quarta-feira, 19 de março de 2014

Secão em SP e golpe na democracia

China tem mais liberdade de expressão

Imprensa “comunista” é a daqui, que não deixa passar nada “a favor”.
O ansioso blogueiro acaba de voltar de uma viagem à China.

Desde domingo debruça-se sobre o PiG (*) impresso e suas manifestações na Globo Overseas.

E concluiu que na imprensa da China há mais liberdade de expressão, mais “contraditório”.

Nos jornais chineses em inglês e nos diversos canais em inglês da tevê estatal CCTV – de excelente qualidade, aliás – é possível encontrar notícias “do contra”.

Sobre a crescente desigualdade de renda entre o campo e a cidade.

Sobre a devastadora poluição, especialmente em Beijing, e perto das siderúrgicas, das cimenteiras e das fábricas de papel.

Sobre o infernal engarrafamento de trânsito em Beijing e Shangai.

Sobre os impasses criados com fim da política do filho único – as empresas começam a não contratar mulheres entre 20 e 40 anos.

O aumento do custo de vida em Shangai – o maior do mundo, segundo a Economist.

A feroz campanha anti-tababagista.

A burocracia que trava os negócios e o Governo.

Trata-se, como se sabe, de um regime comunista.

Para um cidadão receber em casa, no cabo ou por satélite, a BBC ou a CNN tem que ter autorização do Governo.

O ansioso blogueiro assistia à BBC.

(Um dos melhores momentos de uma viagem ao exterior é acompanhar os acontecimentos do mundo, no caso, na BBC Ásia, longe da mediocridade colorida dos correspondentes da Globo, que falam, de Londres, sobre a Malásia ou a Crimeia…)

Quando entrou no ar  matéria sobre uma manifestação contra o Governo, na Praça da Paz Celestial, em plena luz do dia, a tela transformou-se numa placa preta, sem som e, minutos depois, voltou a BBC ao ar, normalmente, como se nada tivesse acontecido.

As autoridade chinesas atribuem recentes atentados e manifestações em Beijing a grupos islâmicos de origem mongólica.

Outras experiências interessantes: o acesso ao Google e ao New York Times se faz na velocidade das teles brasileiras …

Na mídia nativa, como diz o Mino, há um regime “comunista” mais impermeável e sólido.

De tipo Coreia do Norte, presume-se.

Porque, aqui, não tem perdão.

É tudo contra !

Quando deixou o Brasil, a  Urubóloga anunciava o apagão.

Agora, a inflação desembestada.

Amanha será …

Qualquer coisa !

(Sobre o apagão de água dos tucanos de São Paulo, nada … Tem que esperar o Bessinha se manifestar.)

No Globo, no Estadão, na Folha (**), no Mau Dia Brasil – o regime “comunista”, centralizado, universal, exerce seu poder de forma implacável, estaliniana.

Não passa nada a favor.

Por isso, a “política” partidária no Brasil é esse minueto artificial.

Tudo se resume a conseguir “tempo de tevê”.

O PMDB – leia-se FHC – não presta pra  nada: vale o tempo de tevê que tem.

E só.

A política brasileira gira, gira, e roda em torno do horário eleitoral gratuito.

Quando, enfim, os governos trabalhistas conseguem abrir a boca.

Ainda na China, o ansioso blogueiro assistiu a interessante entrevista do novo Primeiro-Ministro da Itália, Matteo Renzi, ao importante programa “Porta a Porta”.

Sobre a RAI, a tevê estatal, ele disse que tanto como “informar” o papel da RAI é “formar”.

Quando a RAI exibe a “Tosca” ou o “Nabucco”, ela diz ao jovem italiano: você faz parte de uma tradição cultural que é preciso preservar.

Renzi morreria de espanto no Brasil.

Aqui, quem “forma” são o Faustão e o Pedro Bial …

O Berlusconi tentou partidarizar e privatizar a RAI e não conseguiu.

A imprensa chinesa não será privatizada.

E sempre será do Partido.

Mas, o chinês se informa melhor que o brasileiro.

E o venezuelano também, como, aliás, o Rodrigo Vianna se cansou de demonstrar.

Sobre essas considerações inúteis, não perca o excelente – como de hábito – artigo do professor Venício Lima.
Fonte: CONVERSA AFIADA
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            opinião - PAPIRO

Eu já desconfiava.
Também me inclino a acreditar que em Cuba deve existe maior liberdade de expressão do que por aqui.
Por um lado essa imprensa partidarizada no Brasil, que bloqueia tudo, também contribui para seu próprio fim.
Com a internete não dá mais para globo e seus pares construírem realidades paralelas.
Sobra apenas o grito, e no grito o único que levou foi Dom Pedro I, e já faz muito tempo.
A última de globo foi conseguir uma liminar na justiça que proíbe os portais Terra e UOL de reproduzirem notícias sobre o fantástico, formidável, educativo, brilhante, culto e excelente programa big brother brasil.
Uma modalidade de censura, com certeza.
Cabe lembrar que além dos veículos de mídia de globo, somente as mídias rasteiras e populares reproduzem informações sobre o programa modelo de cultura e entretenimento da televisão brasileira..
Com a censura, chamada de proibição, a big programa será reproduzido apenas nas mídias de globo.
Por um lado é bom, pois quanto menos mídias se dedicarem a reproduzir mediocridades, melhor para os leitores.
Enquanto a censura se manifesta, a água dos paulistanos fica cada vez mais curta.
Certamente a falta de água na maior região metropolitana do pais não pode passar em branco nas mídias, já que trata-se de um fato importante que merece análise por todos os ângulos, cores e ideologias.
Não é o que se vê na velha mídia.
Em globo , folha  e similares o que predomina é o recorrente exercício de  poupar os governantes do estado de SP, todos ligados ao PSDB, pela tragédia que é o racionamento de água.
No jornalismo eclipse da velha mídia, as informações sobre o SECÃO em São Paulo recaem sobre a cidade de Guarulhos, na região metropolitana. 
Curioso lembrar que a cidade é administrada pelo PT e o racionamento tem implicações claras com o sistema de abastecimento da região metropolitana, de competência do estado de SP.
O SECÃO em SP é mais um retrato translúcido da incompetência dos governos do PSDB.
Inconcebível que  a região metropolitana de SP conviva com  racionamento de água.


Entretanto as notícias que leitores, ouvintes e telespectadores recebem não tem esse enfoque.
Assim como as fezes que veja apresentou em primeira capa no último final de semana, que estariam inseridas em um contexto de regalias, nem de longe se comparam com as regalias indecentes e criminosas que envolvem os políticos do PSDB no chamado mensalão tucano. 
Mensalão tucano que entrou na pauta de julgamento por esses dias.
Em globo, logo pelas manhãs, olheiras sedentas de tragédia apresentam em telejornais o fracasso que se aproxima. 
O mantra matinal depressivo alerta para os perigos incontroláveis de uma inflação rebelde e avassaladora.
O tomate está de novo nas mídias, na pauta das tragédias.
Cabe lembrar que nos governos populares e democráticos do PT, com Lula e Dilma, a inflação sempre - eu escrevi sempre, caro leitor - se manteve dentro da meta estabelecida.
Entretanto as olheiras insaciáveis repetem o fracasso da política do governo em conter o dragão, isso repetido diariamente, pelas manhãs, através de dragões insaciáveis.
Enquanto a água seca em SP, globo e folha alertam para o perigo de um apagão de energia, que provavelmente ocorrerá no próximo ano, segundo especialistas consultados.
Como não existe a possibilidade de racionamento de energia a curto prazo, globo, folha, veja e estadão, por conta do ano eleitoral, criaram o racionamento in advance, ou seja, o que não acontece pode estar acontecendo, mesmo que a população não esteja  vendo ou sofrendo os efeitos da escuridão que assola o país, principalmente no campo da informação e  da cultura..
O racionamento de energia elétrica in advance está presente como notícia , diariamente, nos grandes e sujos jornais do país.
Com o modelo de mídia que existe atualmente no país, o racionamento que existe é  de democracia.
O país não pode  mais conviver com esse modelo e é cada vez mais urgente uma reforma ampla e profunda nos meios de comunicação
Em 31 de março, prefiro 1° de abril, temos os 50 anos do golpe militar que travou o desenvolvimento do Brasil, estuprou a democracia e mergulhou o país no atraso por décadas.
Na época, lá pelo início dos anos da década de 1960, o mundo se dividia em capitalista e comunista.
O Brasil, que optava por um caminho de social democracia deixando para trás  o capitalismo selvagem,  foi a bola da vez  pois o governo da época emitia claros sinais de uma virada para o lado comunista, isso na visão da velha mídia que martelou por  anos essa tese.
Para conter  o perigo vermelho, veio o golpe de estado com uma ditadura sanguinária que durou 21 anos.
O golpe foi saudado por globo e toda a mídia como, pasmem,  sendo o ressurgimento da democracia.
As críticas aos regimes comunistas da época, enfocavam a ausência de liberdade do povo e de democracia.
Para conter o perigo do comunismo, o Brasil e todos os países da América Latina foram vítima de violentos golpes de estado com a participação das forças armadas desses países, e , claro, com o inestimável auxílio de grande parte do empresariado e da CIA
A história todos sabem.
Somente a partir dos anos da década de 1980, quando já estava em curso o projeto americano para derrubar o comunismo do leste europeu, que os países da América do Sul começavam a se reencontrar com governos civis e eleições livres e democráticas
No final da década de 1980 e início da década de 1990, o comunismo do leste europeu desabou e o ocidente alardeava a vitória da liberdade e da democracia
Entretanto, a partir do final da década de 1990 e início da década de 2000, a América do Sul elegeu governos que mesmo dentro das regras do jogo mundial, resolveram aprofundar o processo democrático nos países do continente, priorizando políticas que , agora já implantadas, reduziram as enormes e históricas desigualdades sociais na região.
E eis que os antigos defensores da democracia ,como globo , por exemplo, ao se depararem com o avanço do processo democrático no Brasil e no continente sul americano empreenderam , talvez, a maior campanha de desinformação e omissão da realidade do Brasil e dos países sul americanos.
Essa campanha chegou a tal ponto que os perigos alardeados pela velha mídia são praticamente os mesmos  que eram  alardeados no início dos anos da década de 1960, antes do golpe de 1964, apesar do sepultamento do urso vermelho.
Chega-se até mesmo a falar e noticiar  sobre um perigo comunista no Brasil e na região, quando de fato, porém ocultado da população do continente, o que acontece são governos comprometidos com uma democracia social e civilizada.
Democracia esta que vai bem, isso  aos olhos de pessoas independentes pelo mundo que não tem o menor compromisso atual ou passado com a ideologia comunista.
O que existe de fato, hoje, no Brasil e em países da América latina, são ações orquestradas pela inteligência dos EUA, com apoio de grandes grupos de comunicação do continente, para desestabilizar e até mesmo derrubar governos comprometidos com o avanço do processo  social democrático
Certamente  a democracia, a liberdade  de expressão e a civilidade não fazem parte dos valores e ideários  dos governos dos EUA, dos grandes  grupos de comunicação do Brasil e da América Latina e também de uma parcela das corporações.

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