quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Pesquisas e Debates

Ato falho do Estadão?

Nem na matemática marinesa é possível confundir 6 com 11. Será que Dilma tem 41 ou Marina tem 25? Alguém poderia sugerir que 11 é a diferença de Marina para Aécio, mas isso seria mais estranho ainda: começa a frase falando de Dilma e termina falando de Marina vs. Aécio.

Fonte: SQN
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Eu só quero dizer uma coisa:

Essa pesquisa IBOPE está muito esquisita...


Fonte: Blog do Rovai
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A enquadrada que Luciana Genro deu em AécioEnquadrado

Enquadrado
O melhor momento até agora em todos os debates presidenciais de 2014 foi a espetacular enquadrada que Luciana Genro aplicou em Aécio Neves quando ele dava uma patética lição de moral sobre ética na política.
A intervenção preciosa de Luciana Genro salvou o debate promovido pela CNBB. A má organização foi tamanha que não havia um cronômetro que ajudasse os debatedores a medir sua fala, engessadíssima como de hábito.
Por isso o tempo todo o moderador Rodolfo Gamberini abateu as respostas em pleno voo, como se estivesse caçando passarinhos.
São vitais, em campanhas eleitorais, pessoas como Luciana Genro, que falam o que ninguém ousa dizer.
Aécio pediu para apanhar, esta é a verdade.
O Pastor Everaldo – triste figura – acabara de se fazer de servo de Aécio. Conseguiu perguntar a ele o que achava do escândalo da Petrobras.
Aécio fez aquele surrado discurso moralista que remonta à UDN de Carlos Lacerda.
Por acaso, logo depois o sorteio de nomes juntou Aécio e Luciana.
Ele fez uma pergunta a ela sobre educação. Pela primeira vez na campanha ela fugiu da questão.
Não resistiu a dizer umas verdades a Aécio.
Como ele ousa falar em corrupção pertencendo a um partido que comprou os votos para a reeleição de FHC?, perguntou ela.
Como o moralismo das colocações de Aécio se combina com o dinheiro público empregado para a construção de um aeroporto numa fazenda de sua família?, continuou ela.
Uma das razões pelas quais a juventude foi às ruas em junho de 2013 foi a camada espessa e abjeta de hipocrisia que domina o mundo da política.
A essa hipocrisia aparentemente invencível Luciana Genro contrapõe uma sinceridade à qual ninguém está acostumado.
Ali, naquele embate, se contrapunha a velha política e a nova política. Aécio parecia um museu diante de Luciana Genro. O atraso quando confrontado com a novidade vira uma coisa espectral.
Luciana Genro não ocupa o lugar folclórico de Plínio de Arruda Sampaio nos debates. Essa posição cabe a Eduardo Jorge, do PV. Faz as pessoas rirem, mas ninguém leva a sério.
Luciana Genro, não. Ela não está nos debates para gerar gargalhadas, mas para dizer as coisas que devem ser ditas – e para fazer a sociedade pensar.
Neste sentido, ela é um enorme avanço em relação a Plínio de Arruda Sampaio – e a rigor a tudo, ou quase tudo, que está aí.
E sabe debater como poucos. Tem o dom da palavra. Improvisa como se estivesse lendo. Não erra concordâncias, não se perde em raciocínios. E à forma acrescenta conteúdo.
Sabe atacar e sabe se defender.
Aécio, numa brutal mistificação, disse que ela estava se comportando como “linha auxiliar” do PT, isso depois das contundentes críticas dela ao petismo pós-poder.
“Linha auxiliar uma ova”, devolveu ela imediatamente.
Clap, clap, clap.
De pé.
Luciana Genro provavelmente ficará com 2%, 3% dos votos.
Mas isso não refletirá o tamanho de seu impacto formidável na campanha de 2014.
No mundo corporativo, as empresas precisam desesperadamente das pessoas que vão contra a corrente e falam o que todos silenciam, por medo ou conveniência.
Essas pessoas dificilmente chegam ao poder, mas quebram barreiras para que outros possam fazer o que tem que ser feito.
No mundo político, também.
Luciana Genro, em 2014, desempenha exatamente este papel – e toda a sociedade deveria ser-lhe grata por isso, concordando ou não com suas ideias.
Fonte: DCM
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Trombone alvorada weril

A Pesquisa

Na campanha eleitoral o dia de ontem foi marcado pelo debate entre os presidenciáveis na CNBB e a última pesquisa Ibope para presidente ( contratada por rede globo e pelo jornal Estado de SP ).

A pesquisa, apesar de não ser quântica, causou muita estranheza.

A maneira como os dados da pesquisa foram apresentados , ontem no jornal nacional e hoje na maioria  dos jornais, induz o eleitor a acreditar que  Dilma, que antes subia, entrou em queda e Marina que antes caía continua em sua queda.

Já o cambaleante, assustado e depenado Aécio, que vivia nas profundezas do Ártico, ressurge com uma subida de quatro pontos, inclinando ao eleitor a percepção que o candidato dos voos de Cláudio pode ainda superar Marina.

Pelo longo conhecimento que tenho de campanhas eleitorais e de pesquisas, a última pesquisa do IBOPE está com cheiro de armação dentro dos limites legais e técnicos, com arranjos e distribuições de  pontos percentuais que tem por objetivo favorecer o candidato tucano.

O caro e atento leitor presenciou nas últimas semanas, ondas de crescimento em favor das candidatas Marina e Dilma e, a grande queda do candidato do PSDB.

A onda Marina - que foi real e ao mesmo tempo irreal devida a inflada proporcionada pela velha mídia - no início  da semana passada começou a refluir, fazendo com que a candidata da coligação PSB/ITAÚ perdesse pontos, sem que o candidato tucano se beneficiasse  com a queda de Marina.

Ao mesmo tempo, a candidatura de Dilma entrava em uma onda de crescimento, mais pelos méritos de seu programa eleitoral do que pela queda de Marina.

A onda Dilma emitia sinais nítidos de crescimento ainda nesta semana, com possibilidade de vitória em primeiro turno, assim como o declínio de Marina e a permanência do congelamento da candidatura de Aécio em temperaturas  de nitrogênio líquido.

Seria o cenário natural para qualquer pesquisa que fosse apresentada nesta semana, já que nenhum fato político relevante aconteceu para mudar significativamente o quadro eleitoral e a percepção do eleitor, como apresentado, ou desejado, pela pesquisa do IBOPE de ontem.

Diante dos fatos, o leitor atento fica autorizado a concluir, que o crescimento de Aécio nas pesquisas, chamado por ele mesmo ontem ao final do debate na  CNBB como " onda da razão", não passa de um fato artificial criado pela campanha do tucano com forte apoio da velha mídia.

A construção da onda artificial de Aécio teve início no final da semana que passou - com declarações na velha mídia, por todos os meios, conexões e colagens possíveis - e tinha por objetivo produzir diferentes declarações  que favorecessem  o candidato  do tio Múcio.

Era a pavimentação do terreno, ou da pista, como queiram, para a apresentação dos resultados da pesquisa que formam feitos no dia de ontem e, ainda para uma outra pesquisa do Data folha que será apresentada no final desta semana.

Uma armação , uma onda artificial, um ajuste na margem de erros da intenção dos votos dos candidatos, para favorecer Aécio e ainda atacar Dilma, já que a velha mídia apostou no caso Petrobras como um caminho para , ao menos, justificar através de sues colunistas a "queda" da candidata do PT nas pesquisas.

Curiosamente nos mesmos dias em que o IBOPE foi a campo, 11 a 16 de setembro o Vox Populli também, em campo, de 13 a 14 de setembro encontrou os seguintes dados para a corrida eleitoral:

Vox Populi: 

Dilma tem 36% das intenções de voto, Marina, 27%, e Aécio, 15%

Fonte : JORNAL DO BRASIL
Considerando que as pesquisas do IBOPE e do VOX estejam corretas, nos dias 15 e 16, ou seja, segunda -feira e ontem, o eleitor teve uma mudança de percepção acerca  dos candidatos, mudança essa que , segundo o IBOPE teria favorecido Aécio.

Tudo isso acontecendo sem nenhum fato político que justifique a mudança.

Talvez, ou melhor, com certeza, a velha mídia tem como justificativa como fato político o caso Petrobrás, que a própria mídia esquentou no noticiário do final de semana como um fato gerador de expectativas pelo depoimento de um doleiro na CPI da Petrobras.

Ora, o eleitor , que em sua maioria ignorou a avalanche de notícias negativas para o PT durante meses sobre o julgamento do mensalão iria, em apenas dois dias, rever seu voto por conta de barulho pré-eleitoral ?

Muito pouco  provável que isso tenha acontecido.

Considere ainda que a velha mídia de hoje, como o jornal o globo, considerou e colocou a pesquisa do IBOPE com manchete principal de primeira página, afirmando que Dilma cai nas intenções de voto.

Cabe lembrar que a onda de  crescimento de Dilma em nenhum momento figurou como manchete no jornal dos marinhos e , mesmo pesquisas anteriores que apontavam o crescimento de Dilma, no máximo apareciam no diário carioca em pequena chamada de primeira página.

É o terreno, ou pista, das manipulações sendo pavimentado para enganar a população.

Curiosamente, também, a velha mídia inciou esta semana com um festival de notícias inúteis e fúteis, deixando de lado dados importantes como a redução da fome do Brasil, conforme divulgado pela FAO.

Aliás , o jornal nacional de ontem, induziu o espectador a acreditar que tal divulgação da FAO se deu somente porque seu principal diretor, é brasileiro, e foi um dos criadores do Programa Fome Zero, depois renomeado como Bolsa Família.

O Brasil é o único país do mundo em que pesquisas de intenção de votos são manchetes principais de jornais da velha mídia, isso, claro, quando interessa a velha mídia divulgar e enaltecer tais pesquisas, como na armação daquilo que chamam de "onda da razão", que na prática e de fato, não passa de uma onda de implante de penas em um candidato atropelado.

Ainda surfando na onda das penas perdidas, o jornal o Estado de SP, um dos contratantes da pesquisa do iBOPE apresentada ontem, apresenta informe sobre a pesquisa em que afirma que Dilma, depois dos resultados de ontem, tem 11 pontos de vantagem sobre Marina, isso quando os números indicam 6 pontos de vantagem.

Dilma teria 11 de pontos de vantagem sobre Marina, como afirma  o jornal paulista, se tivesse ficado com os 36% do Vox e o mesmo  do IBOPE e Marina caído dois pontos, também no VOX, e ficado com 25%, o que seria o cenário normal para as curvas das candidatas.
Ou ainda, Dilma que tinha 39% na última pesquisa IBOPE teria subido para 41% e Marina que tinha 31% teria caído para os 30% apresentados nesta última pesquisa ?

Como bem questionou SQN:
Teria sido um ato falho do estadão, contratante da pesquisa iBOPE ?

Parece que sim e a armação também motivou um artigo do do sempre atento e bem informado Rovai, em seu blogue, que considera a pesquisa muito esquisita.

Outro fato que não colabora com os resultados da pesquisa do IBOPE são as pesquisas diárias feitas pelos partidos políticos, que apontam uma curva de crescimento de Dilma, queda de Marina e o congelamento irreversível do candidato das pistas de voo familiares.

A " onda da razão" se apresenta com um atentado a razão das pessoas lúcidas e esclarecidas e tem por objetivo tentar colocar o candidato congelado, em um microondas eleitoral, dando-lhe um calor repentino e de sobrevida , para tentar chegar a uma pouco provável disputa em segundo turno com Dilma.

Vamos aguardar a "pesquisa Datafolha que deve ser divulgada na sexta-feira ou no sábado. 
Os dados  estão sendo coletados hoje e amanhã.


O Debate

O outro fato marcante do dia de ontem foi o debate entres os candidatos na CNBB.

Não faltaram, por parte da maioria dos candidatos referências a Deus,  Cristo, O Senhor e até mesmo elogios a bispos e cardeais  brasileiros que tiveram grandes atuações  na defesa das liberdades e direitos humanos. 

Na baba escorregadia do quiabo, até os papas Leão XIII, João XXIII e Francisco foram citados como referência.

O debate, até mesmo pelo tempo disponibilizado aos candidatos pouco acrescentou, mesmo com perguntas interessantes  , atuais e bem formuladas pela equipe da CNBB.

O ponto alto do debate foi a surra que a candidata do PSol aplicou no, agora ainda mais depenado , candidato do Tio Múcio.

Aproveito e reproduzo o samba de Orly, na versão mineira de Cláudio: 

 vai meu tiozão pega esse avião
  você tem razão , de roubar assim dos mineiros  mas beija, 
  minha Minas sertaneja, antes que um aventureiro lance mão,
  pede perdão  pela roubalheira bem escancarada, 
  mas não diga nada que me viu cheirando, 
  e para os da pesada diz que estou voando
  vê com é que anda aquela turma  a toa
  e se puder me manda uma marvada  boa"

Aliás a candidata do PSol, Luciana Genro tem se destacado nesta campanha pela sua inteligência, excelente oratória e propostas coerentes com as demandas das ruas verificadas nas manifestações de junho de 2013.

Marina, que oportunisticamente se apresenta como a nova política,, não tem nada de novo com ITAÚ  em seu colo e, ainda fica mais distante da nova política quando comparada com Luciana, esta sim, pode-se dizer que é uma legítima representante da nova política.

Marina, como de costume,apresentou propostas aéreas, superficiais e se esquivou de temas polêmicos, fugindo do debate profundo como tem sido uma tônica de sua campanha. 
Nada acrescentou.

Aécio, quando ensaiou um discurso udenista e radical de direita - lugar onde hoje se situa o PSDB com suas propostas  ultrapassadas para o país ) apanhou de todos os lados e , ainda passou boa parte de suas inserções com propostas e ataques vazios ao governo Dilma, explorando temas difusos como corrupção e outros.

Depois da surra que levou ,ficou claro, para os ouvintes como eu que ouvi pelo rádio, que Aécio se descontrolou , mudando inclusive o tom de voz.

O candidato do PV, tentou, como é de praxe no partido , se apresentar acima das esquerdas e direitas, produzindo um discurso no não lugar, na coisa nenhuma.

O partido verde  sofre de um problema crônico.

Como é do conhecimento do caro leitor, a questão ambiental no Brasil e no mundo foi colocada na geladeira e , temas como desenvolvimento sustentável, aquecimento global, e outras questões relativas  ao desenvolvimento sustentável, não aparecem  com frequência nos discursos das principais lideranças e autoridades ,do Brasil de outros países do mundo.

Pode-se, inclusive, constatar que quando certos temas relativos a sustentabilidade, energia e outros são abordados , direitas e esquerdas se equivalem nas críticas as possíveis novas políticas de sustentabilidade, repetindo argumentos furados com em relação a energia solar, que teriam um custo maior em relação as outras modalidades de energia. 

Tal argumento não se sustenta já que os prejuízos de um desenvolvimento não sustentável, não são computados , proporcionalmente, na conta das modalidades de produção e geração de energias mais utilizadas.
O capital natural, neste caso, não existe.

Aliás, com relação as críticas quanto ao desenvolvimento sustentável, até mesmo nos blogues de leitura do PAPIRO - alguns poucos -  o discurso é idêntico ao discurso das direitas, infelizmente, já que todos por aqui se apresentam de esquerda. 
Um crescimento e evolução se fazem necessários.

Quanto ao PV, o partido insiste em discurso que não tem apelo na população, considerando, ainda, que o partido , quando em governos, se alinhou com as políticas neoliberais de direita.

Como no Brasil não existe um partido de esquerda que abrace a causa ambiental, e os partidos  de esquerda ignoram o tema, a questão ambiental se resume a aplicação de políticas de maquiagem verde.

O formato dos debates parece esgotado e cansativo, e, até mesmo as perguntas de jornalistas são repetitivas.

Os jornalistas acreditam que são porta vozes da população, o que não é verdade.

Seria interessante e desejável, que a população pudesse participar dos debates, livremente, formulando suas perguntas, sem pautas pré-estabelecidas por uma mídia com interesses claros e bem definidos na condução da opiniãqo pública. 


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