sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Sonegação bilionária. Silêncio indecente

Os “doleiros” de Luxemburgo. 

Ou como os bancos brasileiros “lavam” impostos

5 de novembro de 2014 | 19:30 Autor: Fernando Brito
luxemburgo
Coube ao jornalista Fernando Rodrigues, da Folha, trazer para os leitores pátrios a notícia do “jeitinho” dado pelo Itaú-Unibanco e pelo Bradesco, para deixar de recolher, só em 2009, cerca de R$ 200 milhões em impostos no Brasil.
Resumida e simplificadamente, é assim: as matrizes brasileiras “pagam” por serviços prestados por suas filiais em Luxemburgo, um semiparaíso fiscal da Europa, e suas filiais conseguem, lá, um acordo de redução de impostos por estas receitas.
A diferença é conhecida como “elisão fiscal”, um nome chique para sonegação feita com chicanas contábeis de legalidade mais que duvidosa, orientadas justamente pelas maiores firmas de auditoria do mundo.
Claro que os pagamentos das matrizes brasileiras são peças de ficção e, depois de obtido o “perdão fiscal” de parte destes ganhos junto ao governo luxemburguês, o valor remetido de volta como lucro pela filiar é taxado aqui por valor menor, equivalente à parte taxada lá fora.
É um mecanismo que guarda algumas semelhantes com o truque usado pela Vale, na época de Roger Agnelli, para sonegar impostos aqui e que geriu uma autuação bilionária à empresa que, depois de perder em tribunais, acabou por fazer um acordo e recolher o débito pelo Refis, com o perdão de parte da multa.
O escândalo foi descoberto pela Associação Internacional de Jornalismo Investigativos e vai gerar tensão e processos fiscais e judiciais mundo afora.
Como aqui processo fiscal contra pobre é rápido e contra rico perde para tartarugas, é possível que lá por 2020 isso chegue a uma solução.
Como o Itaú já deve quase R$ 19 bilhões em impostos, é só mais um “trocado”.
Até lá, quem sabe, venham a arranjar um presidente que mande parar com essa mania de cobrar imposto de banco, mesmo que seja pouco e com todos estes “furos” fiscais.
Fonte: TIJOLAÇO
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O intolerável silêncio no Brasil sobre as empresas que usam paraísos fiscais para não pagar impostos

Postado em 07 nov 2014
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Acabo de ler num site sueco em inglês.
A ministra da Economia da Suécia, Magdalena Andersson, deseja novas leis tributárias depois que explodiram denúncias sobre como empresas locais estão usando o paraíso fiscal de Luxemburgo para evitar o pagamento de impostos.
A Ikea é uma das corporações suecas que estão listadas.
“Jantei há poucos dias com ministros da Economia de países da União Europeia e este foi o assunto debatido”, disse ela. “Estamos focados em encontrar medidas que evitem a evasão de impostos.”
A ministra chamou a atenção para o que representa para a Ikea o desgaste de imagem pelo recurso a paraísos fiscais.
Da Suécia me desloco para o Brasil.
Dois bancos brasileiros foram citados no caso de Luxemburgo: o Bradesco e o Itaú Unibanco.
O jornalista Fernando Rodrigues deu na Folha. A investigação sobre Luxemburgo foi feita por uma associação internacional de repórteres da qual Rodrigues faz parte.
A mídia brasileira deu atenção zero ao caso. A Globo tem uma jornalista nesta associação, e simplesmente ignorou o assunto – um dos mais importantes da agenda econômica mundial, simplesmente.
Mas isso não surpreende.
O que de fato chama a atenção é que nenhuma autoridade econômica brasileira tenha falado deste tema até o momento.
Na Inglaterra, o Parlamento convocou presidentes de algumas das empresas que mais usam paraísos fiscais e exigiu explicações.
Starbucks, Apple e Amazon estavam entre as corporações intimadas a dar satisfações aos parlamentares britânicos.
A estratégia é, como se dizem os ingleses, “name and shame” os que fazem espertezas fiscais.
No Brasil, o silêncio governamental apenas contribui para as espertezas fiscais.
O Bradesco apareceu na mídia nestes dias – mas no seio de uma informação segundo a qual seu presidente teria rejeitado um convite para ser ministro da Economia.
Seria o triunfo do absurdo, um ministro da Economia vinculado a esquemas de fuga de impostos por meio de paraísos fiscais.
Listar as empresas que fazem este tipo de coisa é o primeiro e essencial passo para combater esse enorme problema brasileiro e mundial.
Dilma, em sua entrevista de ontem, falou que vai olhar “com lupa” as despesas do governo.
Pois tem que olhar também com lupa as receitas que não estão se materializando por artimanhas fiscais.
A sociedade tem que saber mais sobre aqueles que, já tão cheios de dinheiro, subtraem dos cofres públicos recursos que dariam em escolas, hospitais, portos e saneamento básico, entre tantas outras coisas de que o Brasil precisa muito mais que a rica Suécia — que está esperneando contra a evasão fiscal enquanto paira um intolerável mutismo entre nós.

Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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Lucro dos bancos privados brasileiros cresce 27% em 2014

Marcos Santos/ USP Imagens
Apesar do baixo crescimento da economia, Bradesco, Itaú e Santander somaram lucro de R$ 27 bilhões de janeiro a setembro
06/11/2014
Por Bruno Pavan
Da redação
Menos de 1%. É o que deve crescer o Produto Interno Bruto do Brasil em 2014. O resultado, para muitos tido como fraco, não impactou em nada os lucros do setor financeiro privado do país.
De acordo com o jornal Valor Econômico, o lucro dos três maiores bancos privados do país cresceu 27% entre janeiro e setembro desse ano. Isso significa um lucro, somado, de R$ 27 bilhões no período.
Um dos principais fatores foi a atuação mais tímida dos bancos públicos em 2014. Usados pelo governo para diminuir a taxa de juros do mercado desde 2012, a concorrência com BB e Caixa ficou menos acirrada neste ano fazendo com que Bradesco, Itaú e Santander pudessem fazer remanejamentos.
A diferença entre o crescimento do Brasil e o do setor é explicada pela presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo Osasco e região, Juvandia Moreira Leite. Para ela, as instituições contribuem muito pouco para o desenvolvimento do país e, apesar dos lucros recordes, demitem funcionários.
“Além de cobrar as taxas de juros mais altas do mundo, restringem o fornecimento de crédito para a população e em vez de gerar novos postos de trabalho, demitem. Somente o Itau, Bradesco, Santander e BB fecharam 4.715 mil postos de trabalho em um ano (setembro 2013 a setembro de 2014), mesmo com lucro 20% maior que o mesmo período do ano passado”, criticou.
Fonte: BRASIL DE FATO
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Hoje é dia 7 de novembro de 2014.

Passaram-se apenas 15 dias da eleição de segundo turno.

Isso mesmo, apenas 15 dias e parece que a eleição aconteceu há muitos meses.

Por que essa sensação de que  um acontecimento tão próximo teria acontecido há muito tempo atrás ?

Existem muitas explicações, porém a principal esteja  no envolvimento profundo  das pessoas com um determinado assunto , e, uma vez concluído o assunto desaparece repentinamente do interesse das pessoas, dando uma falsa impressão que tudo teria acontecido há muito tempo.

E o que motiva o interesse profundo das pessoas nas eleições ?

A eleição para presidente da república é , sem dúvida  um evento que mobiliza os corações e mentes das pessoas.

Essa mobilização, no entanto, fica turbinada  com o noticiário dos meios de comunicação, que a medida que o dia do voto se aproxima, quase tudo que é noticiado de alguma forma tem alguma relação com os candidatos envolvidos, seja direta ou indiretamente.

Nas semanas que antecederam o dia 26 de outubro - dia da eleição em segundo turno - o caro leitor foi bombardeado diariamente pela velha mídia com uma agenda de notícias nos jornais, revistas , emissoras de rádio e emissoras de TV, que se repetiam como sendo conteúdos informativos de grande relevância para o país e mesmo para todo o mundo que direcionava os olhos para a eleição no Brasil.

Na  agenda informativa de "grande relevância" tínhamos as denúncias, sempre  bombásticas e de última hora, de casos de corrupção em órgãos do governo, apresentadas como algo inaceitável que coloca em risco a reputação do governo e empresas estatais, abrindo , desta forma, canais de discussão sobre a importância de um estado mínimo, onde a presença da iniciativa privada inibiria todo e qualquer tipo de deslize como corrupção em obras públicas , licitações e sonegação de impostos.

O foco das denúncias estava centrado na Petrobrás, empresa estatal de grande importância para alavancar a economia nacional em função da cadeia produtiva que envolve as atividades  de prospecção, exploração, refino , distribuição e comercialização de derivados de petróleo e gás.

Como empresa estatal ,logo o governo e a candidata a reeleição apareceram citados , mesmo sem provas, como envolvidos nos escândalos de corrupção, gerando , aí, sim, um dos maiores escândalos de manipulação informativa dos últimos anos.

Encerrada a eleição e com a vitória da candidata da situação, o noticiário virou suas baterias já para a composição do congresso nacional - que tomará posse somente no próximo ano - especulando a possibilidade de grandes dificuldades para a governabilidade do país ao insuflar parlamentares  mesmo da base aliada, como referências no debate nacional.

Aqueles assuntos que dominaram nos noticiários da velha mídia, como a "corrupção sem fim", refluíram drasticamente no período pós -eleição.

Ora, assuntos de corrupção não podem sumir do noticiário , ou serem apresentados em função de atacar  e/ou favorecer este ou aquele candidato, não é ?

Tais assuntos , se são relevantes e verdadeiros, independem do processo eleitoral e da opção política da velha mídia.

Chegamos a conclusão, ou se ainda não chegamos podemos inclinar nosso raciocínio à compreensão de que as notícias  são aquilo que a velha mídia deseja que sejam notícias, independente da relevância ou veracidade dos fatos  e em função do momento  em que  devem ser apresentadas.

Com relação a esse comportamento criminoso do oligopólio midiático brasileiro, o PAPIRO publicou um artigo no dia 3 deste mês com o título, Tá com sede ?

E eis  que nesta semana , uma notícia que envolve uma investigação internacional até mesmo com a participação de profissionais brasileiros do setor das comunicações e imprensa, revela um esquema de sonegação bilionária de impostos envolvendo lavagem do dinheiro em paraíso fiscal da decadente Europa.

No esquema são citados bancos brasileiros, como Itaú e Bradesco, grandes anunciantes dos meios de comunicação e também grandes patrocinadores de grandes eventos esportivos.

Curiosamente, pelo menos para nós, reles mortais, o assunto não apareceu com a devida relevância na velha mídia -  isso quando apareceu - já que do ponto de vista conceitual segue a mesma linha dos casos de "corrupção em órgãos do governo" e, assim sendo, não apenas deveria ter recebido o mesmo tempo de exposição como deveria ter sido condenado com a mesma veemência pelos "éticos e decentes" jornalistas e veículos da grande mídia.

No entanto, nada disso acontece e ninguém mais se lembra que  a copa do mundo aconteceu aqui no Brasil nos meses de junho e julho deste ano, que a eleição aconteceu no final do mês de outubro e que Patrícia Poeta um dia já esteve na bancada do telejornal de maior audiência do país.

Telejornal que assim como toda a velha mídia , escolhe ,constrói  e bombardeia as notícias  para o momento, sem o menor compromisso com  a veracidade e a relevância dos fatos,  e sempre em função  de seus interesse políticos, comerciais e doutrinários.

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