terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Jim Jones na mesa

Um terço dos suicídios no mundo é por ingestão de agrotóxicos, diz OMS

Fernando Frazão/Agência Brasil
Facilidade na compra e desrespeito dos tratados internacionais estão entre os principais responsáveis pelo alto número de suicídios no campo

15/12/2014
Por Bruno Pavan,
Da Redação


A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou o relatório de prevenção ao suicídio que apontou que, em 2012, mais de 800 mil pessoas cometeram suicídio no mundo, o que significa que uma pessoa se mata a cada 40 segundos.

Publicado em setembro, o documento chamou a atenção para o fato de que um terço dos suicídios no mundo é cometido por conta da ingestão de agrotóxicos. Os casos são mais frequentes nas áreas rurais de países pobres na África, América Central e Ásia.

O Brasil não fez parte do levantamento, mas, para o professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), Marcos Antonio Pedlowski, o problema também vem crescendo de forma vertiginosa no país. “O suicídio em áreas rurais vem aumentando muito, é quase uma epidemia”, afirma.

Facilidade no acesso
O relatório aponta que as medidas propostas para diminuir esse tipo de problema passam por fazer cumprir as convenções internacionais sobre a venda, o comércio e o armazenamento de agrotóxicos no mundo.

Pedlowski reforça que muitos agrotóxicos que são vendidos no Brasil e proibidos em grande parte do mundo, possuem ação depressora que diminui o nível de atividade do cérebro. O fácil acesso que os trabalhadores rurais têm desses venenos acabam colaborando para que se cometa o ato do suicídio.

“O relatório reforça que o suicídio nunca é uma decisão definitiva da pessoa, ela sempre passa por um momento de dualidade. Se você tem acesso fácil aos agrotóxicos a pessoa pode se inclinar mais facilmente pela opção de se matar. A partir do momento que o produto sai da loja, não se tem mais controle nenhum sobre ele”, criticou.

Projetos

Em 2013, a BASF S.A e a Raízen Combustíveis (Shell) foram condenadas a pagarem indenização de R$ 200 milhões de indenização coletiva dos trabalhadores de uma fábrica em Paulínia, interior de São Paulo.

Investigações que duraram anos comprovaram a negligência das empresas com a proteção dos trabalhadores na fábrica que produzia agrotóxicos. A indústria, que pertencia a Shell e foi comprada pela BASF, contaminou o solo e as águas subterrâneas com produtos químicos entre 1974 e 2002.

Os R$ 200 milhões pagos pelas empresas serão utilizados pelo Ministério Público do Trabalho para patrocinar estudos voltados à pesquisa prevenção e ao tratamento de trabalhadores vítimas de intoxicação, de adoecimento decorrente de desastres ambientais, exposição a substâncias tóxicas ou acidentes de trabalho que envolva queimaduras.
Fonte:  BRASIL DE FATO 
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A confirmação de que o contato permanente com agrotóxicos levas às pessoas ao suicídio já vem de longa data. Talvez  tenha sido lá pela década de 1970 que  esse assunto foi  publicado  e discutido.
O tempo passou e os agrotóxicos, hoje, matam mais do que antes.
Pessoas que trabalham no campo , em contato permanente com essas substâncias, tem chances elevadas de cometer o suicídio, tendo em vista que esses produtos atuam como agentes depressivos.
Inseticidas , pesticidas e outras substâncias similares  usadas na agricultura atuam no sistema nervoso central das pragas que se deseja eliminar. Ocorre, que esses venenos , também atuam no sistema nervoso do homem, contribuindo para o surgimento de um quadro de depressão e, por fim, a morte, através do suicídio.
Existe uma farta literatura sobre o assunto e dados  já comprovados.
A questão que emerge no meio científico, e´até que ponto a ingestão  cada vez maior de agrotóxicos pelas pessoas através dos alimentos pode , também, contribuir para o surgimento de quadros de depressão e mesmo de suicídio, já que essas substâncias vão se acumulando no organismo humano.
É sabido que o número de suicídios tem crescido em todo o mundo, e as causas apontadas são diversas ,com destaque , quase sempre, para questões  econômicas restritivas e problemas conjugais.
No entanto, nada se fala sobre a possibilidade da ingestão quase que diária dos agrotóxicos na alimentação humana , como um fator  determinante no crescimento de quadros depressivos.

O assunto não tem espaço na velha mídia, aliada das grandes corporações e do agronegócio, e quando citado  não tem o destaque que merece, fazendo com que a maioria das pessoas considere normal o uso dessas substâncias.

O pastor Jim Jones, líder de uma seita religiosa  na Guiana,  em novembro de 1978, levou mais de 900 pessoas  , em um dia, a um suicídio coletivo.

Bem que Jim Jones poderia ser uma marca de agrotóxico.

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