sábado, 17 de janeiro de 2015

Passado e Presente. Indíos e civilização moderna


Imagem 262/271: 16.jan.2015 - Fã do trabalho de Augusto Malta, que registrou as transformações do Rio de Janeiro no início do século 20, o fotógrafo e designer Marcello Cavalcanti passou a mesclar, por hobbie, as imagens documentadas pelo alagoano com fotografias atuais da cidade. Na montagem, um garoto aprecia a vista da orla do Leblon e de Ipanema do topo do Morro Dois Irmãos Augusto Malta Revival/Reprodução

Fonte: BOL
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Do alto do Morro Dois Irmãos um garoto aprecia a vista .

A praia e o bairro  do Leblon do início do século 20 e a praia e o bairro de Ipanema hoje.

Campo e favela.

No lado esquerdo pouco acima, a Lagoa Rodrigo de Freitas.

Ipanema e Leblon eram , no início do século 20 um areal, uma faixa estreita de terra entre a lagoa e o mar, uma restinga.

O que divide Ipanema do Leblon, é o canal  que une a lagoa ao mar, local conhecido como Jardim de Ala.

Leblon e Ala, bem atual.

Curiosamente, os bairros de Leblon e Ipanema passaram por uma revitalização nos últimos anos, sendo que o espaço destinado ao Jardim de Ala continuou o mesmo, não é Ipanema, não é Leblon.

É o Jardim de Ala, por onde  passa um canal que liga a lagoa ao mar, e onde existe a comunidade vertical, de concreto, da cruzada de São Sebastião, o santo padroeiro da cidade do Rio de Janeiro.

Aos pobres, São Sebastião e Ala.

Aos ricos, o Leblon e Ipanema, sendo que o significado de Ipanema no idioma indígena  é água ruim, e não é água de São Paulo.

Água ruim no metro quadrado mais caro da cidade, cujo padroeiro é São Sebastião, nome da comunidade do Jardim de Ala.

Curiosamente, no local conhecido pelos índios como água ruim, passa uma grande tubulação subterrânea conhecida como emissário submarino,  por onde o esgoto doméstico de parte da cidade é lançado ao mar, no mar de Ipanema, a água ruim.

Leblon, que tem esse nome  devido ao proprietário do lugar , o holandês Charles Le Blon . 

No século 19  o local virou uma fazenda de gado, e hoje é  local dos ricos.


Onde o gado pastava hoje vivem os ricos, próximo da água ruim.

Os pobres foram para o lugar onde está o garoto da foto, apreciando a vista.


Na lagoa, que os índios Tamoios chamavam de Piraguá - enseada de peixes - ocorrem grandes mortandades de peixes, devido a poluição, de frente para residências de luxo, onde  o odor de peixe morto é insuportável.

A ocupação de Ipanema e Leblon, mudou o micro clima do lugar, devido a construção vertical de concreto, uma barreira entre a Lagoa e o mar, entre a enseada de peixes e a água ruim, entre a lagoa frágil e a praia de sucesso, entre os indígenas e a civilização moderna e civilizada, e tudo sendo atravessado por por uma gigantesca tubulação subterrânea de esgoto.

O garoto aprecia a paisagem do passado e do presente, o local das vacas e a favela urbana high tech.


         

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