quinta-feira, 10 de abril de 2014

A realidade não sai nos jornais

Repórter da Globo: “a ordem é ouvir só o Paulinho”

publicada quinta-feira, 10/04/2014 às 01:21 e atualizada quinta-feira, 10/04/2014 às 20:35

Jornalista da Globo se esconde em agência bancária...

por Rodrigo Vianna
A informação apareceu primeiro no facebook de Marize Muniz, assessora de imprensa da CUT. Ela contou o que aconteceu nesta quarta-feira (9/abril) quando uma repórter da Globo, destacada para cobrir a manifestação das centrais sindicais no centro de São Paulo, teve um infeliz ataque de sinceridade. Vejam:
(por Marize Muniz, via facebook)
“Deu dó. Sempre tenho pena de pessoas inocentes.
Foquinha da TV Globo gravou sonora com os caras da Força Sindical (do Aécio Neves), na Praça da Sé, durante manifestação de seis centrais sindicais.
Aí, um militante cutista foi lá e perguntou: e a CUT, você não vai ouvir ninguém da maior central da America Latina?
A pobrezinha respondeu: Tenho ordens da redação para só ouvir os caras da Força.
Foi um quiprocó danado e a bichinha teve de ir embora do local.” 
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Paulinho da Força: a ordem da chefia era falar só com ele

Resolvi checar a informação com outros manifestantes. E aí vieram mais detalhes. A jovem repórter da Globo – movida por ingenuidade, como sugere Marize (ou, quem sabe, por arrogância) - teria dito, com todas as letras, que estava ali só para entrevistar o “Paulinho da Força”. Essa teria sido a instrução recebida, ao sair da Redação.
Como se sabe, Paulinho é o presidente de central sindical mais crítica ao governo Dilma. Rompeu com o governo, e declarou que vai apoiar Aécio (PSDB) a presidente.
Não há problema nenhum em entrevistar o Paulinho. Afinal ele é o presidente legítimo de uma central sindical importante. O problema é a repórter de uma TV que é concessão pública revelar que tinha instruções claras para entrevistar apenas Paulinho da Força.
Um militante da CUT teria insistido, apresentando: “olha, essa aqui é nossa vice-presidenta, a Carmen, você não quer ouvir a CUT?”
A jovem repórter teria respondido: “não, a orientação é ouvir só o Paulinho da Força”.  A jornalista foi então vaiada e hostilizada pelos manifestantes – que passaram a gritar o tradicional “o povo não é bobo, fora a Rede Globo”.
“Ela não fez a entrevista. Ficou com medo e correu para uma agencia do Bradesco do outro lado da rua”, contou-me um manifestante com quem conversei há pouco.
Os manifestantes registraram a cena da jornalista escondida na agência – como mostram as fotos que o Escrevinhador publica com exclusividade.
Poucos minutos depois, Paulinho chegou e foi dar a entrevista, dentro da agência bancária. Manifestantes ligados à CUT seguiram vaiando e fotografando. Um segurança (da Globo? da Força Sindical?) teria se aproximado de uma manifestante que fazia as fotos, e tentado tomar o celular das mãos dela. Não conseguiu. Aparentemente, a jornalista também não conseguiu gravar com Paulinho da Força…
O caso revela algumas coisas:
- a Globo (sob comando de Ali Kamel – aquele que adora processar blogueiros) segue pretendendo controlar a realidade; se é inevitável cobrir a manifestação, que se dê voz só aos amigos da casa e aos inimigos do governo petista;
- os jornalistas da Globo já foram mais espertos; por que a jovem repórter teve aquele ataque de sinceridade? Podia ter feito a entrevista com a dirigente da CUT, e a Redação depois se encarregaria de cortar…
Mas jornalistas criados no ar-condicionado, sem  vivência de rua, talvez acreditem que ao carregar o microfone da Globo podem qualquer coisa; vão-se distanciando do mundo real, e acabam surpreendidos quando enfrentam uma situação dessa.
A Marize (que foi chefe da pauta da Globo, tem experiência de sobra) ficou com pena da moça. Eu também fiquei.
Por outro lado, fiquei feliz porque agora uma história dessa não passa em branco. A Globo mente sem parar no JN, JG etc. Mas, pelo menos nesse caso, as fotos e o relato completo estão na internet. A mídia velhaca já não fala sozinha…
Em tempo: o ato das centrais foi um sucesso em São Paulo; reuniu 10 mil pessoas segundo a PM, ou 40 mil segundo os manifestantes.
Entre as reivindicações, estão: redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salário, manutenção da política de valorização do salário mínimo, fim do fator previdenciário, redução da taxa básica de juros e correção e progressividade da tabela do Imposto de Renda.

Fonte : ESCREVINHADOR
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Globo faz o que sempre fez.  Novidade é o PT
O jn, absurdamente governista na ditadura militar, foi para a direção oposta quando o PT chegou ao poder.


O Conversa Afiada reproduz artigo de Paulo Nogueira, extraído do Diário do Centro do Mundo:



Sobre a alardeada queixa de Dilma a João Roberto Marinho



Segundo Mônica Bergamo, da Folha, Dilma se queixou do Jornal Nacional numa conversa que teve com João Roberto, o segundo dos três filhos de Roberto Marinho e responsável pelo conteúdo editorial das Organizações Globo.

Faz sentido, é claro.

O Jornal Nacional, absurdamente governista na ditadura militar, foi para a direção oposta quando o PT chegou ao poder.

Se o JN existisse sob Jango, é provável que ele seria mais ou menos como é hoje: uma ênfase extraordinária nas más notícias, reais ou imaginárias.

O que não faz sentido é a atitude de Dilma, e do PT no poder, diante da Globo. A Globo faz o que sempre fez: sabota governos populares e intimida o mundo político para que seus privilégios imensos sejam preservados.

E o que tem feito o governo em resposta? Nada. Repito: nada.

A evidência mais notável disso está nas verbas publicitárias que o governo destina à Globo. Em dez anos, foram 6 bilhões de reais, isso mesmo com a queda notável da audiência da emissora. (A Globo perdeu cerca de um terço do público na última década.)


Este dinheiro alimenta a máquina da Globo destinada à sabotagem de medidas favoráveis ao “Zé do Povo”, como o patriarca da Globo, Irineu Marinho, se referia aos cidadãos comuns.

O Secom, que administra a verba governamental, afirmava sob Helena Chagas que esse paradoxo – um dinheiro brutal para uma empresa que faz campanha contra – se devia a uma coisa chamada “mídia técnica”.

Pausa para rir. Ou chorar.

Nada justifica você premiar quem sabota você, ou numa visão mais ampla, a sociedade.

As mensagens oficiais veiculadas na Globo chegariam a um número maior de pessoas. Era mais ou menos o que dizia Helena Chagas.

Mas um momento. Que pessoas são mesmo estas? Elas verão – ou zapearão para fugir – comerciais que promove um governo que nas reportagens é brutalmente atacado sempre.

Pela lavagem cerebral a que é submetido, o típico admirador da Globo – ou da Veja – abomina o governo petista e estatais como Petrobras e Banco do Brasil.

Há lógica em gastar bilhões de reais para levar a este grupo publicidade de estatais que ele detesta?

Não. Não há.

Outro dia, vi uma publicidade da Petrobras na página de Reinaldo de Azevedo na Veja. Alguém já viu o que Azevedo e seus leitores dizem a respeito da Petrobras?

Um dos maiores erros do governo é exatamente a “mídia técnica”, que favorece quem age para corroê-lo ou mesmo, como se viu no julgamento do Mensalão, para destruí-lo.

Helena Chagas saiu e Thomas Trauman entrou. Haverá alguma mudança numa estratégia não apenas errada como suicida?

Os fatos dirão.

A recente pesquisa da Secom sobre consumo de notícias mostrou o avanço extraordinário da internet.


Testemunhamos isso de um lugar privilegiado. O DCM, em um ano de vida, saiu de pouco mais 100 mil visualizações mensais para 2,5 milhões. Passamos a barreira de 1 milhão de visitantes únicos por mês.

O fato de Lula ter escolhido blogueiros para dar uma entrevista é também revelador de que o PT parece ter acordado para a realidade: a internet é cada vez mais influente e a mídia tradicional cada vez menos. Fora tudo, é na internet que você encontra vozes alternativas à velha visão de mundo pró 1% defendida agressivamente pelas grandes corporações jornalísticas.

No caso da alardeada queixa de Dilma a João Roberto Marinho, muito mais efetivo que palavras seria um ajuste imediato e profundo na distribuição das verbas oficiais.

Quem ganharia com isso, na verdade, seria a sociedade – e com ela o projeto de um Brasil justo, algo que a Globo e as grandes empresas de mídia sempre combateram ferozmente.


Fonte: CONVERSA AFIADA
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Definitivamente essa velha mídia já virou uma grande piada.
A maior de todas as piadas em se tratando de empresas que pensam que fazem jornalismo.
Globo, folha, estado, veja , bandeirantes e outras menores mas não menos cômicas ,acreditam que o que publicam é a realidade, e mais, acreditam que a maioria da população confia e confere crédito para suas notícias diárias, ou melhor, para suas mentiras e manipulações diárias já que a verdade é sistematicamente omitida.
Com a proximidade das eleições, ainda bem distantes para a maioria da população, a velha mídia produzirá uma crise por dia, um escândalo por hora, um factóide por segundo.

Todos sabem, até mesmo a parcela da classe média inocente e reacionária, que a perseguição com requintes inequívocos de obsessão é contraproducente no tocante aos objetivos desejados, podendo , inclusive como sempre acontece, gerar um efeito contrário.
E de fato é que o vem acontecendo com os governos do PT de Lula e Dilma.
Quanto maior a perseguição, as mentiras  e as "crises", mais Lula e Dilma  ganhavam em aceitação de seus governos, já que, para a população a realidade fala mais alto que a notícia de jornal.
A satisfação da gente não sai nos jornais, ou como diz a letra do samba, a dor da gente não sai nos jornais.
De fato, independente da notícia, porém como mais força , reside a realidade do dia a dia, seja ela de alegria ou de dor.
E é justo essa realidade que define, em grande parte o humor da população , do eleitor.
Também não é por acaso, ou por ingenuidade, ou por calor dos trópicos, que o brasileiro tem aparecido em pesquisas de opinião em vários países nos últimos dez anos como o povo mais alegre e otimista do planeta.
A realidade não sai nos jornais, a realidade nunca foi notícia e, sempre que a velha mídia tenta construir uma realidade própria que seja antagônica a realidade da maioria da população, o resultado é um grande tombo para o jornalismo- com direto a descrédito , perda de audiência e queda nas vendas de impressos - ou um golpe de estado como o ocorreu em 1964.
As cenas  em emissoras de TV, ou jornais impressos, de pessoas sendo desalojadas de terrenos ocupados  mostram apenas um fragmento da realidade, qual seja,  a ação das forças policiais na desocupação, que sempre para  velha mídia atuam em defesa do patrimônio público ou privado.
A realidade de uma desocupação de famílias é bem maior que a ação policial.
O caro e atento leitor sabe que a velha mídia é majoritariamente composta por burros  e embotados, mas não por estúpidos.
Existem pessoas na caverna midiática que pensam, e mais , pensam em como criar a tão desejada realidade que iria mudar radicalmente o humor do cidadão.

CPI's, corrupção, doleiros, mesadas são ineficazes e não alteram o humor, desde que esse humor esteja banhado em contextos de otimismo.
Logo essa gritaria da velha mídia, para os leitores atentos, já é motivo de riso.
O humor da população é atacado pela velha mídia diariamente com doses de pessimismo, tendo o medo como componente principal.
Quem não se lembra da patética Regina Duarte, na campanha de 2002, dizendo que tinha muito medo do Lula ?
Isto dito, e independente do que se pense sobre o assunto, a burrinha repórter da globo , acima, apenas estava cumprindo ordens de um diretor não estúpido.
Quanto a presidenta Dilma não acho que agiu corretamente ao se queixar com a velha mídia sobre os delírios de realidade publicados diariamente.
A presidenta tem ferramentas de gestão apropriadas para  eliminar o atraso em que se encontra  o setor midiático e de  jornalismo do país.

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