terça-feira, 24 de março de 2015

Bosta na Globo


Como dar um basta no jornalismo lixo da TV Globo?

A Rede Globo perdeu qualquer tipo de responsabilidade jornalística na difusão de seu conteúdo. 
A Globo é hoje o império da liberdade sem limites.

J. Carlos de Assis






Não me proponho contribuir para a quebra da Globo. Seria um desperdício de tecnologia em audiovisual acumulada durante décadas, a qual se tornou um patrimônio nacional de valor incalculável. Quando o senador Crivella agendou uma conversa com João Roberto Marinho na última campanha eleitoral, sugeri a ele que deveria dizer que, se eleito, se comprometeria a lutar pela consolidação do Rio como capital audiovisual da América Latina e um dos principais centros de produção de arte audiovisual do mundo. O líder seria a Globo, naturalmente, não a Record, cuja base audiovisual é São Paulo.

Acontece que os programas de boa qualidade formal da Globo, como as novelas, casos especiais, Globo Repórter, Fátima Bernardes, The Voice (não sei por que não “A Voz”) e SuperStar funcionam como uma espécie de rede física de esgoto pelo qual flui o material de má qualidade, a saber, o Jornal Nacional e, principalmente, o Jornal da Globo. Vai também junto desse lixo esse monumento à imbecilidade globalizada, o BBB Brasil, que disputa com Faustão o campeonato da idiotice, salvo apenas, no caso de Faustão, pela Dança dos Famosos, para os que tem estômago para tolerar as piadas de mau gosto do apresentador.

O lamentável é que os outros canais, como Record, Bandeirantes e SBT, não se aproveitam das falhas estruturais da Globo para lhe ocuparem o espaço jornalístico. Na Band o jornalismo é tão pobre que as notícias dos principais Estados são veiculadas por rádio, sem acompanhamento de imagem. A Record tem a sorte de ter em seus quadros um dos maiores jornalistas do Brasil, Paulo Henrique Amorim, mas também nela falta infraestrutura para o noticiário em geral. Com isso, a Globo nada de braçadas, fixando o padrão de mediocridade que move a maior parte do jornalismo de televisão.

Como colunista do Globo, privei durante quase um ano da intimidade de Roberto Marinho, o que me possibilitou conhecer bem algumas de suas facetas. Era um homem simples, sem ideologia, voltado quase exclusivamente para o jornal, não a tevê. É que, de jornal, ele acreditava entender bem – entrou na tipografia e acabou dono -, enquanto a televisão não lhe era familiar, e deixava entregue a José Bonifácio, o Boni, e Walter Clark. Boni e Clark puderam dar uma direção profissional à televisão, sem interferência do dono, enquanto o jornal era estritamente vigiado por ele.

Talvez viesse daí a mediocridade do Globo quando comparado com o Jornal do Brasil, por exemplo. Entretanto, mesmo que não fosse um luminar do jornalismo, Roberto Marinho tinha o espírito da notícia. Lamentou várias vezes não ter podido dar o furo do Plano Cruzado porque Sarney lhe pedira reserva. (O curioso nesse episódio é que Sarney não se deu conta de que estava passando informação privilegiada para o maior grupo de comunicação do país num momento crucial da vida econômica brasileira. Na verdade, Sarney temia tanto o grupo Globo que não pensou duas vezes antes de lhe entregar uma ficha valiosa que não foi usada.)

O espírito jornalístico de Roberto Marinho não foi transmitido à prole. No caso da televisão, foi totalmente desvirtuado. Como jornal perdeu espaço no mundo da comunicação, a penetração da tevê tornou-se uma arma mortal de difusão ideológica. No Jornal Nacional ela vinha sendo usada com alguma moderação porque os editores, William Bonner à frente, calculavam que os telespectadores são sobretudo de classe média baixa. A partir da última eleição, contudo, com o sistema Globo assumindo papel de militante pró-Aécio, a manipulação ideológica também do noticiário televisivo no horário nobre tornou-se aberta.

Como já escrevi anteriormente, o sistema de três feudos e várias satrapias jornalísticas do Globo não tem hoje nenhum controle político. É o campo da liberdade sem limites dos âncoras e apresentadores, no qual atua a lei da selva. Um ensaio iluminado de Norberto Bobbio ensina que os luminares do alvorecer da Idade Moderna não esclareceram bem o que entendiam por liberdade. Alguns, como Locke e Montesquieu, viam a liberdade como o não limite; outros, como Rousseau e Hobbes, como prerrogativa de estabelecer os próprios limites. Os primeiros inspiraram o liberalismo econômico. Os segundos, a democracia.

A tevê Globo é hoje o império da liberdade sem limites, do liberalismo econômico que gerou nas quatro últimas décadas o neoliberalismo. Antes, por contraditório que possa parecer, Roberto Marinho lhe dava um caráter democrático. Um dia, na minha época no Globo, entrei na sala dele e lhe expus o que sabia dos rumores de corrupção do Governo Collor. “O que acha que eu devo fazer?”, perguntou ele a mim, que tinha pouco mais de metade de sua idade. “Ponha na televisão”, sugeri. Ele ficou em silêncio alguns segundos para comentar, encerrando a conversa: “É muita responsabilidade...”

É essa responsabilidade que a Globo perdeu sob a influência nefasta do grupo Veja. Destruidora do Governo Collor, sem provas – a entrevista que publicou com o irmão de Collor foi um monumento à irresponsabilidade jornalística -, Veja começou a articular suas “revelações” de escândalos, oriundas de espionagem paga, com o noticiário do Jornal Nacional e o Jornal da Globo. Duplamente irresponsáveis, esses dois sistemas de empulhação jornalística estão destruindo o Brasil com intrigas, e contribuindo para a degradação de todas as instituições brasileiras, Executivo, Legislativo e Judiciário. Chegou o momento do basta.

Para destruir Veja, o que se justifica como profilaxia da imprensa brasileira, é muito fácil: basta parar de comprá-la e cancelar as assinaturas. Caso sinta necessidade de revista, compre a Carta Capital como alternativa, com uma linha mais imparcial.

No caso da tevê também é fácil. Como queremos preservar as novelas e punir o jornalismo-lixo, vamos fazer o seguinte: no horário do Jornal Nacional e do Jornal da Globo - depois da novela, num caso, e do BBB, do outro -, vamos desligar a televisão ou mudar de canal. Todos os anunciantes da Globo saberão pelas pesquisas que, naquele horário, os aparelhos ou estarão desligados ou ligados em outro canal. (Sugiro que alguém mais competente que eu em matéria de internet arranje um jeito de tornar essa convocação nacional através das redes sociais, começando numa data marcada com antecedência e combinando novas datas até que se torne conhecida alguma providência do sistema Globo em reestruturar profissionalmente seus jornais!)


*Jornalista, economista e professor, doutor pela Coppe/UFRJ, autor de mais de vinte livros sobre Economia Política, sendo o último “A Razão de Deus”, pela Civilização Brasileira.


Fonte: CARTA MAIOR
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Jornal Nacional mergulha, bate em 18,6 pontos, perde de novelas e confirma que a Globo chega aos 50 anos em crise

publicado em 23 de março de 2015 às 22:38
Globocoxinha
por Luiz Carlos Azenha
Trabalhei na Globo em duas fases de minha carreira. Na TV Bauru, nos anos 80, quando passei longas temporadas em São Paulo cobrindo as férias de colegas. Não existia medição instantânea de audiência então, mas costumávamos aferir isso andando nas ruas: dava para ouvir o eco do Jornal Nacional sintonizado praticamente em todas as casas. As pessoas acertavam o relógio pelo início do JN.
Voltei à Globo no final dos anos 90. O Globo Repórter, que hoje fica na casa dos 20 pontos, ainda ficava por perto dos 35. Certa vez, fui o repórter de um programa que se tornou fenômeno: 44 pontos de pico! Teve até festa…
Jornal Nacional ficava entre os 30 e os 40 pontos, o que ainda assim é uma enormidade. Era possível ouvir o eco doJN nas ruas, mas apenas em cidades do interior.
Hoje, tomei um susto. Acompanhando a medição minuto a minuto, através de um colega, o Jornal Nacional bateu em 18,6! Perdeu, na soma, para as novelas da Record e do SBT!
Isso não significa que a Globo vai falir. Não ainda. É que a emissora compensa o que eventualmente perde na TV aberta com o que fatura em todas as suas outras atividades, do pay-per-view à TV a cabo. Mas, do ponto-de-vista de hegemonia informativa, é o começo do fim.
Quem está derrotando a Globo? Uma soma de internet no celular + You Tube + Netflix + TV a cabo + ascensão social daqueles que não tem na TV sua única diversão.
O certo é que a emissora chega aos 50 anos enfrentando não só uma crise de audiência, mas também de credibilidade.
O que antes era coisa de acadêmico, agora se tornou voz corrente para milhões e milhões de brasileiros: a Globo faz política e é o partido mais poderoso da oposição.
Isso ficou claro no dia 15 de março, quando a Globo bateu os bumbos da cobertura de manhã, em todo o Brasil, com o objetivo de arrastar gente para a manifestação de São Paulo, à tarde. Muitos foram à Paulista como se tratasse de um “acontecimento” global, para garantir a selfie.
O advento das redes sociais, por outro lado, criou massa crítica de telespectadores capazes de identificar as omissões, distorções ou mentiras da Globo.
A emissora fala, mas também ouve. Cada vez mais.
Enquanto você lê isso, dois atos estão sendo organizados por internautas contra a Globo, aparentemente de forma espontânea, sem a participação de partidos, sindicatos ou movimentos sociais.
Mesmo que isso não aconteça, eles entenderam perfeitamente a mensagem: tudo o que queremos, os que militamos pela democratização dos meios, é o cumprimento da Constituição!
A ironia é que mesmo que o JN der cobertura aos dois eventos mencionados acima, os participantes não vão perder o sono se não sairem na telinha. É gente jovem, que não assiste TV e se liga mesmo é nas redes sociais. Sinal dos tempos.
PS do Viomundo: Ricardo Feltrin, no UOL, informa que dez anos atrás a média do JN era de 35 pontos; na segunda-feira passada a média foi de 29!

Fonte: VIOMUNDO
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Cinquenta anos é um tempo de vida em que se conta quem é, a história da vida.

Isso se dá pelo próprio - pessoa ou organização - ou por  terceiros.

No caso de globo, o povo brasileiro resolveu contar a história da emissora, e também de todo o grupo.

O resultado tem sido devastador.

Com evidências inquestionáveis de sua ação política, principalmente, globo tende a perder mais e mais da audiência de um consumidor que não necessariamente rejeita a mediocridade, mas, no entanto, não é estúpido  a ponto de acreditar nas mentiras diárias do jornalismo apresentado nos veículos do grupo globo.

Sou brega mas não sou burro, assim se definem muitos dos novos consumidores de jornalismo e de entretenimento.

De uma maneira geral, o conteúdo das grades de programação das emissoras do grupo globo, pode ser resumido como uma combinação entre sexo, violência e proselitismo político, independente se jornalismo, entretenimento e novelas.

Com a queda nos índices de audiência cada vez mais acentuada, aumentam as cenas de sexo e exploração da sensualidade, além da violência.

Em alguns caso o sexo e a violência acontecem ao mesmo tempo.

A obsessão na TV globo por meninas na flor da idade, é uma constante em todos os programas da emissora, a aponto de obrigar a atriz Bruna Marquezine que tão logo tinha completado 18 anos de idade, a fazer uma cena nua em uma novela.
                        
Talvez para deleite dos diretores, que se apreciam uma jovem de 18 anos de idade, legalmente adulta, também devem apreciar meninas com 15 ou 16 anos de idade, já que as diferenças no corpo físico entre a faixas etárias não são muito significativas.

Dentro da lei, porém com a moral no esgoto.

O apelo ao sexo e a violência tem sido uma constante na emissora nesses tempos de queda, o que  também deve estar cansando o telespectador.

No esgoto que atende como Big Brother Brasil - e que é amplamente coberto por outras emissoras e jornais, estranhamente - o fio condutor é a exposição da sensualidade e o sexo entre participantes, que sempre que acontece ganha grande destaque , como sendo "algo fantástico", para delírio dos voyeurs.

Não é de se estranhar que em novelas, até mesmo para adolescentes como a novela Malhação, as cenas de sexo e de exposição da sensualidade, estejam sempre presentes.

O Big Brother Brasil,  por ser o sexo esperado e certo a margem de qualquer conteúdo artístico,   diz muito sobre os valores que predominam na direção da emissora, e que, de forma direta, se reproduz em maior ou menor intensidade, em todos os programas de entretenimento da emissora. 

Nas novelas, os personagens principais das tramas se repetem por décadas, e sempre são ladrões, corruptos, pessoas sem caracter além, claro, das cenas de crueldade e violência.

Na sociedade fictícia de globo - ou sociedade que globo deseja construir no pais -  não há espaço para pessoas de bom caracter, ou mesmo tramas  que tenham como fio condutor a educação, a cultura, as artes, ou mesmo temas históricos.

Tudo gira em torno da pós modernidade, competitiva, predatória , individualista , corrupta, vingativa e violenta.

A sociedade que globo deseja construir no Brasil é idêntica, em valores, a sociedade desejada pelo Tea Party American, o ícone do reacionarismo e da violência dos EUA.

Quanto ao jornalismo, é certo que atualmente , e desde o início do primeiro governo do PT, optou por uma campanha sistemática contra os governos do PT.

Foi uma aposta ariscada que ao longo desses doze anos evidenciou uma soberba por parte da direção da emissora, que acreditava que poderia dominar e controlar os corações e mentes da população ao seu bel prazer.

Não foi o que aconteceu, apesar de algumas vitórias pontuais da emissora na condução das opiniões, o que se vê, claramente, é um grande movimento de rejeição da emissora, com desdobramentos para as outras emissoras de TV privadas.

O jornalismo de globo se ainda não foi totalmente extinto, está em vias aceleradas de extinção.

Sua queda ainda não estancou e se agravará ainda mais nos próximos meses e anos , até que se estabilize em percentuais de diluição.

A estética de globo, seja nos jornais impressos, revistas, emissoras de rádio e emissoras de TV é o oposto da estética dos governos que governam o pais nestes últimos doze anos, o que em parte e de forma também significativa, contribuiu para acentuar as diferenças e marcar posições, algo que a maioria das  empresas do grupo globo jamais tinha vivenciado.

Esse período dos governos do PT  que coincidiu com a ascensão das redes sociais, pode ser a causa ,  não a única, para a queda irreversível do grupo globo.

Estáticos e cristalizados em uma abordagem que não sofria qualquer tipo de questionamento, as empresas do grupo globo perderam a posição de referencial , para um governo dos trabalhadores que já dura mais de uma década e, também, para a agilidade e inovação que se manifestam nas redes sociais.

Com as posições demarcadas, globo, na vitrine, deixou de atrair muitos fregueses já que a maioria da população não se vê, não se identifica com os programa da grade da emissora.

Como durante muitos anos globo foi referência inclusive para outras emissoras, tanto de rádio quanto de TV , esse universo de mídias de rádio, jornal e TV que copiava globo,hoje, também despenca nos índices de audiência.

Tudo isso se deve a ascensão das redes sociais, as posições bem demarcadas pelos governos do PT - que são populares e antagônicas ao universo da velha mídia -  e ao baixo nível e fragilidade dos conteúdos oferecidos pelas emissoras e veículos da velha mídia.

Se todo esse terremoto não bastasse, movimentos sociais organizam grandes manifestações pela regulamentação dos meios de comunicação para os próximos dias, sendo que algumas manifestações estão sendo marcadas para acontecerem em frente as instalações de globo em diversas cidades do pais.

Mais uma vez, como já ocorreu em outras ocasiões, as instalações da emissora correm o risco de ficarem cobertas de bosta, o que é bem apropriado.

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