadas. Isto não significa em absoluto que o FMI esteja se convertendo em uma organização progressista, mas mostra que um pilar importante do pensamento neoliberal está balançando.

Naturalmente os banqueiros, verdadeiros responsáveis pela crise mundial, conseguiram impunidade. Foram subtraídos mais de US$ 3 trilhões dos cidadãos de meio mundo para manter os bancos de pé. Os mais de US$ 140 bilhões em multas que os bancos pagaram desde o começo da crise dão a medida quantitativa de suas atividades ilegais e criminosas.

A Organização das Nações Unidas (ONU) calcula que a crise financeira criou pelo menos 200 milhões de novos pobres, centenas de milhares de postos de trabalho precários e vários milhões de desempregados, especialmente jovens. Entretanto, ninguém foi responsabilizado. As prisões estão cheias de pessoas presas por roubos menores, que causaram um impacto social imensamente menor.

Por outro lado, em 2014, James Gorman, chefe do banco Morgan Stanley, recebeu US$ 22,5 milhões. O chefe do Goldman Sachs, Lloyd Blankfein, US$ 24 milhões; James Dimon, chefe do J. P. Morgan, US$ 20 milhões. O mais explorado de todos, Brian Moynihan, do Bank of America, recebeu míseros US$ 13 milhões. Ninguém detém o auge dos banqueiros.

*Roberto Savio é fundador da agência IPS e editor de Other News.


Postado em: Artigos 2015EconomiaIPS 2015
Fonte: ENVOLVERDE 
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“A economia é uma mentira, a globalização
é violenta”: uma entrevista com o teórico do
decrescimento

Postado em 14 mai 2015
Serge Latouche
Serge Latouche

Publicado no Unisinos.

O teórico do decrescimento feliz intervém no Bergamo Festival, na Itália: “O comércio livre é como uma raposa livre no galinheiro livre”. E também critica a Expo Milão: “É a vitória das multinacionais, certamente não dos produtores. É preciso dar um passo para trás. Estamos obcecados pelo acúmulo e pelos números”.
Serge Latouche, francês, nascido em 1940, é o economista-filósofo teórico do decrescimento feliz, da abundância frugal, “que serve para construir uma sociedade solidária”.
Uma ideia que amadureceu anos atrás, em Laos, “onde não existe uma economia capitalista, sob a insígnia no crescimento, mas as pessoas vivem serenas”.
E mais: o decrescimento feliz é um dos caminhos que levam à paz. E Latouchefalará sobre isso no dia 12 de maio no Bergamo Festival (8 a 24 de maio), dedicado ao tema “Fazer a paz”, também através da economia.
O economista francês, em particular, se concentrará sobre a crítica às dinâmicas do capitalismo forçado que alarga a distância entre aqueles que conseguem manter o poder econômico e aqueles que dele são excluídos. É por isso que, segundo Latouche, o decrescimento seria garantia e compensação de uma qualidade da vida humana que pode ser estendida a todos.
Também por isso “considerar o PIB não tem muito sentido: ele só é funcional para a lógica capitalista. A obsessão da medida faz parte da economicização. O nosso objetivo deve ser viver bem, não melhor”.

Sempre pensamos que a paz passava pelo crescimento e que as recessões não faziam mais nada exceto exacerbar os conflitos. O senhor, no entanto, inverte o axioma.

Tudo faz parte do debate. Por anos, pensamos justamente que o crescimento permitisse resolver mais ou menos todos os conflitos sociais, também graças a salários cada vez mais elevados. E, de fato, vivemos 30 anos de ouro, entre o fim da Segunda Guerra Mundial e o início dos anos 1970. Um período caracterizado pelo crescimento econômico e por transformações sociais de uma intensidade sem precedentes. Depois, começou a fase sucessiva, a da acumulação contínua, até mesmo sem crescimento. Uma verdadeira guerra, todos contra todos.

Uma guerra?

Sim, um conflito que vê contrapostos uns contra os outros para acumular, o máximo possível, o mais rapidamente possível. É uma guerra contra a natureza, porque não percebemos que, dessa forma, destruímos o planeta mais rapidamente. Estamos travando uma guerra contra os homens. Até mesmo uma criança entenderia aquilo que os políticos e economistas fingem não ver: um crescimento infinito é, por definição, absurdo em um planeta finito, mas não entenderemos enquanto não o tivermos destruído. Para fazer a paz, devemos nos abandonar à abundância frugal, contentarmo-nos. Devemos aprender a reconstruir as relações sociais.

Uma mudança radical de curso. Saber se contentar, ser feliz com o que se tem certamente não está no DNA de uma sociedade marcada pela concorrência.

É evidente que um certo nível de concorrência traz benefícios para os consumidores, mas deve trazê-lo para consumidores que também sejam cidadãos. A concorrência não deve destruir o tecido social. O nível de competitividade deveria ser semelhante ao das cidades italianas do Renascimento, quando os desafios tinham a ver com as melhorias da vida. Agora, ao contrário, somos escravos do marketing e da publicidade, que têm o objetivo de criar necessidades que não temos, tornando-nos infelizes.
Em vez disso, não entendemos que poderíamos viver serenamente com tudo o que temos. Basta pensar que 40% dos alimentos produzidos vão diretamente para o lixo: vencem sem que ninguém os compre. A globalização extremiza a concorrência, porque, superando os limites, ela zera os limites impostos pelo estado social e tornar-se destrutiva. Saber se contentar é uma forma de riqueza: não se trata de renunciar, mas simplesmente de não dar à moeda mais importância do que ela realmente tem.

Os consumidores, no entanto, podem se beneficiar com a concorrência.

Benefícios efêmeros: em troca de preços mais baixos, eles obtêm salários cada vez mais baixos. Penso no tecido industrial italiano destruído pela concorrência chinesa e, depois, nos próprios agricultores chineses postos em crise pela agricultura ocidental. Estamos assistindo a uma guerra. Não podemos nos iludir que a concorrência seja realmente livre e leal; ela nunca o será: existem leis fiscais e sociais. E, para os pequenos, não há a possibilidade de contrabalançar os poderes. Estamos diante de uma violência descontrolada. O TTIP, o tratado de livre comércio entre Estados Unidos e Europa, seria apenas a última catástrofe: o livre comércio é o protecionismo dos predadores.

Como se faz a paz?

Devemos descolonizar a nossa mente da invenção da economia. Devemos recordar como fomos economicizados. Nós, ocidentais, começamos isso, desde os tempos de Aristóteles, criando uma religião que destrói as felicidades. Devemos ser nós, agora, a inverter o curso. O projeto econômico capitalista nasceu na Idade Média, mas a sua força explodiu com a revolução industrial e a capacidade de fazer dinheiro com o dinheiro. Porém, o próprio Aristóteles entendera que, assim, se destruiria a sociedade. Foram necessários séculos para apagar a economia pré-econômica. Serão necessários séculos para voltar atrás.

Hoje, o senhor prefere se definir como filósofo, mas nasceu como economista.

Sim, porque perdi a fé na economia. Entendi que se trata de uma mentira, entendi isso em Laos, onde as pessoas vivem felizes sem terem uma verdadeira economia, porque ela só serve para destruir o equilíbrio. É uma religião ocidental que nos torna infelizes.

Porém, são muitos os economistas nas cúpulas da política.

De fato, eles têm uma visão muito curta da realidade. Mario Monti [primeiro-ministro italiano de 2011 a 2013], por exemplo, não me agradou. Enrico Letta[primeiro-ministro italiano de 2013 a 2014], ao contrário, sim: ele tem uma forma mais aberta, está pronto para a troca. Eu me afastei da política politicante, até porque o projeto do decrescimento não é político, mas social. Para ter sucesso, é preciso, acima de tudo, de um movimento de baixo, como o neozapatista em Chiapas, que depois também se espalhou para o Equador e a Bolívia. Mas também há exemplos na Europa: Syriza na Grécia e Podemos na Espanha se aproximam desse caminho. Em suma, vejo muitos passos à frente.

Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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Project Syndicate': A secreta tomada do poder pelas corporações

Economista americano alerta que multinacionais tentam impor como se deve viver no século XXI

Project Syndicate  publicou nesta quarta-feira um artigo do economista americano Joseph Stiglitz sobre a força das grandes multinacionais, que segundo ele têm um poder de influência cada vez maior neste século XXI. “Os Estados Unidos e o mundo estão envolvidos num grande debate sobre novos acordos comerciais. Estes pactos costumavam ser apelidados de ‘acordos de livre-comércio’; na verdade, eram acordos comerciais geridos, adaptados aos interesses corporativos, principalmente nos EUA e na União Europeia. Hoje, estes acordos são mais frequentemente chamados de “parcerias”, como na Parceria Trans-Pacífica (PTP). Mas estas não são parcerias entre iguais: os EUA impõem efetivamente as condições. Felizmente, os ‘parceiros’ da América estão se tornando cada vez mais resistentes”, escreve o economista. 
“Não é difícil ver o motivo. Estes acordos vão muito além do comércio, regulando também o investimento e a propriedade intelectual,  impondo alterações fundamentais aos modelos jurídicos, judiciários e regulamentares, sem contribuições ou responsabilização por parte de instituições democráticas”, diz o artigo de Stiglitz, que foi ganhador do prêmio Nobel de Economia em 2001.
Ele prossegue sua análise: “A parte talvez mais injusta, e mais desonesta, de tais acordos diz respeito à proteção dos investidores. Naturalmente, os investidores têm de ser protegidos contra a apropriação das suas propriedades por governos desonestos. Mas não é para isso que são tomadas estas provisões. Houve pouquíssimas expropriações nas décadas recentes, e os investidores que queiram proteger-se podem comprar seguros da Agência Multilateral de Garantia do Investimento, uma filial do Banco Mundial, e os Estados Unidos e outros governos fornecem garantias similares. Não obstante, os EUA exigem essas provisões na PTP, mesmo quando muitos dos seus 'parceiros' têm proteções de propriedade e sistemas judiciários tão bons quanto os seus.
O verdadeiro propósito destas provisões é entravar regulamentos de saúde, ambientais, de segurança, e mesmo financeiros, destinados à proteção da economia e dos cidadãos americanos. As empresas poderão processar governos pela reparação plena de qualquer redução nos seus lucros futuros esperados decorrentes de alterações regulamentares.
Esta não é apenas uma possibilidade teórica. A Philip Morris está processando o Uruguai e a Austrália por exigirem rotulagem de advertência nos cigarros. Reconhecidamente, ambos os países foram um pouco mais longe que os EUA, tornando obrigatória a inclusão de imagens chocantes que mostrem as consequências do consumo de cigarros.
A rotulagem está funcionando. Está desencorajando o tabagismo. Por isso agora a Philip Morris exige ser compensada por lucros perdidos.
No futuro, se descobrirmos que qualquer outro produto causa problemas de saúde (pensem no amianto), em vez de enfrentar processos pelos custos impostos sobre nós, o fabricante poderia processar os governos por impedirem-no de matar mais pessoas. A mesma coisa poderia acontecer se os nossos governos impusessem regulamentos mais rigorosos para nos proteger do impacto das emissões de gases que contribuem para o efeito estufa.
Quando presidi ao Conselho de Assessores Econômicos do Presidente Bill Clinton, os anti-ambientalistas tentaram promulgar uma provisão similar, conhecida por “tomada regulamentar”. Sabiam que assim que fossem aprovados, os regulamentos seriam suspensos, simplesmente porque o governo não poderia pagar a compensação. Felizmente, fomos bem-sucedidos no combate à iniciativa, tanto nos tribunais como no Congresso dos EUA.
Mas, agora, os mesmos grupos estão tentando rodear os processos democráticos, inserindo essas provisões em legislação comercial, cujo conteúdo está sendo mantido, em grande parte, em segredo do público (mas não das corporações que estão tentando impô-los). É apenas a partir de fugas, e de conversas com responsáveis governamentais que parecem mais comprometidos com o processo democrático, que sabemos o que está acontecendo.
Um poder judiciário público imparcial, com padrões legais construídos durante décadas, baseado em princípios de transparência, de precedência, e da oportunidade para recorrer de decisões desfavoráveis é fundamental para o sistema de governo americano. Tudo isto está sendo colocado de lado, já que os novos acordos exigem arbitragem privada, não-transparente, e muito cara. Além disso, este acordo é frequentemente repleto de conflitos de interesse; por exemplo, os árbitros podem ser “juízes” num caso e defensores num caso relacionado com o primeiro.
Os procedimentos são tão dispendiosos que o Uruguai teve que recorrer a Michael Bloomberg e a outros americanos abastados e comprometidos com a saúde para se defender da Philip Morris. E, embora as corporações possam instaurar processos, outros não podem fazê-lo. Se existir uma violação de outros compromissos, por exemplo, trabalhistas ou de normas ambientais, os cidadãos, os sindicatos e os grupos da sociedade civil não dispõem de qualquer recurso.
Se alguma vez existiu um mecanismo unilateral de resolução de disputas que viola princípios básicos, este é um deles. Foi por isso que me juntei a destacados peritos jurídicos dos EUA, incluindo de Harvard, Yale, e Berkeley, na escrita de uma carta ao Presidente Barack Obama explicando quão nocivos são estes acordos para o nosso sistema de justiça.
Os americanos que apoiam tais acordos salientam que até agora os EUA foram processados poucas vezes, e que ainda não perderam um único caso. As corporações, contudo, estão começando a aprender a usar estes acordos em seu proveito.
E as dispendiosas sociedades de advogados nos EUA, Europa, e Japão muito provavelmente superarão os mal-remunerados advogados governamentais que tentem defender o interesse público. Pior ainda, as corporações dos países avançados podem criar filiais em países membros através das quais investem novamente nas sedes, e seguidamente processar, dando-lhes um novo canal para bloquear a regulamentação.
Se houvesse uma necessidade de uma melhor proteção da propriedade, e se este mecanismo de resolução de disputas privado e dispendioso fosse superior a um sistema judicial público, deveríamos estar mudando a lei não apenas para prósperas companhias estrangeiras, mas também para os nossos próprios cidadãos e pequenas empresas. Mas não tem havido indícios que este seja o caso”.
“As normas e regulamentos determinam o tipo de economia e de sociedade em que as pessoas vivem. Afetam o poder de negociação relativo, com implicações importantes sobre a desigualdade, um problema crescente em todo o mundo. A questão é se devemos permitir que as abastadas corporações usem provisões ocultas, em alegados acordos comerciais, para impor como viveremos no século XXI. Espero que os cidadãos nos EUA, na Europa, e no Pacífico respondam com um retumbante não”, conclui Stiglitz.
Fonte: JORNAL DO BRASIL
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Grandes corporações e o crime organizado - que são a mesma coisa - comandam o mundo.

Em um mundo comandado  pelo crime, diferentes formas de expressões criminosas se manifestam, até  a base da pirâmide social.

Em nome do combate ao crime organizado e a criminalidade nos grandes centro urbanos, as liberdades civis  são suprimidas, fazendo com que o fascismo ganhe corpo e musculatura, e com isso , o crime tem o caminho livre para crescer e se multiplicar.

Com a crise do capitalismo que se iniciou em 2008, a partir de então o crime vem ficando mais forte.

Previsões apontam mais cinco anos de crise profunda no capitalismo mundial, consequentemente mais sofrimento para as pessoas.

Cada vez mais é maior o número de pessoas que adquirem consciência sobre o estado deplorável do mundo atual, apesar do bloqueio diário imposto pela mídia do capital com seu conteúdo imbecilizante a alucinatório.

O capitalismo, que a partir da revolução industrial acenou com a possibilidade de progresso e evolução, atualmente faz exatamente o oposto.

Em um mundo de 7 bilhões de pessoas, 1 bilhão de pessoas consomem o equivalente a 85% de tudo que é consumido, enquanto 6 bilhões dividem 15 %.

Esse quadro não é muito diferente de sociedades antigas, quando reis e nobres desfrutavam de tudo e a imensa maioria das pessoas vivia na escravidão e na miséria. 

Uma proeza fantástica do capitalismo atual em sua volta ao passado bárbaro.

No século XXI, os escravos são os assalariados e os pequenos empresários, de uma maneira geral, que, por conta  da ilusão do consumo e das aparências acreditam que são privilegiados e até mesmo diferentes na escala social.

Os próximos cinco anos, até 2020, serão cruciais para que o capitalismo possa se redefinir, uma vez que a implosão será inevitável.

Se for por auto implosão, o capitalismo adquirirá uma nova aparência, se redefinirá, e talvez se reestruture de forma ainda mais selvagem,claro, expondo uma  aparência civilizada e próspera.

Se a implosão for fruto de grandes manifestações sociais  pelo mundo, tudo pode acontecer com a nova organização social e de produção que emergirá,  ou até mesmo nada.

O tempo está contado.


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