quinta-feira, 17 de abril de 2014

A Decadência é dolorosa

Macartismo comercial: Globo intimida anunciantes da Fórum


Por Renato Rovai abril 17, 2014 11:59 Atualizado
Merval
Acima, Merval e seus “camaradas”

Repórteres do jornal O Globo procuraram ontem quase todos os anunciantes da Fórum neste momento. Mas teve um que eles não procuraram, porque como são “repórteres” de O Globo não dava pra fazer o serviço completo e corretamente. E as perguntas eram em tom de interrogatório policial. Na linha do “por que vocês anunciam num veículo como este?” e o “o que vocês ganham anunciando num veículo como este?”
O Globo inaugurou dessa forma o macartismo comercial. Como não consegue controlar a internet a ponto de nos tirar do ar, como não consegue impedir que nossos veículos parem de crescer e se tornem cada mais importantes, como só perdem espaço no espectro comunicacional, vão tentar nos sufocar pelo bolso. Eles realmente não nos conhecem…
Tudo isso começou por conta da entrevista com o ex-presidente Lula. Vários blogueiros já trataram do assunto. Se o amigo não conhece a história pode dar uma geral lendo no Escrevinhador, no Viomundo, no BlogdaCidadania, no Tijolaço, no Cafezinho e no Marco Aurélio.
Após uma insinuação de Merval e Sardenberg na Rádio CBN de que os blogueiros (ou “alguns” como prefere a jornalista Barbara Marcolini) que foram a entrevista com Lula são corruptos, O Globo decidiu colocar duas de suas mais “importantes” jornalistas investigativas em campo para apurar mais sobre os “camaradas” que entrevistaram o ex-presidente na semana passada. A matéria foi publicada hoje. E o Edu Guimarães a colocou no seu blogue. Eu prefiro poupar meus leitores…
Na apuração, a imaginativa repórter Thais Lobo descobriu que este blogueiro, por exemplo, é doutorando em Comunicação pela UFABC, mestre pela USP, tem 28 anos de profissão e alguns livros publicados. Que já trabalhou em diversos veículos de comunicação, incluindo as organizações Globo, e que também é professor de Jornalismo na considerada por muitos rankings como a melhor faculdade do Brasil, a Cásper Líbero. Mas eis que na matéria apareço como um sujeito que trabalhou com política no “Diário de São Bernardo”. A imaginativa repórter precisava colocar a palavra São Bernardo em algum momento do texto talvez para me tornar mais “camarada” de Lula. E aí inventou um jornal que eu nunca ouvi falar para dizer que trabalhei nele. Eu trabalhei no Diário do Grande ABC, que existe e não é fruto da imaginação de globetes. Alvissaras. O Globo é mesmo Fantástico….
Mas ela precisava também mostrar que sou um castrista fanático. No meu texto sobre o evento publicado no blogue, referindo-me à quantidade de tempo que o presidente falou, 3h30, disse que ele teria se comportado como um Fidel Castro. Mas a Thais deu um jeito e cortou a frase no meio para parecer outra coisa, ou seja, algo mais revolucionário. Querida Thais, cortar frases ao meio é um recurso tão impressionantemente infantil de manipulação de discurso que nem entre a malandragem jornalística ele é mais aceito.
Mas a Thais me gravou por 22m50s. E eu também a gravei. E a avisei disso antes e também na hora que começamos a conversa. Fiz assim porque prezo minha profissão e não gravo nem malandro e nem jornalista de O Globo clandestinamente. Sempre fiz todas as minhas apurações às claras. Entre outras coisas entreguei a ela os números de audiência do site da Fórum. Ou seja, os 5 milhões de page views ao mês. E fui generoso. Dei a fonte pra ela checar a informação, o ComScore, que é utilizado pelas agências de publicidade para direcionar investimentos no digital.
Essa audiência nos coloca hoje entre os sites mais lidos do Brasil de informação e análise política. E anunciar na Fórum é ótimo, barato e muito melhor do que jogar dinheiro fora em veículos sem credibilidade e reputação. Tanto que a Fórum em pesquisa realizada pela Revista Imprensa ficou em segundo lugar entre as revistas com maior engajamento em redes no Brasil. Anunciar na Fórum é algo defensável sob todos os aspectos técnicos. Nosso CPM (Thais, você sabe o que é isso?) é honestíssimo.
Mas o mais interessante de tudo isso é que O Globo botou a Thais atrás de mim porque o Sardenberg e o Merval podem ser processados pelo Eduardo Guimarães por terem insinuado que os blogueiros que foram entrevistar o Lula são corruptos. O Edu já está processando o Gilmar Mendes, pra ele não custa nada levar o Merval e o Sardenberg às barras de um tribunal. Eu sou menos de judicializar as coisas. Tô querendo que eles parem de colocar repórteres jovens que estão buscando se tornar “confiáveis” na estrutura interna para nos perseguirem e topem um papo de frente. Eu quero debater comunicação pública e jornalismo. Mas se eles preferirem posso discutir financiamento e sonegação na área de comunicação (que tal falar de Darfs?). E topo fazê-lo em qualquer lugar e qualquer hora. Minha formação é democrática. E ao mesmo tempo é de alguém que não se esconde atrás dos ombros dos outros. Se tiver que cutucar o Merval e o Sardenberg, vou eu. Não mando recados e nem recadistas. São os bambambans da balacacheta, então bora lá. Marquem hora e local. E levem a platéia. Eu não tenho medo nem da Globo e nem dos seus assalariados. E a Fórum não vai deixar de fazer seu jornalismo sério e respeitado porque a empresa do Jardim Botânico tá botando gente que paga para ficar ligando para nossos anunciantes e fazendo interrogatório.
PS: Ao dar a entrevista para O Globo sabia que ela seria manipulada, por isso gravei. Mas ao mesmo tempo fiz questão de falar porque não tenho nada a esconder. E sempre gosto de resolver as coisas assim, às claras e na lata. Será que o Merval e o Sardenberg tem coragem de atender um repórter da Fórum? Hein, hein…
PS 2: as entrevistas que realizei com Lula foram todas públicas e transmitidas ao vivo por que as que o jornalista Merval Pereira realiza com o cônsul dos EUA só são reveladas pelo Wikileaks?
Fonte: Blog do ROVAI
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Vale a pena ver de novo: o jornalismo macartista e o Manual da Globo da Entrevista Picareta

Postado em 17 abr 2014
globo denuncia

As repórteres do Globo que interrogaram os blogueiros que participaram da entrevista com Lula usaram uma técnica meio macartista, meio pegadinha do Mallandro. Nunca escreveram uma matéria sobre política, mas isso não vem ao caso porque o que importa é que elas cumpram ordens. Conceição Lemes escreveu suas respostas ao longo questionário no site do Viomundo. Eu recebi três perguntas.
A tentativa patética de querer desqualificar, primeiro, Lula e, depois, as pessoas que com ele estiveram resultou num traque maldoso. Lula não ocupa cargo público e convida quem quiser para seu instituto. Vai quem quer, também.
O episódio é emblemático sob vários aspectos — principalmente na maneira como a Globo continua tratando sua audiência: como idiota. Como se ninguém soubesse do vasto manancial de farsa jornalística produzida no lugar onde trabalham. Riquíssimo, didático, eloquente. Um monumento.
Para ficar apenas num exemplo, deveriam trocar ideias com Carlos Monforte, que declarou que “Lula pegou uns amigos blogueiros para dar esses recados, onde ele não foi questionado”. Monforte é, em si mesmo, um Manual da Globo de Como Fazer Entrevistas Picaretas.
Em 1994, foi co-protagonista do chamado “escândalo da parabólica”. Pouco antes de um bate papo com o então ministro da Fazenda Rubens Ricúpero, câmeras e microfones captaram a conversa entre os dois e o sinal foi enviado, sem intenção, por essas antenas.
A intimidade não era à toa: Monforte era primo da mulher de Ricúpero. As famílias se frequentavam. Avisou o telespectador disso? Evidentemente que não.
Sentindo-se em casa, Ricúpero fala que o IBGE é “um covil do PT”, xinga empresários de “bandidos” e imortaliza sua divisa: “Eu não tenho escrúpulos. O que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde”. Se oferece para participar do Fantástico. “Eu estou disponível. Vou ficar aqui o fim de semana inteiro”.
E afirma que pode ser útil à Globo. “Há inúmeras pessoas que me escrevem e me procuram para dizer que votam nele [FHC] por minha causa. Para a Rede Globo, foi um achado. Em vez de terem que dar apoio ostensivo a ele, botam a mim no ar e ninguém pode dizer nada. Essa é uma solução, digamos, indireta, né?”
Ricúpero pediu demissão a Itamar Franco assim que a história foi divulgada. O Jornal Nacional deu a matéria, omitindo todos os fatos importantes e com o velho Cid Moreira discursando sobre isenção. Monforte ficou onde estava. Em 2011, ele entrevistaria, aí sim, Fernando Henrique Cardoso. O homem que cobrou “questionamentos” foi um doce de coco.
Cito-o literalmente: “Como foi acordar depois de oito anos de poder? Foi mais alívio ou saudade do ambiente palaciano?”; “Por que o senhor resolveu não seguir a vida política parlamentar?”; “É difícil tocar um instituto desse?”; “Depois de oito anos de governo, qual é sua melhor lembrança e a pior recordação?”
São clássicos do jornalismo partidário, sabujo, manipulador. Uma aula à disposição dos jornalistas macartistas desse Brasil varonil. E não é preciso escarafunchar nos arquivos e correr qualquer risco. Está no YouTube. Vale a pena ver de novo.
Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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Trombone alvorada weril
Com credibilidade e audiência em quedas, globo acha que atacando os sites e blogues pode recuperar seu espaço.Grande engano.
Vai cair mais ainda.
A decadência de globo só não é maior porque o dia tem 24 horas.
Se tivesse mais minutos  ou horas no dia, globo cairia mais.
A velha imprensa está ultrapassada, na forma e no conteúdo, no traço e na tinta, na voz e no silêncio.
Debate-se para não se afogar em seu mar de águas sujas.
Perdeu a mão no tempero e desafina no canto.
Suas formas de encarar a concorrência levam sempre em consideração e eliminação do outro.
Se não pode comprar a mídia concorrente, tenta sufocá-la, financeiramente, por exemplo.
Esses são  valores de livre concorrência que fazem parte da cultura das organizações globo.
Quase sempre copiam as inovações de seus concorrentes.
A título de exemplo, poucos anos atrás, mais já neste século, o grupo que controlava o jornal O dia lançou um jornal popular, em forma de tablóide, o Meia Hora.
Alguns anos antes, mais exatamente na década de 1990,  as organizações globo já tinham apostado em um jornal popular, mas em formato tradicional e um pouco menos escandaloso que os tablóides, foi o jornal Extra.
Pois bem, assim que o Meia Hora foi lançado, com preço bem abaixo do Extra, as organizações globo imediatamente lançaram , para concorrer com o Meia Hora, o jornal Expresso, uma cópia na  forma e no conteúdo do tablóide do grupo O Dia.
O grupo O Dia entendeu  que globo, ao lançar o jornal Expresso,  teria abusado do poder econômico para sufocar a concorrência e o assunto foi parar em um órgão mediador.
Copiar, plagiar, roubar conteúdo intelectual parecem práticas corriqueiras no conceito de concorrência das organizações globo.
Agora estão mirando suas baterias nos sites e blogues da internete que fazem um contraponto ao jornalismo uníssono da velha mídia, onde globo se situa.
Além de tentar intimidar anunciantes, vários blogueiros tem sido processados pelas organizações globo, que em suas ações na justiça visa sufocar financeiramente quem faz sucesso.
A decadência é dolorosa.

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