quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Quem tem medo da democracia ?

         O ocaso da democracia nos EUA


Qualquer governo que tenha capacidade para monitorar seus cidadãos e tenha capacidade para descartar o debate público sobre fatos é totalitário

Por Chris Hedges*, Truthdig, em “The Last Gasp of American Democracy”. Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu e publicado em redecastorphoto
Se os norte-americanos não desmantelarmos imediatamente o aparelho de segurança e vigilância, não haverá jornalismo investigativo ou supervisão judicial que detenha o abuso de poder. Não haverá contraditório organizado. Não haverá pensamento independente. A crítica, por morna que seja, será tratada como ato de subversão. O aparelho de segurança amortalhará o corpo político como mofo negro, até que o mais banal e ridículo seja convertido em questão de segurança nacional.
Os EUA vivemos nossos últimos estertores como democracia. A intrusão do estado na vida de cada um e todos, e a obliteração da privacidade já são agora fatos. O desafio para todos nós – dos desafios finais, suspeito eu – é nos levantarmos ultrajados e pôr fim ao assalto aos nossos direitos à liberdade e à livre expressão. Se não o fizermos, nos veremos convertidos numa nação de cativos.
Os debates públicos sobre medidas do governo para impedir o terrorismo, o assassinato de reputação contra Edward Snowden e seus apoiadores, as garantias, pelos poderosos, de que ninguém estaria dando mau uso à quantidade massiva de dados coletados e armazenados das nossas comunicações eletrônicas não visam ao alvo alegado.
Qualquer governo que tenha capacidade para monitorar seus cidadãos; qualquer estado tenha capacidade para descartar o debate público sobre fatos; qualquer estado que tenha ferramentas suficientes para calar instantaneamente a oposição discrepante é estado totalitário.
Hoje, o estado-empresa [orig. corporate state] norte-americano pode talvez não estar usando todo esse poder. Mas o usará, se se sentir ameaçado por uma população tornada impotente pela corrupção entre os próprios cidadãos, pela incapacidade para organizar-se para agir, ou por repressão galopante. No instante em que surja um movimento popular – e algum surgirá – que realmente confronte nossos patrões na imprensa-empresa ou no estado-empresa, o venal sistema-empresa norte-americano de vigilância total será posto a trabalhar a pleno vapor.
O mal mais radical, como Hannah Arendt apontou, é o sistema político que efetivamente esmaga seus oponentes marginalizados e abusados e, pelo medo e pela obliteração da privacidade, incapacita todos os demais. O sistema norte-americano de vigilância de massa é a máquina pela qual esse mal radical será ativado.
Se os norte-americanos não desmantelarmos imediatamente o aparelho de segurança e vigilância, não haverá jornalismo investigativo ou supervisão judicial que detenha o abuso de poder. Não haverá o contraditório organizado. Não haverá pensamento independente. A crítica, por morna que seja, será tratada como atos de subversão. O aparelho de segurança amortalhará o corpo político como um mofo negro, até que o mais banal e ridículo seja convertido em questão de segurança nacional.
Conheci mal dessa qualidade, quando trabalhei como repórter no estado-Stasi(al. no orig., “Ministério da Segurança do Estado”) da Alemanha Oriental. Era seguido por homens de cabelo cortado à militar, metidos em jaquetas de couro, que eu presumia que fossem agentes do Stasi, que eram apresentados como “escudo e espada” da nação. As pessoas que eu entrevistava eram visitadas por agentes do Stasi, imediatamente depois de eu sair da casa delas. Meu telefone era “grampeado”. Alguns dos que trabalhavam comigo eram pressionados para tornar-se informantes. O medo descia como gelo duro, sobre cada conversa.
Stasi não criou massivos campos de morte e gulags. Não precisou. O Stasi, com rede de dois milhões de informantes, numa população de 17 milhões, estava em todos os cantos. Havia 102 mil funcionários da polícia secreta que trabalhavam em tempo integral para monitorar a população – um, para cada 166 alemães do leste. Os nazistas quebraram ossos; o Stasi quebrou almas. O governo da Alemanha Oriental foi pioneiro da desconstrução psicológicaque os torturadores e interrogadores nos buracos negros da CIA pelo mundo, e dentro do sistema prisional norte-americano, elevaram à mais aterrorizante perfeição.
O objetivo da vigilância total, como Arendt escreveu em Origens do Totalitarismo, não é, no fim, descobrir crimes, “mas estar a postos, quando o governo decide prender uma dada categoria da população.
E porque os e-mails, as conversas telefônicas, as pesquisas na Web e os deslocamentos geográficos são gravados e armazenados para sempre nos bancos de dados do governo dos EUA, haverá sempre “provas” em quantidade suficiente para nos encarcerar, caso o estado considere necessário. A informação espera, como um vírus mortal, nos cofres do governo, para ser usada contra nós. Não importa o quanto a informação seja trivial ou inocente. Em estados totalitários, a justiça, como a verdade, é irrelevante.
O objetivo de estados totalitários eficientes, como George Orwell compreendeu, é criar um clima no qual as pessoas não pensem em rebelar-se, um clima no qual a tortura e a matança praticadas pelo governo são usadas só contra um punhado de renegados inadministráveis. O estado totalitário obtém esse controle, Arendt escreveu, mediante o esmagamento sistemático da espontaneidade humana e, por extensão, da liberdade humana. Espalha o medo incansavelmente, para manter a população traumatizada e imobilizada. Converte os tribunais, como os corpos legislativos, em mecanismos para legalizar os crimes do estado [e os crimes das classes e grupos de força dominantes, como os crimes da imprensa-empresa (NTs)].
O estado-empresa norte-americano, no caso dos EUA, usou a lei para silenciosamente abolir a 4ª e a 5ª Emendas da Constituição, estabelecidas para nos proteger contra intrusão do governo-empresa em nossa vida privada, sem mandado judicial. A perda da representação e da proteção judicial e política, parte do coup d’état engendrado pelo estado-empresa, implica que não temos nem voz nem proteção legal contra os abusos do poder. A recente sentença judicial que apoia e legaliza a espionagem pela Agência de Segurança Nacional dos EUA, emitida pelo Juiz Distrital dos EUA, William H. Pauley III, é parte de uma longa e vergonhosa lista de sentenças e decisões judiciais que repetidas vezes sacrificaram nossos mais caros direitos constitucionais, no altar da segurança nacional, desde os ataques de 11/9.
Os tribunais e corpos legislativos do estado-empresa invertem agora, rotineiramente, nossos mais básicos direitos, para justificar a pilhagem-empresa e a repressão-empresa. Declaram que doações secretas massivas para campanhas eleitorais – que é uma forma de legalizar a propina – são ações protegidas pela 1ª Emenda. Definem a empresa-lobby – mediante a qual empresas privadas fazem chover dinheiro sobre funcionários eleitos e escrevem nossas leis – como direito do povo, de agir como governo. E podemos, conforme as leis norte-americanas, ser torturados ou assassinados ou presos por tempo indefinido pelos militares; e podemos não receber o devido processo legal; e podemos ser espionados sem mandado judicial.
Cortesãos obsequiosos, servis, que se apresentam como jornalistas, santificam o poder da empresa e do estado-empresa e amplificam suas mentiras – a redeMSNBC faz isso tão caninamente quanto a rede Fox News – ao mesmo tempo em que enchem nossa cabeça com a imbecilidade das fofocas sobre “celebridades” e “notícias” que nem notícia são.
Nossas “polêmicas”, que permitem que políticos e jornalistas de futrica falem sem parar sobre questões que nem questões são, mascaram um sistema político que deixou de funcionar. História, arte, filosofia, investigação intelectual, nossas lutas sociais e individuais passadas, por justiça; o próprio mundo das ideias e da cultura, com a compreensão do que significa viver e participar numa democracia funcional, foram jogados nos buracos negros do que se deve esquecer, apagar.
O filósofo político Sheldon Wolin, em seu livro indispensável, essencial, Democracy Incorporated” [“Democracia-empresa”, sem edição no Brasil, “esgotado no fornecedor”, cf. webpage da Livraria Cultura (NTs)] chama o sistema de governo-empresa [orig. corporate governance] nos EUA, de totalitarismo invertido, que representa “a nova era de política-empresa e de desmobilização política da cidadania”.
O totalitarismo da política-empresa difere das formas clássicas do totalitarismo, que giram em torno de um líder carismático ou demagogo; sua expressão é o anonimato do estado-empresa [orig. “the anonymity of the corporate state” (NTs)]. As forças da empresa [orig. corporate forces] ativas por trás do estado-empresa inverteram o totalitarismo, para não substituir estruturas decadentes, como fazem os movimentos totalitários clássicos, por novas estruturas.
Em vez disso, fingem honrar a política eleitoral, a liberdade de manifestação e a imprensa democrática, o direito à privacidade e as garantias legais.
Mas manipulam a política eleitoral de tal modo, corrompem-na de tal modo, tão completamente – como também corrompem juízes, tribunais, a imprensa e todas as alavancas essencial do poder – que tornam impossível a genuína participação democrática das massas [isso está para acontecer também aqui no Brasil com a USURPAÇÃO pelo Poder Judiciário de prerrogativas dos Poderes Executivos e Legislativos (Nrc)].
A Constituição dos EUA não foi reescrita, mas já foi capada, nas interpretações que lhe dão juízes e corpos legislativos. E cá ficamos, com uma frágil capa democrática e um duro núcleo totalitário.
A âncora desse totalitarismo-empresa são os sistemas norte-americanos de segurança interna, que nada e ninguém supervisiona ou controla.
Nossos governantes totalitários-empresa se autoenganam, com tanta frequência quanto enganam o público. Política, para eles, é pouco mais que RP (Relações Públicas). Contam-se mentiras, não para obter algum resultado discernível de política pública, mas para proteger a imagem do governante e do governo dos EUA. Essas mentiras tornaram-se uma grotesca modalidade de patriotismo.
A capacidade do governo dos EUA, mediante vigilância total, para impedir qualquer investigação externa sobre o poder, engendra apavorante esclerose intelectual e moral, que se dissemina no interior da elite governante.
Noções absurdas, como a de implantar alguma “democracia” em Bagdá pela força, para que essa “democracia” se espalhasse pela região, ou a ideia de que os EUA poderiam aterrorizar o Islã radical no Oriente Médio para forçá-lo à submissão, já não são mantidas sob equilíbrio pela ação da realidade ou pela experiência ou por discussão social racional baseada em fatos. Dados e fatos que não se encaixem nas teorias-fantasias-alucinações das elites políticas norte-americanas, dos generais, dos gerentes do aparelho de inteligência são ignorados e ocultados para que os cidadãos não os vejam. A capacidade dos cidadãos para tomar medidas autocorretivas é frustrada, para todos os efeitos. E no final, como em todos os sistemas totalitários, os cidadãos norte-americanos tornam-se vítimas da loucura do governo norte-americano, de mentiras monstruosas, de corrupção avassaladora e do terror de estado.
O poeta romeno Paul Celan capturou a lenta ingestão de um veneno ideológico – no caso dele, o fascismo – em seu poema “Fuga da Morte” [1]:
Leite negro da madrugada nós o bebemos de noite
nós o bebemos ao meio-dia e de manhã
nós o bebemos de noite nós o bebemos bebemos
cavamos um túmulo nos ares lá não se jaz apertado
Nós, os norte-americanos, como em todos os estados totalitários emergentes, fomos mentalmente inseminados por uma amnésia histórica cuidadosamente orquestrada; uma imbecilidade induzida pelo estado-empresa norte-americano. Cada dia menos nos recordamos do que seja ser livre. E porque esquecemos, não reagimos com a ferocidade apropriada quando afinal toma-se conhecimento de que nossa liberdade nos foi roubada. As estruturas do estado-empresa têm de ser derrubadas. Seu aparato de segurança tem de ser destruído. E os que pregam e defendem o totalitarismo-empresa – incluídos aí os líderes dos dois principais partidos dos EUA, os fátuos acadêmicos norte-americanos, jornais, televisões, imprensa-empresa e jornalistas-empresa corruptos – têm de ser expulsos dos templos do poder.
Protestos em massa, nas ruas, e prolongada desobediência civil são a única esperança que nos resta aos norte-americanos. Se esse nosso levante fracassar – fracasso com o qual o estado-empresa conta – os norte-americanos estaremos escravizados.

Nota dos tradutores
(trad. Modesto Carone, do livro: “Quatro mil anos de poesia”, J. Guinsburg e Zulmira Ribeiro Tavares, Ed. Perspectiva, 1969, SP, em:
Leite negro da madrugada nós o bebemos de noite
nós o bebemos ao meio-dia e de manhã
nós o bebemos de noite nós o bebemos bebemos
cavamos um túmulo nos ares lá não se jaz apertado
Um homem mora na casa bole com cobras escreve
escreve para a Alemanha quando escurece teu cabelo de ouro Margarete
escreve e se planta diante da casa e as estrelas faíscam ele assobia para os seus Mastins
assobia para os seus judeus manda cavar um túmulo na terra
ordena-nos agora toquem para dançar
Leite negro da madrugada nós te bebemos de noite
nós te bebemos de manhã e ao meio-dia nós te bebemos de noite nós bebemos bebemos
Um homem mora na casa e bole com cobras escreve
escreve para a Alemanha quando escurece teu cabelo de ouro Margarete
Teu cabelo de cinzas Sulamita cavamos um túmulo nos ares lá não se jaz apertado
Ele brada cravem mais fundo na terra vocês aí cantem e toquem
agarra a arma na cinta brande-a seus olhos são azuis
cravem mais fundo as pás vocês aí continuem tocando para dançar
Leite negro da madrugada nós te bebemos de noite
nós te bebemos ao meio-dia e de manhã nós te bebemos de noite nós bebemos bebemos
um homem mora na casa teu cabelo de ouro Margarete
teu cabelo de cinzas Sulamita ele bole com cobras
Ele brada toquem a morte mais doce a morte é um dos mestres da Alemanha
ele brada toquem mais fundo os violinos vocês aí sobem como fumaça no ar
aí vocês têm um túmulo nas nuvens lá não se jaz apertado
Leite negro da madrugada nós te bebemos de noite
nós te bebemos ao meio-dia a morte é um dos mestres da Alemanha
nós te bebemos de noite e de manhã nós bebemos bebemos
a morte é um dos mestres da Alemanha seu olho é azul
acerta-te com uma bala de chumbo acerta-te em cheio
um homem mora na casa teu cabelo de ouro Margarete
ele atiça seus mastins sobre nós e sonha a morte é um dos mestres da Alemanha
eu cabelo de ouro Margarete
teu cabelo de cinzas Sulamita.
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[*] Chris Hedges, cuja coluna é publicada às segundas-feiras emTruthdig, passou quase duas décadas como correspondente internacional na América Central, no Oriente Médio, na África e nos Bálcãs. Escreveu reportagens em mais de 50 países e trabalhou paraThe Christian Science MonitorNational Public RadioThe Dallas Morning News e The New York Times, para o qual foi correspondente internacional por 15 anos.
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Fonte: REVISTA FÓRUM
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Em 14 de dezembro de 2013, PAPIRO publicou o artigo abaixo também de Revista Fórum e em seguida o comentário do blogue.
Leia os textos abaixo: 
Sonho americano? 
Conheça 10 fatos chocantes sobre os EUA
Maior população prisional do mundo, pobreza infantil acima dos 22%, nenhum subsídio de maternidade, graves carências no acesso à saúde… bem-vindos ao “paraíso americano”
Por Pragmatismo Político



(Imagem: Divulgação)
Os EUA costumam se revelar ao mundo como os grandes defensores das liberdades, como a nação com a melhor qualidade de vida do planeta e que nada é melhor do que o “american way of life” (o modo de vida americano). A realidade, no entanto, é outra. Os EUA também têm telhado de vidro como a maioria dos países, a diferença é que as informações são constantemente camufladas. Confira abaixo 10 fatos pouco abordados pela mídia ocidental.

1. Maior população prisional do mundo
Elevando-se desde os anos 80, a surreal taxa de encarceramento dos EUA é um negócio e um instrumento de controle social: à medida que o negócio das prisões privadas alastra-se como uma gangrena, uma nova categoria de milionários consolida seu poder político. Os donos destas carcerárias são também, na prática, donos de escravos, que trabalham nas fábricas do interior das prisões por salários inferiores a 50 cents por hora. Este trabalho escravo é tão competitivo, que muitos municípios hoje sobrevivem financeiramente graças às suas próprias prisões, aprovando simultaneamente leis que vulgarizam sentenças de até 15 anos de prisão por crimes menores como roubar chicletes. O alvo destas leis draconianas são os mais pobres, mas, sobretudo, os negros, que representando apenas 13% da população norte-americana, compõem 40% da população prisional do país.

2. 22% das crianças americanas vive abaixo do limiar da pobreza.
Calcula-se que cerca de 16 milhões de crianças norte-americanas vivam sem “segurança alimentar”, ou seja, em famílias sem capacidade econômica para satisfazer os requisitos nutricionais mínimos de uma dieta saudável. As estatísticas provam que estas crianças têm piores resultados escolares, aceitam piores empregos, não vão à universidade e têm uma maior probabilidade de, quando adultos, serem presos.

3. Entre 1890 e 2012, os EUA invadiram ou bombardearam 149 países.
O número de países nos quais os EUA intervieram militarmente é maior do que aqueles em que ainda não o fizeram. Números conservadores apontam para mais de oito milhões de mortes causadas pelo país só no século XX. Por trás desta lista, escondem-se centenas de outras operações secretas, golpes de Estado e patrocínio de ditadores e grupos terroristas. Segundo Obama, recipiente do Nobel da Paz, os EUA conduzem neste momente mais de 70 operações militares secretas em vários países do mundo.
O mesmo presidente criou o maior orçamento militar norte-americano desde a Segunda Guerra Mundial, superando de longe George W. Bush.

4. Os EUA são o único país da OCDE que não oferece qualquer tipo de subsídio de maternidade.
Embora estes números variem de acordo com o Estado e dependam dos contratos redigidos por cada empresa, é prática corrente que as mulheres norte-americanas não tenham direito a nenhum dia pago antes ou depois de dar à luz. Em muitos casos, não existe sequer a possibilidade de tirar baixa sem vencimento. Quase todos os países do mundo oferecem entre 12 e 50 semanas pagas em licença maternidade. Neste aspecto, os Estados Unidos fazem companhia à Papua Nova Guiné e à Suazilândia.

5. 125 norte-americanos morrem todos os dias por não poderem pagar qualquer tipo de plano de saúde.
Se não tiver seguro de saúde (como 50 milhões de norte-americanos não têm), então há boas razões para temes ainda mais a ambulância e os cuidados de saúde que o governo presta. Viagens de ambulância custam em média o equivalente a 1300 reais e a estadia num hospital público mais de 500 reais por noite. Para a maioria das operações cirúrgicas (que chegam à casa das dezenas de milhar), é bom que possa pagar um seguro de saúde privado. Caso contrário, a América é a terra das oportunidades e, como o nome indica, terá a oportunidade de se endividar e também a oportunidade de ficar em casa, torcendo para não morrer.

6. Os EUA foram fundados sobre o genocídio de 10 milhões de nativos. Só entre 1940 e 1980, 40% de todas as mulheres em reservas índias foram esterilizadas contra sua vontade pelo governo norte-americano.
Esqueçam a história do Dia de Ação de Graças com índios e colonos partilhando placidamente o mesmo peru em torno da mesma mesa. A História dos Estados Unidos começa no programa de erradicação dos índios. Tendo em conta as restrições atuais à imigração ilegal, ninguém diria que os fundadores deste país foram eles mesmos imigrantes ilegais, que vieram sem o consentimento dos que já viviam na América. Durante dois séculos, os índios foram perseguidos e assassinados, despojados de tudo e empurrados para minúsculas reservas de terras inférteis, em lixeiras nucleares e sobre solos contaminados. Em pleno século XX, os EUA iniciaram um plano de esterilização forçada de mulheres índias, pedindo-lhes para colocar uma cruz num formulário escrito em idioma que não compreendiam, ameaçando-as com o corte de subsídios caso não consentissem ou, simplesmente, recusando-lhes acesso a maternidades e hospitais. Mas que ninguém se espante, os EUA foram o primeiro país do mundo oficializar esterilizações forçadas como parte de um programa de eugenia, inicialmente contra pessoas portadoras de deficiência e, mais tarde, contra negros e índios.

7. Todos os imigrantes são obrigados a jurarem não ser comunistas para poder viver nos EUA.
Além de ter que jurar não ser um agente secreto nem um criminoso de guerra nazi, vão lhe perguntar se é, ou alguma vez foi membro do Partido Comunista, se tem simpatias anarquista ou se defende intelectualmente alguma organização considerada terrorista. Se responder que sim a qualquer destas perguntas, será automaticamente negado o direito de viver e trabalhar nos EUA por “prova de fraco carácter moral”.

8. O preço médio de uma licenciatura numa universidade pública é 80 mil dólares.
O ensino superior é uma autêntica mina de ouro para os banqueiros. Virtualmente, todos os estudantes têm dívidas astronômicas, que, acrescidas de juros, levarão, em média, 15 anos para pagar. Durante esse período, os alunos tornam-se servos dos bancos e das suas dívidas, sendo muitas vezes forçados a contrair novos empréstimos para pagar os antigos e assim sobreviver. O sistema de servidão completa-se com a liberdade dos bancos de vender e comprar as dívidas dos alunos a seu bel prazer, sem o consentimento ou sequer o conhecimento do devedor. Num dia, deve-se dinheiro a um banco com uma taxa de juros e, no dia seguinte, pode-se dever dinheiro a um banco diferente com nova e mais elevada taxa de juro. Entre 1999 e 2012, a dívida total dos estudantes norte-americanos cresceu à marca dos 1,5 trilhões de dólares, elevando-se assustadores 500%.

9. Os EUA são o país do mundo com mais armas: para cada dez norte-americanos, há nove armas de fogo.
Não é de se espantar que os EUA levem o primeiro lugar na lista dos países com a maior coleção de armas. O que surpreende é a comparação com outras partes do mundo: no restante do planeta, há uma arma para cada dez pessoas. Nos Estados Unidos, nove para cada dez. Nos EUA podemos encontrar 5% de todas as pessoas do mundo e 30% de todas as armas, algo em torno de 275 milhões. Esta estatística tende a se elevar, já que os norte-americanos compram mais de metade de todas as armas fabricadas no mundo.

10. Há mais norte-americanos que acreditam no Diabo do que os que acreditam em Darwin.
A maioria dos norte-americanos são céticos. Pelo menos no que toca à teoria da evolução, já que apenas 40% dos norte-americanos acreditam nela. Já a existência de Satanás e do inferno soa perfeitamente plausível a mais de 60% dos norte-americanos. Esta radicalidade religiosa explica as “conversas diárias” do ex-presidente Bush com Deus e mesmo os comentários do ex-pré-candidato republicano Rick Santorum, que acusou acadêmicos norte-americanos de serem controlados por Satã.

Fonte: REVISTA FÓRUM

Definitivamente não se pode chamar isso de democracia.
Menos ainda de América livre .
Predomina nos EUA a prática do salve-se quem puder, o autoritarismo e a exceção.
Interessante que em um país regido pelo darwinismo social, a maioria da população americana rejeita as teorias de  Darwin e enaltece o diabo. 
Definitivamente é uma regressão do processo civilizacional.
Tudo é baseado na propaganda, nas aparências e na quase total submissão dos meios de comunicação ao discurso oficial.
Na década passada, o ex-presidente Bush e o presidente Putim , em encontro público, tiveram o seguinte diálogo:
Bush  -  Os EUA estão exportando democracia para o mundo 
Putim -  não estou interessado no seu modelo de democracia ( rs. )
No país da propaganda, o mac lanche é feliz enquanto o refrigerante é pura emoção.
A escravidão voltou com toda força e a tão sonhada eugenia de Hitler ganha contornos reais.
Com 4,5% da população mundial, os EUA consomem, de forma irracional, 45 % dos recursos naturais do planeta. Isso para privilegiar a minoria da população do país.
Prender e encarcerar arbitrariamente pessoas virou um negócio lucrativo.
A alimentação das pessoas visa apenas o lucro das empresas, o que acaba por gerar um grande número de doenças relativas aos hábitos nutricionais.
As indústrias médica e farmacêutica, com seus conceitos e classificações de doenças, não mais permitem que qualquer pessoa possa ser considerada saudável. Tudo é doença, enquanto  que as doenças que o americam way of life produz  não são  sequer debatidas.
Esse modelo fracassado de barbárie civilizacional, ainda é amplamente difundido  aqui no Brasil como um modelo a ser seguido. 
Quem faz essa tarefa diária são os meios de comunicação privados, tv's, jornais e emissoras de rádio, que em tempos de decadência do modelo de negócio do jornalismo , preferem manter correspondentes internacionais basicamente nos EUA. Seria interessante se mudassem de lugar para a China, Rússia, por exemplo, porém isso é impossível, pois mais do que correspondentes, essas mídias são porta-vozes dos interesses americanos aqui no Brasil e também pelo mundo.
Tudo é propaganda e as notícias que o povo brasileiro recebe  através dessas mídias são cuidadosamente escolhidas para enaltecer os EUA.
Ao sucesso com Hollywood. 
Não é de se estranhar, também, que as celebridades e executivos de globo, por exemplo, tenham também residências em Miami ou Nova York. 
Barcelona, Roma e Paris são lugares muito cultos para a cultura de globo.
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09.01.14 :
É essa " democracia americana" que a velha imprensa brasileira enaltece diariamente e deseja para o Brasil.
Aos poucos, com o passar dos dias e noites, na mudança constante dos ponteiros do relógio, e mesmo com a repetição diária de mentiras na velha mídia , mais e mais pessoas vão tomando consciência do que é de fato  a democracia nos EUA e como ela é exportada e difundida para outros países.
No Brasil, a democracia-empresa é defendida pela imprensa-empresa, como as trombetas de globo a frente.
Outras mais, da imprensa-empresa, trabalham incansávelmente para que a "democracia-empresa americana" tenha amplo sucesso no Brasil. 
O totalitarismo já e uma realidade na velha imprensa-empresa brasileira, que a qualquer iniciativa, de fato democrática, de se criar um novo marco regulatório para as comunicações no país, grita que sua liberdade de expressão e a democracia estão sendo ameaçadas. 
Atualmente, em São Paulo, a imprensa-empresa , aliada de empresas e federações de empresas, em conjunto com partidos de oposição-empresa e com amplo apoio do judiciário-empresa, tentam barrar todas as iniciativas de políticas públicas verdadeiramente democráticas e civilizatórias do governo municipal que tenham por objetivo melhorar a mobilidade urbana da cidade de São Paulo, como por exemplo a criação de corredores exclusivos para ônibus que irão aliviar a vida de milhares de paulistanos.

O caro leitor deve se lembrar que a proposta do governo federal, popular e democrático do PT, em criar um plebiscito para dar início a uma reforma política e como isso avançar  com transparência e participação popular no processo democrático, foi criticada, bombardeada e rejeitada pela imprensa-empresa e partidos e de oposição-empresa. 
A copa está chegando e uma pergunta não quer calar:
Quem tem medo da verdadeira Democracia, com ampla participação popular ? 

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