quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Econeoliberalismo evangélico talibã

Pesquisa CNT/MDA: Dilma tem 34%, Marina 28% e Aécio, 16%

Presidente Dilma Rousseff (PT) lidera a corrida presidencial, com 34,2% das intenções de voto, aponta pesquisa do instituto MDA divulgada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) nesta manhã; Marina Silva, candidata pelo PSB, alcançou 28,2%, doze pontos à frente do candidato do PSDB, Aécio Neves, que registrou 16%; no 2º turno, Marina seria eleita com 43,7% dos votos, contra 37,8% de Dilma.

247 – A presidente Dilma Rousseff (PT) lidera a corrida presidencial, com 34,2% das intenções de voto, aponta pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) na manhã desta quarta-feira 27, realizada pelo instituto MDA.

A ex-senadora Marina Silva, candidata pelo PSB, alcançou 28,2% da preferência do eleitoral e assumiu a segunda posição no lugar de Aécio Neves, do PSDB, com 12 pontos de vantagem. O senador tucano registrou 16% das intenções de voto. Pastor Everaldo, do PSC, marcou 1,3%.

Numa simulação de segundo turno entre Dilma e Marina, a ex-senadora seria eleita com com 43,7% dos votos, contra 37,8% de Dilma. Já entre a petista e o tucano Aécio Neves, a presidente seria eleita com 43% dos votos, dez à frente de Aécio, que teria 33,3%.

Na pesquisa de abril, ainda com Eduardo Campos na disputa, Dilma registrou 37% das intenções de voto, contra 21,6% do tucano Aécio Neves e 11,8% do então candidato do PSB. O levantamento divulgado hoje foi o primeiro do instituto após a morte do ex-governador de Pernambuco e com Marina Silva à frente da candidatura do PSB.

Foram entrevistadas 2.002 pessoas em 137 municípios de 24 estados das cinco regiões, entre os dias 21 e 24 de agosto. A MDA fez a pesquisa com o nome de Marina Silva entre as opções de voto um dia depois da oficialização da candidatura da ex-senadora à presidência pelo PSB.

Fonte: SQN
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Luís Nassif: O que gerou a onda de enorme risco para o Brasil

publicado em 27 de agosto de 2014 às 11:27
neca-marina1
por Luís Nassif, em seu blog
No Twitter, Xico Graziano vibrava com as notícias do IBOPE sobre a explosão da candidatura Marina Silva, apesar de poder ser a pá de cal na candidatura do seu partido. Não se trata de um twiteiro convencional, mas do homem de confiança de Fernando Henrique Cardoso, que chegou a ser cogitado para comandar a campanha de Aécio Neves nas redes sociais.
Seu entusiasmo é uma demonstração eloquente da falta de substância no discurso oposicionista. Nesses doze anos, limitaram-se a brandir um anacrônico “delenda PT” em vez de buscar o discurso novo.
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Nem se pense que do lado do PT houve alguma inovação.
As manifestações de junho de 2013 poderiam ter sido um presente para o partido e para Dilma. Com mais de um ano de antecedência, vinha o aviso das ruas: o povo já tem pão, já tem escola, já tem luz; falta participação.
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Sabia-se que, fechado o ciclo de inclusão – promovido pelas políticas sociais de Lula e Dilma – apareceria em cena um novo cidadão, mais exigente em relação aos serviços públicos, mais consciente em relação aos seus próprios direitos, mais cético em relação às instituições convencionais da democracia representativa.
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A onda Marina Silva é a comprovação maior de como os partidos – tanto o PT quanto o PSDB – afastaram-se dos intelectuais e do sentimento das ruas.
Hoje em dia, é comum ouvir de líderes partidários críticas a Dilma, por não ter interpretado devidamente o sentimento das ruas. Mas o próprio PT tratou a insatisfação popular como uma tentativa de golpe ou da direita ou de grupos de extrema esquerda. Quem ousasse dar legitimidade à insatisfação das ruas era execrado. Julgaram que o novo cidadão ainda levaria alguns anos para emergir. Não tiveram o menor sentimento de urgência.
Aliás, não conseguiram sequer divulgar – até agora – avanços inegáveis que aconteceram em diversas políticas públicas.
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Do lado do PSDB, nem se diga. Desde Mário Covas o partido perdeu totalmente o sentimento de povo. As manifestações de junho mereceram apenas algumas análises óbvias de FHC e nenhuma forma de ação.
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Com essa insensibilidade ampla, a bandeira do aprofundamento democrático e da democracia digital ficou exclusiva de Marina Silva – fortalecida pela demonização da política patrocinada esses anos todos pelos grupos de mídia.
Um eventual governo Marina Silva é um enorme risco para o país. Analistas já comparam a Jânio Quadros e Fernando Collor – pelo isolamento, pela falta de estrutura partidária, pela ausência de jogo de cintura para tratar com os políticos e pela falta de um projeto mais amplo de país.
Dilma e Aécio representam propostas de política econômica claras e conhecidas. Já Marina é cercada por grupos absolutamente heterogêneos, onde despontam desde “operadores” de mercado (no pior sentido), como André Lara Rezende, a um certo empresariado industrial paulista mais moderno, os nacionalistas do PSB, e ONGs do setor privado, de boa reputação. Juntos, não formam um projeto.
Mais que isso, sobre essa orquestra disforme paira a personalidade de Marina.
É imensamente mais teimosa e menos preparada que Dilma. Tem muito menos habilidade política e capacidade de escolha de equipe que Aécio.
O crescimento de sua candidatura não se trata de um fogo fátuo, como tantos outros da história recente do país. Que a onda irá refluir, não se tenha dúvida. Não se sabe apenas se refluirá antes de terminadas as eleições.
Mas sua eleição é inegavelmente uma aposta de altíssimo risco.
PS do Viomundo: Sem tirar, nem por uma palavra. Quanto a 2013, foi o que me levou inclusive a perder amigos: tentem entender, não criminalizar, eu insistia. Acusado no Facebook de demonizar Marina como foi feito com Lula, em 2002, respondi: “Em 2002 o Lula tinha três eleições nas costas, um partido político sólido, que havia ajudado a criar, apoio de setores importantes da igreja, de uma central sindical e de um sem número de movimentos sociais. Tinha uma sólida base social no operariado de um dos setores industriais mais modernos do Brasil, no ABC paulista. Não me lembro dele ter herdado a vaga de candidato ao Planalto de um recém-falecido, nem de concorrer por uma legenda da qual pretendia sair. Não duvido da honestidade de Marina Silva, talvez até votasse nela em outras circunstâncias, mas nas de hoje, sinceramente, é uma aventura provocada pela desconexão entre as instituições e as ruas.

Fonte: VIOMUNDO
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A pesquisa não trouxe muitas novidades.
Já era do conhecimento de todos que Aécio seria ultrapassado com facilidade por Marina.

Os números da pesquisa acima parecem mais realistas que a pesquisa IBOPE/TV Globo. 
A dobradinha já aprontou muito em outras eleições e seus dados não merecem credibilidade total. 
Há sempre uma desconfiança de que podem estar manipulados, como já ocorreu em outras ocasiões.
Quem não se lembra da declaração estapafúrdia do presidente do IBOPE na eleição de 2010, reproduzida abaixo ?

Pois é, Lula fez seu sucessor até com certa facilidade.

Na pesquisa atual da CNT/MDA, se as eleições fossem hoje, Marina venceria Dilma em segundo turno por uma diferença de 5,9%.
A pesquisa do CNT, ou o texto acima de SQN, não informa a margem de erro.
Se for de 2%, para mais ou para menos, pode-se afirmar que a margem segura da vitória de Marina no segundo turno, do ponto de vista técnico,  seria de 1,9%.
Isso significa que a disputa em um provável segundo turno entre Dilma e Marina seria acirrada, ou até mesmo com uma leve vantagem para Dilma, já que os dados da pesquisa atual foram obtidos em um ambiente de comoção pela morte de Eduardo Campos e pelo fato novo da candidatura de Marina, que tem boa aceitação em um eleitor jovem, despolitizado, e ainda ancorado na Marina que se apresentou como candidata em 2010.

Em 2010, Marina se lançou candidata pelo partido Verde, defendendo a causa ambiental.
Em 2014 Marina aparece candidata pelo PSB, partido que defende o agronegócio e a energia nuclear.

Curiosamente, de todos os candidatos a presidência, o que mais se identifica com  o público jovem que apóia Marina, é o candidato do PV, Eduardo Jorge, como demonstrado no debate realizado ontem na TV Bandeirantes.
A opção verde, de terceira via e o novo na política  existente nesta eleição é Eduardo Jorge.
Marina está inserida na real politik, não tem nada de novo, e tem como vice na chapa um defensor do agronegócio.
Com o decorrer da campanha o eleitor jovem, adepto da causa ambiental e que no ano de 2013 saiu às ruas por uma nova política, verá que Eduardo Jorge é o candidato que mais e aproxima desses ideais.

Outro aspecto da aparição de Marina com os percentuais divulgados, diz respeito aos setores que preferem Aécio em uma disputa com Dilma.
Esses setores, e aí se incluem  o business e a velha mídia, podem até aceitar Marina para derrotar o PT, porém não veem com bons olhos a candidata da floresta.
Espera-se que nos próximos dias estes  setores iniciem um processo de desconstrução de Marina, o que em poucas semanas irá causar uma perda de pontos nas intenções de voto da candidata, com a esperança, destes setores, que o candidato Aécio suba  nas intenções de voto e possa, até mesmo chegar a segundo turno com Dilma.

Isso significa que a partir do dia 15 de setembro, um pouco mais ou um pouco menos, será possível uma avaliação mais precisa do quadro eleitoral, já que devaneios e emoções exacerbadas estariam fora de cena.

Os próximos dias  mostrarão ao que veio a candidata do econeoliberalismo evangélico talibã.

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