segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Sonhar não custa nada









Sonhar não custa nada.

Em 1999, com a vitória de Hugo Chaves na Venezuela, a gente sonhava que aquele movimento pudesse contagiar toda a América do Sul.
Sonhadores e ingênuos, assim éramos rotulados.

Hoje, em 2014, já sabemos, em função da realidade,  que o sonho latino já tem vida garantida por duas décadas, o que não é pouca coisa.

Até 2018, Dilma e o PT governarão o Brasil, Maduro e o Bolivarianismo estarão na Venezuela, Morales e o Bem Viver continuarão na Bolívia, Bachellet no Chile, Vásquez com grandes chances de vencer no Uruguai. Equador e Argentina, certamente se inspirarão no caminho da América do Sul.

A gente também sonhou que seria  possível barrar a ALCA, algo impensável para os "analistas" da velha mídia.

Barramos e enterramos.

A gente sonhou que seria possível ganhar as eleições em 2002, 2006, 2010, 2014.

Ganhamos todas.

A iniciativa poderosa e até mesmo violenta de restauração conservadora e retrógrada na América do Sul - que teve início por volta de 2010 - fracassou, apesar do novo congresso conservador do país.

O momento em todo o continente é de retomada com força  do processo que já tem vida garantida de duas décadas e, que teve na eleição de Dilma, os aplausos  de Cristina Kirchner.

Que a Argentina continue no mesmo caminho, assim como o Equador.

Sonhar não custa nada.

Já estamos sonhando com a vitória de Lula em 2018.

Porém, antes, também sonhamos o novo governo Dilma com uma forte guinada à esquerda.

Guinada que Dilma fez durante a campanha, com discursos, principalmente no 2º turno.

Sonhamos com um governo que estabeleça pontes sólidas com os movimentos sociais, com os partidos  de esquerda que não fazem parte da base aliada,  e principalmente, com toda a população.

Sonhamos com uma reforma política que empodere o povo nas questões relativas de investimentos e fiscalização, que crie ferramentas jurídicas para punir corruptos e corruptores, que garanta uma ampla e profunda participação popular em todas as esferas de todos os governos, que elimine o financiamento privado em campanhas eleitorais, dentre outros.

Sonhamos com uma reforma dos meios de comunicação, já no início do próximo mandato, que garanta a pluralidade  e diversidade de conteúdos informativos e culturais, que priorize conteúdos locais e regionais, que garanta a proliferação de novas  emissoras de rádio e de TV's , que elimine o monopólio existente no país, que tenha a Argentina como exemplo.

Sonhamos com a reforma  agrária  e  com a agricultura familiar sendo conduzida por quadros do MST.

Sonhamos com uma nova forma de o governo se expressar, priorizando sempre a Política, politizando todo e qualquer debate,  eliminando posturas  de gerentes , de administradores cartesianos que apenas se apresentam com enfoque em índices de produtividade.

Sonhar não custa nada.

Sonhamos com políticas e ações bem mais eficazes para com o meio ambiente, priorizando as pessoas, a vida.

Sonhamos com investimentos pesados em saneamento básico para todas as regiões do país. 
O meio ambiente  agradece.

Sonhamos com políticas de mobilidade que facilitem a vida das pessoas  e não poluam o ambiente.

O meio ambiente agradece.

Sonhamos com a extinção  do Ministério do Meio Ambiente e que todas as questões relativas a sustentabilidade, a qualidade de vida nas cidades, os investimentos em infraestrutura, sejam discutidos e implementados levando em consideração , sempre, as questões ambientais.

Ministério do Meio Ambiente indica que a compreensão da questão ambiental é algo separado das demais, quando na realidade, é justamente o contrário. 
Em 2014, olhar o meio ambiente como algo externo, é sinal de atraso.

Sonhamos que a Cultura  retome, com mais força ainda,  o caminho bem sucedido nos dois governos Lula.

Sonhar não custa nada.

Sonhamos com um política de Defesa, que venha a investir ainda mais pesado na capacitação, material e humana, das Forças armadas do país, até mesmo com  a construção de armamentos de grande alcance e de grande poder intimidador. 
Que a adesão do país em certos tratados durante a década de 1990 seja revista.

Sonhamos com uma política externa que priorize sempre, em primeiro lugar, a autonomia e soberania de todos os países, condenando e repudiando todo tipo de agressão unilateral.

Sonhamos, também, e por fim mas sem esgotar os sonhos, a criação e operação eficazes de novos organismos internacionais em substituição aos ineficazes e inoperantes atuais.

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