domingo, 8 de março de 2015

Fome na velha mídia

O Globo correu atrás do Tijolaço no caso da “laranja” de Eduardo Cunha?

8 de março de 2015 | 08:46 Autor: Fernando Brito
oglobocunha
Não é vaidade, porque – além de vaidade ser uma tolice –  a informação está na internet e não exigiu nenhum esforço senão procurar da maneira correta no Google, mas não deixa de ser curioso que a manchete de O Globo, hoje, seja aquilo que este modesto blog publicou, ontem à tarde, sobre o deputado Eduardo Cunha ter usado uma “laranja”, a suplente de deputado em exercício Solange Almeida, para apresentar o requerimento com que, segundo relato de Alberto Youssef, o empresário Julio Camargo e a empresa Mitsui, japonesa, foram forçados a retomar pagamentos de propinas ao hoje Presidente da Câmara.
Pode ser mera coincidência, mas é sintomático que a matéria – ao menos na internet – não esteja assinada, como é praxe.
Se é coincidência, desde já minhas homenagens à boa, embora fácil, apuração. Paro por aí, porque – como já disse – a informação é de fácil acesso e, além do mais, Cervantes já ensinou pela boca de D.Quixote que “louvor em boca própria é vitupério”.
Pode ter sido mera coincidência, repito por necessário  respeito aos bons profissionais da empresa, que são muitos.
Mas, se não é, leva a uma reflexão curiosa sobre aqueles que o jornal chama de “blogs sujos”.
Quando a informação que publicamos interessa ao jornal – os que nos acompanham há mais tempo lembram do vazamento de óleo da Chevron – os blogs sujos são seguidos.
Fora daí, somos considerados apenas “propaganda governista” e os tostões que alguns deles recebem – este não recebe – de publicidade são um favor escuso, enquanto os seus milhões em anúncios são “limpinhos”.
Nem um mísero crédito nos dão, embora queiram que a gente pose para fotos, mostrando as canjicas, quando nos acusam de financiados pelo Governo.
Lembra a historinha de Ary Barroso, quando apresentava seu programa de rádios e o calouro, à pergunta de “vai cantar o quê?” respondia: “um sambinha”.
E Ary:
- Acho engraçado: se fosse um mambo, não era um mambinho; se fosse uma rumba, não era uma rumbinha, mas como é um samba…
Pois é, aqui somos um “sujinho”…
Mas está ótimo e meus aplausos a O Globo por ter publicado a história.
Notícia não tem dono, apesar de eles pensarem o contrário.

PS. Se O Globo quiser “suitar” a matéria, vai ver que O Dia publicou, no final do ano passado, matéria com a tal Solange Almeida, agora prefeita de Rio Bonito, no interior do Rio, terra de laranjais. E, lendo até o final, verá que ela está cassada por uma sentença judicial, ainda não executada, por desvio de recursos na contratação de transporte escolar. É relevante saber – porque a condenação se refere ao seu primeiro mandato de prefeita (2001 a 2004) e Solange excerceu, ao que parece, o cargo de deputada com uma espada pendurada sobre a cabeça. Gentileza de coleguinha velho, que começou aí no velho prédio da Rua Irineu Marinho, há 37 anos, no tempo das grandes máquinas Olivetti,  a “batucar nas pretinhas”.

Fonte: TIJOLAÇO

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Aliada de Eduardo Cunha não era de Comissão que pediu investigação da Mitsui; em dois requerimentos, ela nomeou intermediário

publicado em 08 de março de 2015 às 12:00
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Fonte: VIOMUNDO
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Lava Jato demole o mito do financiamento privado de eleição


A tentativa do presidente do Senado Renan Calheiros de abrir uma CPI contra o Ministério Público - em função da Lava Jato - é importante para baixar a poeira, permitir uma análise mais estrutural do episódio e escolher lado.
Sempre haverá ressalvas aos critérios adotados pelo Procurador Geral da República Rodrigo Janot para abrir os inquéritos - aqui mesmo critiquei os dois pesos adotados no inquérito dos senadores Lindberg Faria e de Aécio Neves. E haverá críticas aos vazamentos e à manipulação das notícias pelos grupos de mídia, comprovando que, para eles, denúncias são apenas instrumentos de luta política, não de melhoria institucional. Permanece o uso político execrável e seletivo de informações, visando a desestabilização política. Continuarão sendo criticados os abusos das prisões preventivas e dos métodos coercitivos para se obter delações.
Com todos esses senões, a Lava Jato entra para a história como o mais importante capítulo na luta contra os vícios do modelo político brasileiro, uma porta que se escancara para a reforma política e dos usos e costumes.
Além de ferir de morte a mais deletéria influência sobre a classe política - da atual geração de empreiteiras de obras públicas - expõe de vez os vícios do financiamento privado de campanhas eleitorais.
Fica desmascarada o enorme engodo propagado pelo Ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal) de que o fim do financiamento privado estimularia as doações via caixa 2. Por sua experiência como Ministro e empresário, Gilmar sabe como se dá esse jogo: o financiamento oficial é uma extensão do caixa 2.
A maior prova é a dificuldade da Lava Jato em separar os financiamentos legítimos dos ilegítimos. Nada impede que haja um acerto e o financiamento se dê através da contabilidade oficial.
O erro em incriminar Lindberg está no fato de que o crime ainda não tinha sido cometido. Os procuradores assumiram a atitude draconiana de tratar como ilícitos todos os financiamentos, colocando no mesmo caldeirão crimes cometidos com presunção de crimes a cometer.
No fundo, tudo faz parte da mesma engrenagem. A troco de quê uma empreiteira bancaria candidaturas a governos de estado, ao Senado, à Câmara, à própria Presidência, se não tivesse por contrapartida ou favores recebidos ou promessas firme de favores a receber. Ou, no mínimo, de não ser atrapalhada em suas pretensões. E sua entrada desequilibra de tal forma as eleições que obriga todos os candidatos a recorrer ao seu financiamento.
Ao incluir todos os financiamentos na lista da suspeição, a Lava Jato demole de vez o mito do financiamento privado. Ao tornar público todos os inquéritos, reduz o jogo de manipulações. Ao se dispor a responder publicamente às críticas e indagações - através de um hotsite - o Ministério Público se expõe de forma democrática, ao contrário da blindagem da AP 470 que deixou dezenas de suspeições pairando no ar. Ao abrir um canal de explicações, o MP se despe de um poder imperial de não prestar contas.
Com a relatoria caindo nas mãos firmes e criteriosas de Teori Zavaski haverá antídotos contra abusos e se poderá aprofundar - com critérios - as investigações.

Fonte : IG
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Enquanto isso, a velha mídia bate panela e não se sabe ainda o motivo.

Especula-se que os veículos de mídia estejam em situação muito difícil, como o comatoso Estado de SP, Globo sem verbas de publicidade do governo, Veja sem o busto do fundador e Folha se segurando na granja.

 

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