quinta-feira, 13 de março de 2014

Sobre águas, chuvas e energias


                                                    editorial - PAPIRO


A energia para produzir mentiras e manipular as informações é inesgotável na velha mídia.
Todos os dias, a toda hora, uma nova notícia alertando para um suposto caos a espreita tenta promover o pânico, o desespero e  a falta de esperança em dias melhores.
Hoje, 13.03.14, a energia de criação de novas realidades se volta para a energia elétrica, essencial para o funcionamento da vida de um país, de uma cidade, de um bairro, de um açougue.
Chuvas, água, energia elétrica , ciclo hidrológico, fazem parte da sopa de letrinhas que conduz o noticiário da velha mídia para a tragédia que assola o país.
Tragédias podem ocorrer, por conta de águas, chuva e energia, porém não são retratadas com realismo na velha imprensa.
O caso da cidade São Paulo é uma tragédia anunciada.
Tudo por que os governos do estado de São Paulo não deram a devida atenção para o grave problema de abastecimento de água da cidade.
O sistema Cantareira, que abastece a cidade de São Paulo encontra-se em um nível crítico, não apenas pelo percentual disponível do recurso hídrico, mas pelo uso indevido, o que pode levar anos para que o sistema volte ao equilíbrio, no tocante ao abastecimento da cidade.
Um racionamento da água para os paulistanos é uma realidade com probabilidade elevada.
Sabendo do problema , há pelo menos cinco anos,  os governos estaduais de SP deveriam ter investido em soluções de captação do recurso por outras fontes, como por exemplo a construção de tubovias para coletar água de grandes aqüíferos  até a cidade de São Paulo. 
Nada disso foi feito.
O caos bate à porta dos paulistanos.
Como estamos em ano de eleições, o governador não toma as medidas de racionamento da água na cidade, pois tais medidas certamente comprometeriam de vez, a sua sonhada releição.
A águas que faltam em São Paulo, e que podem comprometer o consumo do recurso pelos paulistanos, também faltam no país devido a timidez das chuvas neste período.
No cenário nacional, a preocupação se concentra na geração de energia elétrica, já que a matriz energética brasileira tem um percentual predominante na geração de energia hidrelétrica.
Entretanto, tal preocupação se encontra em um nível de probabilidade baixa em ocorrer um racionamento de energia elétrica para os brasileiros. 
Por um lado o racionamento de água para os paulistanos com probabilidade alta.
Por outro lado um racionamento de energia para os brasileiros, com probabilidade baixa.
Esse é um excerto da realidade.
Já os jornais Folha de SP e globo deram destaque hoje, em primeira página, na probabilidade baixa de um racionamento de energia elétrica no país. 
E não foi um destaque qualquer. 
Foi muito estardalhaço para a probabilidade de a moeda cair de pé, em um jogo de cara ou coroa, por exemplo.
Folha se superou. 
Chegou a sugerir que o governo Dilma desse início a um racionamento de energia elétrica, isso como motivo de precaução.
Precaução desnecessária pois as chances de chuvas ainda são grandes.
Chuvas que não resolveriam a matriz de captação de água para consumo de São Paulo. 
Matriz que deveria ser diversificada com outras fontes de captação.
Já a matriz energética brasileira vai se diversificando, mesmo com fontes sazonais como a eólica.
Em meio as chuvas, águas , energia e ciclos hidrológicos, a velha mídia assassinou a lógica hídrica nacional, ao destacar a exceção com sendo a realidade.
No jornalismo da velha mídia, de fato, a realidade é exceção.





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