quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

O choque das eleições


renato arthur disse:

Fonte: Comentário de um leitor de TIJOLAÇO para um artigo sobre o tumulto de ontem                no congresso nacional
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Uma emissora de rádio como a CBN do grupo Globo que produz um comentário como o citado acima, em nada difere dos alucinados que ontem protestavam no congresso.

Também em nada difere dos dissonantes cognitivos comandados por Lobão nas patéticas manifestações da Av. Paulista na cidade de São Paulo.

Pode-se ainda afirmar que tais  "comentaristas ", jornalistas ou não, em nada diferem das declarações estranhas do ancião  octogenário FHC quando afirma revelando seu desejo - fruto de alucinações em decorrência da idade bem avançada ou quem sabe conhecimento sobre ações desestabilizadoras em curso -  que o país caminha para a desordem.

O que se percebe , com clareza, é a existência com a participação da velha mídia e de setores mais radiciais da oposição de um movimento orquestrado de desestabilização da ordem com um ataque direto e explícito ao funcionamento das instituições.

Ao produzir para seus leitores e ouvintes declarações de que o Brasil, o Peru, a Venezuela, a Bolívia e a Argentina são governos ditatoriais, a velha mídia não só distorce a realidade como incentiva em parcela da população ações em prol de intervenções e golpes de estado, sempre com a surrada intenção de restaurar a ordem democrática, que na verdade  e na prática significa a implantação de regime autoritário e ditatorial.

No Brasil, e o caro leitor sabe, as instituições funcionam bem.

O processo democrático brasileiro - ainda por entrar na fase balzaquiana - é claro que necessita de ajustes e avanços, de maneira que a democracia possa atingir sua maturidade, sua  plenitude e sua boa forma.  

A eleições para todos os cargos no executivo e no legislativo acontecem de forma razoavelmente transparente e democrática, de maneira que a vontade da maioria da população seja expressa no resultado das eleições.

Nas eleições de outubro, a maioria do povo brasileiro , mais uma vez escolheu para governar o país a coalização de partidos liderada pelo PT, em uma eleição em que a oposição conseguiu a menor diferença de votos desde a primeira derrota para o PT nas eleições de 2002.
Tal façanha -  sim, perder de pouco já uma façanha para as oposições - por  outro lado, alimentou um forte sentimento de frustração nas oposições, algo do tipo de que "poderíamos ter chegado mais longe", quem sabe se fossemos mais incisivos não teríamos vencido " e outros sentimentos mais.

Até aí , nada de errado, pois a derrota sempre produz tais manifestações nos derrotados, ainda mais se grandes expectativas e sonhos foram criados em torno de uma possível vitória, que pela primeira vez esteve mais perto.

É o que se chama de rescaldo da realidade perdida, ou  ainda ajuste cognitivo.

Pode ser um processo doloroso ou suave , dependendo do grau de maturidade dos envolvidos. 

Em determinados momentos do processo de rescaldo, regressões súbitas podem ocorrer, até mesmo como manifestações em prol de ações que apenas são fruto do desejo frustrado, que por conseguinte alimentou fantasias ante um real impossível de se alcançar.

Isso acontece , no momento, na cena política brasileira, claro, em diferentes graus de manifestações de rua e mesmo de declarações na imprensa e pela própria imprensa, que também é parte frustrada.

No caso de políticos da oposição, como o candidato derrotado pela maioria do povo, Aécio Neves e seu tutor FHC,  essa frustração existe, porém o espaço disponibilizado pela velha mídia às oposições, permite  que se produza, sem nenhuma análise crítica, qualquer tipo de comentário que venha alimentar a idéia de uma possível vitória no pleito que já se encerrou.

Nas mentes mais fantasiosas e prontas para o delírio, tais declarações soam como renascimento, gerando mais  e mais expectativas, que descambam para estados de grande excitação e de grande  violência, já que o lado vencedor é compreendido  - erroneamente, claro - como aquele que por caminhos supostamente ilícitos usurpou sonhos e ideais. 

É o caso de Lobão e sua turma e também daqueles que ontem , estiveram nas galerias do congresso nacional apenas para impedir uma votação e, ainda, agrediram verbalmente parlamentares da situação, como no caso de uma senadora que foi chamada de vagabunda.

Tudo isso seria patético e cômico, se não existisse um apoio de setores da oposição e da velha mídia como o intuito claro de atacar as instituições, desestabilizar o país e violar o regime democrático através de golpes de estado.

Na esteira de todo esse processo, também se pode perceber que as oposições e a velha mídia procuram tirar proveito  da situação, com  algo do tipo "redução de danos", ao tentar impor ao governo federal quadros ministeriais  do lado derrotado. 

Para isso, acentuam-se denúncias e mais denúncias sobre  corrupção e desvios, com o intuito claro de fragilizar o governo, que , então, aceitaria os quadros propostos e emitiria um sinal de trégua para acalmar os ânimos sofridos, tristonhos, violentos e confusos do lado perdedor.

A disputa entre PT e PSDB - governo e oposições - é uma disputa que se dá dentro da ordem econômica e financeira mundial, sem qualquer risco de ruptura dessa ordem, independentemente do campo vencedor. 

Algo do tipo do bipartidarismo da época da ditadura militar, quando o partido que apoiava o regime dizia "sim senhor" e o partido de oposição dizia "sim", sempre que questionados pelo Poder.

Atualmente esse Poder não é local, e sim mundial, e se caracteriza pela ordem financeira -econômica e política mundial, que pode ser reduzida e conhecida como globalização neoliberal. 

Assim como o regime ditatorial que existiu no Brasil, a globalização neoliberal tem características totalitárias.

No âmbito local PT e PSDB, quando governos, oscilam dentro dos limites estreitos dessa globalização , ora com políticas voltadas para um distante e desejado estado de bem estar social - PT - ora com políticas que se identificam visceralmente com a globalização atual - PSDB .

Esse é o jogo político no âmbito nacional-local, que tem toda a velha mídia alinhada com o lado do PSDB.

Os governos do PT, assim como os governos ditos de esquerda da América Latina que emergiram a partir da primeira década deste século, todos, sem exceção, estão dentro da ordem da globalização neoliberal, sendo uns mais radicais e outros menos. 

A Venezuela , mesmo nos momentos em que as relações com os EUA estiveram bastante estremecidas, não deixou de exportar diariamente para aquele país os milhares de barris de petróleo.

Por outro lado a globalização neoliberal, através de seu ente extra corpóreo e "iluminado", conhecido como Mercado, tolera, porém não vê com bons olhos governos "rebeldes" ou "dissidentes' em seu plasma mundial. 

Sempre que possível, promove ações desestabilizadores nestes países para "restaurar a ordem".

Dito isto, na disputa local-nacional emergem grupos de apoio aos lados em questão. 

Até então, mais precisamente poucos anos atrás, não se viam grupos do lado das oposições  que se declarassem abertamente de forma explícita em favor da globalização neoliberal e também em favor de regimes totalitários.

Esse fenômeno , que agora se manifesta no Brasil com o comando de Lobão - não o ministro - já acontece em alguns países do mundo, até mesmo com manifestações de glorificação ao nazismo, defesa de ações xenófobas, racismo explícito e total rejeição a democracia. 

Em comum, todos , de uma forma ou de outra, apóiam a globalização neoliberal.

É o que se pode chamar de o braço da sociedade civil em apoio a globalização neoliberal, que tem suas manifestações, ainda, localmente nos diferentes países.

Esse grupos, em quase todos os países em que se manifestam, tem o apoio da mídia dominante nesses países. 

Quando esse apoio não é direto, ele se manifesta na forma de críticas quase sempre pouco eficazes, no tocante a rejeição de tais práticas e ações.

Tem sido assim no Brasil, atualmente.

Isto posto, a rejeição por regimes democráticos se alinha com o caráter totalitário da globalização neoliberal. 

Ao contrário da globalização - que é  o lado do governo - no caso o PT, exige um maior aprofundamento das práticas democráticas, com transparências das ações dos governos, participação popular e investigações contra desvios e corrupção.

Tem sido no Brasil e nos demais países da América latina, citados pelo comentarista da rádio CBN. 

Ainda nesse países, novas regras foram estabelecidas para o funcionamento dos meios de comunicação, no sentido de garantir à população uma maior diversidade de conteúdos informativos, culturais e de entretenimento, em perfeita sintonia com o aprofundamento do processo democrático.

Esse é o jogo, talvez o principal, tanto no plano local como no plano mundial.

No plano local- nacional, para o setores alinhados com o governo é importante consolidar os avanços obtidos nestes últimos doze anos e avançar ainda mais dentro dos estreitos limites impostos pela globalização neoliberal.

Ainda no plano local-nacional-cidade, onde o caro leitor vive, é importante não se deixar confundir com questões que possam interferir no local-nacional. 

Uma delas diz respeito a violência urbana. 

A violência nos centro urbanos sempre existiu e sempre existirá, pois é parte inerente da natureza humana que se manifesta no seu lado mais negativo e obscuro.

Assim sendo exigir dos governantes locais um policiamento ostensivo que minimize furtos, assaltos, assaltos a residências e outros delitos comuns nas cidades deve se fazer constante.

Logradouros bem iluminados à noite minimizam ações de delinquentes, por exemplo.

Por outro lado, o crime organizado  que se manifesta em grandes cidades, e que é o mais explorado pela velha mídia, é decorrente de organizações bem estruturadas que transcendem os limites da cidade e mesmo do país e ,que na minha opinião, não deveria ser combatido pelas polícias estaduais, mesmo em inserções locais.

Esse crime organizado, tanto a produção como  o comércio de drogas e o tráfico de armas, é transnacional e movimenta bilhões de dólares que vão para as lavanderias das  instituições financeiras, que são partes estruturantes da  ordem econômica e financeira mundial, que se manifesta como globalização neoliberal. 

Assim sendo, e sendo parte da ordem econômica e financeira mundial manifesta-se através de seu ente extra corpóreo, aumentando ou reduzindo a violência nas cidades, de acordo com interesses políticos, deixando desta forma na população sentimentos de profunda insegurança e medo, que por vezes se manifestam em desejos de retorno de regimes autoritários. 

Do crime organizado, fazem parte políticos, governantes, empresários de diferentes ramos da economia e mesmo membros de alto escalão das Polícias e da Segurança Pública. 

Recentemente o chefe da Polícia Civil do estado do Rio de Janeiro foi preso, julgado e condenado por pertencer ao crime organizado.

Acidentes acontecem. 

Acredito que o caro leitor jamais tenha visto ou tenha sido informado sobre a prisão de pessoas do primeiro escalão no hierarquia do crime organizado.

Exigir segurança na sua cidade sem se confundir com inseguranças geradas pelo ente extra corpóreo. 

Esse ente deve ser combatido também, mas não localmente, e sim globalmente através de ações da sociedade civil em rede em todos os países. 

O caro leitor também já percebeu  que o crime organizado tem aumentado em todo o mundo, principalmente depois da chegada da globalização neoliberal.

Diante do exposto até aqui , fica a pergunta se os grupos que fazem manifestações em São Paulo pelo retorno da ditadura tem conhecimento da realidade em estão inseridos seus protestos, ou são apenas pessoas alucinadas totalmente desfocadas da realidade.

Quanto a velha mídia , que de uma forma ou de outra apóia esses grupos, fica cada vez mais claro a necessidade de reformulação e democratização dos meios de comunicação do país.

Jogar o bom jogo conhecendo as disputas em questão é fundamental.

Importante lutar por uma melhor qualidade de vida na sua cidade; transporte, educação, saúde, segurança, produção de alimentos saudáveis e orgânicos.

Importante manter as conquistas dos governos do PT  no âmbito nacional e avançar ainda mais no processo democrático e na  construção de um estado de bem estar social.

Importante manter as conquista da América Latina e avançar ainda mais na integração sulamericana.

Importante lutar contra a globalização neoliberal, em âmbito global.


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