segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

A cagada do dia

Ônibus movido a fezes e esgoto é atração no Reino Unido

Apelidado de "número dois", veículo com gás biometano emite 30% menos dióxido de carbono do que o modelo tradicional

O DIA
Rio - Combustível de novos ônibus sustentáveis, o gás biometano pode ter origem curiosa. No Reino Unido, por exemplo, o coletivo ganhou apelido de "número 2" por rodar com a substância, que é obtida de restos de comida, tratamento de esgoto e até fezes. É o chamado Bio Bus, que possui 40 lugares e pode percorrer até 300 quilômetros com um tanque cheio. Embora tenha fonte de energia "exótica", o fabricante garante ausência de mau cheiro.


Bio Bus estreia no Reino Unido com apelido inusitado por causa do biometano, produzido a partir de fezes
Foto:  Divulgação

Dados da empresa indicam que o Bio Bus emite 30% menos dióxido de carbono do que um veículo movido a gasóleo. O ônibus, que circula desde o início de dezembro, vai operar entre o aeoroporto de Bristol e cidade de Barth, com distância de 30 quilômetros.

Fonte: O DIA
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Não há nada de inusitado, anormal ou exótico  no combustível que move o ônibus inglês.

O veículo não é movido a fezes, esgoto ou restos de comidas, e sim pelo gás metano que é obtido pelo processo com bio digestores, equipamento para onde vão os resíduos orgâncios e se produz o gás.
Daí o nome biogás.

Esse processo também não é novidade.

Em muitas fazendas no Brasil, desde tempos imemoriais e até hoje, é comum a produção de gás metano através de fezes , esterco e  restos de comidas.

Popularmente o equipamento é conhecido no meio rural como bostódromo.

Quanto ao cheiro, o gás metano é gás metano , independente se a origem é natural, ou por processos com bio digestores.

As propriedades organolépticas do gás não se alteram devido a fonte e forma como é obtido, assim como o ácido ascórbico - vitamina C - é sempre ácido ascórbico, independente se é ingerido através de uma fruta rica na substância ou se através de pastilhas em forma de suplemento vitamínico.

A velha mídia tem enorme dificuldade em abordar temas científicos.

Lembro que certa vez, logo depois da primeira crise do petróleo na década de 1970 onde a busca por combustíveis alternativos virou prioridade, um jornal do Rio de Janeiro  estampou uma manchete sobre um fusca que conseguia andar movido apenas a água.

O jornal deitou falação, e que falação, sobre o "fenômeno" que poderia salvar o país da crise do petróleo.

O propietário do fusca teve direito a entrevistas ,apareceu na mídia, e a água seria o combustível inovador e fantástico.

O blá ,blá,blá  teve fim, quando um engenheiro , talvez já incomodado com o monte de bobagens sobre a água, foi a publico e esclareceu que o fusca rodava  porque a água quando pressionada no motor do carro produzia o gás hidrogênio, esse sim um combustível para o motor.

Também advertiu para que a população que já iniciava a usar água nos tanques de combustíveis dos valentes fuscas, não o fizessem pois poderia  acarretar uma série de problemas para os componentes do motor.

É interessante lembrar desse caso, pois com a notícia acima do jornal  carioca O DIA, algumas pessoas podem querer colocar  as próprias fezes, ou mesmo de parentes próximos  ou quem sabe de todos os moradores  do condomínio, nos tanques de combustíveis dos  seus automóveis.

Também é interessante olhar para a própria realidade cultural do país antes de apresentar algo como inovação apenas pelo fato de ter origem em países do primeiro mundo.

A produção de biogás no Brasil existe há mais de séculos no meio rural, assim como os jangadeiros  do nordeste  brasileiro já praticavam  o "fenômeno"" esportivo do stand up paddle, trazido  para o Brasil pelo fenômeno do Ronaldo com o apoio de outro "fenômeno" da mídia, o patético Luciano Huck.

O biogás pode e deve ser produzido através do lixo e de resíduos orgânicos, entrando na cadeia produtiva de coleta, seleção, processamento e aproveitamento do lixo gerado nas cidades.

Como gás , pode ser utilizado como combustível de automóveis, em aquecedores domésticos, fogões , iluminação, sistema de aquecimento de residências e outros.

Questiona-se o seu uso em fogões devido ao seu baixo poder calorífico, no entanto adaptações dos equipamentos comprovam que o biogás pode ser útil para as aplicações citadas, contribuindo para uma melhor coleta e aproveitamento do lixo.

Uma boa cagada à todos.

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