sábado, 18 de outubro de 2014

Pesquisas alucinógenas

Como o Facebook pode influenciar seu voto sem que você saiba

publicado em 18 de outubro de 2014 às 12:44
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por Luiz Carlos Azenha
Suspeito que tenha acontecido comigo. Mensagens no inbox me chamavam para o conteúdo de uma página de um internauta aparentemente de esquerda.
Porém, as postagens que ele sugeria eram sempre para lançar dúvidas em favor de candidatos conservadores, mais recentemente com os resultados das pesquisas eleitorais dos institutos Paraná, Veritá e Sensus — que foram completamente desmoralizadas pela comparação com Vox Populi, Ibope e Datafolha, ainda que eu não confie 100% em nenhuma delas.
Hoje o leitor Lucas Fernando Amorim entrou em contato comigo. Ele é programador, empresário e dono da empresa BIPBOP, que faz “mineração de dados”, o data mining da internet.
Lucas escreveu:
Estou acompanhando essas eleições com uma certeza que veio a se comprovar hoje. Se valeram de sistemas de análise e APIs privadas nas redes sociais para as campanhas de Aécio Neves e Marina Silva à presidência.
Esse tipo de trabalho não existe no Brasil no nível a que se apresenta e conta com um algoritmo muito sofisticado e facilidades das redes sociais, leva em consideração todos os papers mais recentes do departamento de psicologia e neurociência da Universidade da Califórnia, consegue acompanhar o feed público global do Facebook.
O modelo funciona de diferentes maneiras, as que notei até o momento e podem ser provadas são:
1. Análise do EGO para criação de perfis efetivos, esses curtem comentários de esquerda públicos, uma vez que o eleitor entra no perfil de quem curtiu se dá conta que o perfil não é de um amigo, muito menos possui amigos em comum. Nesse perfil falso existem geralmente vários posts de direita e contra a campanha do PT. É um método de usa a auto identificação para influenciar o eleitor, principalmente os mais jovens. O perfil que curte geralmente é similar, tem os mesmos gostos, colocando de maneira mais simples.
2. Alguns vídeos da campanha da Marina Silva e do Aécio Neves cortam quando haveria a resposta de Dilma Rouseff de maneira inexplicável e acima da média que poderia ser por um delay na transmissão, isso em POSTS automáticos de direita e que estão fora do YouTube.
Em linguagem simplificada, o Lucas suspeita da criação de perfis falsos no Facebook. Isso se daria a partir da análise de perfis de eleitores jovens e de ideias progressistas.
O perfil falso curte postagens da pessoa a ser influenciada. Quando ela vai checar a origem da curtida, dá de cara com conteúdo antipetista ou de direita.
O programador sustenta que, uma vez que o Facebook é uma empresa de capital aberto com ações na bolsa de Nova York, tem de dar informações públicas e admite que hospeda um grande número de perfis falsos. Ou seja, é algo mais comum do que a gente pensa.
Quanto aos vídeos, existem três explicações plausíveis, que ele nos deu em entrevista que você pode conferir clicando abaixo.
O objetivo deste post, antes de denunciar, é de agregar informação de outros internautas para saber se estamos diante de um fenômeno amplo ou limitado.
O certo é que, como diz Lucas Amorim, é uma nova fronteira da comunicação em rede que está sendo explorada na campanha de 2014.
PS do Viomundo: Lucas diz que tentou entrar em contato com o pessoal do Muda Mais, sem sucesso. Não é o caso deles, mas o PT está bem atrasado quando se trata de redes sociais. Por exemplo, políticos do PT colocam vídeos no Facebook sem se dar conta que eles não são necessariamente reproduzíveis em outras plataformas. Ou seja, por inexperiência acabam limitando o alcance do conteúdo que pretendem disseminar.

Fonte: VIOMUNDO
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