segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Perdedores golpistas em surto grave

Caio Castor: 

Na Paulista, pedido de impeachment e ataques a quem discorda

publicado em 2 de novembro de 2014 às 20:10
de novembro de 2014 | 13:12 Autor: Fernando Brito
bolsonarobangbang

Frame do momento em que a arma do deputado federal eleito Eduardo Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro, foi exibida no palanque; o Viomundo só pode oferecer este conteúdo exclusivo graças a nossas assinantes, a quem agradecemos (torne-se um deles clicando aqui!)
Fonte: VIOMUNDO
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Golpistas atacam família em Brasília

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Foto do vidro quebrado do carro do cidadão atacado por tucanos psicóticos

Na manifestação de tucanos pró-intervenção militar, realizada ontem em Brasília, alguns mais exaltados atacaram um carro que passava por ali, com adesivos de Dilma.
Quebraram o vidro do carro e machucaram a mãe, que cortou o braço.
A filha pequena está em estado de choque.
O pai foi imediatamente à delegacia registrar um boletim de ocorrência.
A grande mídia só dá destaque às manifestações pró-golpe, mas não fala sobre a violência implícita nos discursos de ódio proferidos.
E não informa sobre os relatos de violência e sobre os germes fascistas em gestação no país, sobretudo em São Paulo e Brasília.
O governo não pode mais ficar calado. Essa violência não pode prosperar.
Ao mesmo tempo, a gente sabe que se trata de um processo político, então a violência tem de ser canalizada para o debate político.
Os argumentos fascistas são muito fracos. Podem ser vencidos facilmente com algumas entrevistas e comunicados públicos.
Tipo assim:
“O Brasil não vai virar Cuba, porque ainda não temos médicos suficientes para enviarmos à África, para ajudar no combate ao ebola”.
“A ditadura brasileira foi o período mais corrupto da nossa história”.
Mas alguma coisa tem de ser feita. O poder não tolera o vácuo. Sem resposta, a direita vai continuar expandindo-se na consciência de mais brasileiros.
Há setores interessados em que nos tornemos um país dividido, com guerra de facções nas ruas. Isso apenas interessa à oposição golpista, para fomentar o caos.
O mais perigoso nisso tudo é que, se o governo não reagir politicamente, a direita mais uma vez manipulará a insatisfação popular para justificar quebra-quebra, instabilidade política, e contará com o apoio, às vezes ingênuo, de setores da ultra-esquerda, anarquistas e black blocs.
E o governo ficará novamente entre a cruz e a espada.
Se reprimir, terá a pecha de amigos dos opressores, gerando mais protestos. Se não reprimir, demonstrará fraqueza e será derrubado, com apoio do povo, que pedirá alguém de mão forte.
A grande maioria dos brasileiros é, naturalmente, contra a violência política. Entretanto, sem uma orientação por parte do governo eleito, a população seguirá o primeiro a demonstrar força.
Terminada as merecidas férias, Dilma deveria instituir uma relação de comunicação direta constante com o povo brasileiro, ou então nomear algum ministro para fazê-lo.
Um programa semanal, na TV, para contar os problemas do governo, pedir sugestões para resolvê-los; e ouvir as demandas do povo.
Aumentar juros e cortar verbas, sem explicar ao povo (de forma direta e simples) o que está acontecendo, é a receita do caos.
Comunicação não custa nada, basta ter coragem!
E tem de fazer isso sem perda de tempo, porque dessa vez a mídia não está dando nem a tradicional trégua pós-eleitoral.
O pau já começou.
PS: O Eduardo Guimarães, do blog da Cidadania, fez uma entrevista com o pai agredido, o cidadão Antônio Felipe Gonçalves.
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Blog da Cidadania – Antonio, seu relato sobre a agressão de que foi vítima com sua família diz que tudo ocorreu na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, correto?

Antonio Felipe Gonçalves – Foi na Explanada. A gente estava passando pela manifestação pró Aécio, pró-golpe, pró-qualquer-coisa, com duas pistas [da avenida] fechadas. Conduzi meu carro pela pista mais externa, mais distante da manifestação, mas, quando viram nosso carro, vieram pra cima.

Blog da Cidadania – Mas por que atacaram seu carro? Tinha algum adesivo, alguma coisa?

Antonio Felipe Gonçalves – Sim, sim, tinha um adesivo grande de Dilma no vidro traseiro e no vidro lateral esquerdo tinha um adesivo com o número 13.

Blog da Cidadania – Você acredita que quantas pessoas atacaram seu carro?

Antonio Felipe Gonçalves – Não pude contar, mas quero ressaltar que do alto do carro “trio-elétrico” incentivavam os agressores xingando a mim e à minha família de “petistas ladrões”, “mensaleiros”, “bandidos” e foi nessa hora que a turba veio pra cima mesmo com bandeiras na mão, batendo no carro e, de repente, tacaram alguma coisa na janela do carro – provavelmente, uma pedra – que estourou o vidro do passageiro, onde minha esposa estava.

Blog da Cidadania – Sua esposa se feriu?

Antonio Felipe Gonçalves – Os estilhaças cortaram um pouquinho o braço dela.

Blog da Cidadania – E a sua filha também estava no carro?

Antonio Felipe Gonçalves – Minha filha de seis anos e minha sogra estavam no carro.

Blog da Cidadania – Além de atirar a pedra, fizeram mais alguma coisa?

Antonio Felipe Gonçalves – Chutaram a lateral do carro. Está todinha amassada.

Blog da Cidadania – A sua filha deve ter ficado muito assustada…

Antonio Felipe Gonçalves – Quando eu vi como ela estava em pânico, avancei com o carro para perto da Polícia, que estava a 5 metros da gente e não fez nada. Ficou assistindo depredarem meu carro.

Blog da Cidadania – Você fez um boletim de ocorrência, certo?

Antonio Felipe Gonçalves – Fiz. E, agora [domingo] pela manhã vou fazer a perícia e poderei pegar o boletim hoje ou amanhã.

Blog da Cidadania – Você tem testemunhas de tudo isso?

Antonio Felipe Gonçalves – Na hora só tinha gente deles, além da minha família acuada dentro do carro. Mas o local está cheio de câmeras que por certo filmaram tudo. E o que é mais esquisito é que quando eu cheguei à delegacia para fazer o B.O., a polícia já sabia que eu estava indo pra lá…

Blog da Cidadania – Você ainda não tem o B.O., mas tem o número do protocolo?

Antonio Felipe Gonçalves – Tenho, sim. Ocorrência 14.115/2014

Blog da Cidadania – Antonio, você está me dizendo que esse protesto em Brasília foi organizado por um deputado ou candidato a deputado pelo PSDB?

Antonio Felipe Gonçalves – Uma matéria do Correio Brasiliense de ontem diz que um dos organizadores foi um advogado chamado “Matheus Sathler”. Procurei o nome dele na internet e descobri que foi candidato do PSDB a deputado distrital.

Fonte: O CAFEZINHO
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Manifestações com deputado federal portando arma na cintura, agressões à pessoas eleitores de Dilma, pedidos de retorno de uma ditadura militar, pedidos de impeachment de Dilma.


Tudo isso aconteceu em São Paulo e Brasília.

Já o PSDB disse que não apoiou as manifestações e ainda o Senador Álvaro Dias atribuiu a infiltrados do PT os gritos pela volta da ditadura.

Ora, estão brincando com fogo.

Diante dos fatos  que revelam de forma inequívoca que pequenos grupos não aceitam a democracia - teve até deputado armado -  e dizer que o PSDB não tem nada a ver com tudo isso e que ainda a culpa é de infiltrados do PT, é de um cinismo sem precedentes.

O que se viu foram discursos patéticos e uma predisposição para atos de violência, sem o menor compromisso com as regras da democracia.

Pela primeira vez, desde 2002, o PSDB chegou a disputar um segundo turno com alguma chance de vitória, porém,  ficou apenas na chance.

Deve ser muito  difícil para os grupos mais radicais da extrema direita, representados pelo PSDB, mais uma derrota para o PT.

Vida que segue, em 2018 teremos novas eleições para presidência da república e até lá o PSDB tem tempo suficiente para apresentar de forma clara um programa de governo, algo que não apresentou nestas eleições nem  nas eleições passadas.

As campanhas do PSDB sempre se basearam em ataques aos governos do PT e , para isso, contam com o apoio incondicional de toda a velha mídia, a ponto de surgirem notícias forjadas e falsas sem o menor compromisso com a realidade, como no caso da reportagem da revista veja sobre o doleiro, Dilma e Lula, com repercussão sem qualquer tipo de análise crítica em toda a mídia.

As campanhas baseadas apenas em denúncias, que em sua maioria não se provam, fazem por criar um clima de confronto, favorecendo a emergência de grupos radicais  que ainda no calor das eleições produzem delírios , que poderiam ser cômicos, caso não descambassem para a violência e a intimidação.

Quem porta uma arma de fogo está pronto para usá-la.

O foco desse retrocesso civilizatório, como sempre, é o estado de São Paulo que atualmente está na vanguarda da seca, seja pela água, seja por vitórias contra o PT.

Que essas manifestações tem um forte componente cômico e patético, isso é fato, porém cabe lembrar que todo tipo violência e de tentativa de mudança das regras estabelecidas devem ser cortadas pela raiz.

Agredir uma família apenas porque portavam no carro um adesivo de Dilma, é irracionalidade extrema.

É sempre bom lembrar que um copo vazio está cheio de ar e que o PSDB perdeu mais uma vez.

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