terça-feira, 14 de abril de 2015

A volta do Sustincal

Ricaça francesa da indústria de perfume e moda, Arlette Ricci é condenada a três anos de prisão e multa de US$ 1,1 milhão por ocultar depósitos de US$ 22 milhões no HSBC da Suíça. No Brasil, congêneres foram preservados até agora graças ao jornalista dos Frias, Fernando Rodrigues, que tem a lista e a sonegou à CPI
Fonte: CARTA MAIOR

Cidadão pede intervenção militar, para o carro de som num lugar proibido, a polícia avisa que vai guinchar e o amigo reclama: “falta de liberdade”
Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO

FHC pula do barco da derrota.  Ele convocou as manifestações e agora tira o time.
Fonte: CONVERSA AFIADA

Fotógrafo é agredido por se parecer com Lula.
Beto Novaes, do ‘Estado de Minas’, disse ter sido chutado durante protesto contra governo em Belo Horizonte

Fonte: O DIA
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Para a maioria das pessoas lúcidas, as notícias acima, de hoje, podem parecer brincadeiras ou piadas.

Não são brincadeiras, são todas verdadeiras.

Em uma pequena amostra da situação atual das oposições políticas do  país, a irracionalidade reina em uma parcela da população que a imprensa tenta impor como representativa do total.

O escândalo das contas do HSBC recebe da velha mídia um tratamento netuniano, ou seja, nebuloso, oculto e, de acordo com a decisão de não entregar a lista à CPI, até mesmo os conceitos do jornalismo foram ainda mais violados.

O jornalista Fernando Rodrigues, do Grupo Folha de SP, alegou sigilo de fonte para não divulgar a lista de brasileiros com contas suspeitas na filial suíça do HSBC.

Como bem escreveu  Fernando Brito recentemente em um artigo no seu TIJOLAÇO , a lista de correntistas é fruto , resultado final, de um trabalho  jornalístico investigativo e de cruzamento de dados, que para alcançar  os resultados, necessariamente  se utilizou de fontes em alguma fase da investigação. 

O produto final, a lista de contas com os nomes dos correntistas, não é oriunda de uma fonte, não chegou as mãos de Rodrigues por uma fonte, mas sim como o resultado final  de uma investigação para ser divulgado e conhecido por todos. 

No entanto, a lista continua na moita, na encolha, nas mãos de poucos, que provavelmente ou são citados, ou tentam preservar aliados citados.

Esse  excesso de cuidado por parte dos jornalistas em não divulgar uma lista que certamente flagra uma legião de sonegadores de impostos milionários, e sabe-se lá que outros crimes mais, não foi o mesmo cuidado quando um ex-ministro de Lula foi acusado de usar dinheiro público para comprar uma tapioca, ao valor de dois reais. 

Por uma tapioca de dois reais a velha mídia ficou excitadíssima, já por  milhões de reais provavelmente sonegados por aliados políticos  , o "sigilo da fonte" é apresentado como justificativa para  sonegar uma informação relevante e de importância para a sociedade brasileira.

Com esse alinhamento político, a velha imprensa brasileira deixa de fazer jornalismo pensando estar fazendo política, quando de fato, não faz nem uma coisa nem outra, e ainda se parece com uma organização criminosa.

Enquanto o juiz de direito na operação lava jato vaza, seletivamente,  para essa mesma imprensa fazer barulho, informações de depoimentos que deveriam ocorrer em sigilo, informações sobre possíveis  criminosos envolvidos em grandes esquemas de sonegação de impostos são mantidas por essa mesma  imprensa  sob alegação de sigilo.

Uma total inversão de valores, onde a justiça e a imprensa atuam como criminosos.

Não muito diferente do exposto até aqui, foram as manifestações do último domingo , 15 deste mês. 

Diante do fracasso das manifestações, que perdem força e mantêm nas ruas um resíduo fascista como  centro motivador e idealizador das manifestações, o PSDB ,de FHC ,Aécio, Serra e outros oportunistas,  trata de arremeter em pleno procedimento de pouso,  em um voo cego  e suicida que alçaram em meio  a névoa netuniana de um possível  impítimam da presidenta da república. 

Como não colou, o PSDB , agora, voa para se descolar dos manifestantes que, dentre outras coisas , pedem o fim da república e a volta da bebida sustincal, a vaca mecânica,  tão comum nos anos da década de 1960.

Os partidos políticos que embarcaram no voo cego e suicida dessas manifestações, certamente pagarão um preço alto nas próximas eleições.

O centro motivador das manifestações, representado por alguns movimentos sociais juvenis e pela velha mídia,  sensibiliza  uma pequena parcela da sociedade, de orientação fascista e anti democrática, resíduo natural da diversidade política em uma democracia, mas que ganhou notoriedade pelo apoio que recebeu da velha mídia e mesmo do PSDB, como o intuito de criar um clima propício para desgastar o governo.

Nesse segundo protesto, com a ausência do fígado e  com um tímido ressurgimento  dos neurônios, a adesão desabou, e obviamente, os oportunistas bateram em retirada.

No entanto, as pessoas que estiveram nas ruas nesse último domingo, e que pediam a intervenção militar no Brasil, protagonizaram cenas que até mesmo os militares da ditadura, caso estivessem vivos, ficariam perplexos diante de tamanhas burrice e ignorância.

Um fotógrafo do jornal Estado de Minas, que trabalhava cobrindo a manifestação,  foi agredido violentamente por manifestantes pelo simples fato de se parecer fisicamente com o ex-presidente Lula. 

A névoa netuniana pode confundir, mas nesse caso a estupidez ultrapassou todos os limites de civilidade, revelando que para os grupos remanescentes, ou seja, os que desejam continuar nos protestos, a razão deve ser ignorada e a violência é  a norma a ser adotada com o intuito de fazer prevalecer suas vontades.

Esse processo é idêntico ao que ocorreu na Venezuela  na última eleição por ocasião da vitória de Nicolas Maduro, quando um grupo de oposição ao governo, inicialmente e com a ajuda da mídia oposicionista local e logo após a vitória de Maduro, sensibilizou a parcela  da população que não votou em Maduro - aproveitando ainda o clima acirrado da eleição - para sair às ruas contra o governo - culpado por tudo de ruim - até mesmo com o intuito de derrubá - lo. 

Com o passar dos protestos a adesão foi se reduzindo, e somente os grupos violentos permaneceram nas ruas.

Nada disso acontece por acaso e não é apenas uma coincidência.

No entanto, o melhor da estupidez e da ignorância, pelo menos sem agredir fisicamente nenhuma pessoa, daí ser o melhor, o Oscar, foi para o manifestante que pedia intervenção militar no país e ao estacionar seu carro em local proibido, ouviu de um policial que o carro seria guinchado, o que motivou do amigo ao seu lado o seguinte comentário: falta de liberdade.

Isso demonstra que os jovens alucinados não tem a menor idéia do que seria um governo com militares , uma ditadura.

Talvez, até mesmo por  terem nascido e crescido  em uma democracia não saibam o valor de um regime democrático e livre, no entanto, o pedido da volta do sustincal não é de todo ruim.

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