segunda-feira, 2 de março de 2015

Levantou a cabeça

Dilma, o único antídoto contra o fundamentalismo é o confronto

dilmaplanalto
(Foto: José Cruz/Agência Brasil)
Entendo que Lula deseje pacificar Dilma com o PMDB para que, afinal, eles não acabem participando da trama do impeachment. Entendo que a própria presidenta queira isso. Mas há PMDBs e PMDBs. Não existe mais a possibilidade de Dilma dialogar com o PMDB que Eduardo Cunha, o presidente da Câmara, representa. O PMDB dos fundamentalistas religiosos, dos que querem transformar o País numa teocracia. Esta gente odeia Dilma, odeia tudo que ela representa. E quer tomar o seu lugar.
A história do PT o empurra para a obrigação de deter a escalada dos fundamentalistas, cujo alvo principal é a presidência da República. Ou Dilma e Lula têm a ilusão de que em 2018 terá este PMDB a seu lado novamente? Em nome da tal governabilidade, o PT dilapidou seu patrimônio ético e político ao longo dos anos que está no poder. Para agradar setores à direita, eliminou os “radicais” do partido, quando em muitos aspectos eles eram o que de melhor o PT tinha. Que falta eles fazem hoje!
Será que o PT acalenta o sonho de permanecer no poder em 2018? Ou melhor: será que o PT será reeleito em 2018? Tenho minhas dúvidas. Mas tanto para permanecer no poder quanto para se preparar para deixá-lo, o partido deveria começar a fazer o que tem de ser feito. Dar ao Brasil de presente a entrada no primeiro mundo de fato, onde a civilidade supera a barbárie. Neste quarto mandato à frente do País, o PT precisa garantir seu lugar na história, como fez Pepe Mujica no Uruguai e mesmo Barack Obama nos Estados Unidos. E acredito que Dilma sairá fortalecida se o fizer. O PT cresce quando confronta.
O contra-ataque no Congresso deveria se basear em quatro projetos basicamente:
1. Imposto sobre grandes fortunas: é um assunto que conta com o apoio de grande parcela da população. Só é polêmico, na verdade, para quem possui grandes fortunas.
2. Legalização da maconha para uso medicinal: segundo pesquisa Datafolha de novembro do ano passado, 56% dos brasileiros se manifestaram contrários à venda da maconha para uso medicinal. Mas e os outros 44%? Uma boa campanha não seria capaz de modificar o pensamento de quem se opõe? Se o próprio ex-presidente FHC, que é da oposição, participa de campanhas a favor… Este é um tema caro à esquerda brasileira, tão menosprezada pelo PT nos últimos anos. E o ideal é que fosse um projeto que abarcasse também o uso e o plantio para consumo próprio, o que elimina o narcotráfico.
3. Reforma política: um projeto próprio e avançado, com tudo que o PT sempre quis colocar em pauta. Voto em lista, financiamento público de campanha e aumento da participação da mulher. Nada mais perfeito para mostrar quem está mesmo preocupado com a ética na política.
4. Criminalização da homofobia: pesquisa do Ibope de setembro do ano passado mostrou que 53% dos brasileiros são contra o casamento gay, mas 40% são a favor. Trata-se de uma parcela muito significativa da população que se mostra partidária da tolerância com o semelhante e que precisa ser atendida em seu desejo de que o País avance no combate ao preconceito. Sem contar que os cidadãos LGBTs votaram em Dilma, ela lhes deve isso.
Ao apresentar estes projetos no Congresso, Dilma iria recuperar imediatamente a simpatia da parcela mais progressista do eleitorado, que é formadora de opinião e foi importantíssima para sua reeleição. E, assim como Obama fez, dará um xeque-mate no conservadorismo religioso, porque é uma dessas ocasiões em que, mesmo se for derrotada, Dilma ganha. Se perder, o Congresso sairá com uma imagem extremamente retrógrada não só diante do Brasil como do mundo. A presidenta, ao contrário, sairá como a mulher que tentou colocar o País no rumo das nações mais civilizadas do planeta e foi derrotada por políticos atrasados, dignos de república de bananas.
Aposto que seria uma boa briga e que só faria bem à popularidade da presidenta. Um antídoto contra o golpismo dos fundamentalistas, que dificilmente conseguiriam levantar a cabeça de novo. Se, em vez disso, o PT e Dilma resolverem baixar a cabeça, cedendo cargos e espaço no governo para o conservadorismo, nada mais farão que dar um tiro no próprio pé e enterrar o partido de vez. Além de colocar o Brasil no rumo das trevas.
Ninguém aguenta mais a covardia que o PT está demonstrando no governo. Afinal, a presidenta tem coração valente ou era só truque de marketing? Vai para cima deles, Dilma!
(Mais para o final do mandato, a presidenta Dilma deveria apresentar ao País um bom projeto para a legalização do aborto. Está mais do que na hora e ela é a pessoa certa para fazê-lo e passar à história. Tenho certeza disso.)
Fonte: SOCIALISTA MORENA
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Não, Noblat, Lula não é uma ameaça á democracia. É uma ameaça à ditadura da mídia

2 de março de 2015 | 10:13 Autor: Fernando Brito
noblatreinaldo
Começo o dia lendo a coluna de Ricardo Noblat, em O Globo, espantado em como o “estilo Veja” de jornalismo mediúnico – e grosseiro – passou a ser uma regra na imprensa brasileira.
Noblat conta histórias “em detalhes” sobre encontros privados de Dilma e um “presidente de uma entidade financeira estatal”:
“Cale a boca. Cale a boca agora. Você tem 50 milhões de votos?”
Ao ler, ocorreu-me: que tipo de “presidente de uma entidade financeira estatal”  ouviria um “cale a boca” sem, ato contínuo, pedir as contas e ir embora?
E será que alguém que ouvisse isso, murchasse as orelhas e seguisse no cargo ia contar a “proeza” de ter sido assim humilhado?
No máximo de boa-vontade com Noblat, para o caso de ele ter conversado mesmo com um masoquista deste jaez, é de presumir que – tratando-se de pessoa de tão pouco caráter assim – possa simplesmente ser uma mentira.
Depois, descreve algo semelhante envolvendo o próprio Lula, desta vez com interlocutores identificados: José Dirceu, Gilberto Carvalho e Luís Gushiken.
Consegue o distinto leitor e a cara leitora imaginar um dos três procurando Noblat para contar-lhe como foram “escovados” por Lula, já presidente da República?
Depois, diz que “Lula não perdoa Dilma por ela não ter cedido a vez a ele como candidato no ano passado”.
Mesmo, Noblat?
Lula lhe disse isso?
Ou foi a Marta Suplicy?
Ou os “espíritos”?
Se Lula, de fato, quisesse ser candidato, estava aí mesmo o “Volta, Lula” para embalá-lo e ninguém que conheça o PT pode sequer imaginar que Dilma teria forças para resistir a esta pretensão do ex-presidente.
Afora o “modo Chico Xavier” de apurar diálogos, Noblat incorre no caminho da grosseria, algo que os comentaristas políticos, até por necessidade de manter diálogo em todas as áreas, foge.
Falo dos comentaristas políticos, não dos propagandistas da direita feroz, no padrão Arnaldo Jabor e Reinaldo Azevedo.
Mais grave ainda porque Noblat deveria guardar o exemplo de Carlos Castello Branco, que conheceu no  velho Jornal do Brasil, e que, por qualidade de texto e por ter modos, jamais escreveria frases de pretensão divina como as que ele escreve hoje.
“(Lula) procede assim por defeito de caráter”
“(Lula) agora (é) um milionário lobista de empreiteiras”
Em que Noblat se converteu, em Sérgio Moro de um tribunal de caráter?
Mas há algo que é verdadeiro no que ele escreve, o fato de Lula ser uma ameaça e que é
Não à democracia, como afirma, sem maiores explicações.
Mas a algo que a prepotência açula e o farisaísmo dissimula.
À ditadura da mídia, com sua monocórdia voz, a dizer quem e o que serve para o Brasil.
Falta só arranjar um chapéu para o Noblat.
Fonte: TIJOLAÇO
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Desde que tomaram a quarta derrota seguida para o PT - em outubro de 2014 - a velha mídia e as  oposições partiram para um clima de guerra, de confronto declarado com o objetivo de impedir que Dilma governe e até mesmo de criar um clima para instaurar um processo de impeachment à Presidenta. 

Isso tem nome e chama-se golpe.

O governo e as esquerdas, desde então , vem assistindo calados as investidas das oposições e da velha mídia, até que , no final do mês de fevereiro, intelectuais e setores da esquerda resolverem se manifestar contra as investidas de tentativas de golpe e de destruição da Petrobras.

Como resultado da ação das esquerdas, que teve a presença de Lula, um clima de mobilização começa a ser formado para o confronto com os setores golpistas da direita.

Cintes da mobilização das esquerdas, os setores golpistas mudaram o discurso e , através de nota do PSDB,informaram que não são favoráveis ao impeachment da Presidenta, em uma estratégia, clara, de tentar desmobilizar a esquerda.

Em seguida, a velha mídia, como globo a frente, cita declaração do Clube Militar em que afirma que Lula é um agitador.

Hoje , vemos  colunistas da velha mídia dizendo que Lula é uma ameaça a democracia.

Bastou o PT  e as esquerdas entrarem em campo para o confronto, para que a velha mídia, passasse a acusar as esquerdas - mais precisamente Lula - daquilo que eles, a direita, representam para o país, ou seja, uma ameaça a democracia.

No quadro político atual, é importante que os setores de esquerda e os movimentos sociais, se unam , ainda mais, para fazer frente as ações golpistas da oposição e às mentiras diárias da velha mídia.

Como bem citado no texto acima, o único antídoto para o fundamentalismo é o confronto, e a o momento é de avançar.

Na roça, é comum a crença  de que o boi é um animal calmo, de cabeça baixa, o dia inteiro comendo. No entanto, quando o animal levanta a cabeça e parte pra cima , sai da frente, pois é de meter medo.

O PT e as esquerdas levantaram a cabeça, e assim devem continuar até que acabem com o fundamentalismo  e as investidas golpistas da direita.

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