quarta-feira, 20 de agosto de 2014

A estranha democracia de globo

PT enfrenta a TV Globo em São Paulo

Por Altamiro Borges

O PT finalmente decidiu comprar uma boa briga com a poderosa TV Globo. Nesta terça-feira (19), a direção da sigla em São Paulo ingressou com um processo no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para exigir que a emissora faça cobertura diária da campanha de Alexandre Padilha ao governo estadual. Em mais uma manobra marota para blindar o tucano Geraldo Alckmin, a Rede Globo decidiu que só divulgará a agenda dos candidatos que obtenham mais de 6% das intenções de voto nas estranhas pesquisas de opinião. Para o PT, este critério é arbitrário porque desconsidera o histórico eleitoral da legenda no estado e não cumpre os princípios de isonomia na cobertura dos postulantes ao cargo. 

A sigla até tentou um acordo de cavalheiros com a direção da TV Globo. Numa carta bastante cordial, o presidente estadual do PT pediu para que o critério fosse revisado. De forma arrogante, ela rejeitou a solicitação e reafirmou que só abriria espaço diário nos seus telejornais para Geraldo Alckmin (PSDB) e Paulo Skaf (PMDB) – Alexandre Padilha seguiria frequentando a telinha apenas duas vezes por semana. Esta postura irritou até os setores mais conciliadores da sigla, que sempre optaram por manter relações “civilizadas” com a emissora antipetista. Daí a decisão de acionar agora a Justiça Eleitoral. Para o secretário estadual de comunicação do PT, Aparecido Luiz da Silva, o Cidão, a decisão da TV Globo não se justifica:

“Historicamente o PT tem pelo menos 30% das intenções de voto em São Paulo nas últimas cinco eleições. A largada da nossa campanha ainda não foi satisfatória, mas todos sabem que o potencial de crescimento do Padilha é enorme a partir do início do horário eleitoral. A cobertura da TV Globo nesse modelo atrapalha a nossa campanha e favorece os adversários. Não dá pra esperar até a próxima pesquisa Ibope, daqui duas semanas, pra tomar qualquer decisão”, afirma Cidão, que nunca se iludiu com os tais “critérios técnicos” da poderosa emissora. É certo que não dá para esperar muita coisa da Justiça Eleitoral de São Paulo, sempre aparelhada pelos tucanos. Mas não custa espernear!

Fonte: BLOG do MIRO
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Mais um crime das empresas globo.

A TV globo toma como referência as estranhas pesquisas de intenção de votos para definir quem deve ou não deve aparecer na cobertura jornalística da emissora.

Agora criou um número cabalístico de 6% das intenções de votos pra definir quem deve aparecer.
Por que não 5, 31% ou 6, 14 % ?
Se o candidato tem menos de 6 % fica no limbo.
Isso é mais um absurdo.

Vou lembrar de dois casos onde os candidatos tinham traços de intenção de votos e venceram as eleições:

O primeiro foi com Brizola, nas eleições para governador do Rio de Janeiro em 1982.
Isso mesmo, em 1982, a eleição que a TV globo tentou alterar os resultados em parceria com os milicos da ditadura e com a empresa que fazia a compilação dos votos por computador, a Proconsult.
No início pra valer da campanha eleitoral, Brizola tinha apenas traços nas intenções de voto. Sandra Cavalcanti e Miro Teixeira brigavam na dianteira.
No final Sandra e Miro caíram e Brizola disputou com Moreira Franco e venceu as eleições.

A outra foi em 1992, nas eleições para prefeito do Rio de Janeiro.
Cinco dias , ou menos, antes da votação a candidata Benedita do PT vencia com folga no primeiro turno, porém foi para um segundo turno com César Maia, na época no PMDB, que tinha algo de 3% de votos a cinco dias das eleições.
César subiu , e venceu no segundo turno.

Isso significa que o percentual de votos dos candidatos não p0de ser um balizador para que uma emissora que tem o maior alcance de audiência, definir quem deve ou não aparecer na cobertura da emissora no tocante as eleições.

O eleitor tem o direito de conhecer todos os candidatos seja pela cobertura da mídia ou pela propaganda eleitoral , e a mídia não pode criar regras próprias para cobrir as agendas dos candidatos em função de percentuais de intenção de votos, poder econômico, ideologia, ou quantidade de botox utilizado pelos candidatos.

Vale ainda lembrar que em 1992 César Maia subiu com o apoio de uma campanha elaborada e implementada pela TV globo junto  a classe média da cidade com o intuito de atacar a candidata Benedita e impedir sua vitória.

Em 1982, Globo já tinha feito o mesmo quando percebeu a subida de Brizola, porém não conseguiu.
Do outro lado tinha um Brizola.

O que globo quer agora, é impedir ao máximo a subida que naturalmente irá ocorrer com o candidato do PT ao governo de SP, Alexandre Padilha, que ainda apresenta algo em torno de 5 % dos votos, já que, por ser do PT, é barrado na velha mídia e desconhecido, ainda, de grande parte do eleitorado paulista.

Padilha tem potencial de crescimento e pode levar a eleição ao governo de SP para um segundo turno com Geraldo Alckmin.

Isso é o que a globo chama de liberdade expressão e seu colunista ,Arnaldo Jabor, chama de democracia.



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