quinta-feira, 28 de maio de 2015

Toma lá dá cá

Câmara aprova o fim da reeleição

Bem, pelo menos algumas coisas boas já saíram dessa reforma política, ou melhor, contra-reforma política, que vem sendo empurrada goela abaixo do Brasil pela turma do Cunha.
Quer dizer, não são exatamente coisas boas e sim pequenas vitórias de resistência para que as coisas não piorassem.
Primeiro, a derrota do distritão, que iria encher a câmara de subcelebridades televisivas.
Agora a Câmara aprovou, por esmagadora maioria, quase unanimidade, o fim da reeleição para cargos no Executivo.
Isso vai ajudar a renovar a classe política.
Se bem que é difícil ver algo de bom numa reforma feita dessa maneira, a toque de caixa, violentando tão agressivamente o debate que vinha rolando há anos no país.
O incrível foi a ver a hipocrisia do PSDB. A iniciativa de Fernando Henrique Cardoso de patrocinar uma emenda de reeleição para si mesmo agora fica ainda mais marcada, como um casuísmo desonesto e antidemocrático dos tucanos para ficarem mais tempo no poder.
Os bolivarianos ao menos elegeram uma nova constituinte, fizeram uma nova carta, realizaram plebiscitos populares. Aqui foi um golpe palaciano do nível “eduardo cunha”.
PS: Para ser franco, nem sei mais se é boa ou não. Estou confuso. De qualquer forma, da maneira como foi feito, foi muito ruim.

Fonte: O CAFEZINHO
________________________________________________________


Isso não é bom, aliás, é péssimo.

Não se pode mudar a todo instante as regras do jogo.

O primeiro presidente eleito após o fim da ditadura militar foi Fernando Collor ,em 1989,  para um mandato de  cinco anos sem direito a reeleição.

Em 1994, Fernando Henrique foi eleito presidente, e durante seu primeiro mandato, no ano de 1997,  mudou a regra do jogo ao comprar o congresso nacional para aprovar o mandato de quatro anos com direito a  uma reeleição, já valendo para o próprio FHC que foi reeleito em 1998.

Em 2010, ao término do segundo mandato de Lula - eleito em 2002 e reeleito em 2006 - , que deixou o governo com uma aprovação estratosférica e ainda elegeu seu sucessor, surgiu um movimento para que se criasse a possibilidade de Lula se candidatar , pela terceira vez consecutiva, nas eleições de 2010. Ou seja, mudar as regras estabelecidas.

Se o movimento foi uma pegadinha das oposições para que Lula aceitasse a idéia de uma terceira candidatura, e com isso fosse tachado de ditador e anti-democrático ao tentar mudar as regras, isso não importa, já que alguns políticos da base governista encamparam  a ideia e o assunto ficou por um tempo em destaque na mídia.

O fato é que Lula rejeitou mudar as regras, apostou na candidatura de Dilma, e venceu.

E eis que agora, a maioria que aprovou o sistema de  quatro anos com direito a reeleição - uma mudança no sistema de cinco anos sem reeleição que existia - deseja mudar as regras do jogo , criando um modelo de mandato de quatro anos sem direito a reeleição.

Todas essas idas e vindas acontecem em um período de tempo de mais ou menos 25 anos, o que é um tempo muito curto para tantas mudanças.

Fica claro, para todos os brasileiros que não se informam pela velha mídia, que estão em jogo , apenas, os interesses imediatos dos políticos na disputa pelo Poder, deixando de lado a estabilidade de um sistema que interesse a todo o país.

Impedir a permanência de governos do  PT, já pensando em uma possível reeleição de Lula em 2022 - admitindo-se que Lula será candidato em 2018 e vencerá as eleições - parece ser o objetivo para mudar as regras do jogo.

O país não pode ficar a mercê da vontade de políticos que  em sua maioria  generosamente irrigados por interesses econômicos, querem mudar a todo instante as regras do jogo.

Se a questão básica é sobre uma reforma política, fica claro que tal reforma não pode ser conduzida pelo congresso existente e, o  foco, maior  não deveria recair sobre a mudança no tempo de mandato de presidentes e reeleição.

Se o time não sabe e não tem competência para fazer gols,  não pode ficar a todo instante apresentando projetos para aumentar o tamanho das balizas, limitar em 150 cm a altura dos goleiros adversários , etc...

Faça-me o favor, já passou da hora de o  povo agir contra esse congresso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário