segunda-feira, 24 de março de 2014

Ditadura nunca mais

PiG volta a 64.  Sem o trabalhador, claro

Até o Cerra, que fugiu, virou um resistente ! Em Cornell !
O ansioso blogueiro contempla com infinito desdém o desesperado esforço do PiG de “celebrar” os 50 anos de Golpe Militar.

O PiG (*) e seus trombones agora são todos combatentes da primeira hora, heroicos defensores do Governo Constitucional do Presidente João Goulart – clique aqui para ler a magnifica aula do professor Gilberto Bercovici sobre o significado das reformas de base de Jango.

A hipocrisia comove um Buda de jade.

Foram todos cúmplices do Golpe de dele se beneficiaram – mais a Globo do que qualquer outro.

E isso se revela na “Memória” do Golpe.

Ao analisar, por exemplo, a lista de ilustres palestrantes que vão a um “seminário” da Folha – que deu apoio logístico aos torturadores – percebe-se uma lacuna reveladora.

Não se fala do traço central, a mola que impulsionou o Golpe: impedir a ascensão do trabalhador.

Foi isso o que motivou os empresários altruístas, reunidos no INPES, no IBAD, DOPS e OBAN.

A “revisão” de 1964 se dá com a condenação da tortura, mas não chega a exigir o fim da Lei da Anistia, porque isso significaria levar alguns empresários à cadeia – clique aqui para ler “o PIB da tortura”.

E, afinal de contas, como diria o Historialista que jamais falaria mal das amantes de presidentes da Nova República, “tortura, não! Aí já é demais!”.

Agora, meter a mão no câncer e mostrar que foi um Golpe contra a ascensão do pobre …

É preferível falar do Caetano em Londres …

Fonte: CONVERSA AFIADA
________________________________________________________________________

Marcha pela Família fracassa em Brasília e outras cidades

Na capital federal, meia-hora após o horário marcado, 12 manifestantes disputavam abrigo da chuva no ponto de ônibus em frente ao local da concentração.


Najla Passos Najla Passos

Brasília - A forte chuva que caiu sobre a capital federal no início da tarde deste sábado (22) foi suficiente para por fim à tentativa de reedição local da Marcha da Família com Deus pela Liberdade, marcada para ter início às 15 horas, em frente ao 32º Grupo de Artilharia de Campanha, no Setor Militar Urbano de Brasília.

Meia hora após o horário marcado, doze pessoas disputavam abrigo contra a chuva no ponto de ônibus em frente ao local da concentração, enquanto algumas outras aguardavam em seis carros estacionados na área. Eram jovens, brancos e usavam roupas com motivos militares ou portavam bandeiras do Brasil. O carro de som ficou estacionado do outro lado da pista, inutilizado. Nenhum dos participantes chegou exibir faixas ou cartazes.

A baixa adesão se repetiu na maioria das 200 cidades do país que também tentaram reeditar a marcha que ajudou os militares a tomarem o poder em 1964, dando início a mais longa ditadura da história recente do país. Em Belo Horizonte, cerca de 50 pessoas participaram do ato que pede a volta da ditadura militar. No Recife, uma média de 30. Em Natal, foram nove os manifestantes.

No Rio de Janeiro, a Polícia estimou em 150 os presentes: entre eles, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que irá discursar a favor da ditadura na sessão solene que será realizada pela Câmara dos Deputados para marcar os 50 anos do golpe.

Em São Paulo, o maior ato do país agregou aproximadamente mil pessoas no que Roberto Brilhante classificou, na Carta Maior, como um carnaval fora de época. Mas um outro protesto, batizado de Marcha Antifascista, reuniu número equivalente de participantes que se contrapunham à primeira.

Nas redes sociais, o fracasso da reedição da Marcha pela Família virou motivo de chacota. Foram inúmeros os memes criados pelos internautas para criticar o ato. “Marcha com Deus e o Diabo na Terra do Sol”, satirizava um. “Marcha pela Família Adams”, “Marcha pela Família Flintstones, pela volta à Idade da Pedra”, “Marcha pela Família Caymmi, rumo à Maracangalha”, ironizavam outros.

Na página oficial do evento no Facebook, os organizadores ainda não fizeram um balanço da reedição nacional. As últimas postagens ainda se referem aos detalhes do protesto que, segundo os organizadores, era uma homenagem ao grande evento de 1964 e uma forma da sociedade pedir “intervenção militar constitucional” no país, seja lá o que for que isso signifique.

Em vídeo postado no último dia 20 para rebater as críticas ao evento, os organizadores Celso Brasil e Cristina Peviani convidavam os manifestantes contrários a aparecerem com um jargão muito comum entre policiais militares, em especial os das chamadas tropas de elite. “Sejam bem-vindos os mascaradinhos que quiserem bagunçar: é ‘faca na caveira’ pra vocês”.

Fonte: CARTA MAIOR
_________________________________________________________________________



         opinião - PAPIRO


Venho acompanhando, de longe pelo barulho que produz e de perto pela leitura, as matérias que a velha imprensa vem publicando sobre os 50 anos do golpe militar de 1964.
Acho estranho que essa velha mídia, que de alguma forma apoiou o golpe militar, venha , 50 anos depois, se apresentar como defensora da democracia.
Por fim, algum site tocou neste assunto, como no textos acima.
Tudo bem que pessoas e organizações mudam; revêem valores, percepções, práticas, mitos, crenças  e tudo aquilo que contribuiu para formar uma visão da realidade.
Considerando que o mundo hoje, em 2014, é bem diferente do que em 1964, não seria estranho se pessoas e organizações que viveram o período do golpe tivessem, hoje, posições bem diferentes da época da quartelada tropical de Pindorama, que proporcionou os tão desejados cartões de crédito e vestidos da alta costura para os militares e seus familiares.
Entretanto a velha mídia  nestes 50 anos pouco mudou e, o apoio dado ao golpe meio século atrás , hoje continua o mesmo, porém com novas abordagens  , resultado do papel assumido pela mídia corporativa  ocidental nos últimos 24 anos.
A grande imprensa atualmente no  Brasil e  no mundo cumpre a função de organismo certificador e multiplicador do sistema político- econômico dominante, não dando espaço para qualquer teoria ou manifestação que produza o contraditório.
Tanto é assim que governos que optaram por caminhos que valorizam a social democracia , buscando reduzir desigualdades através de  políticas e programas sociais, são violentamente atacados  pela velha mídia, que chega ao cume do rídiculo em apontá-los como comunistas, reduto de ditadores, anti-democráticos e outras designações similares. 

Ainda no papel de certificadores, defensores e multiplicadores do modelo mundial decadente, essa velha imprensa já foi personagem principal na tentativa de derrubar um governo legítimo e eleito pelo povo em eleições livres, como foi o caso da Venezuela no final do ano de 2002 e início de 2003.
A ação da imprensa na Venezuela foi tão escancarada que mereceu um filme sobre o assunto.
Ainda para apoiar as incursões delirantes de poder da central anti-democrática mundial, os EUA, toda a mídia ocidental, repetiu , sem o menor resquício de análise crítica, as mentiras proferidas por Washington para invadir o Iraque em 2003 .
Por aqui no Brasil o comportamento da velha imprensa é o mesmo.
Assumida  escancaradamente como partido de oposição aos governos populares e democráticos do PT, a velha imprensa  trabalha diariamente para derrubar esses governos, seja  através de um noticiário que procura evidenciar o  pior dos mundos para o país, seja através de ocultar a realidade, ou mesmo de criar condições políticas para exigir um impeachment dos presidentes, como chegou  a ser cogitado no final do ano de 2005 contra Lula, por conta das denúncias do mensalão, que hoje,como se sabe, foi uma grande farsa. 
E eis que atualmente com a efeméride de 50 anos da quartelada , a velha imprensa, através de suas matérias sobre o golpe, mais se assemelha a uma organização guerrilheira que lutou contra o regime militar.
Como escrevi no início do texto, organizações e pessoas mudam, porém, mais do que discursos de mudança, o que de fato consolida as transformações é o conjunto de ações e idéias que se  refletem em comportamentos ao longo de anos.
Assim sendo , a velha imprensa, hoje, é a mesma que apoiou o golpe de 1964 e que, certamente, não hesitaria em fazê-lo novamente, caso condições existissem para isso.
Como a democracia é a palavra chave e mágica , como também o principal  produto de exportação do mundo próspero, moderno e civilizado, as investidas de quarteladas na base da força e pela ordem  em apoio a  família e Deus, não tem o respaldo desejado, logo os neo golpes da atualidade são revestidos de amparo legal, teses jurídicas.
Para que sejam bem sucedidos o papel da velha imprensa mundial é fundamental, diria que mesmo imprescindível.
No final da semana que passou grupos saíram as ruas de São Paulo em passeatas contra e a favor do golpe de 1964.
A verdadeira democracia permite que até mesmo grupos que não toleram o regime democrático possam manifestar suas idéias, de forma civilizada e de acordo com a regras do jogo vigente, escolhido pela maioria da população.
Assim foi a passeata que reuniu trezentas pessoas em São Paulo - número menor que a capacidade de alguns cinemas - para pedir a volta dos militares ao poder.
Não faltaram imagens de santos, orações e palavras de ordem em defesa da vida, como o apoio a pena de morte.
                        
     
Pelo que se viu, a passeata que marchava em nome de Deus foi abandonada por Ele
Cabe lembrar aos saudosos dos tempos de quarteladas, que existe um partido político que se chama partido dos militares e aqueles que se identificam com uma farda ( hummmmm ,bandeira) podem votar democraticamente em seus representantes.
Já a velha imprensa deu mais destaque aos trezentos de Deus, do que ao outro grupo de mais ou menos mil pessoas que marchavam em favor da democracia e do estado de direito.

Assim sendo, caro leitor, toda essa cobertura da velha mídia sobre o golpe, cheira mal, não é verdadeira não aborda as questões principais, e ainda tenta criar um glamour sobre o período e sobre os perseguidos.
A verdadeira revolução é aquela que não abre mão do aprofundamento do processo democrático, com liberdade de expressão para todos , democratização do meios de comunicação, reforma política com constituinte soberana, reforma agrária, eleições livres e democráticas.
Essa  revolução está marcada na pele dos verdadeiros democratas, lugar que nunca foi e não é o lugar da velha imprensa.

                
                

Nenhum comentário:

Postar um comentário