segunda-feira, 5 de maio de 2014

Tombaço

Fantástico, mais chato, despenca


O programa Fantástico, que já foi considerado uma das vitrines da TV Globo, não consegue mais conter a sangria da sua audiência. A cada edição dominical, ele despenca mais um pouco nos índices do Ibope – apelidado ironicamente de “Globope” pelo blogueiro Paulo Henrique Amorim. No final de abril, o programa até sofreu uma maquiagem, mas não adiantou. A mudança vazou pela internet e gerou um clima de caça às bruxas na emissora. Muito barulho por nada. Conforme registrou Daniel Castro, no site “Notícias da TV”, o “Fantástico mudou para ficar mais chato”.


“Em busca de renovação, o quarentão Fantástico estreou um novo formato. Ficou mais bonito, moderno, informal. Ele passou a ser apresentado em uma redação-estúdio, com minipalco, microautidório, supertelão, sofá da Hebe, cavalinhos falantes, robô do Sheldon da série The Big Bang Theory e até trilha de The Office. Muita tecnologia, bastidores das reportagens, sonolentas reuniões de pauta, velha abertura repaginada e logotipo redesenhado compõem o pacote... O novo Fantástico se esforçou para ser engraçado, mas ficou mais chato”.

Ainda segundo o colunista, “o novo Fantástico passou longe daquilo que mais se espera dele: reportagem. A revista eletrônica agora é muito mais (mais muito mais mesmo) entretenimento (ou infotainment) do que jornalismo... No Ibope, as mudanças não surtiram efeito. Nem em seus melhores momentos o Fantástico bateu nos 20 pontos. Na prévia, deu 16,5 pontos, contra 12,1 da Record, 9,0 do SBT e 4,8 da Band. Passou sufoco para vencer o Domingo Espetacular, sua cópia mais popular e apelativa da Record”.

O problema da queda de audiência, porém, não se limita ao quarentão Fantástico. Toda a programação da TV Globo tem sofrido forte corrosão. Além da chatice e da manipulação, ela é vítima do crescimento da internet e do aumento do consumo da tevê por assinatura no Brasil. Segundo reportagem de Jeff Benício, no portal Terra desde domingo (4), “abril chega ao fim com uma péssima notícia para a maior emissora do país: sua audiência geral continua a cair. Apesar de ter estreado nova programação, a Globo não conseguiu reverter a crise de Ibope. O faturamento sobe a cada ano: foram quase 12 bilhões em 2013. Porém nada parece ser capaz de impedir a fuga de telespectadores”.

A TV Globo tem perdido, em média, 10% de seu público a cada ano. E nada se salva na emissora. “A teledramaturgia, antes imbatível, vive um momento delicado. As três novelas do horário nobre - Meu Pedacinho de Chão (18h), Além do Horizonte (19h) e Em Família (21h) - registram índices muito inferiores ao ideal. Os números do Jornal Nacional são igualmente insatisfatórios. Apresentadores que antes eram sinônimo de audiência, como Xuxa e Renato Aragão, estão fora do ar”.

Apesar destas péssimas notícias, a TV Globo ainda é líder de audiência. “Contudo, nunca esteve tão suscetível ao poder de escolha do telespectador. Antigamente, ao ligar a TV, sintonizava-se a Globo e, quase invariavelmente, lá se permanecia. Hoje há opção de bons programas nos outros canais do sinal aberto - e dezenas de canais pagos, com uma oferta praticamente inesgotável de atrações nos mais variados estilos. A mudança de hábito do telespectador e o crescimento da concorrência tiraram boa parte da hegemonia da TV Globo”. Jeff Benício cita ainda o crescimento da internet e outro fator importante. “A rejeição à Globo. Por questões ideológicas e políticas, a emissora se tornou alvo de frequentes ataques e suposto boicote”.
Fonte: Blog do Miro
_______________________________________________

NADA SALVA O FANTÁSTICO

Por muito pouco o Fantástico não ficou em terceiro. Ufa, foi por um décimo.
Saiu no Notícias da TV, de Daniel Castro:

COM ’SÍNDROME DE VÍDEO SHOW’, FANTÁSTICO PERDE PARA RECORD E SBT



Era uma vez um programa semanal que bombava no Ibope. Durante 40 anos, poucas vezes esse programa teve sua liderança ameaçada. A última grande crise aconteceu em 2001, quando o SBT surpreendeu com uma Casa dos Artistas. A ameaça passou, mas audiência continuou caindo, caindo, caindo. Dos mais de 30 pontos de dez anos atrás, caiu para 14,4 pontos há duas semanas, no Domingo de Páscoa.

Como resolver o problema desse programa? Com um cenário novo, uma redação-cenário, uns bonequinhos, umas caretinhas que aparecem no vídeo, muita tecnologia, uns bastidores. Enfim, muita forma, pouco conteúdo.

E não é que deu tudo errado? Neste domingo (4), o Fantástico viveu momentos de alta tensão no Ibope. Perdeu durante um bom tempo para o Domingo Espetacular, da Record, e outro tanto para o Programa Silvio Santos, do SBT. Foram 19 minutos ininterruptos atrás do Domingo Espetacular. Chegou a ficar quatro pontos atrás da Record (16,0 a 12,1) às 22h06.

Por muito pouco não ficou em terceiro. Às 22h12, marcou 12,6, contra 12,5 do SBT. Ufa, foi por um décimo.
Fonte: CONVERSA AFIADA
________________________________________________________________________________

#VoltaCidMoreira: nem “Mister M” salvaria a Globo da queda contínua de audiência

publicada segunda-feira, 05/05/2014 às 10:38 e atualizada segunda-feira, 05/05/2014 às 10:52

Cid Moreira já está no aquecimento
por Rodrigo Vianna
Na internet começou a circular ontem a brincadeira: depois do “Volta Lula”, a próxima campanha será “Volta, Cid Moreira”. O locutor com cabelo branco e vozeirão empostado era o símbolo de uma Globo que reinava absoluta até os anos 90, e era capaz de manipular eleições, ignorar campanhas populares (“Diretas-Já”), e que nas noites de domingo conquistava até 70% da audiência (share) com o tradicional “Fantastico”.
Nos últimos anos de carreira, Cid emprestava sua voz para o quadro “Mister M”. Já era uma certa apelação. Mas há quem diga que nem mágica resolve no caso da audiência da Globo em queda contínua.
Se Dilma parece ter contornado bem o “Volta Lula”, a Globo sente imensas dificuldades para mostrar que pode manter a hegemonia na TV aberta. O problema não é de apresentador. A imagem da Globo se esfarela rapidamente. E o #VoltaCidMoreira é apenas mais um sintoma.
"Mister M": qual a mágica para recuperar audiência?











Quando entrei na Globo como jovem repórter, em 1995, o “JN” dava quase 50 pontos de Ibope (atenção, não confundir os “pontos de audiência” com o percentual de audiência; 50 pontos – com 80 pontos de 

televisores ligados no total, por exemplo – significavam mais de 60% de “share”/participação na audiência). Lá pra 2004, lembro que houve um princípio de crise na Globo porque o JN caíra para 40 pontos, sendo ultrapassado pelo noticiário local – SP/TV, que dava 41 ou 42.
Em 2007, fui pra Record. Havia sido escorraçado na Globo, por não concordar com a cobertura eleitoral conduzida por Ali Kamel na eleição de 2006.
Outros jornalistas da Globo já tinham ido pra Record, sem briga política, apenas por acreditar num projeto novo. Os chefões no Jardim Botânico - com a arrogância de quem vê a zona sul carioca como centro do mundo - mandavam recados aos que saíam: “vocês precisam saber que saindo para um concorrente terão as portas fechadas na Globo, para sempre”.
Hehe. Acreditavam na eternidade do poder da emissora. Assim como Roberto Marinho acreditava que jamais morreria.
Em 2007, o “JN” já tinha caído para algo em torno de 35 pontos de audiência. O “Jornal da Record” lutava para conseguir 11 ou 12 pontos – o que significava um terço da audiência do “JN”.
Pois bem: o JN da Globo – em 2014 – tem registrado audiências abaixo dos 20 pontos!
O “Fantastico” também segue ladeira abaixo. As novelas ainda seguram a Globo – quando encaixam um enredo bom. Já o jornalismo,  sob a direção de Ali Kamel, parece mais preocupado em lutar contra a realidade. Kamel usou o aparato global para fazer campanha contra as quotas raciais (ele nega que haja racismo no Brasil), contra o PROUNI, contra  o Bolsa-Família.
O “JN” e  o “Fantastico” adotaram a agenda conservadora do jornal “O Globo”. O diário impresso podia-se dar a esse luxo, já que fala para a zona sul carioca – para militares de pijama, donas de casa, empresários, funcionários públicos e aposentados em geral. Já a TV Globo costumava falar com o Brasil inteiro… Era um canhão, arma poderosa que Ali Kamel usou em seu projeto conservador – antitrabalhista, anticotas, antiprogramas sociais.
A redução de audiência, reconheça-se, viria de qualquer jeito, por causa das mudanças estruturais na Comunicação – provocadas pelo avanço da internet e da TV a cabo.  Mas virou queda abrupta porque a TV Globo e seu jornalismo deixaram de falar para a grande massa de brasileiros.
Vejam o formato novo do “Fantastico”. Elitista, parece dizer: nossa redação é o centro do mundo. Quem quer saber o que os jornaistas cariocas na zona sul discutem em reuniões de pauta? Alguém acha que aquilo é de verdade?
Neste domingo, os números começaram a pipocar: o “Fantastico” da Globo – depois de passar por um banho de loja – voltou a desabar na audiência. Perdeu em vários momentos para a Record. E por pouco não ficou em terceiro lugar no Ibope, empatando com o SBT. A fortaleza global ruiu. Ali Kamel ajudou a fazer o serviço. Gasta tempo e energia da Globo processando blogueiros, em vez de dirigir o jornalismo da emissora
Fonte: ESCREVINHADOR
________________________________________________________________________

Nada interrompe a queda de audiência da Globo


Abril chega ao fim com uma péssima notícia para a maior emissora do País: sua audiência geral continua a cair. Apesar de ter estreado a nova programação, a Globo não conseguiu reverter a crise de Ibope.


O faturamento sobe a cada ano: foram quase 12 bilhões em 2013. Porém nada parece ser capaz de impedir a fuga de telespectadores. O canal tem perdido, em média, 10% de seu público a cada ano.

A teledramaturgia, antes imbatível, vive um momento delicado. As três novelas do horário nobre - Meu Pedacinho de Chão (18 horas), Além do Horizonte (19 horas) e Em Família (21 horas) - registram índices muito inferiores ao ideal. Os números do Jornal Nacional são igualmente insatisfatórios.

Apresentadores que antes eram sinônimo de audiência, como Xuxa e Renato Aragão, estão fora do ar. Apesar disso, a Globo ainda é líder absoluta. Contudo, nunca esteve tão suscetível ao poder de escolha do telespectador.

Antigamente, ao ligar a TV, sintonizava-se a Globo e, quase invariavelmente, lá se permanecia. Hoje há opção de bons programas nos outros canais do sinal aberto — e dezenas de canais pagos, com uma oferta praticamente inesgotável de atrações nos mais variados estilos. A mudança de hábito do telespectador e o crescimento da concorrência tiraram boa parte da hegemonia da Globo.

Mas isso não é um fenômeno exclusivo da televisão brasileira. Supercanais como a Globo perdem audiência no mundo todo. O bolo passou a ser dividido em muitas fatias. E o telespectador tem agora a internet, o smartphone, o tablet.

A TV deixou de ser a única fonte de entretenimento eletrônico. Há outro fator: a rejeição à Globo. Por questões ideológicas e políticas, a emissora se tornou alvo de frequentes ataques e suposto boicote.

A expectativa da cúpula global é reverter - ou pelo menos controlar - o esvaziamento de Ibope com a transmissão da Copa do Mundo. Os jogos poderão aumentar o interesse pelos programas esportivos e telejornais da emissora.

Consequentemente, atrações coladas a eles, como as novelas, têm chance de herdar alguns pontos de audiência. A emissora tem pressa em evaporar essa nuvem de instabilidade por um motivo especial: a comemoração de seus 50 anos, em 2015. Se a audiência continuar a cair, o brilho da festa não será o mesmo.

Fonte: Portal Terra
Fonte: VERMELHO
_____________________________________________________

A decadência do Fantástico é mais um sinal do fim da TV aberta como a conhecemos

Postado em 05 mai 2014

TV

A crise em que está metido o Fantástico, que bate recorde atrás de recorde negativo no Ibope, não é só culpa do Fantástico. É mais um sinal do fim da TV aberta como a conhecemos.
Não dá para culpar a concorrência. Mordendo seus calcanhares, o Domingo Espetacular, na Record, é uma cópia do “show da vida” pré-diluviana, circa 1985. Silvio Santos é Silvio Santos, o profeta do lixo disfarçado de camelô gente fina.
Um faz 14 pontos, o outro 12, outro 11, um ultrapassa o outro para disputar uma audiência que, semana a semana, mingua. Nada repercute, nada sobrevive à segunda-feira e a perspectiva é tenebrosa.
Ainda que se contratassem gênios, pouco mudaria o panorama. A última pesquisa de mídia da Secom é didática. Foram entrevistadas 18 312 pessoas em 848 municípios entre outubro e novembro do ano passado.
Além do crescimento da Internet, o público da televisão envelhece rapidamente. Quanto mais jovens e quanto maior a escolaridade, menos TV. Dos que assistem, 43% não se identificam com o que vêem e 25% acham que são retratados negativamente. Com quem eles acham que estão falando?
De acordo com um levantamento da Fundação Perseu Abramo, há uma percepção de que as mulheres são quase sempre (19%) ou às vezes (47%) tratadas com desrespeito, assim como os nordestinos — às vezes (44%) ou quase sempre (19%) — e a população negra (49% e 17%).
Não é só aqui, evidentemente. Nos EUA, o instituto Pew Research deu que a média de audiência dos telejornais americanos caiu de 68% em 1991 para 55% em 2012. A busca de vídeos na web cresceu de 24% , em 2002, para 39% em 2012.
Havia uma esperança, que se revelou vã, de que as mídias pudessem coexistir. A Globo fez parcerias com Twitter e Facebook. Um aplicativo para mobile foi criado para o reality show SuperStar. Travou durante as apresentações.
Não há convivência possível. A palavra é disrupção. A falta de concorrência ajuda a explicar por que a queda não é ainda mais dramática. Um produto tão capenga, há tanto tempo, como o Fantástico, não melhora e não vai melhorar até bater no iceberg da Internet e da obsolescência e afundar.
Fonte: DCM
______________________________________________________




No gráfico abaixo a curva de Globo, em queda e a nossa curva, a curva da internete, em alta.
Repare que com o passar dos anos a curva de Globo atinge um pico de audiência, lá pelo final dos anos da década de 1990, e começa  despencar de forma acentuada no início da década de 2000.
Já a nossa curva, a verde, da internete, a partir da segunda metade da década de 1990 entra em acelerado crescimento.

A Morte Inevitável de Globo




Nenhum comentário:

Postar um comentário