Esquema de corrupção na FIFA investigado pelo FBI, similar ao desvendado na Suiça, envolvia direitos de transmissão de TV
publicado em 27 de maio de 2015 às 11:36
por Luiz Carlos Azenha
No livro que escrevi ao lado dos jornalistas Leandro Cipoloni, Tony Chastinet e Amaury Ribeiro Jr. descrevemos minuciosamente o fato de que O CORAÇÃO da corrupção no futebol está associada à venda de direitos de transmissão de TV.
Os cartolas se encaixam tão bem no papel de corruptos que frequentemente as denúncias se voltam exclusivamente contra eles, são fulanizadas e acabam desconhecendo este fato: é a TV, estúpido!
De acordo com a nota divulgada hoje pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, relativa à prisão do ex-presidente da CBF José Maria Marin e de outros cartolas da FIFA, 70% dos ganhos da entidade entre 2011 e 2014 vieram da venda de direitos de transmissão e de marketing.
É o filé mignon.
Pela denúncia apresentada em um tribunal federal de Nova York, em uma ponta do negócio, como pagadoras de propina, estavam empresas de marketing esportivo — no caso brasileiro, a Traffic de J. Hawilla — e na outra estavam os cartolas.
Hawilla admitiu a culpa em quatro acusações: conspiração para extorsão, fraude e lavagem de dinheiro e obstrução de Justiça. Concordou em devolver U$ 151 milhões, dos quais já pagou U$ 25 milhões. Isso dá a vocês uma ideia dos valores envolvidos.
Segundo os norte-americanos, o esquema de duas décadas envolveu a venda de direitos de transmissão de vários campeonatos, desde a Copa América passando pela Libertadores e chegando à Copa do Brasil.
Também é citada uma empresa de material esportivo que fechou contrato com a CBF, não nomeada pelo Departamento de Justiça. Trata-se, obviamente, da Nike.
Além de Hawilla, a Traffic International, baseada nas ilhas Virgens Britânicas, e a Traffic USA, de Miami, também se declararam culpadas — o que indica que estão entregando o esquema à Justiça.
As ilhas Virgens Britânicas aparentemente são o refúgio fiscal favorito da cartolagem futebolística.
Foi nelas que a Globo “investiu” uma bolada para formar uma empresa de nome Empire, cujo capital depois foi usado para comprar os direitos de transmissão das Copas de 2002 e 2006. Segundo a Receita Federal brasileira, a engenharia financeira visava burlar o Fisco, o que resultou em multa superior a R$ 600 milhões.
As ilhas Virgens Britânicas também foram sede da Fundação Nunca, um dos propinodutos utilizados pela empresa de marketing ISL para subornar cartolas.
A International Sports and Leisure (ISL) foi o instrumento criado pelo fundador da Adidas, Horst Dassler, para “inventar” o marketing esportivo, espalhando no processo milhões em propinas para controlar dirigentes esportivos e — o que realmente interessava a ele — direitos de transmissão.
O esquema revelado hoje é a versão das Américas daquele que descrevemos minuciosamente no livro, que irrigou com algumas dezenas de milhões de dólares e francos suiços o bolso do ex-presidente da FIFA João Havelange e do ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira.
Agora que sabemos detalhes do que aconteceu na Suiça e nas Américas, a pergunta para a qual ainda não temos resposta: e os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, hein?
Um promotor suiço e o FBI foram capazes de investigar, apontar culpados e obter reparações. Por que somos incapazes de fazê-lo no Brasil?
Resposta: porque a CBF habita um firmamento à parte das demais instituições brasileiras, mesmo depois dos 7 a 1.
Fonte: VIOMUNDO
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Recordar é viver: Marin e Aécio Neves, uma tabelinha impagável
27 de maio de 2015 | 11:56 Autor: Fernando Brito
Agora que está na moda o jornalismo que avalia o comportamento moral de políticos de esquerda na base do “esteve no escritório” ou “jantou no restaurante” com alguma figura qualquer acusada de irregularidade ou propinagem, é justo fazer um “recordar é viver” das ligações entre José Maria Marin, o ex-presidente da CBF preso por corrupção nos EUA com o ínclito Aécio Neves, o homem que não quer nem papo com gente “do mal”.
Por isso, é bom refrescar a memória das pessoas com fatos publicados na própria grande imprensa, não em “blogs sujos” feito este aqui, capazes de maledicências com homens veneráveis que encontraram em Aécio Neves o espelho onde projetam suas virtudes como dirigentes do futebol brasileiro.
Primeiro, a reprodução do Globo Esporte, vejam:
Para não parecer intriga, vamos ao diário esportivo Lance:
E para conhecer a história melhor, a coluna de Juca Kfouri:
Aécio ama a CBF
Aécio Neves é amigo de José Maria Marin e o homenageou, escondido, no Mineirão.Deu-se mal porque o que escondeu em sua página na internet, Marin mandou publicar na da CBF.
Aécio também é velho amigo de baladas de Ricardo Teixeira e acaba de dizer que o país não precisa de uma “Futebras”, coisa que ninguém propôs e que passa ao largo, por exemplo, das propostas do Bom Senso FC.
Uma agência reguladora do Esporte seria bem-vinda e é uma das questões que devem surgir neste momento em que se impõe um amplo debate sobre o futuro de nosso humilhado, depauperado e corrompido futebol.
Mas Aécio é amigo de quem o mantém do jeito que está.
Não está nem aí para os que reduziram nosso futebol a pó.
Que maldade, Juca!
Fonte: TIJOLAÇO
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... As ilhas Virgens Britânicas aparentemente são o refúgio fiscal favorito da cartolagem futebolística. Foi nelas que a Globo “investiu” uma bolada para formar uma empresa de nome Empire, cujo capital depois foi usado para comprar os direitos de transmissão das Copas de 2002 e 2006. Segundo a Receita Federal brasileira, a engenharia financeira visava burlar o Fisco, o que resultou em multa superior a R$ 600 milhões...
É bem provável que Globo esteja envolvida nos esquemas de corrupção envolvendo a CBF.
Tanto em competições internacionais quanto em competições nacionais.
Importante que as apurações prossigam para que possamos conhecer todo o esquema e, claro, passar a limpo o futebol brasileiro.
O vexame na copa de 2014 , desta forma, pode ser compreendido como o início de um processo de reformulação do futebol, que segue, agora, com as denúncias de corrupção envolvendo a CBF.
Importante que os clubes se organizem em torno de uma liga nacional para organizar as competições nacionais e regionais, deixando para a CBF a organização das atividades das seleções brasileiras.
Importante, também, a democratização das transmissões por TV aberta do futebol no país.
Interessante a ligação dos tucanos com a CBF , como também a recente indicação de João Dória Jr., o 'Cansei', apoiador de Aécio, como chefe da delegação brasileira na Copa América que se inicia no mês de junho deste ano no Chile.
Será que com a descoberta dos esquemas o famoso DARF da Globo aparecerá ?
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