terça-feira, 29 de julho de 2014

E as guerras continuam

A Grande Guerra, as guerras

Por Alberto Dines em 29/07/2014 na edição 809
Impossível desligar-se da data e esquecer que a Grande Guerra começou formalmente há exatos 100 anos. Sobretudo quando os assuntos dominantes do noticiário internacional são três guerras regionais, herdeiras diretas da catástrofe euro-afro-asiática de 1914-1918. A remissão torna-se imperiosa num Observatório comprometido com o debate sobre o desempenho da imprensa.
Impossível ignorar o papel dos jornais como fomentadores do clima nacionalista, guerreiro e triunfalista produzido pelo atentado de Sarajevo (pronuncia-se Saraievo). Mas o espírito algo sonso e delirante daqueles Anos Elétricos foi também fabricado pelos arautos do progresso e da prosperidade – a mídia de então.
Hermann Broch (1886-1951), o visionário e cético vienense, produziu (entre outros) dois títulos que sintetizam a mentalidade daquele tempo – o ensaio “Alegre Apocalipse” e a trilogia ficcional “Os Sonâmbulos” (este também utilizado por Christopher Clark para explicar como eclodiu a guerra de 1914; Companhia das Letras, 2014).
Os avanços das ciências, da tecnologia e as facilidades oferecidas às massas criaram uma falsa sensação de certeza e inevitabilidade. A imprensa não foi propriamente belicista, ela se embalou num imenso autoengano, a primeira grande bolha da história: as evidências de progresso e prosperidade irreversíveis. Naquele clima sonambúlico imaginava-se que os grandes impérios com suas tríplices alianças eram imperecíveis. Guerras, se houvesse, seriam breves.
A Grande Guerra foi precedida por um inédito movimento pacifista e em suas fileiras engajaram-se muitos jornalistas e intelectuais de grande prestígio. Alguns (como o jornalista-tribuno socialista francês Jean Jaurès) pagaram com a vida seu idealismo humanitário. Não é por acaso que outro vienense, o satirista Karl Kraus (1874-1936), pacifista intransigente, converteu-se no primeiro media critic de que se tem notícia.
Armas perigosas
Num mundo ainda mais informado e conectado do aquele do início do século 20, é imensa a capacidade do sistema midiático global em embarcar nas simplificações, fomentar preconceitos, equívocos e exacerbações. Deveria ser o contrário: antes mesmo de apontar culpados por um conflito bélico é indispensável desativá-los.
Não há quem desconheça os horrores da guerra (mesmo quando o sangue é clonado com massa de tomate), mas quando uma começa ou se reacende – caso do atual enfrentamento entre Israel e o Hamas, na Faixa de Gaza – a primeira reação é tomar partido. E, ao tomar partido, transfere-se a batalha da linha de frente para a retaguarda e a guerra amplia-se, torna-se total.
Quem começou o terceiro round entre Israel e o Hamas? O sequestro e morte dos três adolescentes israelenses ou a represália contra o jovem palestino queimado vivo por fanáticos? Os quatro martírios são igualmente abomináveis, esta é a mensagem que deveria resultar do noticiário.
Cabe à mídia listar antecedentes ou causas – sobretudo a mídia digital, cada vez mais pulverizada e rasa –, mas a busca de antecedentes sem um suporte humanitário e moral costuma ser deletéria. No caso do conflito entre árabes e judeus pode-se chegar à rivalidade entre Sara, mulher do patriarca Abrahão, e a sua concubina, Agar.
Os filmes onde a guerra é retratada com fidelidade devem conter uma carga equivalente de horror. Relatos de guerras podem ser armas de guerra quando manejados pela soldadesca tacanha e burra.
Utopismo e palpitismo
Do primeiro conflito entre o Estado de Israel e os países árabes até a sangueira de hoje, o contencioso central é a partilha da antiga Palestina em dois estados decidida pela Assembleia Geral da ONU, sob a presidência do brasileiro Oswaldo Aranha, em novembro de 1947. O governo de Israel (então liberal-trabalhista) saudou-a e a acatou prontamente. Os vizinhos não reconheceram e procuraram anulá-la.
Quatro décadas e cinco guerras depois, em Oslo, com a liderança de Yasser Arafat, os palestinos convenceram-se de que era a única solução viável e construtiva capaz de interromper a dinâmica da guerra. Hoje, a extrema direita israelense em coalizão com os fanáticos religiosos se recusa a reconhecer o Estado Palestino previsto na partilha que legitimou o Estado de Israel. Está na contramão do que deseja a Autoridade Palestina, os pacifistas dos dois lados, a esquerda judaica na diáspora, os governos dos EUA, União Europeia, América do Sul, Rússia, China, Índia e alguns países árabes.
O articulista de plantão na pág. A-6 da edição de segunda-feira (29/7) da Folha de S.Paulo, camuflado com o uniforme de utopista, declara que Israel é uma aberração, precisa acabar, judeus e árabes devem ser obrigados a conviver num estado único. Não explica quem os obrigará. O premiê Benjamin Netanyahu agradece, também os aiatolás iranianos.
Saudações ao jornalista Ricardo Melo, o mais sério candidato ao Nobel da Guerra.
Fonte: OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA
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Site alemão Wahrheit fuer Deutschland postado em seu site artigo escandaloso em que o piloto ucraniano Su-25 diz o que aconteceu no céu sobre o acidente maylaziyskogo Donbas dia "Boeing".

Jornal alemão escreveu que o piloto admitiu que o conselho disparou a arma. Foi seu avião em imagens tiradas por satélites e apresentados em uma coletiva de Estado-Maior General da Rússia. A publicação desta informação é chamado de "pequena vitória entender Putin."

Especialistas da OSCE anteriores estudaram os destroços do forro na área do desastre e fez suas primeiras conclusões, mais uma vez confirmando o que precede.

A lesão cutânea em uma caída "Boeing" pode ser definido a partir do qual as armas avião Malásia derrubado. Com uma importante declaração sobre o assunto feita pelo representante da OSCE na Ucrânia Michael Bochurkiv.

"Talvez até mesmo um leigo, é óbvio que os buracos eram quase como aqueles que permanecem após ser atingido com uma metralhadora. E se ainda especular com esse espírito, então tal dano no metal não vimos em nenhum outro lugar ", - cita a edição do secretário de imprensa da missão da OSCE na Ucrânia.

Ucraniano Su-25, que, segundo o Ministério da Defesa russo foi visto ao lado do "Boeing", assim equipado, não só com mísseis, mas também embutido arma de cano duplo de 30 milimitrovoy, dizem especialistas.
Fonte : A JUSTICEIRA DE ESQUERDA
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E as guerras continuam.

Cem anos do início da primeira grande guerra.
Bombas de gás cloro no passado, bombas de fósforo no presente.
Morria-se por asfixia, morre-se pelo calor intenso.
De uma forma ou de outra, morre-se em guerras. 
Muda-se apenas o elemento químico. 
Sai o cloro, entram o fósforo, o urânio.
Morria-se também por epidemias , naturais, como na época a gripe espanhola.
Morre-se hoje, por epidemias fabricadas, guerras biológicas, vírus de laboratórios.
Morte na belle époque, morte na tragique époque.
Afundava o Titanic, afunda o Costa Concórdia.

O futuro continua sendo uma repetição do passado, e assim será enquanto o Homem não evoluir em seus instintos, emoções e sentimentos ainda primitivos.
A tecnologia evolui, as armas tornam-se bem mais eficazes, a máquina de lavar diminui os esforços empregados nas tarefas diárias do homem, o forno de micro ondas prepara a refeição em segundos, equipamentos fabricados pelo Homem já ultrapassaram os confins do nosso sistema solar, entretanto, ainda sente-se medo, ódio, desejos de dominação, como nos tempos em que Homem passava a se organizar em grupos, em cavernas.
Hoje, a humanidade pode ser definida como seres primatas da idade da pedra que utilizam tabletes, celulares, automóveis, e.... armas sofisticadas.
Ahhh !  Também usam computadores.

Com uso dos computadores e da internete, em larga escala, proliferam opiniões, informações, bobagens, conteúdos rasos , largos e profundos.
O jornalista e o cidadão comum são vizinhos, no tocante a produção de idéias, opiniões.
Os veículos de imprensa sofrem com a diluição proporcionada pelas redes sociais, internete e, ainda hoje com mais de vinte anos de operação da rede mundial de computadores, a imprensa ainda não encontrou um lugar confortável nesse novo ambiente.
Isso é novo, mas, não é novo o dedo em riste da imprensa, as acusações sem fundamento, a propaganda ideológica, o exercício da retórica. 

A queda do avião malaio que matou 298 pessoas, inocentes, frágeis, ingênuas e desprotegidas - a luz do novo e velho mundo de todas as époques - foi imediatamente reportada pela maioria esmagadora da velha mídia  ocidental, no mesmo no dia do acidente, como sendo um ato de violência inaceitável, um crime de guerra, praticado obviamente por um dos lados envolvidos no conflito, no caso , a Rússia.
Sem que houvesse nenhum fato ou dado concreto de evidência objetiva que justificasse a acusação, os dedos escolheram o culpado, e o mimeógrafo do futuro repetiu e reproduziu em uníssono as acusações de um tempo de guerra fria.

Por outro lado, e ele sempre existe mesmo que não se tenha conhecimento de sua existência, o lado acusado rebateu as acusações como falsas, precipitadas, exercícios de propaganda ideológica, porém acusou o acusador do mesmo crime.

Em meio as acusações, a imprensa reproduzia as cópias já surradas, sujas de tinta, que deixavam imundas as mãos de almas mortais ávidas por informações.

A análise crítica na imprensa deixou de existir, e sem a análise crítica ,neutra, torna-se impossível transcender da discussão polarizada e, com isso, sem o salto para além dos pólos não existe avanço do conhecimento.
Muda-se apenas o elemento químico, mantem-se a mesma e velha atual substância.

Hoje, circula uma informação de que o avião malaio teria sido abatido por caças do governo ucraniano, segundo informação do próprio piloto do caça, tudo isso segundo um jornal alemão.  
Apenas mais uma informação oriunda de um dos pólos ?
Talvez nunca se conheça a verdade sobre a queda do avião malaio, porém sabe-se que 298 pessoas  morreram.
Os fatalistas certamente tentarão minimizar as mortes como sendo fruto de um 'karma coletivo', 'coisas que acontecem', 'vidas que precisam ser sacrificadas em nome de  arranjos maiores e civilizados', tal como pensavam os povos antigos quando sacrificavam vidas inocentes para saciar  a fome  e a sede de seus deuses.

Realmente  a ciência tem toda a razão:
"o tempo não é linear, é constituído por camadas, planos, onde por vezes passado, presente e futuro podem se misturar"

Os feiticeiros que sacrificam vidas para saciar a fome dos deuses, continuam presentes, atuais, com novas armas, tabletes, computadores e expressões 'incontestáveis de civilidade'
Alguns, inclusive, são laureados com o prêmio Nobel pela Paz , como foi recentemente o presidente dos EUA, Barack Obama, aliado incondicional dos governos fascistas de Israel.
Israel, que em guerra atual  de um passado longínquo sacrificou a vida de mais de 1000 palestinos, muitos crianças, para saciar a fome de seus deuses.
Deuses, que como o Homem moderno, apreciam baby blood, baby beef.

Em meio a tantas guerras também surge, em Trípoli, na Líbia mais um conflito. Na mesma Líbia, que  assim como o Afeganistão e o Iraque, foram invadidos, recentemente e em um passado distante, por tropas ocidentais, com maioria americana, que teve por objetivo proporcionar à "povos tão atrasados" ( talvez por serem berços da civilização )um processo de modernização com fortes elementos civilizatórios onde a democracia reinaria em toda a sua plenitude, tal qual a  essência grega.
O que se vê, hoje, e aí independente do esforço da mídia ocidental em mostrar o contrário, são crises humanitárias, nos três países citados, onde a frágil equilíbrio político antes existente, porém existente, não mais existe depois da chegada do "progresso , da modernização e do processo civilizatório" 

Em meio a tantas guerras, a informação é uma arma poderosa, tanto para o bem quanto para o mal.
Na guerra atual das informações , o banco Santander, de forma explícita, difunde mentiras para seus clientes sobre o país, a situação econômica e as eleições de outubro próximo. 
Motivado unicamente pela fome  e pela sede de seu deus, que precisa ser sempre bem alimentado, produz peças do mais explícito terrorismo econômico, que geram inúmeros prejuízos para o país.
Mais uma vez e mesmo sendo repetitivo, afinal o mundo é cópia, o que faz a velha imprensa brasileira diante de um caso tão grave de terrorismo econômico?
O mesmo, faz mais do mesmo. 
Repete o terrorismo do banco e a desculpa protocolar de seu presidente, sem se aprofundar no assunto já que a imprensa tem lado, deus próprio.

Tudo isso são expressões de conflitos, táticas empregadas em combates, guerras sem fim.
Guerras que preservam aviões de amigos, em aeroportos próprios, e atacam aviões de inimigos.
O observador do OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA, sugere um premio Nobel da Guerra para jornalista da Folha de SP.
Não é necessário.
O prêmio Nobel da Paz, com raras exceções, foi concedido para pessoas e organizações que nada fizeram para minimizar o sacrifício de vidas.
Afinal, o mundo ocidental, através das guerras atuais tem levado a democracia, os direitos humanos e processos modernizantes e civilizatórios aos povos.
Será ?
Quanto a velha mídia brasileira, continua com seu papel de informar com precisão e neutralidade.
É mesmo ?

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