quarta-feira, 4 de março de 2015

A era da boçalidade

terça-feira, 3 de março de 2015


Desculpa da “Use Huck” não convence

Por Altamiro Borges

Diante da imediata gritaria nas redes sociais, a empresa de Luciano Huck, famoso astro da TV Globo e frustrado apoiador do cambaleante Aécio Neves, divulgou nesta terça-feira (3) um patético pedido de “desculpas”. Segundo nota da “Use Huck”, a camiseta dirigida ao público infantil com a pedófila estampa “Vem Ni Mim Que Tô Facin” foi um equívoco. “Pedimos profundas desculpas e sentimos muito por todos que foram ofendidos pela imagem. Este comunicado não tem o objetivo de justificar o injustificável; mas apenas de explicar o motivo do erro, para que fique claro que não houve qualquer intenção maldosa”. Intenção maldosa do “bom-moço” tucano da revista “Veja”? Imagina!

Apesar do pedido formal de desculpas – talvez temendo processos na Justiça –, a nota tenta “justificar o injustificável”. Afirma que “é comum em e-commerce que as artes das estampas sejam aplicadas posteriormente sobre fotos dos modelos com camiseta branca... Por erro nosso, as artes de Carnaval (inclusive e infelizmente, esta arte) foram aplicadas sobre a coleção infantil e disponibilizadas no site sem a devida revisão. Assim que percebemos esse lamentável erro, imediatamente retiramos a imagem do ar e decidimos escrever essa carta para explicar tecnicamente o problema”. Ou seja: foi apenas um erro técnico, sem qualquer objetivo de auferir altos lucros com a imagem de crianças!

A explicação da empresa do astro global, porém, não convenceu sequer os seguidores da sua página no Facebook. A reação dos internautas foi ainda mais contundente. Vale conferir alguns delas:

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Carolina Dini: Que tal promover uma campanha para combater a violência/abuso infantil a título de retratação?

Alexandre Queiroga: Só eu não acreditei nesse lero lero?

Micael Amarante: Huck é o anjo do apocalipse!

Bel Salles: A mãe daquelas crianças deveria processar vocês, pois a cara delas estará estampada pra sempre na internet com uma camisa com apologia a pedofilia. ABSURDO!

Luiz Miranda: Erro grosseiro que merece repúdio ampliado !

Larissa Novaes: Que o teor da mensagem é terrível é um bom sinal que vocês reconheçam. Mas fazer a propaganda com a imagem de crianças é algo gravíssimo! A mensagem subliminar é de trazer resultados terríveis num país em que a violência contra crianças tem índices altíssimos. Lamentável!

Ricciery Esteves Cesar: Espero que a justiça acabe com essa empresa.

Patricia Lima Torres: Injustificável mesmo! Povo sem noção!

Camila Pereira: Ah é? E as camisetas vendidas? Foi erro tb?

Cleide Veras: É só não deixar que as $$ possam valer bem mais do que o respeito ao próximo que estará tudo bem! Outras situações desagradáveis envolvendo esta marca não acontecerão novamente.

Petronio Josué D. Silva: Que tal os filhos do Luciano usarem estas "Placas de sinalização" e saírem pelas ruas dizendo a que vieram...o próprio pai incentiva! Seus "sem cérebros"! Espero que esta marca "LIXO" não venha para SP. E ainda querem R$ 59,90! por cada mulambo destes. piada, KKKKKKK

Felipe Mendes: O bom e velho "migué". E a emenda saiu pior que o soneto.

Vivian Maria Melo: Não entendi a relação entre a modelo infantil e a estampa ser posta depois. Ninguém viu que era uma criança na foto? Essa desculpa não colou.

Felipe Guga Beltrão: A culpa é do computador que fez isso sozinho ou só tem revisador pedófilo, é isso? VERGONHA SEM FIM. Querem acabar com as sementes do nosso país, as crianças, tenho nojo de todos os envolvidos.

João Godoy Rocha: Conversinha pra boi dormir.

Rosemeire Calvo: Você deve ser um retardado ou pensa que somos idiotas! Cara coloca essa camiseta com esses dizeres em suas filhas!

Isadora Oliveira: E aquela "salva as baleias que eu salvo as sereias"? Foi alguém que agiu de má-fé, inventou a frase e a arte e colocou lá sem ninguém perceber ou é pura babaquice mesmo?

Marcio Koiki: Imperdoável... Lixo!

Nara Rúbia: Tenho uma frase melhor pro apresentador em questão: "USE O CÉREBRO, NÃO DÓI".

Thais Montechiari: A imagem ser gerada automaticamente após o ensaio fotográfico, ok? Mas não existe supervisão para os produtos que são colocados a venda?

Fabiana Gottardi Peixoto: E as camisetas que já foram vendidas? E as outras camisetas com mensagens tão ruins quanto essa e que vocês acham tão legais?

Smashley Simpson: Desculpa é pra pisão no pé! Se o Huck é escroto dessa forma, e todos sabemos que é, ele deveria se blindar com uma assessoria de imprensa que tivesse algum preparo.

terça-feira, 3 de março de 2015


A grife preconceituosa de Luciano Huck

Por Anna Beatriz Anjos e Jarid Arraes, na revista Fórum:

A marca “Use Huck”, de propriedade do apresentador global Luciano Huck, está envolvida em mais uma polêmica nas redes. Após ser criticada por ter lançado camiseta com a estampa “Somos todos macacos”, aproveitado-se do episódio de racismo sofrido pelo jogador Daniel Alves no ano passado, agora podem ser encontrados no site da grife modelos tão controversos quanto. Em um deles, voltado ao público infantil, é possível ler os dizeres “Vem ni mim que eu tô facin”.


Para a psicóloga Aline Couto, a estampa é inadequada e reforça a sexualização precoce de crianças. “Se fosse uma estampa de uma camiseta para uma adulta [modelo também vendido pela loja online] já seria preocupante, pois objetifica com o puro e simples objetivo de vender. Pior ainda sendo pra uma criança. Já somos suficientemente julgadas pelo que vestimos enquanto adultas e dói ver uma marca fazendo dinheiro em cima dessa objetificação para uma criança”.

Couto chama atenção para o risco de encararmos mensagens como essa de forma puramente humorística. “É certo que mais dia ou menos dia uma menina que veste isso porque os pais acham ‘engraçado’, ‘espirituoso’, vai aprender, e não de um jeito engraçado, que usam nossas roupas para justificar abusos. Começar com isso na infância é cruel. Tem muita gente discutindo os impactos da sexualização precoce na infância, mas coisas como essa camiseta aí passam por ‘brincadeirinha’”, argumenta.

Outra estampa que levantou questionamentos exibe as palavras “Salvem as baleias, eu salvo as sereias”, o que pode insinuar uma mensagem gordofóbica de deboche contra mulheres gordas. Para Polly Barbi, editora do portal Lugar de Mulher, a intenção é facilmente identificável. “Muita gente pode vir com aquele papo de ‘que isso, imagina, estavam só falando das sereias’. Mas quem é gorda sabe muito bem do que se trata”, considera.

Em outro modelo, há a frase “Quando um não quer, o outro insiste”. Ativistas feministas advertem que isso pode reforçar a cultura do estupro, por reproduzir a ideia de que a negação não é suficiente para interromper uma investida sexual. Situação parecida ocorreu com propaganda veiculada pela Skol na véspera do Carnaval, quando a cervejaria espalhou cartazes com os dizeres “Esqueci o ‘não’ em casa”. A peça, de tão criticada, foi retirada de circulação e trocada por outra.

A reportagem da Fórum tentou contato telefônico com a Use Huck, mas até o fechamento desta nota não foi atendida.

Fonte: Blog do Miro
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Huck não cometeu  um erro ao produzir tais camisas, como afirma em sua nota.

O que fez está inserido em seu repertório de valores e no seu ideário político.

Seus parceiros , amigos e correligionários da direita já sugeriram algo semelhante, guardando as devidas proporções, lá pelo ano de 2002.

Na ocasião, o atual  senador José Serra, do PSDB, sugeriu que os uniformes escolares das crianças  das escolas públicas de São Paulo fossem utilizados como espaço para propagandas de empresas privadas, assim como são os macacões dos pilotos de carros de corrida.

Tal sugestão gerou um profundo mal estar, já que as crianças, em sua inocência natural, brincariam e se divertiriam , como fazem naturalmente todas as crianças, porém, todas cheias de marcas de empresas  em seus uniformes.

Huck seguiu, de certa forma, a mesma linha de pensamento de Serra, o mesmo ideário , os mesmos valores, onde a prioridade  zero é o lucro de qualquer maneira. 

Huck é um ícone da  atual era da boçalidade

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