terça-feira, 26 de maio de 2015

Frente de Esquerda

Espanha respira um renascimento político e libertário: 
2 mulheres de esquerda vão comandar suas 2 principais vitrines, Barcelona e Madri

A Europa se move para a esquerda: 
'Barcelona, o epicentro da mudança'. Esther Vivas, da Praça do Sol ao poder.

A obra do arrocho neoliberal: 
29% dos 46,7 milhões de espanhóis vivem no limiar da pobreza e da exclusão;45% não conseguem mais gozar férias.

Fonte: CARTA MAIOR
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El País': Eleições em Barcelona e Madri marcam virada política na Espanha



As duas prováveis prefeitas eleitas são herdeiras de movimentos sociais


O jornal espanhol El País publicou nesta segunda-feira,(25/05) um artigo em que repercute o resultado das eleições municipais e regionais deste domingo, com grandevitória da esquerda. "Manuela Carmena, uma juíza aposentada com prestígio que usa o metrô e que escapou de uma matança fascista em 1977, e Ada Colau, uma ativista especializada em paralisar despejos hipotecários de pessoas que ficariam sem casa, serão, previsivelmente, as novas prefeitas de Madri e Barcelona. São os principais símbolos da tempestade política que atingiu a Espanha nas eleições".

No caso de Madri, Carmena necessitará do apoio do Partido Socialista (PSOE) para governar. Tudo aponta que será assim. Os resultados oficiais, com 99% dos votos apurados, refletem uma situação de quase empate na capital Madri entre o conservador Partido Popular (PP), o partido do presidente Mariano Rajoy (34,4% e 21 vereadores de 57) e Ahora Madrid, uma coalizão de movimentos cidadãos comandados por Carmena (31,9% e 20 vereadores), assim como uma importante queda do PSOE de Antonio Miguel Carmona (15,34% e 9 vereadores) e um resultado mais pobre do que o esperado para Ciudadanos (11% e 7 vereadores), um novo partido de centro-direita. Carmena fez um discurso no domingo à noite e afirmou “grandes mudanças ocorreriam na capital”.
 

Desta maneira, a capital da Espanha, cidade onde há quatro anos nasceu o movimento dos indignados (15-M) e Barcelona serão os paradigmas do giro à esquerda que vem experimentando o país.
 

Não só isso. Carmena e Colau não pertencem a nenhum partido político. Formam parte de plataformas e grupos heterogêneos, como Podemos, herdeiros desses movimentos sociais que renegaram os partidos políticos tradicionais, principalmente os indignados. As duas, além disso, basearam boa parte da campanha eleitoral nas redes sociais. Serão mudanças histórias: em Madri, o PP de Mariano Rajoy governa há 24 anos.
 

A longo prazo, Ahora Madrid promete auditar a dívida pública, revisar contratos municipais para devolver à Prefeitura vários serviços públicos, como o de limpeza urbana; paralisar as principais intervenções urbanistas da cidade; subir os impostos às grandes empresas; abaixar as tarifas de transporte público, entre outras medidas.
 

No entanto, no mesmo dia que Carmena foi escolhida como candidata, Ahora Madrid apresentou as cinco medidas mais urgentes, votadas em processo aberto a toda a população, que deverão ser implementadas nos primeiros 100 dias de Governo.
 

- Colocar todos os meios e recursos municipais para a paralisação de ações de despejos e para garantir uma alternativa habitacional.
 

- Paralisar a privatização dos serviços públicos, a concessão de serviços municipais a grandes empresas e a venda do patrimônio público.
 

- Garantir os serviços básicos (luz e água) a todos os lares que não podem pagar por eles.
 

- Garantir o acesso a saúde pública e a todas as ações de prevenção e de promoção da saúde a todas as pessoas, independente de sua situação administrativa.
 

- Desenvolver um plano urgente para a inclusão no mercado de trabalho de jovens e desempregados de longa duração.
 

O grupo de Ada Colau, Barcelona en Comú, também apresentou um plano de choque para os primeiros meses de mandato, definido “ambicioso”, porém “factível”. Asseguram que muitas dessas medidas não possuem nenhum custo: “Exigem valentia política, bom senso e podem ser aplicadas de forma imediata”.
 

- Criar 2.500 empregos com um investimento de 50 milhões de euros.
 

- No campo social, pretendem multar os bancos que executem um desalojo hipotecário, taxar as empresas elétricas, revisar o cartão do transporte público e ampliar a gratuidade, e implementar uma renda municipal para famílias pobres.
 

- Reverter as privatizações e concessões de serviços públicos e revisar projetos urbanísticos.
 

- Reduzir salários dos representantes para até um máximo de 2.200 euros mensais, eliminar os carros oficiais e fazer uma auditoria em algumas entidades.

Fonte: JORNAL DO BRASIL
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Primeiro a Grécia e agora a Espanha.

Certamente outros países europeus seguirão o mesmo caminho.

O arrocho tem sido muito longo, não só na Europa como em todo o mundo e, com isso, as pessoas não aceitam mais os governos que por décadas vem se revezando no Poder aplicando os mesmos venenos para sangrar e matar os povos.

O que acontece, agora,  é resultado dos movimentos sociais que no início desta década saíram às ruas  em todo o mundo para protestar contra as medidas anti vida do capitalismo em sua expressão selvagem atual.

Inicialmente como protestos de rua, depois como movimentos sociais e agora como partidos políticos ou frentes de esquerda chegam ao Poder lançando raios luminosos sobre a longa e devastadora noite neoliberal.

Acreditando que um outro mundo é possível , essas vitórias na Grécia e na Espanha reforçam em todos nós as utopias de democracia participativa, estados de bem estar social, ecossocialismo e outras bandeiras libertárias e democráticas dos movimentos progressistas.

A lição que vem da Europa deve ser bem assimilada pelos partidos e movimentos sociais de esquerda do Brasil, de maneira que somente com uma ampla frente de esquerda, com uma agenda do povo e para o povo, será possível  fazer a travessia para um mundo civilizado , justo, sustentável  e de bem estar para todos.

Enquanto isso, aqui no Brasil, os grupos reacionários e atrasados de direita que nas últimas  eleições sequestraram o congresso nacional, não medem esforços para fatiar o país e , ainda, tentam impor uma agenda medievalesca no tocante as questões da sociedade.

Apoiados pela excrescência midiática que influencia  o país , caminham para o passado sombrio,com o apoio explícito de analfabetos alucinados em marcha cômica e de outros não menos midiotas entrincheirados nas redes sociais.

Tais bestas sociais, fruto de má formação genética -política, ganharam espaço e visibilidade nos últimos meses por conta de uma campanha violenta e anti-democrática incentivada pelos meios de comunicação.

Ironicamente, vozes que se sempre se voltaram contra o Estado sofreram neste final de semana acidentes em que a presença  do SAMU e do SUS, através de um pronto atendimento, foram fundamentais no socorro de emergência.

Nas cavernas das bestas sociais, espécies similares aos acidentados recentes, em muitas vozes vociferaram contra o ex-presidente Lula por ocasião em que foi a diagnosticado com câncer, gritando bem alto, com bocarras bem abertas, para que se tratasse no SUS.

O sistema de saúde  no Brasil ainda precisa muito para ser perfeito, no entanto não é o lixo em que é retratado diariamente no espectro eletro magnético fecal midiático.
O mesmo se aplica para a educação pública.

Kim, você é contra o Estado, mas ainda bem que o SAMU te socorreu, não é?
25 de maio de 2015 | 16:03 Autor: Fernando Brito
kim
Sinto muito pelo acidente com aquele rapazinho, Kim Kataguiri, que vive desancando o Estado e louvando o império da iniciativa privada.
Ainda bem, porém que, como mostra a foto, ele foi atendido – tal como aconteceu com a família de Luciano Huck após o pouso forçado de seu avião -por serviços público do SUS, o mesmo SUS que, sempre que puderam fizeram questão de desancar – e há muitos casos, de fato, dramáticos – dizendo ser só um caos  a saúde pública, sem nunca mostrarem os avanços que estamos tendo.
Entre eles, o SAMU, que socorreu Kataguiri.
É uma iniciativa do governo que Kim quer derrubar, de qualquer maneira, que hoje tem perto de 4 mil ambulâncias e custa mais de R$ 1 bilhão por ano.
O Governo Federal paga a metade, estados e municípios pagam, cada um um quarto do custo.
Posto aí embaixo uma reportagem – claro que da NBR, porque as televisões privadas só se preocupam com o “mundo cão” das carências- que é algo que deveriam ver os que  esqueceram de como era comum, há 15 anos, ver pessoas por horas se contorcendo nas calçadas à espera de uma ambulância.
Leia a seguir minha história de hoje mesmo com o SUS.

Eu não espero que acreditem em mim – sei que até muitos dos meus amigos duvidariam – mas hoje voltei ao posto de saúde – simplérrimo, uma “casinha de roça” numa quase vila de pescadores junto à bacana praia de Piratininga, em Niterói, para marcar data para coleta de material para exames. Foram marcados, em menos de 15 minutos,  para daqui a uma semana, tal como uma semana demorou a consulta médica em os solicitou.
Aliás,  médica que me atendeu, depois de uma extensa consulta, troca da medicação para diabetes que tinha recebido em outra unidade (também pública e também boa) de emergência, a Dra. Daiane,  teve um gesto que talvez surpreenda os que estão acostumados com ricos consultórios particulares.
Levantou-se da cadeira, levou-me à porta e despediu-se de mim com a inevitáveis recomendações de restrição e, pasmem, com um aperto de mão.
Para os que quiserem ver, coloco abaixo  uma foto do posto, onde pretendo continuar a me tratar, no acompanhamento, depois da consulta com um endocrinologista que vai demorar um mês, já que agora estou visto por uma clínica geral, medicado e com uma taxa de glicose que marcou hoje 107, depois de ter entrado com 400 no posto, há duas semanas.
tibau

Fonte: TIJOLAÇO

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