quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Coincidência ou necessidade ?

A sabotagem da verdade

Por Luciano Martins Costa em 06/02/2014 na edição 784
Comentário para o programa radiofônico do Observatório da mprensa, 6/2/2014
Os três principais diários brasileiros de circulação nacional registram a versão oficial do governo de São Paulo para os incidentes ocorridos em duas linhas do Metrô no fim da tarde de terça-feira (4/2). Para o governador Geraldo Alckmin, tudo teria se resolvido em dez minutos no comboio que parou por um defeito nas portas, se não fosse a ação simultânea de alguns usuários, que forçaram a abertura de outras sete composições e saíram caminhando pelas passarelas de emergência. O governador sugere que houve uma conspiração para sabotar o sistema.
Como no dia anterior, também na quinta-feira (6/2) há diferenças notáveis na cobertura de cada um dos jornais (ver “Pane no metrô e na imprensa”). A Folha de S. Paulo, que no calor dos acontecimentos responsabilizou os passageiros pelo tumulto, segue dando prioridade à versão da Companhia do Metrô, agora oficializada pelo governador. O carioca O Globo, com menos interesse no problema dos paulistas, apenas reproduz em uma coluna a versão oficial. O Estado de S. Paulo, que na véspera havia produzido um noticiário mais crítico, também oferece amplo espaço para a manifestação do governo, mas não exime de responsabilidade a empresa de transporte metropolitano.
Embora se possa dizer que, como sempre, a verdade pode estar presente em qualquer lado, na diversidade de argumentos, basta dar uma olhada na fotografia estampada na primeira página da Folha para se ter uma ideia do que se trata: ali se pode constatar as condições que os milhões de usuários do sistema de transporte sobre trilhos são obrigados a enfrentar diariamente para voltar para suas casas.
Se, em seus textos, a Folha foge da evidência produzida pela imagem na sua primeira página, o Estado de S. Paulo marca uma posição mais independente e assertiva, ao assumir em editorial que a responsabilidade é integralmente da Companhia do Metrô.
A Folha se esforça por dar credibilidade à teoria conspiratória do governo paulista; o Estado observa que, mesmo na circunstância de vir a ser confirmado um ato de sabotagem – hipótese que o jornal considera improvável – “isso não justificaria o descontrole da segurança, que tratou com violência os passageiros”
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Habeas corpus preventivo

As diferenças entre os dois grandes jornais paulistas não se dão apenas no maior detalhamento das reportagens do Estado, mas principalmente naquilo que podemos chamar de predisposição ao contraditório.
A Folha agasalha, desde o primeiro momento, a versão que culpa os usuários por seus próprios sofrimentos; portanto, o jornal se posicionou num trilho do qual terá dificuldade para escapar, e por isso tende a dar credibilidade à tese da sabotagem.
O Estado expõe, desde o calor dos fatos, um conjunto de falhas do sistema, que podem ter contribuído para um desfecho quase trágico, e, portanto, fica mais livre para duvidar da versão oficial.
O governador tem poucas alternativas: com a campanha eleitoral em pleno andamento, sua opinião pessoal se dissolve e ele precisa se valer de conselheiros não comprometidos com aspectos técnicos do incidente – esses assessores tendem a transformar tudo em instrumento da disputa nas urnas.
Cabe à imprensa reproduzir as declarações oficiais em um contexto objetivo, que permita ao público formar suas opiniões na direção da verossimilhança. Nesse incidente, o Estado faz claramente uma escolha de mais qualidade, demonstrando respeito pela inteligência de seus leitores.
O episódio parece revelar a quebra de certo consenso que tem marcado os principais jornais brasileiros de circulação nacional na última década, e que se caracteriza por escolhas editoriais discriminatórias, nas quais um dos lados em que se dividiu a política nacional é tratado como inimigo público e o outro recebe os benefícios que se concedem aos amigos.
O correto é esperar que a imprensa trate com igual rigor crítico todos os detentores do poder público, assim como empresas e clubes de futebol, sem demonstrações de partidarismo.
Falta esmiuçar a polêmica entre o sindicato dos metroviários e os dirigentes da Companhia do Metrô, para esclarecer quem tem razão e quais são os riscos que a população está correndo diariamente, em trens lotados cujos sistemas de controle podem falhar a qualquer momento. Essa questão se relaciona diretamente ao escândalo das licitações fraudulentas.
O incidente de terça-feira pode estar anunciando uma tragédia – alguns protagonistas parecem estar preparando seus habeas corpus preventivos
Fonte: OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA.
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Adi Lima: “Metrô lotado, trem quebrado, ônibus parado”

publicado em 5 de fevereiro de 2014 às 19:26

O que mais é preciso acontecer para piorar o transporte público metroferroviário em São Paulo?

Descaso por parte do governo estadual e a falta de respeito à população tornam insuportável a vida de quem depende de metrô e de trem

Por Adi dos Santos Lima*
Há pouco menos de dois anos – precisamente em junho de 2012 – a Central Única dos Trabalhadores de São Paulo realizou uma grande atividade em prol da mobilidade urbana. Essa atividade, que culminou num grande ato realizado no MASP, reuniu milhares de trabalhadores que protestavam contra as péssimas condições do transporte público em geral: ônibus, metrô, trem. A manchete do jornal distribuído à época dizia: “Todo dia a mesma coisa: metrô lotado, trem quebrado, ônibus parado”.
E o que aconteceu desde então? Infelizmente, a situação só piorou. E muito. Não há um dia sequer que não haja atrasos de trem ou de metrô, ou descarrilamento, ou abertura de portas com o trem se movendo, ou problemas de frenagem, ou falta de energia elétrica, ou quebra de vagões, ou mesmo princípio de incêndio.
O episódio da última terça-feira (5), à noite, quando uma pane acabou por provocar tumulto, paralisação da linha 3-Vermelha do metrô e prejuízo a milhares de usuários, embora tenha sido um dos mais graves dos últimos tempos, veio somar-se aos tantos e tantos episódios que vêm acontecendo cotidianamente, em especial envolvendo o Metrô. Aliás, na tarde desse mesmo dia acontecera outra pane elétrica, que afetou a linha 4-Amarela.
Como em junho de 2012, mais uma vez a CUT/SP vem a público denunciar esta situação caótica, provocada pelo descaso do governo estadual, porque entende que a população do estado mais rico do país merece um transporte público de qualidade.
Mais do que denunciar, a Central também vem apresentar propostas para que São Paulo desfrute de uma mobilidade urbana compatível com seu porte e que leve em conta o respeito aos cidadãos. E para que isso ocorra, é preciso, em primeiro lugar, a apuração das denúncias de corrupção por representantes do PSDB nos últimos 20 anos. O sucateamento do Metrô e da CPTM é uma reclamação diária dos trabalhadores, que merecem, no mínimo, que os bilhões de propinas sejam devolvidos e revertidos em investimentos no transporte.
Investimentos que passam, por exemplo, pela construção de uma rede metroviária compatível com as necessidades da Região Metropolitana de São Paulo, acelerar a implantação da rede metroviária utilizando tecnologia mais atual, estender a circulação do metrô para toda a Região Metropolitana, hoje restrita à capital, com apenas 74,3 km para uma população de quase 11 milhões de habitantes, enquanto Santiago, capital do Chile, conta com 101 km para uma população de seis milhões de pessoas.
Para recolocar a CPTM “nos trilhos”, a CUT/SP propõe transformá-la em metrô regional, usando sua extensão na Região Metropolitana, melhorar a gestão da CPTM para que as reformas sejam aceleradas, implantar o trem metropolitano na região de Campinas até Jundiaí e ligações ferroviárias da capital até Cotia e até Guarulhos.
Contudo, nada disso acontece sem pressão e sem mobilização. É necessário, portanto, que a população paulistana saia às ruas e demonstre sua insatisfação, já que a grande mídia esconde ou distorce esse caos diário de superlotação, atrasos, acidentes e, para completar, passagens caras. Que se escancare o quanto este governo tucano desrespeita a população e prejudica a classe trabalhadora.
*Adi dos Santos Lima é presidente da CUT/SP
Fonte: VI O MUNDO
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 Metrô: trem com problema foi reformado por cartel liderado por Alstom/Siemens

Presidente do Sindicatos dos Metroviários diz que composição que apresentou problema é da frota K, que teve contratos cancelados, na última segunda-feira (3), pelo MPE, por reforma “danosa”

05/02/2014
Do SpressoSP

O presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Prazeres, disse, em entrevista ao Estado de S. Paulo, que o trem que falhou na noite da última terça-feira (4) é o K07. A composição foi reformada pela empresa TTrans, que pertence ao chamado “cartel”, conluio de empresas que se favoreciam em licitações da CPTM e do Metrô.
O caos na Linha 3-Vermelha, que gerou pânico nos usuários e correria, começou por conta de uma porta do K07 que estava parado na estação República. Na última segunda-feira (3), o Ministério Público Estadual (MPE) cancelou os contratos da Frota K, todos reformados a partir de 2008 pela TTrans, por considerar “danosa” a reparação.
As reformas feitas na frota foi realizada pelo consórcio MTTrens, integrado por MPE, Temoinsa e TTrans, que liderou o pool de empresas.
Em 2013
No dia 5 de agosto de 2013, o mesmo K07 abriu todas as suas portas próximo da estação Santa Cecília, colocando em risco a vida dos usuários, já que o lado que fica para o trilho energizado também ficou livre; em caso de queda de algum passageiro a morte seria eminente. À época, a informação foi divulgada pelo portal Outras Palavras. No mesmo dia, por volta das 6h, a composição descarrilou na estação Palmeiras-Barra Funda
Fonte: BRASIL DE FATO
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qui, 06/02/2014 - 3:40
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Olha só!
A causa do ‘apaguinho’ pode ir além do que se supõe.
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Como não consegui publicar o comentário
sobre o ‘apaguinho’, no ótimo post do Azenha
(http://www.viomundo.com.br/politica/o-apagao-de-dilma-e-a-falha-do-metro-causada-pelos-passageiros.html),
postarei por aqui mesmo…
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BLACKOUT, POR CAUSAS NATURAIS,
OU LOCKOUT CONTRA O GOVERNO,
PARA LEVAR DILMA A NOCAUTE?
04 de fevereiro de 2014 | 7h 44
JOÃO VILLAVERDE E ANNE WARTH – Agencia Estado

Governo renovará contrato com distribuidoras de energia
Algumas das distribuidoras da Eletrobrás
estão entre as piores no ranking de avaliação
de prestação de serviço da Aneel.
O governo federal deve anunciar nas próximas semanas a renovação das concessões de distribuição de energia elétrica, cujos contratos vencem entre 2015 e 2017.
São cerca de 40 empresas, universo que contempla Cemig, Copel, e as sete companhias federalizadas, controladas pela Eletrobrás, como as empresas de distribuição de energia do Piauí, de Goiás e do Acre, por exemplo.
A medida faz parte da engenharia jurídica que permitiu o desconto na conta de luz, anunciado pela presidente Dilma Rousseff em setembro de 2012.
Segundo afirmou na segunda-feira, 3, ao jornal O Estado de S. Paulo uma fonte qualificada [SIC] do setor elétrico no governo, a renovação desses contratos de concessão “pode sair a qualquer momento”.
O caminho ficou aberto após a conclusão, na semana passada, da complexa operação montada entre a Eletrobrás e o governo de Goiás para federalização da Companhia Energética de Goiás.
Agora, com a transição para o controle federal concluída, o governo pode anunciar a renovação.
Os novos contratos apresentarão regras mais rígidas para prestação de serviço.
Formuladas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e acompanhadas de perto pelo Palácio do Planalto, as medidas vão exigir das distribuidoras uma “dramática” melhora na qualidade do serviço prestado, com redução nos índices de interrupção de energia, e aprimoramento no atendimento aos clientes.
Esses indicadores hoje são acompanhados pela Aneel mensalmente, mas há pouca margem de atuação do órgão regulador na fiscalização.
Hoje, a Aneel pode apenas multar as empresas.
A ideia é tornar a fiscalização mais rigorosa prevendo obrigações adicionais nos novos contratos.
Isso permitiria à agência reguladora atuar na empresas antes de a situação deteriorar, a ponto de exigir uma multa.
Algumas das distribuidoras da Eletrobrás estão entre as piores no ranking de avaliação de prestação de serviço da Aneel.
Essa é uma das razões pela qual o governo vem adiando há dois anos a definição das regras que estarão nos contratos de renovação das concessões.
A chance de algumas concessões não serem renovadas, por decisão dos atuais controladores diante das novas regras, é considerada “remota” em Brasília. Mas, caso isso ocorra, o governo fará uma nova licitação.
Essas empresas, que vendem energia diretamente para o consumidor, estão sob forte pressão neste início de ano.
Como antecipou o Estado em dezembro, as distribuidoras pedem uma injeção bilionária do Tesouro para evitar um repasse aos clientes na forma de aumentos da tarifa, decorrentes de altas de custos – as distribuidoras vêm pagando mais caro para adquirir energia no mercado diante da escassez de chuvas e alto consumo.
No ano passado, o governo decidiu bancar os gastos com a compra de energia de usinas térmicas, mais cara que a das hidrelétricas.
Essa despesa, paga pelo Tesouro, será ressarcida pelos consumidores nos próximos anos, de forma diluída.
Ontem, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, confirmou que o governo estuda repetir neste ano o auxílio de caixa às distribuidoras.
Questionado sobre os gastos do Tesouro com o sistema elétrico, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, demonstrou que não tem preocupação com o tema uma vez que o Orçamento já prevê R$ 9 bilhões para isso.
Colaborou Laís Alegretti.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(http://migre.me/hJuWW)
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04/02/2014 [depois do Blackout]
Mídia Bandida Local e Internacional
Apagão [Blackout] atinge até 6 mi de pessoas; governo descarta racionamento…
Apagão [Blackout] ocorreu um dia após o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmar que o governo não enxergava nenhum risco de desabastecimento de energia”.
(http://migre.me/hJwa4), (http://migre.me/hJtXG) e (http://migre.me/hJvbE).
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ESCLARECIMENTOS DO ONS
04/02/2014
O presidente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, afirmou que é RARO ocorrer SIMULTANEAMENTE dois curtos circuitos em duas linhas de transmissão no Sistema Interligado Nacional (SIN) (http://migre.me/hJuKh) e (http://migre.me/hJuLJ).
Observem-se com atenção os itens 1 e 2 da Nota do ONS, abaixo:

NOTA COMPLEMENTAR À IMPRENSA – 04/02/2014
SUMÁRIO DE PERTURBAÇÃO NO SIN
DATA: 04/02/2014
HORA: 14h03min (Horário de Brasília)

REGIÃO/EMPRESAS AFETADAS: Eletrobras Eletronorte, INTESA, TAESA, FURNAS,
TRACTBEL, ENERPEIXE, LAJEADO, CEMIG-GT, CTEEP, CESP, ELETROSUL,
Agentes Distribuidores e consumidores industriais
da região Sudeste-Centro-Oeste/Sul.

Descrição da Ocorrência 

1. Às 14h03min do dia 04/02/2014, ocorreu um curto-circuito monofásico envolvendo a fase A da linha de transmissão 500 kV Miracema – Colinas C3 [!!!], de propriedade do agente de transmissão Intesa, cujo controlador é o FIP Brasil [!!!], sendo a falha eliminada pela atuação correta das proteções da linha.
2. Em seguida, ocorreu um curto-circuito bifásico-terra envolvendo as fases A e B da linha de transmissão 500 kV Miracema – Colinas C2 [!!!], de propriedade do agente de transmissão Taesa, cujo controlador é a Cemig [!!!], sendo a falha eliminada pela atuação correta das proteções da linha.
3. Após a configuração da perda dupla entre Miracema e Colinas e considerando que o somatório dos fluxos nos três circuitos deste trecho, imediatamente antes dos distúrbios, era de 3.400 MW, foi acionada a lógica de perda dupla do Esquema de Controle de Emergência – ECE da interligação, comandando o desligamento do circuito remanescente, de propriedade da Eletronorte.
4. Com a abertura da interligação Norte/Sudeste no trecho Miracema-Colinas, atuou o Esquema de Controle de Emergência – ECE dessa interligação, desligando a LT 500 kV Serra da Mesa 2 – Rio das Éguas, separando fisicamente os sistemas Norte e Nordeste do restante do restante do SIN.
5. Com a separação das regiões Sudeste/Centro-Oeste e Sul da região Norte/Nordeste, que antes da perturbação exportava energia, verificou-se déficit nas regiões Sudeste/Centro-Oeste e Sul, com consequente queda na frequência elétrica, conforme apresentado na curva inferior na figura a seguir.
6. A perda dessa interligação resultou em desequilíbrio geração x carga nas regiões SE-CO e Sul, acarretando a atuação correta do 1º estágio do Esquema Regional de Alívio de Carga – ERAC nessas regiões, desligando cerca de 5.000 MW de cargas.
7. Às 14:41h, a interligação foi restabelecida, dando-se início ao processo de recomposição das cargas, cuja conclusão se deu às 15:30h.
8. A reunião para a análise desta ocorrência – RAP será realizada no Escritório Central do ONS nesta quinta-feira, 06/02/2014 às 14h.
(http://www.ons.org.br/download/sala_imprensa/notacomplementaraimprensa_04022014.pdf)
(http://www.ons.org.br/home)
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Traduzindo:
Resumidamente, o Sistema Interligado Nacional (SIN) opera basicamente com dois troncos principais de transmissão da energia elétrica produzida nas diversas Usinas Hidro e Termoelétricas espalhadas pelas Regiões do Brasil:
1) Norte/Nordeste, que produz para abastecer prioritariamente os municípios destas duas Regiões; e
2) Sudeste/Centro-Oeste/Sul, que, da mesma forma, com a energia aí produzida, prioriza o abastecimento dos municípios destas outras três Regiões do País.
Ocorre que esses dois troncos são interligados (daí o nome do Sistema) e, dependendo da demanda por energia de uma dessas duas zonas que, grosso modo, correspondem à Metade Norte e à Metade Sul do Brasil, o SIN pode redirecionar a transmissão de uma para outra.
É precisamente o que está acontecendo agora.
Devido às altas temperaturas nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, o consumo de energia elétrica na Metade Sul aumentou, enquanto que, por causa da seca, diminuiu o volume dos reservatórios de água das Usinas Hidrelétricas instaladas.
Daí que, com a insuficiência de produção de energia elétrica para atender o excesso de demanda no Sudeste/Centro-Oeste/Sul, o SIN redirecionou a transmissão da energia excedente produzida no Norte/Nordeste, fundamentalmente pela Usina de Tucuruí, no estado do Pará (Subsistema Norte), para a Metade Sul.
Concomitantemente, para evitar que ocorram falhas na transmissão causadas por intempéries, acidentes ou quaisquer outras causas eventuais, existe no Sistema um dispositivo lógico automatizado de segurança da interligação chamado Esquema de Controle de Emergência (ECE) que está instalado em vários pontos estratégicos do SIN (Miracema-Colinas e Serra da Mesa-Rio das Éguas, por exemplo) e que consiste, simplificadamente, no corte ou desligamento do circuito de transmissão da linha afetada e na imediata substituição por um outro circuito de uma linha de transmissão alternativa de freqüência elétrica normal, não atingida, com o objetivo de manter o mesmo fluxo de energia elétrica dos circuitos.
Assim, via de regra, em caso de falha em um circuito de uma linha de transmissão do SIN, existe um outro capaz de suportar o fluxo de energia que foi interrompido em um determinado ponto.
Acontece que, quando se tratam de três únicos circuitos com fluxo de energia muito alto (3.400 MW, por exemplo) e quando dois deles estão comprometidos, configura-se a perda dupla.
Neste caso, o sistema está programado para automaticamente interromper totalmente o fluxo de energia, isolando o ponto de pane, para evitar a sobrecarga do conjunto e a queda total por período prolongado.
Além disso, em situações de extremo risco do Sistema Interligado, o ONS pode determinar às operadoras, por precaução, que antecipadamente cortem o fornecimento de energia elétrica, até que seja solucionado o problema na origem do distúrbio.
Fato é que na terça-feira (04/02), no momento em que as Usinas da Metade Norte forneciam energia aos consumidores da Metade Sul do Brasil, foram atingidas, em questão de minutos, exatamente as duas linhas de transmissão do SIN [Miracema – Colinas C3 (do FIP Brasil Energia) e Miracema – Colinas C2 (da CEMIG)] que faziam o fluxo da energia elétrica produzida pela Usina de Tucuruí, precisamente no trecho de interligação entre o tronco Norte/Nordeste e o Sudeste/Centro-Oeste/Sul.
Foi o fenômeno raro ocorrido, a que se referiu o Presidente do ONS.
Como diria o Gilmar, pode ser, mas é difícil, que dois raios caiam no mesmo lugar ao mesmo tempo.


(http://www.ons.org.br/conheca_sistema/mapas_sin.aspx)

E ainda tem um Blackrock no pedaço.
(http://www.proprietariosdobrasil.org.br/index.php/pt-br/ranking?f=mostra_rede&incorporado=1&id_empresa=2751&aba=grafico)
(http://www.proprietariosdobrasil.org.br/index.php/pt-br/ranking?f=mostra_rede&incorporado=1&id_empresa=639&aba=grafico)
(http://www.proprietariosdobrasil.org.br/index.php/pt-br/ranking?f=mostra_rede&id_empresa=35&aba=grafico)
Fonte: FRANCO ATIRADOR
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Terça-feira, 04 de fevereiro de 2014. Coincidência ou necessidade ?
Na parte da tarde acontecem dois significativos acidentes, em duplicata, em dois locais diferentes.
Primeiro o caótico sistema de transporte público de São Paulo registra dois acidentes em duas linhas do metrô da cidade de São Paulo. 
Mais uma vez o caos e o desespero tomou conta dos passageiros que , diariamente, sofrem com o transporte público de São Paulo.
O governador do estado, o tucano  Geraldo Alckmin ,responsabilizou os passageiros pelos acidentes e transtornos causados , ignorando, propositalmente, a enxurrada de denúncias sobre crimes e corrupções que acontecem com os transportes sobre trilhos no estado de SP  desde o início da gestão do PSDB no estado.
Um sistema de metrô que anualmente avança timidamente e que conta com apenas 74 km de linhas para 11 milhões de pessoas não tem nenhuma responsabilidade nos problemas técnicos que ocorrem com vagões e composições, isso na visão do governador, é claro.
Mesmo com denúncias de vagões reformados a preço de vagões novos e com a corrupção correndo solta fora dos trilhos , a culpa dos transtornos da última terça-feira teria sido dos passageiros. 
Não satisfeito em culpar os passageiros, o governador ainda lançou a tese de uma possível sabotagem contra o transporte sobre trilhos de São Paulo.
O nariz é imenso.
Porém, o pior ainda estava por vir. 
A imprensa, principalmente de São Paulo, deu razão ao governador, ou pelo menos adotou sua justificativa reproduzindo a tese de que a culpa pelos problemas no transporte público é dos usuários. 
Quem manda ser pobre e não ter carro , ou, caso não tenham pão, que comam brioches, 
não é governador ?  
E a imprensa reproduz o governador.
Interessante e estranho, que no mesmo dia, também na parte da tarde, algo muito raro em termos de acidente acontece com o Sistema Interligado Nacional de distribuição de energia elétrica, conforme relatado pelo Operador Nacional do Sistema .
Dois curtos circuitos, quase que ao mesmo tempo em duas linhas de transmissão, o que pela característica do Sistema obrigou o corte de energia em algumas regiões do país.
Na velha, golpista e decadente imprensa, no mesmo dia e no dia seguinte, os passageiros em São Paulo eram os culpados pelos caos nos transportes públicos da cidade e o governo federal o culpado pelo apagão de energia que coloca o pais em risco de desabastecimento. 
Realmente uma terça-feira gorda , não se sabe, ainda, se em sabotagens, mentiras ou ambos.
Se isso não fosse o suficiente para causar mais uma estranheza no cidadão consciente, eis que nos trilhos da semana surge um supremo aloprado levantando suspeitas sobre a ação consciente e  solidária de conscientes cidadãos que não se curvam para farsas que em profusão insistem em atacar e , aí sim, colocar em risco a energia do processo  democráticao dos governos populares do Partido dos Trabalhadores, o PT..
Da terça-feira gorda para a quinta-feira real, hoje,os sinais da verdade soam pelos trilhos e linhas de transmissão de energia, lançando mais luz na escuridão da estranheza semanal., ainda que jornalista declare em telejornal de tv aberta seu apoio explícito a barbárie de linchamento que sofreu um bandido em rua do Rio de Janeiro, ao ser amarrado nu em um poste e espancado pela população.
Nas linhas do apagão, nos trilhos de São Paulo e na barbárie urbana, aloprados e oportunistas fazem o carnaval  em um bombardeio de " notícias"  e declarações, rasas e confusas, que ganham maior ou menor dimensão ao sabor dos ventos, que hoje, não por acaso, se voltam para a Itália. 
O trem voltou a andar, a luz está de volta, o bandido foi preso, e o aloprado está medicado.
É momento de a imprensa mudar o foco.
Entretanto o cidadão consciente analisa os fatos da semana  e ainda pergunta:
Cadê o DARF ?



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