sexta-feira, 17 de abril de 2015

Tapetão tucano -midiático

O ponto de não-retorno

Por Luciano Martins Costa em 17/04/2015 
Comentário para o programa radiofônico do Observatório, 17/4/2015
A semana dos chamados dias úteis antes do feriado prolongado se encerra em clima de conspiração: a mídia tradicional prepara suas edições de domingo, nas quais há farta encomenda de artigos sobre a intenção de partidos oposicionistas de propor o impeachment da presidente da República.
Na sexta-feira (17/4), percebe-se que os autores da proposta deixam em segundo plano o elemento “apoio popular” – que se torna questionável com a revelação de que as manifestações contra o governo são feitas quase exclusivamente por eleitores do senador Aécio Neves (PSDB-MG), derrotado na eleição presidencial de 2014 (ver “Breviário do perfeito midiota”).
A nova tática consiste em buscar argumentos “jurídicos” com base na teoria do “domínio do fato”, que implicaria a presidente Dilma Rousseff em qualquer ato ilícito praticado por auxiliares de segundo ou terceiro escalões. Mas esse caminho leva a um labirinto no qual poderão se perder o próprio senador Neves e governadores eleitos pelo PSDB – caso, em algum ponto do calendário, a Polícia Federal e o Ministério Público decidam arbitrar suas ações na especificidade dos crimes que investigam, e não na sigla partidária a que conduzem os indícios e as provas.
As declarações selecionadas pela imprensa para criar um substrato jurídico não dissimulam o caráter golpista desse movimento, nem escondem o plano de, não sendo aconselhável partir para a ruptura institucional, seguir ateando fogo à governabilidade.
Como alternativa para manter o assunto vivo na mídia, articulou-se uma ação que pretende impugnar a chapa vencedora na eleição presidencial, com o objetivo de destituir ao mesmo tempo a presidente e seu vice, Michel Temer.
A iniciativa foi abortada pela ministra do Tribunal Superior Eleitoral Maria Thereza de Assis Moura, que negou legitimidade ao pedido, mas um recurso do PSDB recolocou o assunto em pauta, desta vez entregue nas mãos do ministro Gilmar Mendes. O magistrado, que retém em seus arquivos, há mais de um ano, o processo sobre financiamento de campanhas eleitorais, se torna, assim, o dono da agenda dessa nova manobra.
A semana que começa com o Dia de Tiradentes será uma oportunidade para discursos e declarações capazes de dar um lustro ao que é mero golpismo.

A máscara derrete

O artigo 81 da Constituição diz que, na hipótese de ser impugnada a chapa, e não apenas interrompido o mandato da presidente, seria marcada nova eleição num prazo de 90 dias. Interessante observar que ativistas em favor de uma intervenção militar no processo político contam com a possibilidade de militantes do Partido dos Trabalhadores e outras organizações sociais saírem às ruas para defender o mandato conquistado nas urnas – e celebram sem disfarces o risco de um conflito.
Dito assim, o cancelamento da eleição de 2014 parece um plano alucinado, e em circunstâncias normais seria improvável a adesão de alguns destacados protagonistas da cena política a uma aventura dessa natureza.
Observe-se que, no centro da cena, o senador Aécio Neves lidera o projeto na companhia de representantes das frações mais conservadoras da aliança oposicionista, alguns dos quais precisam produzir alguma instabilidade para adiar ou suspender ações judiciais que pesam sobre eles. Outros líderes do PSDB, como o senador José Serra e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, guardam uma posição mais discreta.
Movimentos como esse sempre têm um ponto de não-retorno, a partir do qual o comprometimento dos participantes se consolida de tal maneira que não será mais possível recuar. Aécio Neves passou desse ponto: se o projeto de impeachment for enterrado rapidamente, ele passará para a segunda ou a terceira fila dos candidatos tucanos à eleição de 2018. Quanto mais se envolve nesse plano, menores serão suas opções no futuro próximo, porque na política, como no futebol, as paixões devem ser contidas dentro das regras do jogo – e a torcida não perdoa quem tenta ganhar no “tapetão”.
Se a presidente superar a crise de relacionamento com o Congresso e as medidas econômicas começarem a surtir efeito até o final deste ano, o PSDB – e não apenas Aécio Neves – terá que enfrentar, nas próximas campanhas eleitorais, a acusação de haver atentado contra o processo democrático.
A mídia tradicional, patrocinadora dos golpistas, vai registrando mais um episódio deletério em sua história. Jornalistas recentemente demitidos, às dezenas, do Estado de S. Paulo e daFolha de S. Paulo relatam, discretamente, os bastidores dessa articulação nas redações.
A máscara da imprensa começa a derreter.

Fonte: OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA

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Aécio, com o apoio incondicional de toda a velha mídia, quer mudar o resultado das eleições no Tapetão.

Uma grande frustração por uma derrota e a incapacidade de aceitar o revés, pode levar, como acontece agora, o lado perdedor a apelações absurdas, as vezes infantis, por outras violentas, porém, em todos os casos, distanciadas da realidade.

É o que acontece agora na aurora de um grande feriado, quando a velha mídia já prepara uma gororoba gordurosa de notícias golpistas focando as aventuras Aécio -midiáticas de maneira que a população de midiotas possa consumir durante o descanso do feriado que homenageia um herói da independência do Brasil.
É o Tapetão.
A realidade fantasiosa.

Também foi assim em uma grande frustração no futebol, no ano de 1982, quando a seleção brasileira de futebol foi eliminada da Copa do Mundo ao perder, dentro de campo e pelas regras do jogo, uma partida para a Itália.
Inconsoláveis pela derrota, já que davam como certa a vitória contra os italianos, cartolas da CBF com apoio da nossa alegre e cômica imprensa esportiva, levantaram a possibilidade de entrar com um recurso na FIFA pedindo a anulação da partida.
O assunto surgiu, obviamente, minutos após o término da partida, e foi ganhando repercussão e adeptos, tal qual uma bola de neve, já que a velha mídia embarcou com tudo na possibilidade de uma vitória impossível no Tapetão.
Até hoje, passados quase 33 anos, não se sabe os argumentos que seriam apresentados para pedir a anulação da partida.

Na política as coisas não são muito diferentes, aliás, são idênticas, já que Aécio, velha mídia e midiotas reacionários , formam uma coalizão, ou torcida organizada, de inconsoláveis, frustrados, alucinados, tentando de todas as formas invalidar o resultado legítimo e democrático das eleições presidenciais de outubro de 2014. Passados quase 170 dias do resultado das eleições, os inconsoláveis , neste espaço de tempo, já tentaram pedir a recontagem dos votos, a anulação das eleições, já manipularam o noticiário sobre corrupção para incriminar apenas o partido dos trabalhadores e a presidenta , já criaram um clima de violência e reacionarismo no pais que levou uma multidão de acéfalos às ruas para pedir intervenção militar e impitimam da presidenta, já replicaram as manifestações de rua em um espaço de apenas um mês e, agora, diante do recuo e da perda de força das manifestações de rua desenvolvem teses jurídicas mirabolantes , sempre com o apoio incondicional da velha mídia, para tentar retirar do cargo uma presidenta eleita de forma democrática e legítima. Tentam colocar em cena o Tapetão.




Aliás, o termo Tapetão, surgiu na década de 1960, e foi criado pelo radialista e jornalista esportivo, Washington Rodrigues, o Apolinho, por ocasião de ações bem sucedidas de advogados, principalmente o brilhante advogado José Carlos Vilela que representava o Fluminense F. C e conseguia resultados fantásticos a favor do tricolor nos tribunais esportivos.
Como naqueles anos foram construídos muitos estádios de futebol, e todos tinham o nome no aumentativo, como, Mineirão, Castelão, Albertão , Batistão, etc..( era a época da ditadura militar do Brasil Grande ), Apolinho chamou as decisões esportivas que aconteciam nos tribunais de Tapetão .
Eram locais refrigerados e com tapetes, onde, no lugar do grama, seriam decididas as partidas de futebol.
O caso mais famoso do Tapetão, e que talvez tenha dado tanta visibilidade ao novo local de decisões de partidas, aconteceu no ano de 1969, quando o advogado do Fluminense, José Carlos Vilela, conseguiu uma liminar para colocar em campo o artilheiro tricolor, o jogador Flávio, expulso de campo na partida anterior e automaticamente suspenso do jogo seguinte.
Para surpresa de todos , Flávio jogou e foi o autor do gol que deu a vitória ao Fluminense por 2X1,contra Bangu ou América ( não me recordo o time ) no Maraca.
A decisão do Fluminense foi motivo de muita polêmica até o final do campeonato (era o campeonato carioca e dizia-se que o Fluminense iria perder os pontos da partida em que escalou Flávio) quando o tricolor sagrou-se campeão.

O Fluminense passou do ponto de não - retorno, do texto de Luciano Martins, e ficou marcado como o clube do Tapetão.

O mesmo certamente acontecerá, talvez já esteja acontecendo, com o senador Aécio Neves e toda a velha mídia, em suas cartadas suicidas e anti- democráticas em invalidar , nos tribunais, o resultado democrático e legítimo das eleições.
Ficarão marcados como golpistas e anti-democráticos,

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