segunda-feira, 4 de maio de 2015

Mídia do Capital. Os fabricantes de realidades

Paulo Metri: 

A mídia do capital e as mazelas do nosso povo

publicado em 03 de maio de 2015 às 18:01
manipulacao-midiatica1
Causa mater
Paulo Metri, em seu blog, via e-mail
É deprimente ver incompreensão, desinformação, deturpação da verdade e má intenção na humanidade. Nestes casos, o agente do mal busca sempre mais riqueza e poder. Em contrapartida, no consequente conjunto de impactados, são colocadas penúria e humilhação. De forma correta, a sociedade tem criado proteções para minorias e, às vezes, para maiorias, desde que estejam sendo maltratadas. Com muito esforço e luta, a sociedade resgatou, em parte, o direito dos negros, dos homossexuais, das mulheres e dos miseráveis. Estes grupos começam a ter vidas menos sofridas. Mas, falta muito a ser atendido. Busco chegar a determinada tese e, para isso, preciso estudar alguns casos.
Em um grupo conservador, foi feito um debate para se explicar as causas do baixo nível de desenvolvimento brasileiro. Logo, apareceram o “custo Brasil”, a “baixa especialização da mão-de-obra” e a “existência da pobreza, que dificulta a capacidade cognitiva dos trabalhadores”. Sem entrar no mérito, foi lembrado que o desenvolvimento em pauta não era só o econômico, pois existiam também o desenvolvimento social, o político e outros.
Com esta nova abrangência da análise, se não fosse triste, teria sido engraçado ouvir pessoas dizerem absurdos como: “a preguiça de algumas pessoas os leva à condição de extrema pobreza” e “oportunidades existem, vejam, por exemplo, o caso do Ministro Joaquim Barbosa, que de origem humilde chegou a ministro do STF”. Mas, o auge da cretinice ocorreu quando afirmaram que “em qualquer sociedade, têm que existir pobres e, por isso, é uma ilusão imaginar uma sociedade sem pobres”.
Durante estas observações, fiquei pensando: “A quem querem enganar? Porque deve ser difícil alguém pensar assim, honestamente.” Era o caso de se perguntar: “A exploração capitalista, como razão para a geração de pobreza, não conta?” Estive presente neste grupo por uma destas imposições do trabalho que acontecem na vida. Seus membros já tinham o conservadorismo incrustado em suas almas. A pergunta que persiste é: “Como eles foram formados?”
As cortinas se fecham e se abrem na época do Rio+20. Um professor da USP está sendo entrevistado por um canal de televisão e a repórter, que havia sido bem treinada, busca arrancar dele palavras de apoio para a “economia verde”. Em determinado instante, ele disse algo como: “A ganância e o individualismo, característicos do capitalismo, levam a este menosprezo pela natureza. Se tivéssemos um mundo mais solidário com seres mais humanos, a natureza seria preservada naturalmente.”
As cortinas se fecham e se abrem, novamente. Aparece o senhor Paulo Skaf dizendo a frase: “A terceirização é boa para o trabalhador”. Esta frase é um descalabro, mas fiquei esperando algum líder de central sindical ser entrevistado e dizer: “A terceirização é boa para o patrão”. Mas, ele não chegou, porque trabalhador não tem vez na mídia tradicional. O quase nada que o governo Dilma fez nesta área é imperdoável.
É estarrecedor o grau de agressividade dos meios de comunicação. Plagiando o coronel Passarinho, os donos desta mídia devem pensar: “Que o conceito de igualdade de oportunidade na mídia para todos os grupos vá às favas. Vamos deixar de lado os pruridos. A mídia é nossa e nós entrevistamos quem nós queremos.” Obviamente, eles não têm nenhum receio que a concessão de operação da mídia seja revogada. Assim, a mídia é um grande instrumento de ação política a serviço do capital.
Vamos analisar melhor a posição do senhor Skaf. A terceirização proposta por ele pode repercutir desfavoravelmente para a classe que ele representa. Não é só na Física que “a toda ação existe uma reação de intensidade igual e em sentido contrário”. À medida que maiores parcelas da mais-valia dos trabalhadores são retiradas ou eles perdem o emprego, menos comida chega às suas casas, eles não conseguem ter acesso a médicos e hospitais, e outras mazelas ocorrerão. Assim, o nível de angústia da população carente irá aumentar com a terceirização. Não há como negar que, quanto maior este nível de angústia, o cidadão ficará mais propenso a atuar na criminalidade. Não digo que o aflito está liberado para praticar crimes, mas está sendo impelido para a criminalidade.
Desta forma, os que auferiram maiores lucros com a terceirização irão gastar mais com carros blindados, motoristas mais caros, porque sabem lutas marciais, equipamentos novos de segurança para suas casas e guarda-costas para si e os entes queridos. Fora o sobressalto constante que seu sequestro ou de algum familiar representa. O crescimento do índice de Gini, que mede a má distribuição de renda em uma sociedade, causado pela terceirização, significará, em última instância, maior insegurança na sociedade. Nesta hora, o Estado será denunciado, principalmente pela classe rica, como único culpado por não garantir segurança para os cidadãos. Esquecem que não há só a segurança física. Há também a segurança alimentar para os pobres, a segurança da educação para os filhos dos trabalhadores, a segurança do atendimento de saúde para os pobres e, por aí, vai.
Os meios de comunicação corruptos, comprometidos com a manipulação da população, não têm redatores de notícias, têm roteiristas criativos, que devem ficar criando saídas para os constantes furos de quem não têm a verdade consigo. Para a população despolitizada, é difícil, em muitas situações, descobrir onde está a verdade. Por exemplo, no conturbado Grande Oriente, sem querer justificar as injustificáveis ações do Estado Islâmico, tenho dúvida se só eles praticam atrocidades. É difícil saber qual é o mundo real. A única forma de combater a manipulação é identificando alguns articulistas, que são nossas estacas, pois servem como ancoradouro para a população em busca de compreensão do que está por trás dos noticiários. São os tradutores da ficção para o real e são encontrados, basicamente, nos sites, blogs etc.
Finalmente, a citada tese é que a causa mater é a mídia do capital, que está aí, e sua triste consequência são as mazelas do nosso povo. Sem compreender o que acontece por falta de informação, a população não se protege, não evolui politicamente e elege representantes que irão prejudicá-la. Pouco irá representar uma nova lei que reforme a política, se ela será realizada pela maioria de desonestos que, hoje, sacrificam o povo em benefício próprio e dos grupos que representam.

Fonte: VIOMUNDO
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A mídia do capital e as mazelas do nosso povo.

E a partir de quando o capital se tornou hegemônico ?

A partir do início da década de 1990, por ocasião da queda dos regimes comunistas.

Antes de 1990 toda a mídia ocidental, capitalista , já mentia e manipulava as informações, no entanto, assim como o capitalismo do lado ocidental, a mídia tinha alguns cuidados, não permitia uma aparência selvagem e a mentira não era tão escancarada como hoje. 
Isso não significa  que  não surgissem manipulações escancaradas, como existem atualmente, no entanto, tais manipulações  não significavam  a regra geral.

Os regimes comunistas ainda existiam, e se fazia necessário , no lado capitalista, mostrar uma imagem  de  civilidade e compromisso com as causas sociais, com a igualdade, com o apoio aos pobres e outros temas tão sensíveis aos regimes comunistas.
E tudo isso se deu , tanto nas política sociais dos países  capitalistas como no comportamento da mídia ocidental.

Do final da segunda guerra mundial até o final dos anos da década de 1980, os países capitalistas, para fazer frente aos regimes comunistas, implantaram uma série de medidas, políticas e programas com forte apelo social, garantindo aos povos um repertório considerável de direitos e serviços públicos gratuitos de alta qualidade.
Era como se desejasse mostrar para as pessoas do lado ocidental, que o capitalismo era melhor que o comunismo, já que podia oferecer os mesmo serviços e direitos e ainda garantia a liberdade e a democracia. 

Era o período da guerra fria, e a propaganda dos regimes tinha um peso significativo, com cada lado tentando mostrar que era melhor que o outro.

Logo, para competir com o comunismo, os países ocidentais e capitalistas criaram o estado do bem estar social, um período  conhecido com os 30 anos gloriosos do capitalismo, ou seja, de 1950 até 1980.

A partir de 1980 e com evidências de que os regimes comunistas  estavam entrando em crise, deu início , no lado capitalista, ao desmonte do estado de bem estar social no países capitalistas, desmonte esse que se acelerou a partir de 1990 ganhando, inclusive, ares de selvageria.

De certa forma, a partir de 1990 o capitalismo mostrou sua verdadeira cara e a selvageria associada a um retrocesso civilizatório tomou conta do mundo, estando a mídia ocidental na defesa intransigente do capital e, para tanto,  a mídia vem criando ao longo dessas quase três décadas uma narrativa que omite, esconde, manipula , distorce, edita e inventa a realidade, apresentando o mundo e o capital como vencedores e responsáveis por um mundo civilizado e livre.
No entanto, a realidade de fato, é bem diferente, aliás, é muito diferente daquela apresentada pelos meios de comunicação, já que a hegemonia do capital a partir de 1990 tem levado o mundo a um retrocesso civilizacional.

Racismo

Os casos de racismo crescem diariamente, a cada segundo, em todo o mundo, até mesmo incentivados de forma subliminar pelos meios de comunicação, sendo que os responsáveis por atos de racismo raramente são punidos e, quando punidos, as punições são brandas. 
Os negros são as maiores vítimas por estarem associados a pobreza, no entanto, não são os únicos, já que populações indígenas estão sendo praticamente dizimadas em todo o mundo.
Antes de 1990, e no período dos 30 gloriosos, acreditava-se que o racismo era algo que estava em extinção, não pelo fato de não existir, mas sim pelo fato de não  ser incentivado em nome de um suposto  e hipócrita combate, como acontece nos dias atuais.
Quanto  mais a mídia do capital noticia casos de racismo, em nome de um combate a tais práticas, mais crescem as agressões racistas em todo o mundo
Na lógica do capital, o negro deve voltar a suas origens e servir como escravo.

Escravidão

O trabalho escravo, desumano, voltou com força a partir da década de 1990, principalmente por conta da globalização do capital, algo que estava em extinção antes do final da guerra fria.
A globalização provocou um estrago considerável no mundo do trabalho, no trabalhador organizado, no sindicalismo. Com as grandes empresas se deslocando de um país para outro em busca de mão obra barata para produzir bens para uma civilização homogeneizada nos costumes, países com excesso de mão obra servem como reduto de fábricas que atualmente se assemelham aos campos  de concentração nazista da segunda guerra mundial. Trabalhadores chegam a trabalhar de 14 a 16 horas por dia, com um dia de descanso semanal, com salários irrisórios, sem nenhum direito trabalhista produzindo bens de consumo descartável  que são símbolos do capitalismo globalizado, do mundo dito civilizado e moderno.
Em pleno século XXI a escravidão voltou com força e o assunto não é debatido na mídia do capital, que procura preservar as grandes marcas mundiais, principais responsáveis por essa barbárie e grandes anunciantes - logo mantenedores - dos meios de comunicação.

Direitos Trabalhistas

Enquanto os 30 anos gloriosos do capitalismo propiciaram a existência  dos estados de bem estar social, com todo tipo de direitos e serviços  assegurados aos povos, o mundo do capital globalizado está acabando com o pouco que restou desses direitos, em nome de uma lógica de darwinismo social, onde o normal será um mundo entre pessoas  vitoriosas e perdedoras, cabendo aos perdedores se sujeitar a escravidão , ou caso resistam , a opção é a morte, aliás, uma escolha do próprio perdedor, segundo o mantra que o  capital vitorioso repete com frequência na mídia do capital.
Nos direitos trabalhistas, que anos atrás garantiam até anos de seguro desemprego para desempregados, hoje a precarização é regra, já que no mundo trabalho o sindicalismo adotou a lógica de cada um por si, ou seja, o darwinismo sindical. Com as práticas de automação e robótica em expansão nas fábricas, os postos de trabalho naturalmente diminuem, a mão de obra desempregada aumenta, e o extermínio dos direitos trabalhistas ganha uma justificativa por parte dos defensores do mundo civilizado, cabendo a mídia do capital a defesa diária dos cortes em tais direitos, tudo em nome de redução de custos e de maior produtividade, já que a competição é a regra.
Em alguns países as aposentadorias já são totalmente privadas  cabendo as pessoas escolher ou não participar por décadas de um plano de aposentadoria privada ou fazer o plano por conta própria  ou, ainda, caso assim desejar, trabalhar até a morte.
Aliás , é uma constante nos meios de comunicação do capital , histórias enaltecendo pessoas vencedoras" , fruto de trabalho duro, ou seja, sem a necessidade de garantias de direitos trabalhistas.

Xenofobia

Curiosamente foi com a globalização do capital, a partir da década de 1990, que se intensificaram os casos de rejeição a estrangeiros. A título de exemplo, na era dos trinta gloriosos, países como França e Alemanha tinam uma população considerável de empregados portugueses  e turcos, respectivamente, que gozavam  dos mesmos direitos sociais de cidadãos  franceses e alemãs Atualmente, de acordo com a lógica selvagem, os estrangeiros tem sofrido rejeição em muitos países , pois são vistos  como  ameaça já que competem por empregos em igualdade de condições. A irracionalidade é tanta, que isso acontece em países de um mesmo bloco econômico, com garantia de livre acesso entre as pessoas. Associada a questão do emprego, a xenofobia ganha maiores e mais nítidos contornos  com a questão racial e religiosa, que a mídia do capital incentiva diariamente seja de forma explícita ou de forma subliminar, que se dá na maioria dos casos através de programas de entretenimento.

Religião

Talvez uma das maiores fontes de conflito seja a intolerância  religiosa .
Cabe lembrar que antes de 1990, durante a guerra fria, os países capitalistas adotavam uma postura extremamente democrática e tolerante com a religião e a religiosidade dos povos.
Hoje, percebe-se que tal postura devia-se ao fato que nos países comunistas as religiões e as práticas religiosas eram proibidas.
Atualmente as grandes religiões ocidentais, de uma maneira geral, seguem a lógica do capital, já que em suas propagandas para aumentarem seus rebanhos são recorrentes expressões de grande prosperidade financeira  entre fiéis que adeririam essa ou aquela corrente religiosa.
Curiosamente e paradoxalmente, o capitalismo se tornou uma religião, uma religião materialista, já que na mídia do capital não existe espaço para crítica do sistema hegemônico .
A negação de outras correntes religiosas por uma determinada religião é a regra geral, apesar das aparências.
No mundo do capital globalizado, Deus é propriedade de apenas uma religião, qualquer uma.
Ainda não se tem notícia se uma determinada corrente religiosa tentou patentear Deus, mas isso deve acontecer em breve.
As religiões de origem africana são as correntes religiosas que mais sofrem preconceitos e perseguições.

Crime Organizado e criminalidade

O crime organizado sempre existiu e desde sua existência tem sido combatido  por  países e mesmo por organizações internacionais. A produção cultural mundial, ocidental, produziu um grande número de obras relatando os esforços de governos no combate ao crime organizado.
No entanto, a partir da década  de 1990, o crime organizado ganhou um impulso sem precedentes, chegando nos dias atuais a estar  em posição acima de governantes em muitos países, influenciando diretamente as ações de governos. 
No caso de crimes financeiros, as organizações criminosas assumem uma fachada de legalidade e em conjunto com  outros tipos de corporações, definem os caminhos do capitalismo do século XXI, de ganhos astronômicos em atividades especulativas como jamais  vistos na história, mas no entanto em poder de pouquíssimas pessoas, os "grandes vencedores". 
No mundo atual a maioria dos países e seus respectivos governos, apesar das aparências , são reféns dessa lógica financeira, criminosa, resultado da globalização do capital. Essa engrenagem não merece nenhum tipo de crítica na mídia do capital, que , ao contrário, procurar enaltecer o sistema.
Além do crime organizado que governa o mundo do capital globalizado, os crimes associados ao tráfico de drogas, armas e pessoas, também teve um crescimento assustador a partir desde 1990., apesar da grande propaganda que a mídia do capital faz diariamente dizendo que se combate com firmeza e eficácia a todo tipo de crime organizado.

Qualidade de Vida

Não se pode negar que os avanços na ciência e na tecnologia no últimos 25 anos trouxeram ganhos consideráveis para a qualidade de vida das pessoas,no entanto, o preço que se paga por tudo isso é alto e ainda mais, devastador.
Em uma economia baseada no descarte e em um tempo de vida dos produtos de consumo cada vez mais curtos, a sociedade de consumo turbinada vive diariamente hipnotizada, idiotizada, trocando de coisas novas  por coisa mais novas que , para muitos, significam os símbolos de sucesso e lugar garantido no pantheon dos vencedores.
O consumo se tornou um valor na religião materialista capitalista , consumo que é  o motor, o sustentáculo do sistema, sendo as coisas a sedução  que são apresentadas  diariamente, nas mídias do capital, sem qualquer tipo de análise critica.
As coisas também passaram a substituir as naturais  reflexões das pessoas, já que aquisição de coisas novas são indicadas para curar angústias, sofrimentos e outros.
De todas as coisas o automóvel talvez seja o maior de todos os símbolos, fazendo com que pessoas passem em média três horas por dia presos em uma caixa de ferragens, na mesma posição, sem que questionem a normalidade  de tais atos. É tão normal, que as montadoras de automóveis  criam facilidades e mais conforto dentro da caixa. Na mídia do capital, tais caixas são apresentadas como símbolo de poder , e o tempo que se perde de forma inútil , sequer é questionado. Nos transportes coletivos, que deveriam ser a solução,o problema se repete, não apenas pelo tempo que se fica aprisionado, como também pelo desconforto, já que pela lógica do capitalismo o transporte coletivo  é um negócio que visa o lucro máximo com produtividade máxima.
Na saúde a medicina conseguiu avanços notáveis e a expectativa de vida das pessoas aumentou consideravelmente, já que  inúmeras doenças e epidemias foram controladas e até mesmo extintas, no entanto, morre-se cada vez, e em grande número, por doenças degenerativas ou derivadas do estresse associado ao estilo de vida dominante.
Nestes casos, a medicina como se expressa  no mundo atual , não deixa de guardar coerência com suas próprias práticas, já que grande parte dos medicamentos eliminam uma doença e criam outras.
Não se morre cedo de grandes epidemias como na antiguidade ;morre-se  mais tarde de problemas criados pelo estilo de vida e pelos próprios medicamentos.

Meio Ambiente

No mundo do capital o meio ambiente se transformou em uma gigantesca lixeira, sem que isso seja questionado pela mídia dominante. Em meio a uma  enxurrada de anúncios sobre produtos de higiene pessoal e de  beleza, a humanidade, que vive em sua maioria em grandes  aglomerados urbanos, respira uma ar sujo e por vezes tóxicos, sendo que em algumas cidades o uso de máscaras para filtrar o ar já faz parte do vestuário das pessoas. Se isso já não  fosse grave, a economia baseada no descarte produz uma quantidade absurda e irracional de lixo que poluem os rios , lagos e mares, aumentando o  transtorno das pessoas que vivem nos grandes centros urbanos. Tudo isso é tratado como sendo  normal pela mídia do capital.
O excesso de gases despejados na atmosfera, fruto da atividade humana,  já vem alterando o clima pelo mundo, no entanto, como os remédios para mudar esse quadro de sujeira implicam em uma revisão profunda , e até mesmo estrutural  no modelo capitalista, a mídia do capital trata esse problema como sendo algo a ser resolvido  no futuro, isso quando assume o problema, já que a maioria da mídia do capital coloca a questão das mudanças climáticas como algo a ser estudado com mais profundidade. Em alguns casos, e não são poucos, a mídia do capital afirma que tais alterações climáticas simplesmente não existem e , que são inventadas por cientistas  de orientação marxista. No mundo das aparências, onde os símbolos de status
são luxuosos, as pessoas vivem em meio ambiente sujo, e as doenças decorrentes desse quadro, principalmente as doenças respiratórias, crescem em todo o mundo.
A revolução verde da década de 1970 que aumentou consideravelmente a aérea plantada e consequentemente a produção de alimentos, por outro lado vem causando um grande estrago no campo, seja pelo uso criminoso e irracional de agrotóxicos e pela domínio da monocultura. Os alimentos, cada vez mais industrializados e até mesmo super processados, também tem sido a fonte de inúmeras doenças, por contaminação com substâncias tóxicas e mesmo pelo ganho de peso que proporcionam às pessoas com vidas cada vez mais sedentárias.
Na mídia do capital, as indústrias alimentícias estão entre os principais anunciantes, com o foco predominante no público infantil e no publico adulto imbecilizado, que é a maioria.

Mídia e Entretenimento

O braço poderoso do capital para entorpecer, imbecilizar e desinformar as pessoas.
Através dos meios de comunicação da mídia do capital, o capitalismo, assim como os valores e estilos de vida decorrentes deste modelo, são enaltecidos e blindados de qualquer crítica, sendo apresentado como única alternativa de organização social e até mesmo de vida.
O entretenimento é de uma imbecilização sem precedentes na história das várias modalidades de mídia, fazendo com  que os consumidores não sejam levados a nenhum tipo de reflexão, já que todas as formas de expressão artística mergulham em estereótipos, reforçando , com isso, todas as mazelas do mundo atual citadas até aqui. O entretenimento na mídia do capital  é a indigência cultural em sua expressão mais medíocre, sendo assimilado por uma grande parcela das pessoas que veem e consomem tais produtos como sendo os melhores e mais apropriados  produtos de entretenimento do mercado.
No campo do jornalismo,  a mídia do capital  constrói, diariamente, uma realidade que tenha sempre por objetivo defender os interesses do sistema dominante. As narrativas não permitem qualquer tipo de crítica ao sistema, assim como quaisquer índícios de que outras formas de organização social possam ser discutidas. Para a mídia do capital, não existem outras alternativas ao sistema atual, e os governos que venham a construir desvios, mesmo que  ainda dentro do sistema, são duramente combatidos , perseguidos e , caso insistam em suas teses, podem mesmo até terem seus principais governantes depostos ou presos, já que o Judiciário do Capital trabalha em sintonia coma mídia.
Assim sendo, diariamente, colunistas , jornalistas  e especialistas escrevem ou falam nos meios de comunicação sobre  a realidade dos fatos que esse meios desejam que seja a verdade, independente da veracidade dos fatos.  Isso se dá não pelo estado avançado de demência de profissionais da mídia - alguns poucos são de fato dementes -, ao contrario, se dá por uma forma criteriosa e cuidadosa de construir uma realidade onde as pessoas que a assimilam acreditam que vivem em um mundo próspero, civilizado e feliz, onde as oportunidades estão aí, disponíveis para todos, e aqueles que não usufruem de tantas chances são os vagabundos e preguiçosos, os perdedores, que não podem , em hipótese alguma , serem sustentados pelo estado.
Essa narrativa dominante na mídia do capital atinge de maneira profunda as pessoas com menos de 35 anos, que não viveram ou mesmo desconhecem que novas formas de organização social e de vida civilizada existem e são possíveis, sem que se tenha de retornar ao passado.
Passado, aliás, que se manifesta no mundo atual em uma expressão medievalesca, apesar dos avanços da ciência e da tecnologia.

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