segunda-feira, 31 de março de 2014

Aos olhos do homem todos os animais são ingênuos

segunda-feira, março 31, 2014


'Tudo é possível'

 


Veículo da Folha incendiado: acusado de transportar presos políticos
Risível, para não dizer desaforado, o editorial da Folha de S.Paulo no domingo, 30 de março. O embaraço ao fazer um mea culpa nos 50 anos do golpe militar começa logo pelo título: "1964" - apenas o ano do acontecimento, tentando uma "neutralidade" que beira (ou alcança) o tucanismo. Todo esse cuidado, esse pisar nas pontas dos pés, sobre ovos, se reflete ainda mais na linha fina que apresenta o texto (o grifo é nosso): "Aos olhos de hoje, apoiar a ditadura militar foi um erro, mas as opções de então se deram em condições bem mais adversas que as atuais". Ou seja: sim, nós apoiamos os militares; e sim, isso foi ruim; mas, "veja bem, não é o que você está pensando, sejamos razoáveis..."
Depois das necessárias - ainda que tardias - críticas à ditadura, nos quatro primeiros parágrafos, pra tentar "ganhar" a simpatia daqueles que a condenam, a Folha desliza na argumentação (o grifo é nosso): "Parte da esquerda forçou os limites da legalidade na urgência de realizar, no começo dos anos 60, reformas que tinham muito de demagógico". Como assim?!? "Forçou os limites da legalidade"?!? O governo de João Goulart não teve tempo - nem força - para tomar uma medida sequer, legal ou "ilegal", a favor ou contra qualquer coisa. Pelo contrário: assim que Jânio Quadros renunciou, Jango sofreu o primeiro golpe, ao ser obrigado a aceitar um regime temporário de parlamentarismo. Isso sim "forçou os limites da legalidade".
Jornal chama ditadura de 'ditabranda' e gera protesto popular
Mas o editorial da Folha prossegue derrapando em toscos argumentos: "Logo após 1964, quando a ditadura militar se continha em certas balizas, grupos militarizados desencadearam uma luta armada dedicada a instalar, precisamente como eram acusados pelos adversários, uma ditadura comunista no país". Ah, mas que boazinha essa ditadura! Que esforço ela fazia para se conter, coitada! Tanto que, ANTES de qualquer pessoa pegar em armas contra ela, os militares cassaram centenas de políticos democraticamente eleitos, prenderam arbitrariamente milhares de pessoas, institucionalizaram a tortura, proibiram eleições, alçaram a "linha dura" ao poder, censuraram a imprensa, amordaçaram o Congresso e "estupraram" o país ao impor o AI-5. Isso é ser "contida"?
Pois foi justamente por toda essa violência que muitos (ainda que equivocadamente) partiram para a luta armada. Não contente, porém, o editoral emenda cinco parágrafos de exaltação ao "milagre econômico" do início dos anos 1970, como sendo o lado "benéfico" e "justificável" do golpe militar. E aí vem o grand finale, quando o jornal assume o apoio que deu ao regime de exceção - e procura nos convencer de que, na época, foi uma atitude "correta": "Às vezes se cobra, desta Folha, ter apoiado a ditadura durante a primeira metade de sua vigência, tornando-se um dos veículos mais críticos na metade seguinte. Não há dúvida de que, aos olhos de hoje, aquele apoio foi um erro". Somente "aos olhos de hoje"?!?? Vá dizer isso a alguém que foi barbaramente torturado naqueles tempos! E que talvez, como registram várias denúncias, tenha sido transportado para cárceres clandestinos em veículos da própria Folha de S.Paulo. A mesma Folha que já chamou a ditadura de "ditabranda"...
Março de 1964: Folha insufla o golpe
É isso, minha gente. O jornal que insuflou o golpe em quase todo o período do curto - mas legítimo - governo João Goulart, e que saudou a tomada de poder pelos militares como a salvação do país, diz agora que "errou", mas termina o editorial em tom de "sermão" contra possíveis detratores. Mas tem um lance curioso: quando pensei em fazer esse post, imaginei os comentários que faria para encerrá-lo. Mas foi aí que eu reparei em outros três textos publicados na mesma página 2 da Folha de domingo (assinados por Eliane Cantanhêde, Henrique Mirelles e Carlos Heitor Cony) e notei que, por uma "coincidência semiótica", os títulos de cada um resumiam - ou comentavam - o descarado editorial: 'Desastres nada naturais', 'O que não foi feito' e 'Tudo é possível'. Impressionante como, sem querer, qualquer um desses títulos poderia nominar o editorial, em vez do anódino "1964". Mas eu prefiro terminar meu texto com uma definição do Dicionário Informal: "CARA DE PAU: Pessoa descarada, sem vergonha. Atrevido. Sinônimos: atrevido, sem vergonha, safado, mentiroso, descarado, sem-vergonha, sem escrúpulos, cara lisa". Sem mais.

Fonte: FUTEPOCA
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Trombone alvorada weril
          crítica - PAPIRO
 

Primeiro foi o globo e agora é a folha de SP dizer que foi um erro apoiar a ditadura militar e o golpe de 1964.
Folha diz que aos olhos de hoje foi um erro, assim como globo, mas ambos e toda a mídia corporativa continuam trabalhando em outras modalidades de golpe de estado e violência contra regimes democráticos e legítimos. 
Tem sido assim no Brasil, na Argentina, na Venezuela, na Bolívia, no Equador e em outros países que, atualmente,  não se alinham incondicionalmente com o sistema político e econômico mundial.
De fato, aos olhos de hoje arrancar um presidente eleito de forma democrática e legítima de seu posto , seria um erro grotesco, mesmo que exemplos hondurenhos demonstrem o contrário.
Aos olhos de hoje, Galileu não estava errado, disse a Igreja mais de trezentos anos depois.
Aos olhos de hoje a velha mídia brasileira continua a mesma,  porém mais rica devido as investidas nas gigantescas e assombrosas tetas da ditadura militar no período de vigência do regime.
Certamente os cabelos estão mais curtos, a máquina de escrever  hoje tem vídeo acoplado, e os telefones não tem fio, porém as mentiras ,manipulações, omissões e objetivos golpistas em nada mudaram nestes últimos 50 anos.
Aos olhos de hoje, a mídia impressa é um fantasma que insiste em vagar pelos cantos do mundo.
Aos olhos de hoje os telejornais  da TV's privadas são peças cômicas carregadas de espectros teatrais em defesa dos interesses dominantes no mundo.
Aos olhos de hoje o passado é sempre ingênuo, inocente e atrasado.
Aos olhos do homem, todos os animais são ingênuos.

A guerra psicológica

Os mísseis da mídia que criam insegurança, na Venezuela e no Brasil

 

publicado em 29 de março de 2014 às 11:37

Atrizes cansadas no Brasil e, abaixo, a miss cansada na Venezuela: indignação seletiva mas altamente midiática; as imagens mexem com a emoção e criam associação negativa com os eventos a que se referem.


20 pistas para entender a guerra psicológica contra a Venezuela

No Correo del Orinoco | 21/10/2013 09:02 |

Texto de: Vanessa Davies
Tradução: Jair de Souza
Os psicólogos Olivia Suárez e Fernando Giuliani advertem que estão queredo plantar a incerteza e a angústia e pintar um país que supostamente está caindo aos pedaços, a fim de que as pessoas estejam dispostas a qualquer coisa para recuperar “a ordem”.
Você considera que o país está caindo a pedaços? Acredita que a culpa de todos os males se concentra no chavismo e, especialmente, no governo nacional? Quando você ouve a música que identifica as transmissões conjuntas de rádio e televisão tem vontade de matar alguém? Você está convencido de que todo mundo anda de mau humor porque não aguenta mais “a crise”? Provavelmente, você é vítima da guerra psicológica.
Sobre a guerra psicológica os psicólogos bolivarianos vêm falando. Assim como o presidente Nicolás Maduro, o qual advertiu que o que está por trás disto é a intenção de derrotar o governo constitucional e livrar-se da revolução.
Os psicólogos Ovilia Suárez e Fernando Giuliani, integrantes do coletivo Psicólogos pelo Socialismo, advertem que isto não começou este ano, mas que se agudizou a partir do desaparecimento físico do comandante Hugo Chávez. O alvo do presente, alertam, é o povo bolivariano para criar nele desânimo e desalento, mas sem deixar de lado a população que não acompanha o processo socialista. O “Correo del Orinoco” oferece 20 pistas para entender o que está acontecendo.

1) O que é a guerra psicológica?
“Uma guerra psicológica não é o mesmo que uma guerra militar. Porém, quando dizemos guerra é porque existe um objetivo de ataque a um alvo. É preciso diferenciar isto, de uma vez, do que seria uma confrontação política de alta intensidade”, explica Giuliani. “A guerra tem como elemento exclusivo atacar um alvo, o que, neste caso, são muitas coisas”.
Outro elemento que lhe é característico é que está planificada; ou seja, “são estratégias que têm um objetivo e estão planificadas”; há gente por tras que está desenvolvendo “todo um conjunto de recursos, estudando a situação, mobilizando um conjunto de recursos” no rumo desse objetivo.
O psicólogo acrescenta que esta forma de guerra visa a mente: “O cenário é a mente. E por mente devemos entender muitas coisas: é a mente individual, mas também poderíamos mencionar a mente coletiva, as representações sociais, as atitudes, as relações sociais em todos seus imaginários, as emoções e os pensamentos”.
O analista afirma que há evidências muito claras de guerra psicológica na Venezuela; por exemplo, é evidente que há um manejo planificado do rumor, planificado. “É evidente que há um manejo planificado de um tipo de informação claramente apontando a objetivos muito concretos”
Os meios de comunicação “são instrumentos evidentes disto”, e basta uma revisão das manchetes de jornais e de programas televisivos para constatar “que começam a aparecer padrões”. Todos dizem o mesmo, com um objetivo fundamental: “gerar insegurança psíquica; gerar incerteza, gerar estados de alerta que não correspondem à realidade”. O psicólogo coloca o exemplo da influenza AH1N1: “houve, pelo menos, três semanas nas quais as manchetes dos grandes jornais tratavam permanentemente disso. As rádios falavam disso e a televisão falava disso. O desabastecimento: todos os dias começam a falar do desabastecimento”.

2) Em que se diferencia um fato real da guerra psicológica?
Há características muito concretas, diz Giuliani. Aqueles que pintam um país em ruínas “nunca terminam de decidir, de demonstrar convincentemente o que estão dizendo”. Retoma o exemplo da influenza AH1N1, porque foi apresentada ao país como se tivesse sido uma epidemia terrível, mas pouco se informou sobre as ações do governo para combatê-la.
A mídia enfatiza e destaca o negativo, o pior que possa ocorrer. A dúvida é sempre dirigida ao pior. “E sempre tratam de gerar a sensação de que não se está fazendo nada a respeito e que a coisa ainda vai piorar”. São “meias verdades”, que estão baseadas em coisas “que efetivamente ocorrem”, como a corrupção e a insegurança.

[No Brasil: Rumor na internet: a casa da fazenda do filho do Lula era uma universidade pública!]

3) Qual é o papel do rumor nesta estratégia?
Ovilia Suárez acrescenta que o instrumento perfeito para a difusão destas supostas informações é o rumor. “E o rumor sempre parte de uma ação, de um conto, de uma referência que é real. É real entre aspas; ou seja, parte de uma referência que permite que a gente acredite que é real, seja porque você a vivenciou, ou porque sua vizinha acabou de ver, ou porque seu cunhado estava ali quando aconteceu. Sempre vão contá-la como se algo de sua realidade estivesse presente. Quer dizer, não é que me foi contada por qualquer um; é que ali estava meu amigo, meu tio, meu sobrinho, etc.”
Ao parecer “crível”, qualquer um o retransmite, porque “você parte da boa fé, parte de que algo está acontecendo. O que ocorre com o rumor atualmente? Ocorre que agora estão todos os meios e redes sociais que o retransmitem de forma massiva e imediata”.
Ou seja, “já não se trata de um rumor que o Fernando me disse, senão que através do Twitter foi passado a 2 milhões de pessoas simultaneamente”.

4) O que os meios de comunicação fazem?
Os meios, ressalta Suárez, “são os novos exércitos de sua nova guerra. Ou seja, já não são homens que vão combater corpo a corpo, homem com homem, mulher com mulher; não vão utilizar nem aviões, nem tanques, nem metralhadoras”.
Utilizam os meios de comunicação, as telecomunicações, as redes sociais, como parte de uma planificação. “São grupos que lançam rumores e grupos que criam situações, que reforçam a possibilidade de que seja veraz”, adiciona. “Você sempre vai ver, portanto, em um supermercado, em um banco, no metrô, numa barraquinha, gente que começa a contar-lhe uma história que pode estar fora de contexto, especialmente sobre algo emocional”.
Ambos psicólogos creem que não é fortuito que haja grupos que, em diversas regiões do país, estejam falando sobre os mesmos temas. “Chama a atenção a semelhança dos contos em diferentes cenários”, assim também “como se argumenta, como se começa por uma coisa e se termina no ponto alvo do momento; no caso dos supermercados, ao não encontrar alguma coisa”, assinala Giuliani. Há outros setores que, sem se darem conta, se convertem em cúmplices disso. “E sempre há alguém gravando o que acontece ali, que depois sai no You Tube ou na internet; ou seja, são situações que vão reforçar principalmente a emocionalidade que está sendo disseminada dentro da guerra psicológica”.
O modelo comunicacional com o qual se trabalha é o da incerteza, Suárez afirma. “Quer dizer, lançam uma notícia, e não importa se é verdade ou mentira. Assim como não importa quem a lançou, porque o importante é que nos gere dúvida, e a dúvida está associada ao fato de que você não sabe o que vai acontecer”.

5) O que se procura?
Essa incerteza que eles geram “destampa outras emoções como a angústia, o medo, o pânico, a raiva”, Suárez enumera. São sentimentos negativos “que, por um lado, são mais difíceis de eliminar, de combater, e que, por outro, são de muito maior força que os positivos. Então, ao criar sentimentos negativos de tal intensidade, as pessoas ficam em um momento a ponto de desespero, ou desesperadas”.
Ao levar a população a esse estado, “as pessoas estão dispostas a buscar qualquer coisa que lhes permita sair da situação”, o que as leva à confrontação e a empreender qualquer ação – inclusive violenta – para sair desse “grande caos”.
A psicóloga acrescenta que esse caos tem algo de certo a nível individual, porque “emocionalmente você está desestruturado”, mas na vida social essa desestruturação não é certa.

6) A guerra se acentuou com a morte do comandante Hugo Chávez?
“Totalmente”, responde Giuliani. Não obstante, o especialista se refere à campanha contra o comandante Hugo Chávez, que começou muito antes de que assumisse a primeira magistratura. Uma prova disso é o áudio truncado difundido em 1988, no qual, supostamente, o comandante ameaçava fritar as cabeças dos adecos, que posteriormente se descobriu que era uma montagem.
[Nota do Viomundo: "Adecos" de militantes da AD, o partido que já foi o principal da Venezuela]
O psicólogo identifica a persistência dos grupos de poder em manter “essa desinformação permanente”, e estima que isso “fez o seu trabalho”. Além do mais, alimentou “o temor ancestral que se teve aqui em relação à esquerda toda a vida, aqui e em toda a América Latina”. Os sentimentos que são atiçados “não nos predispõem ao encontro e nem ao diálogo”.
O psicólogo esclarece que é saudável sentir medo, mas alerta que, quando o manipulam de maneira prolongada, há um grande perigo. “Por que são perigosos? Porque são sentimentos e pensamentos que têm um alto conteúdo irracional. Não é porque seja produto de um louco; o que ocorre é que nós temos medos, e os medos não são tão fáceis de identificar. Temos medo de coisas difusas, perante o que o raciciocínio sereno, equilibrado, precisa atuar durante muito tempo para poder se contrapor”, refletiu.
Um dos problemas que ele identifica é que boa parte da população não crê que isto exista, e muito menos que haja gente organizada para preparar essas condições.

7) Quais são os alvos da guerra?
O alvo primordial, neste momento, é o chavismo, alerta Giuliani. “A morte do comandante Chávez abriu para a vanguarda dessa oposição direitista, e também para todos seus grupos aliados, a oportunidade de dividir o chavismo”. O que a guerra psicológica faz contra o chavismo? “Gera insegurança. Insegurança, com relação a quê? Da intencionalidade dos diferentes líderes, sobretudo o presidente Maduro; o sentido da união que tem o projeto chavista, o temor de que, morto Chávez, isto se acabou, porque foi esse o discurso que os opositores sempre faziam”.
Para isso, “estão se apoiando em uma coisa que é verdadeira, que é o forte impacto psicológico e afetivo que ocasionou a morte do comandante” e o luto posterior. A pergunta lógica de como dar continuidade à revolução “abre em você uma vulnerabilidade que faz você pensar em coisas que seguramente não havia pensado antes”.
– Por exemplo?
– A guerra psicológica faz você pensar que isto pode terminar, faz com que você questione se o Maduro poderá dar conta da presidência da República. Por exemplo, pode levar você a se perguntar: “Ele saberá governar como governava meu presidente Chávez? Ele saberá lidar com os problemas que o país tem?”

[No Brasil: Poucos se dão conta de que os escândalos de véspera de eleição são 'produzidos' para aquele momento e alimentam pesquisas que demonstram a influência dos escândalos 'produzidos' no eleitorado]

8) O objetivo é somente o povo chavista?
“O chavismo é o alvo fundamental, mas não é o único. E o que eles querem gerar aí? É a divisão a partir do temor, a partir da insegurança desde um ponto de vista mental. Mas o resto da gente que não apoia o projeto bolivariano continua sendo um alvo importante”, pontualiza Giuliani.
Quanto ao setor que não compartilha da revolução, a estratégia se dirige a tentar juntar as pessoas em torno do mesmo: Fazer-lhes crer que o chavismo “é o que de pior já conteceu no país, que é o mais corrupto, que são ineptos, que é uma gente inescrupulosa e capaz de fazer absolutamente qualquer coisa”.
Tal como ressalta Giuliani, “estão realmente e lamentavelmente convencidos de que efetivamente isto não serve absolutamente para nada”; estes rumores e o discurso persistente sempre apontam “o quão inepto o chavismo é; o inescrupuloso que o chavismo é; o corrupto que o chavismo é. E quando digo chavismo, esta guerra psicológica coloca a questão de tal maneira para que não haja exceções”.
Eles fecham para esses setores a possibilidade de pensar que há gente honesta e capaz no chavismo, e que o governo esteja fazendo algo de bom, expressa o psicólogo. “E como conseguem? Primeiro, pela persistência, porque vêm mantendo esse discurso por 14 anos; e segundo, pelo bombardeio permanente que não lhes dá oportunidade de refletir”.

9) Quais são os setores mais vulneráveis?
Nestes momentos, “os ataques se dirigem a todas as populações, com diferentes tipos de munições e mensagens”, expressa Suárez.
Em relação aos jovens, insistem em que eles não têm futuro, que devem ir embora do país. “Há uma matriz sistemática, que é a da fuga de cérebros para que a juventude sinta que, estude o que estudar, não tem esperança nem futuro na Venezuela”, comenta. Isso não afeta apenas aos jovens, mas também as famílias, porque entram em jogo o desenraizamento e os vínculos emocionais, assim como o temor “de que esses vínculos se rompam”.
Quanto às mulheres, pretendem difundir a ideia de que não podem garantir a alimentação de seu lar, que não são livres para comprar o que querem. “Isso tem a ver com o papel das donas de casa que não conseguem, que não podem se sustentar; que não podem ter a liberdade de fazer o que realmente querem fazer”.
Com os idosos, a estratégia é criar o pânico de que podem morrer, por exemplo, porque não vão ter seus remédios a tempo nos próximos meses.
“Estão manipulando os temores mais importantes de cada um dos setores”, manifesta. “Nos idosos, é o risco de morrer; nos jovens, o risco do futuro; na dona de casa, o de não ter o controle nem a possibilidade de dar, de compartilhar, de pertencer, de agrupar, de ter o que é preciso ter”. A fratura da convivência familiar, em consequência, afeta as crianças.

10) A história sobre a certidão de nascimento do presidente Maduro faz parte disto?
A história sobre a certidão de nascimento do chefe de Estado é um bom exemplo, assinala Giuliani. “Dizem que o presidente é colombiano, mas não têm como demonstrá-lo. O que eles querem gerar com isso? Eles querem gerar a dúvida na população em geral. Se a gente analisar friamente, isso não resiste à menor análise, porque quando o presidente foi inscrever sua candidatura no Conselho Nacional Eleitoral ele teve de levar sua certidão de nascimento. Porém, não há tempo para refletir sobre isso, porque as pessoas recebem essa informação, e o cérebro e os dispositivos sociais têm uma particularidade: tendem a completar a informação que não está completa. Todos fazemos isto”.
O analista recorre ao conto do telefone para exemplificar o que acontece: como, a partir do conto de uma vizinha que supostamente chegou tarde a seu apartamento, chega-se à história da vizinha que estava com outro homem e teve um problema na entrada de sua moradia.
“Como pessoa, eu começo a completar, mas sempre completo na via onde teve sua origem; se o rumor vem com algo negativo, eu o torno cada vez mais negativo. E, logo, acrescenta-se, à natureza do cérebro, uma peculiaridade que os circuitos sociais têm, a qual chamamos ‘pressão à inferência’; você está numa fila e talvez não está com vontade de falar, mas se as pessoas começam a falar, então você fala e também acrescenta; depois, você vai a um batizado e todo mundo começa a falar e dizer que há um problema com o abastecimento e que duas mulheres brigaram por um pacote de farinha de milho”.
O rumor, ele relata, “começa a ter vida própria”, embora careça de fundamentos. Em 14 de abril, ao término das eleições presidenciais, o candidato opositor Henrique Capriles disse que tinha outros números [da apuração], relembra Giuliani. “Mas, nunca mais voltou-se a falar disso, mas o dizer algo assim teve um grande poder, porque foi falado a um povo furioso que, além disso, vinha com a ideia de que o CNE [o TSE venezuelano] não servia”. Pouco importa se Capriles tinha ou não como provar o que disse; ele deixou a ideia correr e nunca a desmentiu.

[No Brasil: O "mas" é uma presença constante nas boas notícias econômicas]

11) Os rumores são submetidos à prova da realidade?
Não. “Nunca esta mídia, estes porta-vozes e esses rumores são submetidos à prova da realidade”, que é a contrastação entre o que se diz e o que ocorre de fato, lamenta Giuliani. Esclarece também que não é apenas uma guerra “muito bem planificada”, senão que “uma franca manipulação e uma mentira gritante”.
“Assim que, é muito fácil se eu disser: ‘eu tenho outros resultados’, como o Capriles fez, sendo que eu realmente não os tenho. No final, ninguém vai me pedir contas disso, e eu já o disse”.
O caldo de cultura vai sendo preparado desde meses e anos antes. “Se você o plantar hoje e começar hoje, ninguém vai acreditar, mas, depois de um ano de preparação sistemática do terreno, as pessoas vão acreditar em qualquer coisa”, afirma Suárez.

12) O que estão tentando criar contra o mandatário nacional?
Os responsáveis pela guerra psicológica “não apenas têm que dividir, ou fazer com que creiam que há divisões internas no chavismo, mas também rebaixar a credibilidade na liderança da revolução” e no próprio processo, analisa Suárez. Por isso, eles tentam apresentar o presidente Maduro como “mentiroso”, para que o povo não acredite no que ele apregoa. “Tudo aquilo que aponta ao que o presidente diz é mentira, eles vão trabalhar isto psicologicamente”. Há estratégias para isso, agrega: por exemplo, talvez não se diga nada sobre a insegurança, mas se o chefe de Estado falar hoje sobre o tema, amanhã “os meios de comunicação resenharão os atos mais violentos, mais horrendos e mais espantosos que a gente possa imaginar”.
Uma coisa é a realidade e outra é a percepção da realidade, argumentam.
– Qual é a percepção neste momento, neste contexto?
– Quando você vai no rumo da percepção da realidade é para criar, justamente, a ilusão do caos; a certeza de que há um caos.
– Qual é a percepção do país neste momento? Caótica?
– Caótica. Ou seja, aqui, agora mesmo – segundo essa percepção – há desabastecimento, há ineficiência, há descontrole. E eles vão estimular tudo aquilo que nos gere o descontrole.
– Há uma destruição planificada da imagem do presidente?
– Claro.
Ela existiu abertamente contra Chávez, descrevem os psicólogos. O líder bolivariano foi submetido à morte moral e usaram sua imagem para todo tipo de manipulação; prova disso é a gravação que circulou há algumas semanas com uma falsificação de sua voz.
Agora, os que estão por trás da guerra psicológica tomam o que o mandatário diz para desqualificá-lo imediatamente. Por exemplo, “se ele cria a Corpomiranda para poder amenizar todos os problemas de Miranda, no dia seguinte haverá uma manchete: ‘Isso vai ser a mesma ineficiência, a mesma burocracia, um meio de corrupção’. É uma reação imediata para que as pessoas assumam que tudo o que o presidente fizer será sempre um fracasso”.
Essa difamação permanente do líder pretende, também, que o povo chavista não se aglutine em torno de sua liderança; é por isso que lhe atribuem tudo de mal.

13) Que papel cumpre o uso de símbolos chavistas por parte do antichavismo?
Um dos objetivos é aumentar a confusão, enfatizam os psicólogos. Querem fazer crer que, perante a suposta incerteza do chavismo, existe a certeza de que a oposição tem algo melhor a oferecer.
Também, com o roubo de alguns símbolos, como o gorro tricolor, “estão querendo roubar, ou querendo apropriar-se de concepções” que uniram as grandes maiorias, como a pátria, a independência, os valores, a cultura. “Quando esses setores começam a apropriar-se ou querem apropriar-se de algumas coisas, voltam a desunir”. Os que dirigem a guerra “jogam muito com o marketing que aponta ao descrédito, à desqualificação dos líderes bolivarianos, e por, outro lado, ao posicionamento das lideranças do antichavismo”.
De acordo com Giuliani, “eles vêm jogando com a apropriação de alguns conceitos do bolivarianismo, do chavismo, do socialismo, da esquerda, para ir apressando e confundindo alguns setores”.
– Setores dentro do chavismo, não?
– Setores dentro do chavismo, setores que são indecisos.

14) Em que se evidencia o caos que tentam incutir na mente das pessoas?
“No tipo de conversa que as pessoas mantêm; nas conversas cotidianas entre as pessoas”, revela Giuliani. “As conversas estão repletas deste tipo de problemas que vão junto com interpretações. Ou seja, as pessoas não apenas dizem: ‘temos problemas de desabastecimento’, e sim ‘temos problemas de desabastecimento porque tal e tal e tal’. Aí se vê isto evidentemente”.
O psicólogo explica que, adicionalmente, isto vai acompanhado de verbalizações irracionais, sem uma análise certeira do que as pessoas realmente vivem. Outro exemplo: “Você vai todos os dias a qualquer lugar e é atendido com carinho, porém, um dia você foi mal atendido por uma pessoa em um desses espaços e a coisa se converte em que ‘todo mundo está angustiado, todo mundo está com raiva’, embora não seja certo”.
Fundamenta-se também na “visão muito parcial que por muito tempo a classe média teve, que vem negando-se sistematicamente a reconhecer que há outros espaços do país e sente que o mundo pode estar muito circunscrito” a seu entorno; nesse entorno não cabem as pessoas que pensam diferente.
Em sua análise, o psicólogo não deixa de lado os preconceitos. “Se você é uma pessoa que sempre pensou que os pobres são indolentes, que os pobres são indisciplinados, que os pobres devem ser arreiados, que os pobres se encantam com qualquer um porque não têm cabeça”, e a matriz de opinião contra a revolução sustenta que Chávez é “um encantador de serpentes”, seguramente você vai acreditar. “Em sua cabeça, em consequência, não cabe o conceito de um povo organizado”.

15) Quais são as armas que a guerra psicológica utiliza?
Giuliani cita um modelo em psicologia social “que tem a ver com a influência social” e que determina “o que você deve fazer para influenciar quando você tem uma opção que não é majoritária”. Ele cita vários elementos: “Você tem que ser insistente e persistente; tem que estar o tempo todo dizendo a mesma coisa; tem que ser conssitente com o que diz e tem que ser resistente frente à prova da realidade; quer dizer, se lhe exigirem que dê provas disso, descaradamente mude de assunto e continue falando. Isso se chama resistência psicológica, ou o que em termos coloquiais alguém definiria como ‘um tipo muito descarado’”.
Qual é o efeito que causa? “Essas três coisas combinadas abrem em você uma brecha de dúvidas” pela qual pode penetrar todo o resto, alerta.
Este modelo não é mau per se. O psicólogo assinala que pode ser usado para mudar a visão da população sobre transplantes de órgãos, por exemplo, a fim de aumentar a doação e ajudar a salvar vidas.

[No Brasil: O mercado é confundido com a opinião pública. "Especialistas" espalham rumores como o do racionamento de energia elétrica sem compromisso com a verdade factual. É a guerra das expectativas!]

16) Em que momento a guerra psicológica se converte em uma guerra física?
R. A vanguarda do antichavismo pretende que seja assim, adverte Fernando Giuliani, que cita o que ocorreu em 11 de abril de 2002 em Ponte Llaguno, com um massacre montado para tentar justificar o golpe de Estado contra o camandante Hugo Chávez, e soma a isso a marcha convocada pelo antichavismo para 17 de abril deste ano ao Conselho Nacional Eleitoral. Essa mobilização, proibida pelo mandatário nacional, podia ter concluído em um enfrentamento de povo contra povo: “O que se procurava aí é que se produzisse uma confrontação”, porém, felizmente, o chefe de Estado impediu que o protesto se efetuasse.
“Basta que haja uma confrontação aqui” para promover a ocupação do país por parte de forças externas, argumenta. Ele recorda o ocorrido no Chile em 1973, quando a direção das Forças Armadas decidiu dar um golpe de Estado contra o governo constitucional para pôr fim ao suposto caos criado pela direita. “No Chile geraram uma necessidade de mudança” que querem repetir na Venezuela, afirmou.

17) Qual é o objetivo final da guerra psicológica?
Difundir na população a “necessidade de mudança”, e que a maioria das pessoas pense que qualquer coisa é melhor do que “a desordem” em que elas supostamente vivem. Daí à derrota do governo nacional seria um passo, segundo creem seus promotores.
Espera-se “voltar a uma normalidade que não é real: é a normalidade dos valores da burguesia, é a normalidade dos valores e a naturalidade do sistema capitalista, ou do imperialismo”, acusa Suárez.

18) A guerra psicológica é infalível?
Não, responde Giuliani. Há muita gente, especialmente no chavismo, que “pouco a pouco vai recuperando uma capacidade de leitura crítica, e isso não deve ser subestimado”, porque a guerra psicológica “não é infalível”.
O psicólogo relembra que entre 2001 e 2002 o povo foi submetido a uma grande pressão por parte destes setores, que incluiu a ressurreição da operação Peter Pan (o ‘regime’ se apropriaria de filhas e filhos e as famílias deveriam levá-los para o exterior). Suárez aponta que em algumas zonas de Caracas chegou-se ao ponto – entre os anos 2002 e 2005 – de guardar óleo fervendo para lançar contra “os chavistas”, assim como gelo pronto no congelador para o mesmo fim. “A crise foi muito forte desde o ponto de vista emocional e o povo resistiu com uma leitura crítica e, claro, tendo muito claro para onde deveria ir”.
Por isso, “se há um povo que deu exemplo ao mundo de resistência frente à guerra psicológica e à mídia é o venezuelano”, reivindica Giuliani, porque quando Chávez nasceu como candidato não teve mídia a seu favor: “Foi submetido à campanha mais louca e feroz que já houve na história de nossas eleições, e ganhou”.

[No Brasil: A direita dissemina mentiras óbvias, como a relação do PT, um partido social democrata, com o 'comunismo', como forma de despertar ódio social]

19) Qual é o antídoto contra a guerra psicológica?
A consciência política do povo creceu muito, asseveram os especialistas. “Houve uma história muito recente e muito próxima, com uns critérios de identificação plena com um líder” que permite pôr em dúvida o que os meios de comunicação e a campanha da direita sustentam.
Entretanto, afirmou Suárez, a vulnerabilidade aumenta quando a população não tem , se é que cabe o termo, as “antenas” preparadas para captar que há algo irregular, como ocorre nas histórias das telenovelas.
“Na novela, eles não vão manejar notícias diretas, senão que símbolos imaginários. Ou seja, se, em todas as novelas ou em todas as séries que nós vemos, o medo começa a ser manejado, a incerteza começa a ser manejada, o desespero, a injustiça, a gente fica com essa emoção” que você sente quando vai a um supermercado e falta leite, descreve.

20) Como as pessoas podem proteger-se da guerra psicológica?
“A ferramenta primordial para as pessoas se protegerem é a organização”, respondem ao uníssono. Isto implica, entre outras ações, “a criação das brigadas antirrumores, que nos permitam constatar a veracidade da informação”, propõem.
O Estado deve garantir informação veraz de maneira sistemática, destacam, porque, do contrário, as mentiras se impõem. Neste sentido, também consideram importante punir aqueles que tenham gerado caos com as supostas “informações”.
Para Giuliani e Suárez, é fundamental que haja “uma altíssima coesão dentro de todo o povo chavista organizado, porque esse é o alvo primordial ao qual estão apontando”. Ambos insistem em que cada um pode continuar com seu pensamento e ideologia, se assim o estimar pertinente, mas remarcam que não por ser de oposição deve-se perder o sentido crítico ante a realidade.

PS do Viomundo: É a guerra de quarta geração, que o Pentágono tem desenvolvido com tanta eficiência. A direita, que controla os meios, tem aplicado isso com destreza. Nos Estados Unidos, Obama era muçulmano e não nasceu nos Estados Unidos — uma falsa polêmica na qual a Fox News mergulhou de cabeça com o objetivo de disseminar os rumores. No Brasil, Lula e Dilma vivem “brigando” na mídia e o filho do ex-presidente é um milionário dono de uma imensa fazenda — identificada posteriormente como a sede da escola de agronomia de Piracicaba. Em 2006, quando eu era repórter da Globo em São Paulo, uma jornalista especializada em economia dizia que o dólar ia disparar para 4 reais. Ela apenas repetia as baboseiras que ouvia no “mercado”. É a guerra das falsas expectativas. O dólar nunca chegou perto dos 4 reais e ela foi promovida a correspondente internacional!

Fonte: VIOMUNDO
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dom, 30/03/2014 - 2:33
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O CONTRA-ATAQUE COMEÇOU EM 2011, COM HILLARY.
E, AO CONTRÁRIO DAS EXPECTATIVAS, FUNCIONOU:
OS U.S.A. ENQUADRARAM A MÍDIA INTERNACIONAL
E TAMBÉM AS CORPORAÇÕES DO VALE DO SILÍCIO.
02/3/2011

Discurso da Secretária de Estado dos United States of America Hillary Clinton
a uma Comissão do Congresso Norte-Americano solicitando um fundo extra de 48 bilhões de dólares, para execução no ano seguinte, com o objetivo de reestruturar o Aparato de Propaganda dos U.S.A. principalmente através de novas mídias, com veiculação pela Internet. 

“Durante a guerra fria, nós fizemos um grande trabalho em levar a mensagem americana.
Depois da queda do Muro de Berlim, nós dissemos:
‘-OK, está bom o bastante por agora’.
Vocês sabem que nós fizemos isso. Nós fizemos.
Infelizmente, nós estamos pagando um alto preço por isso…
Nós estamos em uma guerra da informação e nós estamos perdendo essa guerra …
Os chineses abriram uma rede de televisão em língua inglesa e outras línguas.
O mesmo está acontecendo na Rússia.
Isso é muito instrutivo:
estamos cortando investimentos nessa área…
A BBC está cortando investimentos.
Há uns 5 anos atrás, os meios de comunicação ocidentais, incluindo BBC e CNN detinham quase o monopólio da cobertura de notícias no mundo.
As coisas têm mudado desde então.
Mais e mais telespectadores em todo o mundo acessam várias mídias estrangeiras para ter notícias sobre os eventos que estão acontecendo.”
(http://rt.com/news/information-war-media-us)
Fonte: FRANCO ATIRADOR
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                                                            Opinião - PAPIRO


A guerra de quarta geração.
Momento de escuridão e sangue, assim como em um passado recente: 


 31 de março de 1964  

sexta-feira, 28 de março de 2014

Fotos & Fatos


                                      
                                                opinião - PAPIRO

O tempo passa e pessoas e organizações continuam fiéis em suas ideologias


                      Coragem e Dignidade

Acima Dilma, sendo interrogada, na época da ditadura militar por militares que escondem o rosto no momento da fotografia.
Dilma, hoje, filiada ao PT, é presidenta da república e continua ao lado do povo.



                       Ratos e Ladrões

Acima Roberto Marinho, dono das organizações globo, de braços dados com o general ditador presidente Figueiredo, na época da ditadura militar.
As organizações globo, hoje, continuam ao lado de neogolpistas  e ladrões, sempre distante dos  interesses do povo.

quinta-feira, 27 de março de 2014

Pesquisas de opinião e terrorismo

Em encontro, institutos de pesquisa buscam fórmula perfeita para derrotar Dilma


Por Redação março 26, 2014 14:03 Atualizado
 
Apostas se concentram sobre apagões e problemas na Copa, capazes de provocar mau humor e desgastar a imagem de gestora associada à presidenta. Economia, ‘muito complicada para o povão’, é descartada

Por Rede Brasil Atual

O World Trade Center, prédio empresarial de luxo às margens da Marginal Pinheiros, em São Paulo, sedia até o fim da tarde de hoje (25) o 6º Congresso Brasileiro de Pesquisa, que reúne especialistas em dados e estatísticas de todas as áreas – e, como não poderia deixar de ser em ano de disputa pela Presidência da República, também os profissionais das pesquisas de opinião e eleitorais. Representantes de Ibope, Vox Populi, Datafolha e Sensus foram convidados para uma mesa de debate sobre as tendências do eleitorado em um ano que acumula, além do pleito, a realização da Copa do Mundo da Fifa e a perspectiva de manifestações de rua inspiradas pela mobilização de junho de 2013.
A mesa, porém, embora batizada de “Debate sobre o cenário da eleição presidencial 2014″, poderia ter outro nome: “Como derrotar Dilma Rousseff?”. Mediado por Emy Shayo, analista do banco norte-americano J.P. Morgan, que também redigiu a maior parte das perguntas feitas aos convidados, o debate explorou monotematicamente as fragilidades da candidatura petista à reeleição e ditou fórmulas, com base nos resultados das últimas pesquisas de opinião, sobre como enfraquecer a campanha governista. O público, composto principalmente por empresários, profissionais da área e jornalistas, embarcaram nos “testes de hipótese” propostos pela organização e seguiram a mesma linha em seus questionamentos.
Regidos pela assessora do banco, os debatedores apresentaram conclusões importantes para a plateia. Petrobras e rating do Brasil, por exemplo, são temas “para o Valor Econômico, para os participantes deste fórum, mas muito complicados para o povão”, de acordo com Márcia Cavallari, do Ibope. Já as manifestações contra a Copa do Mundo, segundo os debatedores, podem desestabilizar o governo desde que alcancem o público “desejado”.
“É garantida a confusão durante a Copa. Estou na bolsa de apostas com 150 mil pessoas na rua durante a Copa”, torce Ricardo Guedes, do Sensus. O resultado em campo não importa: Mauro Paulino, do Datafolha, ressaltou que não houve mudança no comportamento dos eleitores após a vitória na Copa das Confederações, por exemplo, mas destacou que “a chance de atingir o governo é havendo problemas na execução”.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, também foi descartado como elemento-surpresa para favorecer a oposição porque sua suposta imagem de impoluto não encaixa no figurino nem de Aécio Neves (PSDB), nem de Eduardo Campos (PSB), mas há “esperança” em relação à possibilidade de crise energética e de abastecimento de água.
Para Antonio Lavareda, da consultoria política MCI, “esse tipo de crise atinge o cerne da imagem de Dilma, que é a da gestora, da mulher-eficiência”. As consequências da má gestão das águas sobre a imagem de Geraldo Alckmin (PSDB), que também concorre à reeleição neste ano e cujo governo gere o abastecimento de água e o tratamento de esgoto em São Paulo, não foram abordadas durante o debate.
Lavareda foi um dos palestrantes mais requisitados pela mediação, embora não pertença a nenhum instituto de pesquisa. Ele foi o único a defender abertamente que a presidenta entra na disputa em desvantagem: de acordo com ele, 60% dos brasileiros querem a mudança e esse capital político irá se acumular em torno do candidato da oposição capaz de chegar ao segundo turno. “É quase certo que haverá segundo turno”, afirmou.
Ele protagonizou ainda o momento de maior sinceridade do encontro: diretamente questionado pela mediadora sobre o que é necessário fazer para que o PSDB consiga usar a “paternidade” do Plano Real de forma eficiente contra o PT nas eleições, disse apenas: “Esse tipo de assessoria é o que fazemos em minha empresa, e não somos uma entidade filantrópica”. Embora não confirme a informação, a empresa de Lavareda está acertada com o PSB de Eduardo Campos para a campanha eleitoral deste ano, após muitos anos se dedicando a serviços ao PSDB.
Fonte: REVISTA FÓRUM
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IBOPE: manipulação ?
Quem ganhou dinheiro com isso ?

O que dirá a CVM ? O que dirá o Tribunal Superior Eleitoral ?



O Conversa Afiada publica importante texto do Fernando Brito no Tijolaço sobre o último Globope.

(Assista ao TV Afiada sobre os datafalhas e os globopes)


Por dados do Ibope, Dilma não perdeu popularidade. Pesquisa de hoje é mais antiga que a dos 43%. Aliás, estava pronta quando esta foi publicada




Primeiro, semana passada, o boato de que a pesquisa Ibope traria uma queda – que não houve – da intenção de voto em Dilma Rousseff.

Seis dias depois, uma “outra” pesquisa do Ibope, estranhamente, capta uma súbita mudança de estado de espírito da população e Dilma (que tinha 43% das intenções de voto na tal pesquisa eleitoral) e registra uma perda de sete pontos percentuais em sua aprovação: curiosamente dos mesmos 43% para 37%…

Puxa, como foi rápida a queda, em apenas seis dias, quase um por cento por dia…

É, meus amigos e amigas, é mais suspeito do que isso.

A pesquisa de intenção de voto, divulgada na sexta-feira, foi registrada no TSE no 14 de março, sob o protocolo BR-00031/2014 , com realização das entrevistas entre os dia 13 e 20/03/14.

Já a de popularidade recebeu o protocolo BR-00053, no dia 21 passado, mas quando já se encontrava concluída, com entrevistas entre os dias 14 e 17.

Reparou?

Quinta feira à tarde, dia 20, uma intensa boataria toma conta do mercado de capitais, dizendo que Dilma perderia pontos numa pesquisa Ibope a ser divulgada no Jornal Nacional.
O estranho é que ninguém tinha contratado, isto é , ninguém pagou por essa pesquisa. Em tese, é claro.

A pesquisa é divulgada sem nenhuma novidade.

Mas, naquele momento, o Ibope já tinha outra (outra, mesmo?) pesquisa, terminada três dias antes e certamente já tabulada.

Vanos acreditar que o Ibope fez duas pesquisas diferentes, com a mesma base amostral e 2002 entrevistas exatamente cada uma…

O boato, portanto, não saiu do nada.

No mínimo veio de dentro do Ibope, que tinha nas mãos duas pesquisas totalmente contraditórias.

Uma, “sem dono”, que dizia que Dilma continuava nadando de braçada.

Outra, encomendada pela CNI de Clésio Andrade, um dos senadores signatários da CPI da Petrobras, apontando uma queda de sete pontos em sua popularidade.

Mas a gente acredita em instituto de pesquisas, não é?

O Ibope teve nas mãos duas pesquisas com a mesma base, realizadas praticamente nos mesmos dias, com resultados totalmente diferentes entre si?

Se o PT não fosse um poço de covardia estaria exigindo, como está na lei, os questionários das “duas” pesquisas.

Aliás, nem devia ser ele, mas o Ministério Público Eleitoral, quem deveria exigir explicações públicas do Ibope, diante destes indícios gravíssimos de – vou ser muito suave, para evitar um processo  – inconsistência estatística.

Ainda mais porque muito dinheiro mudou de mãos na quinta-feira e hoje, com a especulação na Bolsa.

Mas não vão fazer: esta é uma nação acoelhada diante das estruturas suspeitíssimas dos institutos de pesquisa.
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Fonte:  CONVERSA AFIADA
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Trombone alvorada weril
          crítica - PAPIRO

Coincidência, significativa ou não, hoje aparece uma pesquisa de opinião que aponta queda nos índices de aprovação de Dilma.
Pesquisas de opinião são como fotografias, registram apenas o momento.
É bem provável que sejam manipuladas em alguns casos onde interesses ferozes estejam em jogo.
Em se tratando de pesquisas de intenção de votos para as próximas eleições, certamente os institutos de pesquisa reunidos para discutir como derrotar Dilma e o PT, não apenas apresentam os pontos onde o eleitorado é mais sensível para mudar de opinião, como também devem discutir a melhor maneira de apresentar os resultados pela mídia.
Para os partidos políticos envolvidos na disputa eleitoral, os resultados apresentados pelos institutos de pesquisa ligados a velha mídia não servem como balizadores para tomada de decisões e correções de rumo, já que os grandes partidos envolvidos na disputa tem seus próprios institutos que apresentam medições até mesmo diariamente, se assim for necessário.
Entretanto, o que chega com grande visibilidade para a maioria da população são os resultados apresentados pelos institutos de pesquisa ligados a velha mídia, e, dependendo dos índices apresentados e maneira como são veiculados, o humor e a percepção do eleitor podem ser alterados, em função de supostas tendências ou ondas que estariam em movimento favorecendo determinado candidato.
A título de exemplo foi assim no primeiro turno da eleição presidencial de 2006, quando uma forte pressão midiática acabou por criar uma onda contrária ao PT e ao seu candidato na época, o ex-presidente Lula.
A  forte pressão exercida e a onda decorrente foram determinantes para que o candidato da velha mídia na  ocasião, Geraldo Alckmin do PSDB - hoje governador de SP e um dos responsáveis pelo SECÃO que assola a região metropolitana de SP - fosse para o segundo turno em disputa com Lula.
Como a pressão foi tão intensa para que houvesse um segundo turno, no segundo turno faltou munição para que a velha mídia e os setores contrários a Lula e ao  PT  mantivessem a onda e e o eleitorado ancorado em seus interesses.
Tanto foi assim que um fenômeno inusitado aconteceu, ou seja  o candidato Geraldo Alckmin teve menos votos no segundo  turno do que no primeiro.
Isso significa que no segundo turno o eleitor votou sem ser pressionado e assim pode fazer suas escolhas com liberdade, como preconiza o processo democrático  para eleições livres.
E eis  que atualmente os institutos de pesquisa de opinião, que a população espera que sejam isentos e confiáveis, se reúnem para discutir que tipos de situações podem alterar o humor do eleitor de maneira a impor uma derrota a presidenta Dilma.
Em um português bem claro, pode-se afirmar que trata-se de um encontro para discutir estratégias de um golpe que possa levar o PT ao segundo turno das eleições , ou mesmo tentar derrotá-lo de vez em primeiro turno.
Entre as opções que podem mudar o humor do eleitor foram sugeridos pelos executivos reunidos, apagões de energia elétrica e tumultos de rua durante a realização da copa do mundo de futebol.
Todos , ou a maioria, demonstrando alinhamento em derrotar o PT.
O nome disso, meu caro atento e bem informado leitor, é terrorismo.
Curiosamente, esses institutos e respectivos executivos se reuniram em um prédio luxuoso na Marginal Pinheiros na cidade de SP , que leva o nome de World Trade Center.

quarta-feira, 26 de março de 2014

O Velho e O Novo

Em comercial, Metrô-SP incentiva o assédio sexual

Rede Brasil Atual
Propaganda da companhia veiculada no rádio diz que superlotação  é bom para ‘xavecar mulherada’
25/03/2014

Do SpressoSP
Comercial do Metrô de São Paulo veiculado no rádio justifica a superlotação dos trens nos horários de pico e tem conteúdo machista. Por esse motivo, os deputados estaduais do PT Alencar Santana e Luiz Cláudio Marcolino protocolaram  nesta terça-feira (25), na Promotoria de Justiça de Direitos Humanos de São Paulo, representação contra o secretário da Casa Civil do governo do Estado, Edson Aparecido; o diretor-presidente da CPTM, Mário Bandeira, e o diretor-presidente do Metrô, Luiz Antonio Carvalho Pacheco, pela veiculação da peça.
Na propaganda, depois de ressaltar os investimentos do governo do Estado de São Paulo no transporte sobre trilhos, o ator da peça, identificado como “Gavião”, diz que “é normal, nos horários de pico, trem e metrô ficarem lotados”. Em seguida, fala que é até boa a superlotação, pela oportunidade de “xavecar a mulherada”.
“Nos horário de pico é normal trem e metrô ficá lotado. É assim nas grande metrópole espalhada pelo mundo. Pá falá a verdade eu até gosto do trem lotado é bom pra chavecá a mulherada né mano! Foi assim que eu conheci a Giscreusa. Muito já foi feito e o governo sabe que ainda tem muito pra fazê (sic)”, diz a propaganda do governo do Estado veiculada em uma rádio da capital paulista.
Na representação, os deputados lembram dos casos de assédio sexual contra mulheres que vêm acontecendo nos trens do Metrô e da CPTM na capital (23 ocorrências registradas neste ano na Delegacia do Metropolitano – Delpom), e, observam que, “além da omissão em razão de não assegurar um transporte público digno que garanta a tranquilidade e preservação do direito básico da mulher de não ter seu corpo usado como instrumento da satisfação da lascívia masculina, ao contrário, o governo do Estado de São Paulo promove uma campanha publicitária que em nada contribui para a mudança desse estado de coisas e reforça a cultura machista”.
Para os parlamentares, com essa “propaganda sexista e estigmatizante dos usuários e das usuárias do transporte coletivo, o governo do Estado de São Paulo: 1) reforça a cultura machista da cantada e da abordagem agressiva das mulheres; 2) banaliza a violência sofrida cotidianamente pelas mulheres; 3) contribui para a legitimação da violência contra mulheres e 4) reforça a visão da mulher como objeto passivo do desejo do homem e de que seu corpo é público por isso pode ser alvo de cantada e de ‘xaveco’”.
A representação à Promotoria pede que sejam adotadas providências para a instauração de inquérito civil, para apuração das responsabilidades  civis e administrativas; que oficie à Promotoria Criminal competente para apuração da prática de crime pela veiculação da propaganda institucional; que sejam adotadas providências para a imediata suspensão da propaganda, caso ainda esteja sendo veiculada; sejam adotadas providências para compelir o governo do Estado a promover propaganda educativa de promoção dos direitos das mulheres.
Pelo Twitter, a Rede Transamérica informou que a peça publicitária não está mais sendo veiculada.

Fonte: BRASIL DE FATO
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A piada sem graça do metrô lotado

Por Luciano Martins Costa em 26/03/2014 na edição 791
Comentário para o programa radiofônico do Observatório da Imprensa, 26/3/2014
O acontecimento foi produzido em tom de blague e poderia ser arquivado no anedotário nacional, entre as muitas bobagens destes tempos em que tudo tem que se transformar em espetáculo. No entanto, acaba se configurando como mais uma demonstração de falta de sensibilidade de comunicadores e autoridades, num episódio típico do contexto cultural em que vivemos, no qual certos protagonistas da mídia acham que tudo pode ser transformado em piada.
O episódio de que tratamos nasceu de uma tentativa da Companhia do Metrô de São Paulo de melhorar sua imagem pública, desgastada pela sequência de panes e incidentes, pela superlotação dos trens na maior parte da rede e soterrada pelas denúncias de um esquema de corrupção que dura quase duas décadas. Sobre esse monte de entulho, a direção do Metrô achou por bem patrocinar uma série de anúncios para convencer o usuário de que vagões lotados são uma condição natural desse sistema de transporte em todas as metrópoles.
O plano era inserir o texto produzido pela agência de propaganda em programas populares de rádio, colocando locutores e comentaristas para reforçar a mensagem – modelo que os publicitários chama de “testemunhal”.
O problema aconteceu quando entrou em cena o personagem conhecido como “Gavião”, que atua na Rádio Transamérica com intervenções supostamente cômicas durante um programa de esportes. Ao se referir às ocasiões em que ocorre excesso de passageiros, o suposto comediante afirmou: “Pra falar a verdade, até gosto do trem lotado, é bom pra xavecar a mulherada, né, mano?”
O comentário poderia cair no vazio de sua própria bizarrice machista, não fosse o contexto social a que se refere: desde janeiro, o Metrô de São Paulo já registrou pelo menos 23 incidentes de abuso sexual em seus vagões lotados, com alguns casos graves de ataques contra mulheres.
Existem sites na internet que estimulam a prática, como uma competição entre tarados, e as autoridades não têm ideia do número total de ocorrências, porque a grande maioria das vítimas tem vergonha de prestar queixa e sabe que seria impossível identificar os autores da violência.
Corrupção sem corruptos
Voltamos, então, ao patético senso de humor e de oportunidade do comunicador que se faz chamar de “Gavião” e, por extensão, da direção da emissora e dos responsáveis pela estratégia de comunicação do Metrô.
A emissora divulgou nota dizendo que “toda propaganda que a rádio veicula é aprovada pelo contratante”. A Companhia do Metrô informa que “a produção desse infeliz comercial” é de inteira responsabilidade da Rádio Transamérica. Segundo a empresa, a encomenda era para “mostrar a modernidade do Metrô de São Paulo” e explicar que a lotação nos horários de pico “acontece em todas as grandes cidades do mundo”.
Acontece que não há como dizer para as mulheres que são assediadas, tocadas e agarradas por sujeitos desequilibrados que isso é modernidade, que no mundo inteiro os metrôs são lotados pela manhã e no começo da noite, e tudo bem.
Não há redator de publicidade capaz de transformar em mensagem positiva o fato de o sistema de transporte urbano sobre trilhos ter se tornado um pesadelo para os usuários mais vulneráveis. Não há criatividade capaz de encobrir o fato de que as linhas são precárias e insuficientes porque, durante muitos anos, a corrupção desviou boa parte da verba que deveria ser usada para expandir e melhorar o sistema.
Na quarta-feira (26/3) em que os principais jornais do país abrem espaço para a desastrada campanha publicitária do metrô paulistano, a imprensa noticia que o Ministério Público denunciou à Justiça trinta executivos de doze empresas acusadas de fraudar licitações para a compra e manutenção de equipamentos do sistema de transporte sobre trilhos em São Paulo. O pacote de denúncias se refere ao período de 1998 a 2008 e, como se tornou praxe nesse escândalo, aponta apenas os supostos corruptores.
Os jornais não parecem estranhar o fato de que alguém pagou propinas milionárias, mas curiosamente ninguém apareceu para receber o dinheiro. Nesse contexto, uma campanha tentando convencer o cidadão de que metrô é assim mesmo em todo mundo, com ou sem piadas de gosto duvidoso, equivale a chamar o usuário de estúpido.

Fonte: OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA
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                                                    opinião - PAPIRO
                                                          o novo

Se não bastasse o SECÃO de SP, os tucanos, agora, incentivam o assédio sexual nos vagões de trens e metrôs .
Trens e metrôs paulistas envolvidos em escândalos de corrupção, que como bem cita o texto do  Observatório da Imprensa, são noticiados na velha mídia como ações de corruptores sem que nenhum orgão público e políticos  dos governos de SP sejam citados como beneficiários das propinas.
Se existe corrupção com o PT os políticos do partido são citados ad eternnun , já se a corrupção envolve o PSDB, a velha mídia cita apenas os corruptores, como a empresa Siemens , por exemplo.
A velha mídia inverte a lógica da civilidade e caminha de  braços dados com o violento processo de negação em curso no mundo.
É o machismo com a negação dos direitos da mulher, é o racismo com a idéia de apenas uma raça hegemônica, é o catolicismo como única religião aceitável.
A piada , que não pode ser entendida como piada pois é parte da maneira como se expressam a maioria das emissoras de rádio, de TV e jornais do país , está inserida na lógica de formação de consciências fascistas.
Piadas semelhantes, ou até mesmo mais agressivas, podem ser vistas e ouvidas diariamente na maioria dos programas de  rádio e TV, sejam os programas voltados ou não para o humor.
Não seria estranho se as 'xavecadas' no transporte público, propostas no comercial do governo de SP, venham a se tornar um produto de alta rentabilidade se transmitidas ao vivo, como reality shows,  nas grades de emissoras de TV.
O sucesso dos governos populares e democráticos do PT,  tem despertado o que existe de pior em setores da velha mídia, das elites e de parcela da classe média brasileira.
O esgotamento do debate civilizado de idéias tem levado esses setores reacionários citados acima a um comportamento onde se tenta prevalecer e se demostrar superioridade, apenas exaltando as condições financeiras, como tentativa de realçar uma suposta inferioridade do povo no poder, mesmo que este último seja bem sucedido e assim reconhecido pela maioria da população e mesmo pelo mundo.
Assim foi, e ainda o é, também na Venezuela com a mídia daquele país que chamava diariamente o presidente Chávez de macaco.
Esse comportamento da velha mídia brasileira, das elites e de parcela da classe média, talvez não prevalecesse por tanto tempo se o mundo não estivesse em um caminho similar de valorização do fascismo e mesmo do nazismo.
Quero crer, porém, que este retrocesso civilizacional é apenas fruto das dores que fazem agonizar o doente terminal, exalando todo tipo de frustração e ódio pela consciência da inexorabilidade do avanço evolutivo , quando o velho naturalmente cede lugar ao novo que emerge.
Mais do que um down load de consciências, o novo também permite a instalação de uma intersetorialidade e uma interdependência de saberes e aptidões, tal qual a ficção do filme Matrix, sendo que neste caso o caminho do novo é suave  e sem tecnologias agressivas.
A ficção já é realidade, em parte,  e o velho naturalmente sairá de cena.
Entretanto, por algum tempo ainda devemos conviver com todo tipo de violência em uma curva crescente, tendo em vista o processo mundial em sintonia com o reacionarismo existente no país.
Mesmo que os governos democráticos, populares e civilizados do Brasil e da América latina, e mesmo de outros lugares, incentivem e divulguem campanhas que valorizem o processo civilizatório, as mídias corporativas e elites de todo o mundo trabalharão, como já o  fazem, para prevalecer seus interesses sempre associados ao político, econômico e hegemônico.
Assim sendo as campanhas contra as drogas, mesmo que bem intencionadas, levam ao aumento do consumo de narcóticos e ao agravamento da violência do narcotráfico. 
O mesmo se verifica no que diz respeito as campanhas contra o racismo, o machismo.
A violência, com a negação do processo democrático e civilizatório, como dito anteriormente, é o pilar de sustentação do velho que agoniza e, assim sendo, é alimentada diariamente em todas as esferas da vida, dando ao mundo atual - e não ao  Brasil especificamente como apresentado em algumas mídias estrangeiras empenhadas na criação de um  processo reacionário brasileiro - as cores e formas de uma barbárie ainda  em estado líquido.

                                                                o  velho










terça-feira, 25 de março de 2014

Na areia em frente a água

 Standard & Poor's rebaixa a nota de crédito do Brasil: a mesma agêencia de risco deu ao banco Lehman Brothers um triplo A em agosto de 2008; em setembro o Lehman Brothers quebrou disparando a maior crise do capitalismo desde 1929.

Ações da Petrobras disparam na Bolsa enquanto o PSDB ataca a gestão da estatal.

Investidor estrangeiro despreza alarido ortodoxo e faz investimentos produtivos de US$ 9,2 bi no país no 1º bimestre.

Fonte: CARTA MAIOR
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Alarmismo em tom de campanha

Por Luciano Martins Costa em 25/03/2014 na edição 791
Comentário para o programa radiofônico do Observatório da Imprensa, 25/3/2014
Os três principais diários de circulação nacional produzem nas edições de terça-feira (25/3) o fenômeno das manchetes trigêmeas: “Agência rebaixa nota do Brasil”, dizem a Folha e o Globo. Com mínima variação, O Estado de S. Paulo anuncia: “Agência de risco rebaixa nota do Brasil”.
O tema é a esperada avaliação negativa da economia brasileira feita pela agência americana de classificação de risco Standard & Poors, a mesma que foi acusada de haver compactuado com as fraudes que levaram à crise financeira de 2008. O fato é uma variação, para baixo, da nota de crédito do país, que resulta de uma elevação teórica na percepção de risco para investidores.
Com a nova classificação, o Brasil foi rebaixado do nível “BBB” para “BBB-”, o que significa que continua no patamar da categoria chamada “grau de investimento”, selecionado entre os mais seguros do mundo como destino do mercado financeiro. O nível imediatamente abaixo seria o “grau especulativo”, que igualmente atrai investimentos, mas indica certa volatilidade da economia.
O detalhe que os jornais destacam, sem dissimular certo contentamento com a realização de uma profecia muitas vezes anunciada por eles mesmos, é o arrazoado produzido pela agência, que repete em muitos aspectos a opinião dos editoriais e dos principais articulistas dos grandes diários.
Trata-se, basicamente, de uma aposta negativa na capacidade do Brasil de manter em equilíbrio os fundamentos de sua economia, com crescimento razoável, tarifas públicas alinhadas aos custos e redução dos gastos públicos. A reação do governo, alegando que os dados utilizados pela agência para rebaixar a nota do Brasil são inconsistentes, foi praticamente ignorada pelos jornais.
Basicamente, as autoridades questionam algumas contradições na análise, como a avaliação negativa da capacidade de crescimento do país, feita justamente no período em que há uma retomada que surpreendeu o mercado. Além disso, a avaliação que a agência faz da evolução do investimento estrangeiro direto no Brasil contradiz o que a própria imprensa vem registrando nos últimos meses.

Noticiário contaminado
No patamar em que se encontra a economia brasileira desde 2008, quando obteve o status de grau de investimento, as notas de avaliação de risco não costumam afetar os grandes investidores, que se valem de estudos mais complexos para tomar suas decisões. No entanto, o noticiário intensamente negativo pode produzir um “efeito manada” de consequências graves, principalmente em período eleitoral, quando a racionalidade cede espaço para os interesses partidários, que costumam definir as escolhas da imprensa.
Observe-se, por exemplo, que nas edições de terça-feira sobre a decisão da agência Standard & Poors, os jornais compram pelo valor de face as justificativas para o rebaixamento da nota do Brasil, mas não confrontam esses dados com os indicadores correspondentes. Por exemplo, é fato que os investimentos estrangeiros diretos no Brasil caíram 3,9% em 2013, em comparação com o ano anterior, mas se mantêm em nível historicamente elevado, e o país segue sendo o principal destino desse dinheiro na América Latina.
A imprensa não costuma explicar aos seus leitores a diferença entre os principais tipos de investimento no mercado global, intensamente disputados pelos países em desenvolvimento.
Para países como o Brasil, o IED – Investimento Estrangeiro Direto – é a joia da coroa do capitalismo, porque representa dinheiro investido na construção de infraestrutura, de fábricas, na consolidação de atividades de empresas multinacionais, em fusões e aquisições. O outro tipo de aplicação, investimento em portfólio, é destinado à compra de ações e títulos.
As notas de avaliação de risco de agências como a Standard & Poors têm como foco principal justamente o investimento em portfólio, ou seja, tendem a contemplar o aspecto mais especulativo dos movimentos de capitais. Coincidentemente, esse é o ângulo mais percebido pela imprensa brasileira quando analisa a economia nacional. Trata-se de um ambiente extremamente volátil, cujas oscilações afetam principalmente o câmbio e o mercado de ações.
Sem essas observações complementares, o noticiário do dia se revela alarmista e contaminado pelo viés político. Fonte: OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA
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Paulo Nogueira: Se S&P rebaixou Brasil, Dilma deve estar fazendo algo de bom

publicado em 25 de março de 2014 às 13:12

por Paulo Nogueira, no Diário do Centro do Mundo
“E então a S&P rebaixou a França.
E o que isso nos diz?
Não muito sobre a França. Não podemos subestimar que as agências de classificação não têm – repetindo, não têm – informações privilegiadas sobre solvência de grandes países.”
Clap, clap.
Assim se iniciou um artigo, no final do ano passado, do Nobel de Economia Paul Krugman, americano.
Troque França por Brasil, e o conteúdo continua inteiramente válido.
Krugman – que em outra ocasião chamara os economistas da S&P de “idiotas”, depois que eles rebaixaram os Estados Unidos – notava o seguinte: a França no fundo estava sendo rebaixada porque o presidente Hollande aumentara o imposto sobre os ricos e não desmontara o estado de bem estar social.
Na França, a nota da S&P esteve longe de causar comoção nacional.
Mas no Brasil o caso vai ser absurdamente explorado – muito mais por razões políticas do que econômicas.
É um ano eleitoral, e a oposição a Dilma vai usar a S&P como prova de que o país está afundando, assim como vem acontecendo com a compra de uma refinaria em Pasadena pela Petrobras.
É o chamado triunfo do desespero. Na falta de uma candidatura oposicionista que empolgue os brasileiros, e diante da vantagem de Dilma a poucos meses das eleições, vale qualquer coisa.
Mas pouco vai mudar eleitoralmente. As pessoas que se comovem com notas de agência de classificação de crédito – e nunca é demais lembrar que elas falharam miseravelmente em não perceber a grande crise de 2008 – não votam em Dilma.
As agências refletem, como notou Krugman, o chamado “mercado” – ou, para usar uma linguagem mais apropriada, o “1%”.
Sob Lula, o Brasil atingiu seu grau máximo para as agências. Isso porque, como o próprio Lula tantas vezes disse, nunca bancos e empresas ganharam tanto no Brasil.
Se Dilma recebeu uma “luz amarela”, como dizem alguns investidores estrangeiros interessados em coisas como juros altíssimos, é porque deve estar fazendo alguma coisa certa para os “99%”.
Menos do que deveria, com certeza, mas mais do que gostaria gente que, como a S&P, representa o “1%”.
Fonte: VI O MUNDO
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Trombone alvorada weril
          crítica - PAPIRO


Na velha  mídia, hoje, há um clima de euforia.
No embalo da agência, as notícias trazem truculência e a já conhecida agressividade, principalmente com o blá, blá, blá da Petrobras. 
Já a realidade é bem diferente das notícias dos jornais.
Além das manchetes trigêmeas, sobre o suposto fim de mundo que se abateu sobre o pais,  o jornal folha de SP apresenta um editorial sobre a questão da água.
Como a trapalhada com a gestão dos recursos hídricos tem o DNA tucano, Folha diz que a questão é nacional em uma referência ao bate boca de Alckmin com Cabral.
De fato, a questão da água é nacional, porém a questão que emerge foi a falta de investimento do governo de SP, que acarretou o racionamento que hoje que já existe , principalmente na região metropolitana de SP e para as populações pobres.
A declaração do governador de SP de que irá captar água do Rio Paraíba do Sul, foi apenas uma jogada para criar uma polêmica e retirar o foco da incompetência e da falta de planejamento do PSDB nos governos de SP
Dizer ainda que o Paraíba é propriedade do estado de SP assim como a baía da Guanabara é dos cariocas , é uma besteira sem tamanho.
A baía da Guanabara banha vários municípios do estado do Rio de Janeiro, e não apenas a cidade carioca.
Com seu conhecimento sobre águas e baías, o governador paulista certamente quando vai à praia, por exemplo em Ipanema, caso vá marcar um local de encontro com outra pessoa  deve assim se manifestar:
- a gente se encontra lá praia de Ipanema, na areia, em frente a água .
E assim, meu caro leitor, é a velha mídia no que diz respeito as notícias sobre a  conceituadíssima agência  e o blá, blá, bla da Petrobras.
É o já conhecido noticiário, na areia, em frente a água.