quarta-feira, 11 de junho de 2014

Uma superpotência diplomática

Entenda uma das eleições mais importantes do mundo

Nicolás Chernavsky












Apesar de não ser uma superpotência militar, o Brasil é uma superpotência diplomática que vem usando os mecanismos democráticos para transformar as instituições mundiais, como a ONU, a OMC e a Internet


O Brasil vem passando nos últimos anos por um processo interno e externo de descoberta. Ou seja, tanto dentro como fora do Brasil, tem se tornado cada vez mais próxima da realidade a percepção sobre o que é o país, seu nível de desenvolvimento, sua influência, sua história. Acontece que essa "descoberta" pode não ser somente uma descoberta, mas uma redescoberta. Por quê? Porque o Brasil já passou por uma fase assim antes, que foi interrompida pelo golpe de Estado que acabou com a democracia do país em 1964.


De 1930 a 1964, o Brasil passou por um processo de intenso desenvolvimento, que culminou com uma democracia de avançada qualidade para os padrões da época, nos anos 50 e início dos anos 60 do século XX (época em que, por exemplo, na Suíça as mulheres não tinham direito a voto, enquanto que no Brasil sim). Em 1964, o Estado dos EUA e alguns setores brasileiros organizaram um golpe de Estado que acabou com a democracia do Brasil, o que levou o país a várias décadas de muito mais reduzido desenvolvimento civilizacional. O povo brasileiro só pôde voltar a eleger direta e democraticamente seu presidente em 1989, 25 anos após o golpe de 1964.


Assim, após a redemocratização do Brasil, o povo do país pôde voltar a se organizar muito mais livremente em partidos políticos e movimentos sociais, com liberdade de expressão e manifestação. As sucessivas eleições foram fortalecendo a representatividade do Estado brasileiro, o que levou este Estado a beneficiar cada vez mais um conjunto mais amplo da população, sendo cada vez mais uma ferramenta para o desenvolvimento e cada vez menos um meio de manter privilégios. É nesse contexto de redescoberta nacional e mundial do real nível de desenvolvimento do país que serão disputadas as eleições gerais do Brasil em 5 de outubro de 2014.


O Brasil é um país presidencialista, sendo portanto as eleições presidenciais as mais influentes. Em 5 de outubro, além do primeiro turno das eleições presidenciais, também serão disputadas eleições parlamentares, que têm muita influência no comportamento do Estado brasileiro. Se nenhum dos candidatos presidenciais conseguir mais de 50% dos votos válidos no primeiro turno, será realizado um segundo turno em 26 de outubro deste ano. Os candidatos que provavelmente vão conseguir, somados, a grande maioria dos votos no primeiro turno são a atual presidenta do país, Dilma Rousseff, da coalizão liderada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), o senador Aécio Neves, da coalizão liderada pelo Partido da Social-Democracia Brasileira (PSDB), e o ex-governador do estado de Pernambuco Eduardo Campos, da coalizão liderada pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB).


Ainda não é certeza se haverá ou não segundo turno, pois é possível que Dilma Rousseff vença no primeiro turno. Apesar disso, é bastante provável um segundo turno entre Dilma Rousseff e Aécio Neves. No contexto da história brasileira, a candidatura de Dilma Rousseff tem uma maior proximidade política com os setores sociais, econômicos e de comunicação que foram relativamente majoritários quanto à influência no Estado brasileiro de 1930 a 1964, enquanto que a candidatura de Aécio Neves tem uma maior proximidade política com os setores sociais, econômicos e de comunicação que organizaram o golpe de Estado de 1964 e foram relativamente majoritários quanto à influência no Estado brasileiro durante o último período ditatorial do país.

Fonte: AMÉRICA  LATINA  EM  MOVIMENTO
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E ainda pode-se citar a presença importante do Brasil na FAO, BRICS, MERCOSUL, UNASUL e CELAC .

A violenta campanha para derrotar o PT nas eleições de outubro ultrapassa as disputas internas e se transforma em uma disputa internacional.

Internamente as oposições e a velha mídia, principalmente as organizações globo, são porta vozes desses interesses externos e atuam  de forma obediente para tentar alcançar os objetivos.
Para isso, uma construção que já vem de alguns anos engloba até mesmo setores do judiciário, garantindo aos interesses oposicionistas um caminho praticamente livre para que possam executar toda sorte de arbitrariedades, contra o povo e mesmo contra as instituições.

Na semana que passou a presidenta Dilma assinou decreto  constitucional, aprovando a criação de conselhos populares, reforçando o processo democrático com uma maior participação popular em todas as esferas de governo.
As oposições e a velha  mídia, imediatamente reagiram  contra o decreto presidencial, acusando-o de se estar criando um "poder paralelo", ou mesmo um "processo Bolivariano".
Ocorre que a criação de conselhos populares confere ao povo, de fato, o poder que dele emana, considerando o povo como o mais representativo dos poderes.
O delírio da velha mídia chegou ao ponto de chamar o poder natural do povo de poder paralelo.
Isso não é por caso, já que o poder popular surge em direção contrária ao verdadeiro poder paralelo que existe no país e que governa o mundo e, por aqui , é exercido pelas oposições, velha mídia e parte do judiciário, que provavelmente atuam com financiamento e diretrizes estrangeiras.

O objetivo dos interesses estrangeiros em derrotar Dilma e o PT, é o de colocar um freio na importante e bem sucedida participação brasileira nos fóruns e organismos internacionais e, para isso, contam com que existe de mais retrógrado e reacionário no país para alcançar os objetivos.

Já a criação dos conselhos populares confere a democracia brasileira uma avanço extraordinário, que se implementado, colocará o país na vanguarda do processo democrático.

Um comentário:

  1. Oi Ricardo, como vai? Gostaria de agradecer pela publicação do meu artigo e convidá-lo a acessar diretamente o sítio culturapolitica.info, onde publico as análises sobre as eleições no mundo. Um abraço!

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