quarta-feira, 29 de abril de 2015

Estupidez ou inteligência ?

A inacreditável estupidez de não usar a TV no 1º de maio


Dilma esqueceu das eleições? Esqueceu que tem gente querendo defendê-la? Esqueceu daquela noite no Tuca, em São Paulo, ovacionada por milhares de pessoas, bem no coração da tucanolândia? Esqueceu que o Brasil não é feito apenas de paneleiros pró-militares? Esqueceu que ganhou?

Ainda não acredito que o Executivo fará uma estupidez dessa.

Não acredito que seja verdade que Dilma não fará um pronunciamento na TV aberta, como todos os presidentes têm feito, há anos, no 1º de maio.

Se fizer isso, é mais um tiro no pé.

Nos dois pés.

Os partidos vendem a alma para conseguir um minutinho a mais de TV.

E a Dilma joga fora de graça?

Por que?

Por medo de paneleiros?

Ora, isso é um desrespeito até mesmo contra os paneleiros. Se eles querem bater panelas, que batam. Isso demonstra que a democracia está viva.

Com um pouco de inteligência, os barulhos das panelas podem ser transformados em energia política, em favor de alguma narrativa.

O tempo de TV não é da Dilma, é do Executivo.

A gente fica se esgoelando para que o governo use mais a TV aberta, que fale mais, que venha para a arena política mostrar que está vivo.

E o governo faz o caminho contrário?

Vai se esconder ainda mais?

Berzoini, foi para isso que você virou ministro da Comunicação?

Edinho Silva, cadê você que não impede uma barbaridade dessa?

Dilma não é representante de si mesma.

Ela é a depositária política de 54 milhões de eleitores.

Se Dilma quer usar as redes sociais, ótimo!

É isso que temos sugerido há tempos!

Ora, mas então use o tempo na TV aberta, para fazer propaganda de sua rede social: “meu povo, entre no meu blog, entre na minha rede social”.

Faça um blog novo, uma rede social nova. Troque as fotos da rede social toda semana, para dar um ar sempre renovado.

(A fotinho do facebook de Dilma permanece a mesma há anos).

Ao invés de transmitir a mensagem de que Dilma não vai falar, a presidência deveria criar, desde já, a expectativa sobre o que seria dito no 1º de maio, criando um fato político.

Os meios de comunicação têm de ser usados em sinergia, em complementaridade.

Não vou culpar a Dilma porque não é possível atribuir essa responsabilidade a uma pessoa só. Não estamos numa ditadura, então esse tipo de decisão é colegiada.

A culpa, portanto, é do governo como um todo.

Em matéria de comunicação, o governo ainda é perigosamente burro.

Esta é a principal razão de sua fragilidade.

É uma opinião consensual de todos os cientistas políticos, de todos os políticos. Até mesmo Eduardo Cunha avisou: o governo não se comunica politicamente.

E aí quando tem a chance, o governo resolve não falar?

Se Dilma cair, será culpa dessa burrice.

O eleitor deu seu máximo: contra tudo, contra todos, elegeu Dilma.
Os movimentos sociais e centrais sindicais, em meio a clima de fim de mundo, em meio à atmosfera insuportável de criminalização da política, contra tudo e contra todos, conseguiram pôr gente na rua para defender a democracia.

Toda semana, a oposição inventa um pretexto diferente para o impeachment, com apoio da mídia e sob o olhar irônico de Eduardo Cunha, presidente da Câmara, que faz um jogo de morde e assopra para ampliar seu poder.

Toda semana, as forças que apoiam Dilma conseguem enterrar a tentativa, apesar da inação do governo.

Ao não falar no 1º de maio, o governo, contudo, faz vários gols contra.

Dá munição aos adversários e trai a si mesmo.

Assim fica difícil, Dilma!

Fonte: O CAFEZINHO
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A presidenta Dilma resolveu não usar a TV para fazer o pronunciamento do 1º de Maio.

Se tal decisão tivesse ocorrido nos anos da década de 1980, com certeza teria sido um erro da Presidenta, já que restaria apenas o rádio, pois naqueles anos a internete não existia.

No entanto a decisão de fazer o pronunciamento pela internete, em parte, faz sentido já que as últimas pesquisas sobre a audiência da TV revelam um público envelhecido - a maioria com mais de 50 anos - com ideias anacrônicas e índices de audiência em queda.

A fonte de informação da maioria da população se desloca para a internete, seja pela confecção própria, única e diária do jornal para leitura diária, seja pelo contato através das redes sociais ou outros meios.

Isso é fato, baseado em dados estatísticos que revelam que a TV cada vez mais se torna irrelevante como principal fonte de informação e de entretenimento.

Entretanto,no Brasil, a TV aberta ainda tem alcance e influência consideráveis , mas não mais o suficiente para alterar e conduzir as pessoas como acontecia há duas décadas passadas.

As últimas três eleições presidenciais, em 2006, 2010 e 2014,mostraram de forma clara que apesar de toda pressão da velha mídia - rádios , jornais e emissoras de TV - para impedir as vitórias do PT, não alcançaram o objetivo desejado.

Tanto é verdade que a pressão no campo político, principalmente mas não o único, que a velha mídia despeja sobre a sociedade vem aumentando, talvez como crença - equivocada - que quanto maior e mais intensa a pressão , a mudança desejada acontecerá.

É o caso do chamado terceiro turno da eleição de 2014, que teve um movimento para desgaste do governo de forma jamais vista nos tempos recentes, mas que mesmo assim, vem perdendo força na sociedade  e mesmo nas instituições envolvidas e apoiadas pela velha mídia.

Seguindo o curso natural da razão e da justiça que no momento emitem sinais de recuperação dos espaços que foram sequestrados nos últimos seis meses, espera-se que um debate sobre o cancelamento da Operação Lava Jato se inicie, assim como a punição e afastamento do juiz Sérgio Moro em função dos atos irregulares que tem cometido.

Em meio a esse cenário entra em cena a questão da cena, ou seja, da comunicação do governo com a sociedade, justo no 1ºde Maio.

Em um ambiente sem turbulências políticas dos últimos meses, certamente a maioria da imprensa diria que Dilma acertou em usar as redes sociais para o pronunciamento do dia da Luta do Trabalhador, já que evidências demonstram que a TV perde audiência e relevância a cada segundo, e que a maioria da população jovem e adulto jovem se informa pela internete.

Como as turbulências existem, a mesma imprensa afirma que Dilma erra ao não usar a TV, com receio que outros panelaços aconteçam por conta do seu pronunciamento e com isso retardem a queda do movimento golpista, que com os últimos acontecimentos na política e na economia vem sofrendo duros golpes.

A decisão correta ou equivocada de Dilma, se revelará com o tempo e com suas novas inserções na mídia para se comunicar com a população.

O certo é que o vídeo que Lula publicou recentemente nas redes sociais , em que aparece se exercitando em academia de ginástica, vem fazendo muito sucesso, independente da visibilidade ou não nas emissoras de TV.

Também é certo que a TV , principalmente a TV aberta - Globo - mas não a única, atua diariamente como meio de despolitização e imbecilização da sociedade, gerando com isso em seus telespectadores anacrônicos e anestesiados sentimentos de repulsa e de aversão aos políticos e à política em geral.

Se Dilma , de fato, optou por priorizar a comunicação com a população através da internete e das redes sociais, é sinal que o governo entendeu que o paradigma da comunicação mudou, logo o governo acordou para a comunicação.

O conteúdo dessas futuras comunicações dirá se o governo está no caminho certo, já que no momento a situação política do país aliada a comunicação do governo, produzem ponto de vista e vista do ponto, estupidez e inteligência, passado e futuro.

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