terça-feira, 7 de janeiro de 2014

A Desesperada Defesa de um Pai

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Antinho na Globo


.O virtuosismo vocal estéril é o legado do The Voice à música brasileira


Torturam as notas até não sobrar nada delas, ignoram as letras em prol de um exibicionismo obtuso, matam a pauladas a gentileza
Por Kiko Nogueira, no DCM


Sam Alves (Foto: Reprodução/TV Globo)

O programa “The Voice” deixa como legado uma praga sinistra na música brasileira: o oversinging, a exibição de musculatura vocal e virtuosismo estéril que destrói qualquer canção.
Não era uma tradição brasileira. É uma herança bastarda do gospel. É o que já fazem há algum tempo, lá fora, Christina Aguilera, Mary J. Blige, Jessica Simpson, Josh Groban, Beyoncé, a insuportável Céline Dion, entre outros. Torturam as notas até não sobrar nada delas, ignoram as letras em prol de um exibicionismo obtuso, matam a pauladas a gentileza.
O ganhador do karaokê da Globo, Sam Alves, começou sua epopeia esfaqueando a delicada “Hallellujah”, de Leonard Cohen, e terminou gritando alguma outra música. É um retrocesso para o Brasil. João Gilberto e Tom Jobim — e depois seus seguidores Chico Buarque, Caetano Veloso, Gal Costa, Roberto Carlos e outros –, haviam atirado no século 18 o vozeirão de canastrões como Cauby Peixoto, Nelson Gonçalves e Ângela Maria. Perto desse pessoal do The Voice, Cauby, Ângela e Agnaldo Timóteo são silenciosos como a brisa.
Não é agradável. Não é cantar. É gritar mais ou menos no tom. Não que não tenhamos tido intérpretes exagerados. Elis Regina, para ficar num exemplo, era derramada, dramática. Mas nunca em detrimento da canção. Ela estava a serviço dela. Elis se descabela em “Atrás da Porta”, de Chico, mostrando todos os seus dotes, sem abrir mão do que a composição está falando. Você pensa em cortar os pulsos, nem que seja por dois segundos.
O oversinging virou um padrão da indústria. O nível de intoxicação é tão grande que, aparentemente, não há mais o que fazer. A moça que interpreta forró é obrigada a dar cambalhotas vocais. O que esses caras fazem com Tim Maia é uma maldade. Tim, que inventou o soul brasileiro, era econômico com seus vastos recursos vocais. No final de “Gostava Tanto de Você”, ele se solta um pouco mais. É uma aula de contenção e feeling.
A nova histeria musical nacional quer que a melodia original se dane. O que importa é colocar o máximo possível de confetes num bolo até ele perder o gosto. É a globalização da ruindade. O rapaz de Fortaleza canta exatamente como o da Nova Zelândia. E eles vêm em série. É um ciclo vicioso que entope o mercado de vocalistas que berram, sempre a um passo de imolar suas gargantas.
Se você quiser culpar alguém, culpe Whitney Houston. Foi ela quem popularizou a técnica por trás do oversinging, chamada de melisma, a capacidade de emitir várias notas numa sílaba. Aretha Franklin fazia uso  disso antes dela, mas Whitney levou a coisa a um outro patamar. No início dos anos 90, ela estourou com “I Will Always Love You”, em que o “I” durava seis segundos. Fazia estrepolias com o “You”, também. Sem desafinar, faça-se justiça. Na esteira dela, vieram seus clones modernos.
Suas acrobacias eram resultado de treino árduo e, claro, dom. O piro virtuoso de Whitney e seus asseclas é uma espécie de aviso aos autores: “Ok. Vocês bolaram essa harmonia, escreveram essa letra — mas agora a coisa está comigo e eu farei o que eu quiser”. Uma espécie de apropriação indevida, muito lucrativa em alguns casos.
Por trás de cada refrão estuprado por esses Godzillas, há um autor pedindo socorro. Os mortos não têm saída. Os vivos podem achar que vão ganhar dinheiro com isso. O oversinging é uma doença estética que, graças ao The Voice, vai ganhar o país. Como dizia Agnaldo Timóteo, a plenos pulmões: “Ai, ai, mamãe, eu te lembro chinelo na mão, o avental todo sujo de ovo. Se eu pudesse, eu queria começar tudo, mamãe, tudo de novo”.
Fonte: REVISTA FÓRUM, em 30.12.13
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Esse estilo é de matar. 
Meio gospel aos berros é dose prá leão.
Só podia vir mesmo de globo.
Aliás, a programação da tv globo ainda é a mesma criada por Boni, lá em décadas obscuras.
Naturalmente que a audiência de globo vai envelhecendo, alguns ficam mais burros e outros morrem. 
E assim se faz necessário a renovação para que as audiências se mantenham nos mesmos patamares.
E  isso em globo não aconteceu.
O novo de globo, veio em 2000 com o Big Brother Brasil. 
Cá pra nós, reality show enquanto renovação  é dose.
O  reality show veio já com Boninho, o filho de Boni, no lugar do pai.
Até hoje se discute se a mudança foi uma consequência de dinastia  ou se o menino Boninho teria algum talento como tinha o pai.
Parece que foi mesmo um caso de família.
Além do reality show, Boninho, o filho do pai, lançou essa aberração ou berração do The Voice.
Cabe lembrar que foram apenas as duas "grandes novidades " de globo no período pós Boni.
Ambas foram cópias de programas de outras emissoras, no caso o reality show veio da Holanda e o The Voice dos EUA.
Não houve nenhum processo criativo voltado para a nossa cultura, no tocante as "novidades".
Ambos os programas são excrescências de tv's de outros países.
Não é por acaso que a audiência de tv globo não para de cair.
Ao que parece, o filho do pai é uma anta.
Fonte: PAPIRO em 30.12.13
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Marinho tem razão:
a Globo despenca

O pior é no horário nobre, onde rola mais grana …

Saiu na Folha (*):

Globo e SBT encerram 2013 com pior audiência da história


Globo e SBT não terão saudade de 2013. As duas emissoras registraram no ano que está partindo as piores audiências de sua história.

De 1º de janeiro a 26 de dezembro, a média diária (das 7h à meia-noite) da Globo na Grande São Paulo foi de 14,3 pontos. Em 2012, a rede marcou 14,7 pontos. Cada ponto equivale a 62 mil domicílios na Grande São Paulo.

O SBT está encerrando o ano com 5,3 pontos de média diária, ante 5,6 pontos do mesmo período no ano passado.

Esses são os piores índices já registrados por essas emissoras durante um ano.

(…)

Na faixa nobre (das 18h à meia-noite), onde estão os anunciantes, a Globo caiu de 24,6 pontos (2012) para 23,2 pontos (2013). O SBT passou de 6,7 para 6,5 pontos. A Band foi de 3,7 para 3,5 pontos. A Rede TV! marcou 1,2 ponto neste ano, ante 1,3 em 2012.

Apenas Record e TV Cultura cresceram na faixa nobre. A Record foi de 7,7 para 7,9 pontos, e a Cultura, de 0,9 para 1,4 ponto. 
Fonte: CONVERSA AFIADA 
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Vamos torcer pelos dois, lembrando que a Copa passa, mas a televisão permanece”

Para Boni, executivo que durante 30 anos comandou os rumos da Rede Globo e criador do “padrão Globo de qualidade”, 2014 será riquíssimo para a televisão. "É hora de renovação"

iG Gente , por José Bonifácio de Oliveira Sobrinho 




Divulgação/Cláudio Augusto
Boni, ex-comandante geral da Globo, prevê um ano dinâmico para a TV em 2014

2014 - a televisão entra em campo.
Com a Copa do Mundo no Brasil, o ano será de um agito sem precedentes na nossa mídia. Em especial na televisão. Do ponto de vista de polarização, televisão e Copa do Mundo serão uma coisa só. Programas, promoções e eventos vão marcar o primeiro semestre. E em junho, quem não estiver nos estádios estará fazendo reuniões em casa para transformar cada jogo do Brasil em festa. Haja coração. Salgadinhos, cervejinha, foguetório e gritaria. Mas, senhores narradores, só em casa, tá bom? Nelson Rodrigues estava certo. Na Copa do Mundo, a seleção é “a pátria de chuteiras”, mas não precisamos exagerar. Não gritem com a gente. Somos inocentes.
Além do mais, como gritar não vai transformar um gol em dois, a prática é inútil.
Útil é a movimentação que Copa do Mundo traz para o mercado abrindo centenas de oportunidades de negócios. Uma delas, do ponto de vista da televisão, é a alavancagem da venda de aparelhos de TV HD – de alta definição. Como o apagão do sistema de televisão analógico foi antecipado pelo governo, na maioria das cidades , para 2015, a contribuição da Copa do Mundo para o aumento de televisores digitais nos lares brasileiros é importantíssima.
É hora de renovação. Momento que as emissoras de televisão devem aproveitar para rever seus posicionamentos e a grade de programação. Eu estou cheio de esperanças. Para a Globo, em particular, eu vejo um momento único. Sinto renascer o espírito de corpo e o profissionalismo que reinou na Globo por tanto tempo.
A Copa no Brasil vai possibilitar um desvio histórico no foco da programação e, quando a fartura de futebol acabar, estou convicto de que o segundo semestre trará uma televisão nova e revigorada. É minha aposta para o próximo ano. A televisão brasileira tem, no exterior, uma reputação tão grande quanto a do nosso futebol. Vamos torcer pelos dois, lembrando que a Copa passa, mas a televisão permanece no nosso dia a dia, na nossa vida, na nossa cultura. 2014, ano da Copa do Mundo. Ano da televisão brasileira.
Fonte: IG em 06.01.14
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O artigo sobre o programa The Voice, da TV globo, foi publicado pela Revista Fórum em 30,12.13.
A gritaria em uma canção, ou canção gritaria, foi a tônica do artigo que mereceu um comentário do PAPIRO no mesmo dia, que abordou  também a mediocridade atual dos programas da TV comercial no Brasil. 
Citou a renovação como necessidade, e não apenas a renovação nas emissoras existentes, porém uma renovação com a criação de um novo marco para as comunicações no país. 
Citou ainda  a fragilidade profissional que se vê hoje no comando de globo, fazendo referência ao simpático mamífero que é a anta.
Ontem, 06.01.14, o ex-diretor da globo,também citado no artigo do PAPIRO escreveu artigo publicado no portal IG, onde faz referências a gritos e renovação na TV brasileira. 
Fica claríssimo que mandou recibo.
Para escamotear o recibo, seguiu a pauta dominante na mídia no início desta semana, que é  nada mais que um terrorismo sobre atrasos nas obras e possíveis, desejados e tão esperados protestos populares que possam mudar o quadro para as eleições de outubro.
Ao melhor estilo Cid Moreira, no jornal nacional da década de 1970, Boni, ao falar da copa , diz o que o cidadão brasileiro deve fazer, claro, diante de um aparelho de TV ligado na TV globo, emissora que detêm os direitos de transmissão dos jogos.
Diz ainda que todo e qualquer foco no semestre deve ser única e exclusivamente para a copa, sem explicitar se somente com o espírito esportivo ou com motivações políticas.
Cita ainda Nelson Rodrigues, dizendo que em copa do mundo a seleção é a pátria de chuteiras.
Já que toda unanimidade é burra, como citou Nelson, o conceito de pátria de chuteiras não só  não é unânime como já vem se mostrando ultrapassado.  
Já se foi o tempo em que o brasileiro necessitava de uma conquista da seleção para elevar sua auto estima.
Existem motivos de sobra, atualmente, para que o brasileiro se projete de forma afirmativa no mundo. Entretanto, para as mídias, a pátria de chuteiras é um catalizador imprescindível para alavancar audiências e resultados em períodos de copa do mundo.
Para globo, que detém os direitos de transmissão das competições que envolvem a seleção brasileira de futebol, quanto maior a mobilização pelos jogos da copa, mais dinheiro para a emissora. 
Isso é fato. Logo, que se incite o "patriotismo".
 É sabido por todos que o esporte na TV globo é algo voltado apenas para as competições em que a emissora detém os direitos de transmissão. 
Programas como globo esporte, na hora do almoço e esporte espetacular, aos domingos pela manhã, tem como público alvo adolescentes idiotas, refeitórios de empresas e tédio dominical em locais remotos do país, respectivamente.
Não há nenhum compromisso o esporte.
Continuando sua "análise", Boni fala em renovação na TV brasileira  e mais especificamente na TV globo, onde deixou de trabalhar no século passado. 
Diz que após a copa, a TV estará pronta para renovação, sem explicar as razões para tal. 
Sabe-se que após a copa, teremos as eleições presidenciais, tão esperadas por globo. 
Se a renovação citada por Boni é apenas uma metáfora das eleições, já que uma renovação em grade de TV não acontece de um dia para o outro, cabe lembrar que o Brasil vem se renovando desde a chegada dos governos populares e democráticos do PT, em 2003 e, pelo cenário atual, tal renovação deve continuar pois muitos anos, pois assim percebe e entende o povo brasileiro. 
A renovação nas emissoras de TV, deve ser entendida como um processo, longo, que não é explicitado ou determinado com uma data de início.. 
Devemos, todos torcer pelos dois, a seleção brasileira e o novo marco regulatório das comunicações que esperamos dê a largada em 2014
Diante dos fatos, Boni é o retrato da globo atual
Diz ainda que vê renascer em globo o espírito de corpo e profissionalismo do passado.
Se vê renascer, mesmo não trabalhando em globo, é porque teria morrido ?
Confuso, dissimulado e ultrapassado.
A grade de globo contempla programas que não tem o menor interesse de um público jovem e  adulto jovem.. 
Programas ultrapassados, cafonas, bregas e de forte inclinação para lobbies americanos no país.
Dito isto, o artigo de Boni não pode ser considerado algo oriundo de um profissional bem sucedido em TV..
Fica claro que é apenas a defesa de um pai , o que, de certa forma, reforça , o conceito que se tem sobre o filho.

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