quinta-feira, 10 de abril de 2014

Água nos trilhos

Muy isenta
Folha noticia na primeira página a CPI sobre a Petrobras e o metrô tucano sem mencionar a palavra metrô, trocada gentilmente por trem. 
Tudo pela causa
Fonte: CARTA MAIOR
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SÃO PAULO PEDE ÁGUA

A seca seletiva da Sabesp

Por Luciano Martins Costa em 10/04/2014 na edição 793. Comentário para o programa radiofônico do Observatório da Imprensa, 10/4/2014

 Os jornais anunciam nas edições de quinta-feira (10/4) que o governo paulista poderá admitir a necessidade de um racionamento de água na região metropolitana de São Paulo, se as condições climáticas continuarem desfavoráveis. A imprensa também noticia a troca do titular da Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos, com a posse do engenheiro Mauro Arce, que ocupou o cargo entre 1998 e 2006.

Há um forte componente político envolvendo essa questão, mas os jornais dão voltas ao problema. Até aqui, a imprensa, principalmente os dois principais diários de São Paulo, vem acompanhando a crise de abastecimento com um olho no governador e outro em São Pedro. Uma lista de declarações feitas pelo chefe do governo paulista sobre o risco da falta de água, desde fevereiro, publicada na quinta-feira peloEstado de S. Paulo, mostra que o agravamento do problema foi acompanhado por manifestações oficiais que revelam pouca disposição para admitir o inevitável: a maior aglomeração urbana do país está sob ameaça de ficar sem água.
As reportagens começam a apresentar um quadro muito mais preocupante do que o cenário desenhado até aqui e acomodado pelas medidas e pelas declarações do governador. A presença do engenheiro Arce, que deixou a presidência da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) para assumir o comando da secretaria e montar um gabinete de crise, é uma declaração implícita de que a tática usada até aqui funcionou apenas como cortina de fumaça, com o beneplácito da imprensa.
Mauro Arce é considerado um quadro de governo que alia alta qualificação técnica com sensibilidade política. Em sua primeira manifestação na volta à Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos, ele faz um corte na linha de discursos tranquilizadores e afirma que a situação é mais “delicada” do que a crise de energia elétrica.
Portanto, o cidadão pode esperar uma mudança no discurso oficial, mais assertividade e o fim das meias-medidas. Só não se pode garantir que a imprensa paulista vai admitir que houve muita irresponsabilidade por parte do governo do Estado.
Chove na horta do acionista
No período em que o Brasil passou pela sucessão de “apagões” no sistema elétrico, entre meados de 2001 e o final de 2002, a opinião de Mauro Arce foi importante para convencer o governo federal a assumir a necessidade de racionamento e convocar a população a colaborar com a redução do consumo. Naquela ocasião, o núcleo político do governo Fernando Henrique Cardoso e seu candidato à Presidência da República, José Serra, resistiam a admitir que os cortes de energia provocados pela falta de investimentos e pela seca eram sintomas de uma crise grave.
Em plena campanha eleitoral, que acabou vencida pelo candidato petista Lula da Silva, o governo federal optou por esclarecer a população, obtendo uma adesão surpreendente que produziu uma economia média de 20% no consumo, além de estimular uma série de mudanças no setor industrial, com o surgimento de lâmpadas e aparelhos eletrodomésticos mais econômicos. Doze anos depois, o componente eleitoral volta a interferir na adoção de medidas adequadas.
O Globo também noticia que o governador de São Paulo começa a admitir a possibilidade do racionamento de água, mas destaca outros aspectos da questão que têm sido evitados pelos jornais paulistas. Por exemplo, o diário carioca informa que, em relatório distribuído em março para seus acionistas, a Sabesp já alertava que poderia ser obrigada a “tomar medidas drásticas, como o rodízio de água”.
Outro trecho da reportagem do Globo poderia causar indignação nos leitores paulistas:
“Enquanto isso, os acionistas da Sabesp comemoram os resultados dos lucros da companhia, que é uma empresa mista e tem ações sendo negociadas nas bolsas de São Paulo e Nova York. Nos últimos dez anos, a Sabesp pagou R$ 3,6 bilhões de dividendos, metade dos quais vai para o Tesouro estadual.”.
Segundo o jornal carioca, o valor distribuído aos acionistas é suficiente para financiar todas as obras que teriam garantido o abastecimento de São Paulo.
A Folha de S. Paulo e o Estado de S. Paulo evitam o quanto podem expor a falta de planejamento e a perversidade da distribuição de recursos da Sabesp, que, segundo o Globo, prioriza os lucros dos acionistas.
Enquanto falta água para a maioria, chove na horta de alguns.

Fonte: OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA
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Alckmin, não é rodízio.   É   r-a-c-i-o-n-a-m-e-n-t-o



Saiu no Tijolaço artigo de Fernando Brito:

Alckmin, a imprensa e a água. Um show de incompetência, irresponsabilidade e politicagem

Hoje se completam dois meses que este blog, cá do Rio de Janeiro, vem azucrinando seus leitores sobre a situação dramática do abastecimento de água em São Paulo, quase que diariamente.

Àquela altura, havia 19,8% de todo o volume possível nos reservatórios do Sistema Cantareira e o principal deles tinha 15,5% de seus 800 bilhões de litros de capacidade.

Hoje, tem 12% e a principal represa vai baixar, amanhã, para 4%.

Qual foi a providência tomada pelo Governador?

Dar desconto a quem consumir menos água, correto.

Mas insuficiente.

Saíam, há dois meses, pouco mais  de  30 m³/segundo do sistema.  Hoje, saem 26 m³, 15% a menos.

Entram, na média de março e de abril, 13,8 m³, dos quais 3,2 m³ saem para os rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, ficando fora do balanço.

Não é difícil fazer a conta, não é?

Perde-se, todo dia, 1,6 bilhão de litros.

Na média, porque ontem, por exemplo, entrou muito menos água e a perda chegou pertinho de 2 bilhões de litros.

Hoje havia 118 bilhões de litros ainda, somadas todas as represas.

73 dias, isso se o sistema conseguisse funcionar até a última gota acima das comportas, o que não é provável que aconteça, porque as vazões passam a ser insuficiente para preencher os túneis de adução.

Que providência tomou o Governador?

Ressuscitar um projeto que já havia sido abandonado, por inadequado, pelos técnicos da Sabesp (quem testemunha é o engenheiro tucano Jerson Kelman, do Instituto FHC), o de tirar água do Rio Paraíba do Sul, porque isso permitia criar uma falsa disputa com o Rio de Janeiro e “federalizar” o problema.

No que o Datafolha o ajuda, agora, colocando “num balde só”  do risco de racionamento  o Cantareira, com 12% de água, e o Sistema Elétrico Nacional que, somando todas as regiões – que são interligadas e podem gerar, de forma quase indistinta, energia para qualquer região do país – que têm hoje, no total, 40,5% de sua capacidade de reserva.

Anteontem, este blog que não é, absolutamente, dotado de poderes paranormais, afirmou que a semana não terminaria sem que começasse, “de fato, o racionamento de água em São Paulo.”

Já começou, embora só hoje tenha sido feita uma reportagem com características de “curiosidade”.

Hoje, embora continue negando, Alckmin admitiu que pode partir para um “rodízio” no abastecimento.

Ora, “rodízio” é em churrascaria, Governador.

Entrar água por dois dias e secar em um é  r-a-c-i-o-n-a-m-e-n-t-o.

É essa a forma de racionar possível, porque de outra forma não é possível controlar o gasto.

O senhor não vai colocar estas simpáticas e prestativas senhoras que estão atuando como “guardiãs da água” do lado de cada torneira, de cada chuveiro, de cada vaso sanitário, não é?

Tão triste quanto este espetáculo de cinismo é o que a imprensa paulista faz.

Aceita qualquer versão.

Volume morto, que jamais foi usado e ninguém sabe o quanto poderá ser aproveitado, vira “reserva técnica”.

O racionamento vira “rodízio”.

As obras do bombeamento do Atibainha não mereceram um reportagem sequer. Ninguém sabe como andam.

As duas últimas saídas de água do Jaguari-Jacareí estão no estado que você vê na foto ao lado, publicada pela Folha sem nenhum tipo de informação.

Essa torre está 31 metros abaixo de seu nível máximo e resta 1,7 metro de água acima do final das grades da comporta gradeada que, como é obvio, admite cada vez menos líquido quanto mais o nível abaixa.

Este é o tamanho da cumplicidade da imprensa de São Paulo diante do problema e das atitudes de Geraldo Alckmin.

E da covardia da Agência Nacional de Águas, que não assumiu aos quatro ventos o que foi dito ao Governador em janeiro: racione, evite que isso tenha de ser feito de forma mais drástica e permanente.

Este blog, antes de defender ou atacar governos ou partidos, defende a responsabilidade para com a população e ataca tudo aquilo que possa submete-la a sacrifícios além do necessário.

E defende o jornalismo, que está num nível mais baixo que o do Cantareira.

Não é possível que, com todas as informações públicas, ao alcance de um clique de mouse , nem assim os jornais possam dar a dimensão de um problema que afeta e afetará por muitos e muitos meses oito milhões de paulistanos.
Fonte: CONVERSA AFIADA
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Trombone alvorada weril

A CPI que irá investigar a Petrobras, o Metrô de SP e o porto de Suape em Pernambuco, na velha mídia ganha um tratamento diferenciado, principalmente para o metrô de SP que na CPI é chamado de investigação sobre o trem.
Ahhhh! Então tá.
Já no SECÃO do estado de São Paulo, a velha mídia não usa a palavra racionamento .
Em seu lugar entra rodízio.
Nessa onda sem água, ainda surfam as notícias diárias  de fim de mundo para a economia brasileira, claro, com direito a gráficos , índices e projeções apocalípticas que revelam a"total incompetência do governo Dilma e do PT".
Sabe-se, porém, que o que norteia a perseguição a Petrobras, além de motivações políticas, é a obsessão em privatizar a estatal, seguindo a lógica destrutiva de esfacelamento do estado brasileiro que  teve seu auge nos governos do PSDB, com o "esquerdista" FHC.
Como bem descrito no artigo do OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA, A SABESP, do estado de São Paulo, nos governos tucanos tornou-se uma empresa lucrativa, para felicidade de seus acionistas e desespero da imensa população da região metropolitana de SP que já sofre com o racionamento de água.
Querem fazer o mesmo com Petrobras.
As privatizações, em sua maioria, foram uma tragédia para o povo brasileiro.
Em muitos casos se os serviços não eram bons com as estatais, ficaram piores depois das privatizações.
O sistema de trens metropolitanos do Rio de Janeiro, depois de privatizado não só piorou os serviços como oferece um elevado risco aos seus usuários, com acidentes quase que diariamente.
Se não bastassem os acidentes, o serviço de segurança da SUPERVIA, a concessionária que opera o sistema de trens , age com extrema truculência e violência contra os usuários e transeuntes que circulam pelas estações.
São comuns relatos e cenas de violência explícita dos seguranças contra os usuários, sendo que ontem, 09.04.14, além de uma trombada entre um trem de carga e outro de passageiros na zona norte da cidade do Rio de janeiro, cenas de agressão com extrema violência forma vistas por todos na estação Central no centro da cidade.
Um segurança da SUPERVIA simplesmente atacou aos socos um usuário.
A velha mídia noticiou o fato , com direito a expressões de lamentação  por parte dos higiênicos apresentadores, que rapidamente irão esquecer mais uma barbaridade contra o  povo, já que a concessionária está inserida na lógica da economia defendida por essa mídia putrificada.
Assim é no Rio de janeiro, pior é no estado de São Paulo.
No Rio o povo não tem um serviço de qualidade e ainda apanha dos seguranças.
Já em São Paulo é o mesmo , com o agravante  que agora a população está sem água.
Os acionistas das empresas , no entanto, estão bem satisfeitos.
Assim como os acionistas da Vale do Rio Doce, privatizada, mas que não investe em uma fábrica para fabricar trilhos para as estradas de ferro , tão necessários para o país.
O Brasil importa trilhos.
A velha mídia encontra-se em um estado atual de total alucinação, isso devido a obsessão em criar uma realidade, fictícia,  de um Brasil aos cacos para tentar derrotar o PT nas próximas eleições.
Manchetes com letras garrafais, principalmente em Folha de SP, tentam criar um caos e pessimismo com uma inflação, dentro da meta do governo, "galopante" quando na verdade e de fato, porém ocultado até mesmo  de forma criminosa,  a sazonalidade a fatores climáticos contribuem para a elevação de preços de alguns produtos.
Enquanto loucos do tomate deliram em realidades fictícias, o IBGE informa que o país criou mais de 1,5 milhão de empregos em um ano.


 

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