sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Uma reação em cadeia sem moderador


 
Fonte: Francisco de Assis em VI O MUNDO
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Fonte: CONVERSA AFIADA
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GLOBATOCRACIA DO MILLENIUM
“O Poder Corporativo expressa suas políticas e diretrizes por meio dos ‘think-tanks’ [fundamentalmente Fundações e Institutos Privados], para logo ser ideologicamente implantado e estendido à Sociedade através de diferentes tipos de organizações não governamentais.”

MANTENEDORES & PARCEIROS

Grupo Líder

Grupo Master

Grupo Associado



Grupo Apoio



Patrocinador de Programa Nacional


Instituições Nacionais

 Fonte: Franco Atirador em VI O MUNDO
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Exclusiva: Dona Zelite abre o verbo contra os rolezinhos

Entrevistamos Dona Zelite, a socialaite mais afamada de Higienópolis. O assunto não poderia ser outro: os rolezinhos que estão tirando a Zelite do sério.


Estanislaw Castelo Maringoni


Entrevistei, com exclusividade, Dona Zelite, a socialaite mais afamada de Higienópolis. O assunto não poderia ser outro: os rolezinhos que estão tirando a Zelite do sério.

Estanislaw: Dona Zelite, tudo bem?

Zelite: Essa já é a primeira pergunta, ou você está só me cumprimentando?

Estanislaw: Já é a primeira pergunta.

Zelite: Então quero logo dizer que só estou dando essa entrevista, quer dizer, dando não porque rico não dá nada, vende, oferece ou aluga; mas, enfim, só estou oferecendo essa entrevista por uma causa pedagógica. Temos que superar este momento antes que seja tarde. Antes que as pessoas de bem, aquelas que são as cabeças pensantes e reinantes do PIB, prefiram mudar de país. Voltando à sua pergunta, não, meu caro, não está nada bem. As pessoas de bem estão com medo. Eu estou com medo.

O país vai de mal a pior, pois se uma pessoa não tem garantido o seu direito constitucional de ir ao Shopping tranquilamente com uma Louis Vuitton sem sentir medo, sem ser incomodada, sem correr o risco de esbarrar em um rolezento vestindo um boné escrito “Funk You”... não, definitivamente, nada vai bem. Me dá aí seu caderninho pra ver se você escreveu Louis Vuitton direitinho, se não pega mal pra mim... tá ok.


Estanislaw: a senhora viveu a experiência de participar de um rolezinho?


Zelite: sim, infelizmente, eu vi, com esses olhos que o cirurgião plástico remodelou. Vi aquela horda de bárbaros invadindo o meu sossego e atropelando o aroma do meu Chanel. Eu me senti vítima de um tsunami de testosterona e progesterona que me assustou muito. Eram jovens tão mal vestidos que fariam Glória Kalil ter um enfarte. Por sorte eu desconhecia a maior parte dos palavrões que eles falavam. Uma em cada três vezes que eles abrem a boca é para dizer um palavrão. Um horror.


Estanislaw: Qual foi sua reação?


Zelite: Eu me refugiei em uma loja, que fechou as portas, e aguardei pacientemente sentada em um provador, com as cortinas bem fechadas.


Estanislaw: a senhora pensou em tomar alguma atitude por conta própria?


Zelite: Pensei e tomei. Imediatamente liguei para um ministro amigo meu, do Supremo, para pedir providências realmente supremas, pois o assunto é grave. É caso de segurança nacional. Descobri que esse meu amigo está em férias – eles vivem em férias. Tive que me contentar em travar um debate com o gerente do shopping. Cobrei providências urgentes e lembrei que sou sócia-proprietária do shopping. Mandei que ele impedisse aquela bagunça imediatamente. Que ponham portas com senhas individualizadas; detectores de aromas, para impedir gente com desodorante; portas giratórias com câmeras que identifiquem se a pessoa tem um padrão mais caucasiano, o que seja. A tecnologia está aí é pra nos ajudar a separar o joio do trigo.


EC: Então a senhora foi quem deu a ideia de barrar pessoas na entrada dos shoppings?


Zelite: Eu ofereci minha contribuição. Se for pra ajudar o Brasil, pode contar comigo, sempre. Meu amigo do Supremo retornou minha ligação ontem e disse que falaria com o pessoal dos tribunais de justiça. Parece que eles entenderam a gravidade da situação.


EC: Em sua opinião, essa questão não tem um fundo sociológico que...


Zelite: Ah, não me venha com sociologias. Esse pessoal que faz rolezinho nem sabe o que é isso. Eu, que sou vizinha de FHC, sei bem que tipo de sociologia esse pessoal merece. É o seguinte: mais uma vez, estamos vendo que a raiz do problema é a educação. Essa turba faltou à aula de Inglês que ensina que “shopping” é uma palavra que quer dizer “comprar”, “ir às compras”. Ou seja, os seguranças têm que perguntar aos rolezentos: vai comprar alguma coisa? Onde? Quanto custa o que você vai comprar? Deixa eu ver o dinheiro ou o seu cartão de crédito. Se não tiver, não entra. Simples. Não tem nada a ver com limpeza étnica. É o que eu chamo de limpeza ética, faz parte do espírito do capitalismo. País desenvolvido é país limpinho e cheiroso, qual o problema?


EC: a senhora acha que o fenômeno reflete a situação do país, ou é uma nova tendência?

Zelite: O que eu acho mesmo é que é muito triste ver as manchetes de jornal tomadas por esse assunto, quando, em pleno verão, poderíamos estar discutindo temas mais elevados, como a importância da combinação do uso de terno e gravata com bermudas chiquérrimas em escritórios, a atualidade das mechas californianas e questões de utilidade pública, como dicas de produtos básicos para se colocar na “nécessaire”. Deixa eu ver no seu caderninho como você escreveu “nécessaire”... não se esqueça do acento no primeiro “e”. Obrigada.

 Fonte:  CARTA MAIOR e VI O MUNDO
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Vitor T.em BRASIL DE FATO

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Estadão manipula dados sobre casa alugada por família de Genoino

publicado em 16 de janeiro de 2014 às 22:53

por Conceição Lemes
O leitor Álvaro Vianna postou no Facebook do Viomundo:
O Estadão online noticia, hoje, que Genoíno teria alugado, através de seu filho, imóvel de alto padrão, em Brasília, onde cumpriria a prisão domiciliar. Informação com todo o jeito da manipulação corriqueira dos nossos jornalões. Será que teria como nos dar a informação mais correta?
Álvaro refere-se à reportagem publicada em o Estado desta quinta-feira 16, que afirma:
Ao mesmo tempo que alega dificuldades financeiras que o levaram a fazer uma “vaquinha na internet” para pagar a multa pela condenação no processo do mensalão, o ex-deputado José Genoino (PT) acaba de alugar por R$ 4 mil mensais uma casa de 450 metros quadrados em área de classe média alta de Brasília, onde passou a cumprir prisão domiciliar. Há três semanas, o ex-deputado e sua mulher ocupam o imóvel de três suítes.
No Facebook, Miruna, filha de Genoino, responde:
Sim, alugamos uma casa em Brasília. Por quê? Porque meu pai está em prisão domiciliar FORA DE SEU DOMICÍLIO. Esse aluguel está sendo pago com muito sacrifício, entre eles, meu, do meu marido e dois filhos. Nos mudarmos para a casa dos meus pais [em São Paulo] para podermos ajustar nossa vida financeira graças a essa injustiça que está acontecendo. Agora, eu não fui para a Europa com o dinheiro público, como o presidente do STF. Não. E ainda assim, o escândalo que a mídia quer criar é ESTARMOS PAGANDO PARA MEU PAI CUMPRIR PRISÃO DOMICILIAR FORA DE SEU DOMICÍLIO. Francamente…
Realmente, a matéria do Estadão manipula as informações sobre o aluguel da casa. Cheira má fé.
Fonte: VI O MUNDO
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Folha inventa ligação de celular para José Dirceu

publicado em 17 de janeiro de 2014 às 15:37

É a turma da ficha falsa, lembram-se?
NOTA À IMPRENSA

do blog do Zé Dirceu
Em resposta às notas publicadas pela coluna Painel, da Folha de S. Paulo, desta sexta-feira (17.01), o ex-ministro José Dirceu nega enfaticamente que tenha conversado por telefone celular na semana passada com James Correia, secretário da Indústria, Comércio e Mineração do governo da Bahia. Meu cliente afirma também que tampouco recebeu qualquer visita que tenha usado o telefone celular em sua presença no interior da Papuda, o que violaria as regras para visitas no presídio, e que estuda tomar medidas judiciais cabíveis para reparação da verdade no caso.
Fonte: VI O MUNDO
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Folha mente sobre Dirceu.
E não se desculpa

Nenhum jornal confirma conversa ou que visitante entrou com celular na Papuda. Só a Folha vem com uma explicação capenga.
O Conversa Afiada republica artigo extraído do Blog do Zé Dirceu:

Telefonema de Dirceu: barriga e antijornalismo da Folha de S.Paulo



O jornalão da rua Barão de Limeira parece ter especial e particular gosto por cometer “barriga” (notícia falsa, equivocada, mal apurada, erro evitável no jargão jornalístico) e por fazer o antijornalismo, o que não informa – pelo contrário, desinforma. Ontem o jornal publicou na 1ª página que o ex-ministro José Dirceu havia falado ao celular com o secretário de Estado da Indústria, Comércio e Mineração da Bahia, James Correia.

Apesar de o advogado do ex-ministro, José Luís de Oliveira Lima, e do secretário baiano James Correia terem desmentido o fato ontem mesmo, a Folha mantém a sua versão.  Com dois agravantes: mantém a história furada na capa do jornal e diz que o secretário confirmou a conversa, quando outros diários, como O Estado de S.Paulo e O Globo, por exemplo, dizem que o negou a conversa.

Na matéria a respeito o Estadão registra: “O secretário baiano negou ter conversado diretamente com Dirceu, após a divulgação da notícia. Correia afirmou que havia falado com um empresário que acabara de visitar o ex-ministro na prisão e que manteria seu nome sob sigilo”.

O Globo publica hoje: “O secretário de Indústria e Comércio da Bahia negou que tenha conversado por telefone com Dirceu” e em outro trecho da mesma reportagem esclarece que “James Correia sustenta que falou com um amigo que estava em Brasília para fazer uma visita a Dirceu e, durante a conversa, mandou um recado de feliz 2014 para o ex-ministro.”

No sistema online de O Globo há texto na mesma linha, segundo o qual “o secretário baiano negou ter conversado diretamente com Dirceu, após a divulgação da notícia. Correia afirmou que havia falado com um empresário que acabara de visitar o ex-ministro na prisão e que manteria seu nome sob sigilo.”

Ou seja, nenhum jornal confirma a conversa, nem que o visitante do ex-ministro entrou com celular na Papuda. Deixam claro até que o telefonema, se ocorreu, pode ter sido entre o secretário baiano e o amigo em Brasília, mas fora do complexo penitenciário…Só a folha vem com uma explicação capenga em que a “confirmação” de James Correia não está entre aspas e na verdade é substituída por dúvidas: “Não sei se ele (o amigo do secretário) estava do lado de uma cela, se estava do lado de fora. Eu não perguntei detalhes”.

Leiam, também, a Nota a Imprensa, divulgada na tarde de ontem, publicada aqui no blog e nos jornais, na qual José Luís de Oliveira Lima, advogado do ex-ministro José Dirceu desmente a versão fantasiosa da Folha de S.Paulo.

Fonte: CONVERSA AFIADA
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Rede Globo é expulsa de evento dos jovens camponeses

Joka Madruga
Com palavras de ordem, os jovens gritavam e protestavam contra a emissora: “a realidade é dura, a Rede Globo apoiou a ditadura”
15/01/2014
Da Redação
Jovens rurais, reunidos no III Congresso Nacional da Juventude Camponesa, em Recife, na tarde desta quarta-feira (15), expulsaram a equipe local de reportagem da Rede Globo que foi até o evento. Com palavras de ordem, os jovens gritavam e protestavam contra a emissora: “a realidade é dura, a Rede Globo apoiou a ditadura”.
Cerca de 2 mil jovens da área rural de 17 estados brasileiros estão reunidos desde ontem (14) para debater questões relacionadas ao campo e à juventude. Com o tema “Terra, Pão e Dignidade – Na Caminhada pela Terra Livre Brasil”, essa é a primeira edição do evento realizada em Pernambuco. O encontro é promovido pela Pastoral da Juventude Rural com o apoio da Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária do Estado e vai até o próximo domingo (19), no Parque de Exposições do Cordeiro.
Na programação, serão debatidos temas como a conjuntura da realidade brasileira, a questão agrária, agricultura familiar e produção agroecológica, Plebiscito Nacional de Reforma Política e a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos. Além disso, o evento promoverá uma marcha e um ato político com o mote “Juventude do Campo e da Cidade na luta pelo projeto popular”.
Fonte: BRASIL DE FATO
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Entidades denunciam Globo por falsificação sobre palestinos

publicado em 15 de janeiro de 2014 às 22:23
Persio, o personagem palestino

Não à falsificação histórica sobre os palestinos na novela da Globo
Nós, organizações reunidas na Frente em Defesa do Povo Palestino-SP, nos comitês de outros estados, bem como demais entidades abaixo-assinadas, repudiamos veementemente a forma como os palestinos são representados na novela “Amor à Vida”, da TV Globo.
Sua resistência legítima à ocupação e apartheid israelenses que já duram 66 anos é retratada como terrorismo contra vítimas inocentes nos diálogos entre um personagem palestino, Pérsio (Mouhamed Hartouch), e uma judia (Paula Braun).
Todas as vezes em que é feita referência à Palestina, fala-se em guerra, o que pressupõe dois lados iguais disputando um território.
Na verdade, é uma distorção da realidade: tem-se um opressor e ocupante (Israel) e um oprimido (palestinos).
Em nenhum momento, a novela faz referência ao muro do apartheid, aos inúmeros postos de controle a que estão submetidos os palestinos, bem como às leis racistas que lhes são impostas e à limpeza étnica e ataques contínuos contra eles.
O diálogo que inaugura essa farsa é permeado por desinformação e manipulação da verdade.
Rebeca chega a afirmar que há muitos casais judeus e palestinos em Israel, como conviria a qualquer Estado democrático.
A verdade é que Israel foi criado em 1948 como um Estado exclusivamente judeu, um entrave à democracia, já que esses têm tratamento diferenciado.
Desde então, a própria convivência está comprometida.
O apartheid imposto aos palestinos impede até que vivam no mesmo bairro.
Os palestinos que vivem onde hoje é Israel (território palestino até 1948, ano da criação desse Estado exclusivamente judeu) são considerados cidadãos de segunda ou terceira categoria, discriminados cotidianamente, e as leis que valem para eles não são as mesmas que valem – e privilegiam – os judeus.
O apartheid é explícito e amparado por uma legislação que fere o direito internacional.
Em 1948, ano que na memória coletiva árabe é conhecido como “nakba”, a catástrofe, foram expulsos de suas terras e propriedades cerca de 800 mil palestinos e aproximadamente 500 aldeias palestinas foram destruídas para dar lugar a Israel.
Massacres cometidos por grupos paramilitares sionistas, contra agricultores palestinos desarmados e sem treino militar, são hoje comprovados.
Os palestinos têm sido desumanizados desde o início da colonização de suas terras.
Essa contextualização histórica também ficou fora da telinha.
O autor de “Amor à vida”, Walcyr Carrasco, reforçou, assim, mitos que são denunciados por vários historiadores, inclusive israelenses, como Ilan Pappe, em seu artigo “Os dez mitos de Israel”.
Entre eles, o mito de que a luta palestina não tem outro objetivo que não o terror e que Israel é “forçado” a responder à violência.
Segundo ele, a história distorcida serve à opressão, à colonização e à ocupação.
“A ampla aceitação mundial da narrativa sionista é baseada em um conjunto de mitos que, ao final, lançam dúvidas sobre o direito moral palestino, o comportamento ético e as chances de qualquer paz justa no futuro. A razão é que esses mitos são aceitos pela grande mídia no Ocidente e pelas elites políticas como verdade.”
O Brasil não é exceção.
Na contramão da campanha global por boicotes ao apartheid israelense, o governo federal se tornou nos últimos anos o segundo maior importador de tecnologias militares da potência que ocupa a Palestina e porta de entrada dessa indústria à América Latina.
E sua cumplicidade com a opressão, a ocupação e o apartheid a que estão submetidos os palestinos é justificada a milhares de espectadores desavisados da novela da Globo, através de um discurso que reproduz a versão falsificada da história e se fortalece perante a representação orientalista – em que os árabes seriam “orientais” bárbaros e atrasados, ante cidadãos “pacíficos e civilizados”.
Como detentora de concessão pública (o espaço eletromagnético está na Constituição Federal, como um bem do povo) e ciente de que as telenovelas moldam comportamentos, ideias e conceitos ou ajudam a reforçar preconceitos e discriminações, a Globo comete erros históricos graves, injustiças ao povo palestino em particular e aos árabes em geral e um desrespeito ao seu público ao desinformá-lo.
Denunciamos publicamente essas distorções e exigimos que a Globo se retrate nos próximos capítulos de “Amor à Vida”, programa de maior audiência da TV brasileira.
Frente em Defesa do Povo Palestino-SP / BDS Brasil
Centro Brasileiro de Estudos do Oriente Médio
Comitê Brasileiro de Defesa dos Direitos do Povo Palestino
Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino do Rio de Janeiro
Centro Cultural Palestino do Rio Grande do Sul
Comitê Gaúcho de Solidariedade ao Povo Palestino
Sociedade Árabe Palestino Brasileira de Corumbá
Fonte: VI O MUNDO

Comitê Democrático Palestino – Brasil
Comitê Pró-Haiti
Tribunal Popular
GTNM-SP – Grupo Tortura Nunca Mais do Estado de São Paulo
Ciranda Internacional de Comunicação Compartilhada
Rede Mulher e Mídia
Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social
Associação Islâmica de São Paulo
UNI – União Nacional das Entidades Islâmicas
ICArabe – Instituto da Cultura Árabe
FST-SP – Fórum Sindical dos Trabalhadores-SP
CSP-Conlutas – Central Sindical e Popular
Anel – Assembleia Nacional dos Estudantes Livre
UJC – União da Juventude Comunista
PCB – Partido Comunista Brasileiro
PSOL-SP – Partido Socialismo e Liberdade
PSTU – Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado
MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
Mopat – Movimento Palestina para Tod@s
Coletivo Periferia, Nossa Faixa de Gaza
Coletivo de Mulheres Ana Montenegro
União da Juventude Comunista – Brasil
Marcha Mundial de Mulheres
Movimento Mulheres em Luta
Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe
Leia também:
Fonte: Vi O MUNDO
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O FATO E A NOTÍCIA

A realidade virtual na imprensa

Por Luciano Martins Costa em 22/01/2014 na edição 782
Comentário para o programa radiofônico do Observatório da Imprensa de 22/1/2014
Os jornais de quarta-feira (22/1) formam uma colcha de retalhos cuja estampa embaralha a visão do observador. O conjunto de manchetes e outros assuntos em destaque revela que o Brasil tem 55% mais presos do que a média mundial, que a polícia fechou uma dezena de carvoarias no interior de São Paulo, onde havia trabalho infantil e escravidão, que a empresa francesa Alstom pagava 15% de propina para autoridades do governo paulista, que a presidente da República desenvolve estratégia para contornar manifestações violentas durante a Copa do Mundo.
Também há curiosidades, como o fato de os jornais tratarem como aumento do desemprego a desaceleração do ritmo de novos empregos, a volta do Fundo Monetário Internacional à lista das fontes credenciadas pela imprensa, e uma correção na reportagem otimista, publicada na véspera, sobre violência policial em São Paulo: na terça-feira (21), os jornais anunciaram que as mortes causadas por policiais militares haviam caído 32% em 2013. Agora, a informação é corrigida: na verdade, policiais de folga mataram 50% mais no ano passado. A diferença, portanto, é apenas no vestuário – a polícia paulista continua mantendo sua opção preferencial pela execução sumária, apenas mata mais quando está de folga.
A vida midiatizada tem esse aspecto instigante: de tantas novidades, a notícia passa a ser uma coisa banal, cujo valor específico se perde em meio a tantos estímulos. Trata-se da realidade virtual criada pela mídia.
Como escreveu certa vez o filósofo francês Roger-Pol Droit, a novidade é apenas mais uma ficção, uma escolha aleatória de quem organiza aquilo que é oferecido ao público pelo sistema da imprensa. O filósofo já experimentou ficar um longo período imune a notícias, e depois constatou que nada havia acontecido que merecesse suas preocupações.
No entanto, pode-se dizer também exatamente o contrário: se o indivíduo der muita atenção às novidades, acabará se tornando refém do sistema da mídia e perderá progressivamente sua autonomia. O exemplo típico é o do cidadão que evita sair de casa porque acredita que as ruas estão tomadas por criminosos, ou, mais comumente, daquelas famílias que só frequentam shopping centers porque acham que são lugares seguros, com homens fortes e armados que mantêm o perigo lá fora.

O país do futebol
A ficção que invade o noticiário chegou a níveis tão elevados que não se pode mais separar os fatos reais da mera intenção, da opinião e dos sentimentos mais corriqueiros.
Vejamos, por exemplo, a reportagem que faz a manchete do Estado de S. Paulo na edição de quarta-feira (22). Diz o seguinte: “Dilma e PT agem para evitar ações violentas na Copa”. O texto que se segue informa que o governo federal trabalha com a convicção de que haverá ondas de protestos contra a realização da Copa do Mundo, justamente nos dias em que as seleções de futebol estiverem se enfrentando em estádios brasileiros.
A estratégia de prevenção das autoridades federais inclui reuniões com representantes de “movimentos populares”, mas a preocupação central é com o descontrole das polícias estaduais.
Ora, o leitor crítico, aquele chato que não engole a notícia sem questionar, se pergunta: o que são “movimentos populares”? No caso em questão, as autoridades estão dialogando com a representante de uma entidade chamada Comitê Popular da Copa. O jornal não se preocupou em confirmar as credenciais da interlocutora, cujos poderes incluem supostamente o de interromper o maior evento esportivo do planeta.
Declarações de representantes das muitas coletividades que promoveram passeatas por todo o Brasil em junho do ano passado têm incluído palavras de ordem contra a realização da Copa do Mundo. De lá para cá, o tema foi integrado a questões como a falta de moradia, desapropriações e ações de despejo ligadas ou não a obras de infraestrutura da Copa.
O noticiário induz o leitor a acreditar que um avassalador movimento de massas irá bloquear os estádios e as avenidas, impedindo a realização dos jogos.
A análise dos perfis de certos representantes de “movimentos populares” conduz a grupos que militam simultaneamente em múltiplas frentes, quase todos associados a dois ou três partidos políticos. A imprensa hegemônica, que nunca deu espaço para tais expressões políticas, de repente vê nelas um elevado grau de representatividade.
Há muitas razões para criticar os altos gastos e a desorganização do plano para a Copa do Mundo. Mas o senso comum diz que não há “movimento popular” capaz de impedir um jogo de futebol no Brasil.
Fonte: OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA
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Exclusivo: 

Globo “informa” que Raul Amaro morreu de 

 

edema pulmonar; 40 anos depois, dá “furo” 

 

usando a mesma foto de morto sob tortura

publicado em 22 de janeiro de 2014 às 15:21



Foto “descoberta” pelo Globo em 2012 é a mesma que o jornal publicou em matéria de 1971. Naquela, o Globo usou foto divulgada pelos órgãos de repressão e apresentou a versão deles como  se fosse a verdadeira sobre a prisão, tortura e assassinato de Raul Amaro
por Conceição Lemes
Raul Amaro Nin Ferreira, engenheiro, primogênito dos oito filhos do casal Joaquim Rodrigo Lisboa de Nin Ferreira e  Mariana Lanari Ferreira.
Na madrugada de 1º de agosto de 1971, ao voltar de uma festa, Raul Amaro foi preso por acaso numa batida de polícia na rua Ipiranga, em Laranjeiras, Rio de Janeiro. Juntos, no carro, Saididin Denne, colega de Raul no Ministério da Indústria e Comércio, e a esposa Yone.
No porta-luvas, foram encontrados dois “croquis” de ruas de São Paulo e na bolsa de Yone, um “croqui” de ruas do então Estado da Guanabara.
Nada mais eram do que mapas do percurso da casa de Coleta, irmã de Raul, na Vila Madalena, até a Via Dutra, para ele não se perder no bairro e na Marginal do Tietê. O croqui do Rio de Janeiro referia-se ao endereço de Raul na cidade.

Porém, na versão do Centro de Informação do Exército (CIE), os “croquis retratavam residências de generais e almirantes”, que seriam alvo de ação guerrilheira. Raul permaneceu preso. Saididin e Yone foram liberados.
O relatório parcial da Comissão Nacional da Verdade, divulgado em 2012, concluiu: Raul Amaro Nin Ferreira, 27 anos, assassinado possivelmente em 12 de agosto de 1971 no Rio de  Janeiro, após seguidas sessões de tortura.
Fato sabido desde 1982 devido à ação movida por sua mãe, ainda sob a ditadura.
Em 1979, dona Mariana entrou com ação na 9ª Vara da Justiça Federal do Rio de Janeiro: “Queria apenas que o Estado reconhecesse que errou, torturou  e  matou meu filho,  para que  isso  jamais aconteça novamente no Brasil”.
Em 31 de agosto de 1982, a União foi condenada em primeira instância.
Em 1994, saiu a decisão final, fortalecendo a versão da família. Raul Amaro não teve morte natural, como dizia o laudo da autópsia oficial, nem sofreu um infarto, como militares disseram à dona Mariana. Raul Amaro foi assassinado nos porões da ditadura.
O processo trazia ainda depoimentos importantes. Entre os quais, o de um ex-soldado do Exército, Marco Aurélio Magalhães. Á época, ele prestava serviço no DOI-Codi/RJ — o Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna, no Rio de Janeiro — e viu Raul Amaro ser torturado nas dependências daquele órgão.
A tragédia destroçou a família. Tanto que o sentimento geral, principalmente depois da morte de dona Mariana, em 2006, era de não tocar no assunto.
Até 17 de julho de 2012, quando saiu a reportagem Foto localizada pelo Globo revela: preso chegou ao Dops vivo, que mencionava documentos do Serviço Nacional de  Informações (SNI) existentes no  Arquivo Nacional.
A matéria e o ambiente de Comissão Nacional da Verdade sacudiram Felipe e Raul Carvalho Nin Ferreira, sobrinhos de Raul Amaro, que decidiram ir além.
“Aí, tivemos a certeza da existência de uma farta documentação, que a família jamais teve acesso”, contam. “Nossa primeira iniciativa foi contatar Marcelo Zelic, para que, com sua experiência, nos ajudasse a fazer a pesquisa nos  arquivos públicos.”
Marcelo Zelic é coordenador do Projeto Armazém Memória e vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais  – SP. É também um dos responsáveis pela publicação do Brasil Nunca Mais  Digital.
“Felipe e Raul expuseram o desejo de continuar apurando o caso do tio, dando sequência ao trabalho da avó, dona Mariana”, relata Zelic. “Topei imediatamente.”
O resultado é o Relatório Raul Amaro Nin Ferreira, que o Viomundo publica em primeira mão. De autoria de Felipe Carvalho Nin Ferreira, Raul Carvalho Nin Ferreira e Marcelo Zelic, ele tem 226 páginas e está integralmente no final desta reportagem.
Baseado em documentos do Estado brasileiro, produzidos pelas forças de segurança e pelo Judiciário, e em entrevistas com pessoas participaram dos fatos, este relatório desmonta de vez a versão oficial, difundida num texto produzido pelo Centro de Informações do Exército (CIE).  Além disso, traz  novas informações em relação ao que já se conhecia sobre o caso.
HÁ INDÍCIOS DE O ÓBITO TER SIDO NO DIA ANTERIOR AO CITADO NA AUTÓPSIA
O Brasil vivia o auge da ditadura civil-militar, o general Emílio Garrastazu Médici  (1969 a 1974) era o presidente.
Raul Amaro não era um militante da luta armada, como os informes da ditadura diziam.
Ao contrário, no início da sua juventude, até chegou a ver com bons olhos o Golpe de 1964. Mas, aos poucos, foi mudando. Participou das passeatas de 1968. Na época em que foi preso e assassinado pela ditadura, era simpatizante do MR-8  – o Movimento Revolucionário Oito de Outubro, uma dissidência do Partido Comunista Brasileiro (PCB)  no Rio de Janeiro.
Seu único contato era Eduardo Lessa, colega de PUC, este, sim, militante do MR-8.  Às vezes deixava que Lessa  imprimisse material político em sua casa. Outras, deixava que ficasse em sua casa.
Raul Amaro foi preso no contexto da caça ao capitão Carlos Lamarca, que rompera com a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e tinha ido para o MR-8. O raciocínio dos agentes da ditadura era que, via Raul Amaro, se chegaria a Eduardo Lessa e de Lessa a Lamarca.
Por sinal, foi a partir de agosto de 1971  que as torturas no DOI-Codi/RJ ficaram mais sofisticadas, segundo o ex-soldado Marco Aurélio Magalhães, que viu Raul Amaro ser torturado no DOI-Codi. Em entrevista à Folha de S. Paulo, ele descreve as mudanças nas técnicas de tortura:
 A partir de agosto de 71 as torturas ficaram mais sofisticadas. Quando eu cheguei, as torturas, os métodos de obterem confissão, eram basicamente a força física. Muito pescoção, muito tapa, muito soco, muito chute, vez ou outra choque elétrico nos dedos e órgãos genitais. Às vezes introduziam objetos na vagina ou no ânus. Estes eram os métodos iniciais. Eu entrei em maio, tive um mês de preleção, comecei a dar guarda em junho e mais ou menos em, agosto começaram as obras na parte térrea do prédio do PIC para construção de celas mais sofisticadas. Eles construíram lá em baixo quatro celas. Construíram uma cela-geladeira, onde realmente se chegava a baixíssimas temperaturas, uma câmara toda forrada de isopor e amianto. Construíram também uma cela com vários botões do lado de fora com os quais você controlava e emitia ruídos e sons altíssimos para o preso ter sensações de desequilíbrio. Tinha uma cela totalmente negra, onde a pessoa não enxergava nada e não conseguia nunca acostumar a visão àquele grau de escuridão. Em compensação, tinha uma cela toda pintada de branco onde os presos perdiam a noção de hora, de tempo. Os presos lá em cima, do segundo andar, onde estavam as celas comuns, se guiavam pelos toques do corneteiro, para saber se estava amanhecendo, se o coronel estava saindo ou chegando, se era hora de almoço. Os presos que ficavam nas celas totalmente isoladas perdiam a noção de tempo e de espaço.
Até agora, supunha-se que:
Após ser preso na blitz em Laranjeiras, Raul Amaro foi para o Dops, na rua da Relação, 40, centro do Rio. Em seguida, depois de fichado, foi levado à casa de seus pais para pegar a chave da sua casa. Da sua casa, teria voltado para o Dops e depois ido para o DOI-Codi, que funcionava no Quartel do 1º Batalhão da Polícia do Exército, na rua Barão de Mesquita, 425, Tijuca.
“Porém, os documentos revelam que, depois que saiu de sua casa e antes de retornar ao Dops, Raul Amaro foi interrogado não sabe onde por agentes do Dops e do DOI-CODI”, revela Zelic. “Raul ficou, pelo menos, quatro horas, em lugar ignorado antes de dar entrada como preso no Dops.”
Supunha-se também que:
No dia 4 de agosto de 1971, Raul Amaro foi transferido para o Hospital Central do Exército (HCE), tendo falecido em 12 de agosto às 15h50, segundo o atestado de óbito.
Tudo indica, no entanto, que Raul Amaro faleceu antes.
Para começar, a própria família foi avisada do falecimento antes do horário que consta oficialmente no atestado de óbito. O relato é da própria mãe:
Por volta de 14,30  horas o  Hospital  Central do  Exército procura pelo telefone os  pais de  Raul Amaro. Sua  mãe, primeira localizada, chegou ao Hospital Central do Exército acompanhada de  seu  genro Dr. Raul  Figueiredo Filho,  por volta de 15,30  horas. Raul Amaro falecera antes das  14,00   horas.
“Além disso, relatório do DOI-Codi de 11 de agosto aponta que ‘não  houve tempo para inquirí-lo [Raul] sobre todo o material encontrado em  seu  poder’”, observa Zelic. “O que indica que Raul pode ter morrido um dia antes da data oficial, portanto em 11 de agosto, durante novo interrogatório no HCE.”
O relatório a que se refere Zelic é um documento encaminhado, no dia 12 de agosto de 1971, pela direção do DOI-Codi  ao investigador Eduardo Rodrigues. Lá consta  a análise do interrogatório a que foi submetido Raul Amaro no dia 11 de agosto. Ele termina assim: “não houve tempo de  inquiri-lo sobre todo o material encontrado em seu poder”. Os grifos em vermelho no documento abaixo são desta repórter.

Eduardo Rodrigues era do DOPS/RJ. Ele foi um dos policiais autorizados pelo general Sylvio Frota, comandante do I Exército, a entrar no HCE, no dia 11 de agosto, para interrogar Raul Amaro.
Documento logo abaixo abaixo comprova isso. Eduardo Rodrigues consta como torturador no Relatório Brasil Nunca Mais.
RAUL AMARO PODE TER SIDO TORTURADO NO HOSPITAL CENTRAL DO EXÉRCITO
Na época, o diretor do HCE era o general Ruben do Nascimento Paiva.
Dona Mariana relata:
O Diretor General Rubens nos disse que Raul Amaro deu entrada no HCE na quarta-feira, 4 de agosto, sem nome e sem  informação alguma sobre o que  lhe  tinha acontecido.
Até agora, supunha-se que:
Raul Amaro teria ficado em tratamento no HCE ,de 4 a 12 de agosto de 1971, quando faleceu, segundo o atestado de óbito.
“Acontece que Raul Amaro foi interrogado no dia 11 de agosto de 1971 no Hospital Central do Exército”, diz Zelic. “Há um ofício desse mesmo dia, encaminhado ao diretor do HCE, general Ruben do Nascimento Paiva, por ordem do general Sylvio Frota, para interrogar Raul Amaro.”
No documento (imagem abaixo), o comandante do I Exército, Sylvio Frota, “apresenta o Comissário Eduardo Rodrigues e o Escrivão Jeovah Silva, ambos do DOPS, que vão a este hospital, a fim de interrogarem o preso Raul Amaro Nin Ferreira” (grifo dos autores do Relatório Raul Amaro).

“Não há qualquer registro de transferência de Raul Amaro do HCE para outro local para ser interrogado, porém há documento com  informações dadas por ele em  interrogatório no dia 11 de agosto”, chama a atenção Zelic. “Isso levanta a hipótese de que Raul Amaro foi  interrogado sob  tortura, até a morte, dentro do próprio hospital. Além dos dois agentes do Dops, devem ter participado dois do DOI-Codi/RJ”
DO GENERAL SYLVIO FROTA E AUXILIARES DIRETOS AO PORÃO: 17 AGENTES ENVOLVIDOS
Até agora, sabia-se que:
Raul Amaro foi transferido do Dops para o DOI-Codi/RJ em 2 de agosto de 1971.
No DOI-Codi, foi interrogado durante quase todo o dia 3, conforme depoimento  do ex-soldado Marco Aurélio Magalhães  na ação movida pela família de Raul Amaro.
Magalhães viu Raul ser torturado e mencionou o envolvimento de três militares, mas não identificou  os nomes.
“Porém, cruzando documentos oficiais das forças de segurança e do Judiciário,  conseguimos ampliar a lista de  três pessoas sem identificação, até então apontadas no  processo da família, para 17 nomes de agentes do Estado implicados diretamente na prisão ilegal e assassinato sob  tortura de Raul  Amaro”, afirma  Zelic. “Houve participação direta do comandante do I Exército, general Sylvio Frota, e auxiliares imediatos com os agentes torturadores do Dops.”
“Na verdade, o  Ofício do I Exército ao Diretor do Hospital Central do Exército mostra o vínculo efetivo entre o comando e o porão, vinculação que sempre foi negada”, atenta Zelic. “ Sempre se atribuiu ao porão características de ação paralela e fora da estrutura do Estado, o que é falso.”
Os 17 agentes do Estado denunciados no Relatório Raul Amaro são estes:
1.  Sylvio Frota – General do  Exército – Comandante do  I Exército
11/08/1971 — Enviou ordem autorizando interrogatório de preso no hospital.
28/08/1971 — Recebeu solicitação da  OAB-GB para acesso aos  documentos do Raul  e negou.
2.   Francisco  Demiurgo  Santos  Cardoso  -  Major  do Exército – atuação QG I Exército
11/08/1971 — Na ausência do General de Brigada Bento José Bandeira de  Mello,  chefe do  Estado Maior do  I Exército, assinou autorização para “interrogatório” no HCE.
3.   João Pinto Pacca – General – Chefe  do  DOI/IEx  – BNM- Repressor
02/08/1971 — Raul  Amaro é encaminhado do DOPS ao DOI- CODI sob sua  responsabilidade, conforme relatório de Mário Borges, Chefe  do SBO.
12/08/1971 — Envia cópia de toda documentação sobre Raul Amaro a Eduardo Rodrigues através de ofício, conforme entendimentos.
4.   Nome desconhecido  – Capitão do  Exército – DOI  /  I Exército
02/08/1971 — Conduziu Raul  Amaro ao DOI.
03/08/1971  — Torturou  Raul   Amaro  no   DOI-CODI  I Exército.
5.   Nome desconhecido – Sargento do Exército – PE – Atleta do batalhão em  1971
03/08/1971  —  Torturou  Raul   Amaro  no   DOI-CODI  I Exército.
6.   Nome desconhecido – Médico Exército – Amílcar Lobo ou Ricardo Agnese Fayad
03/08/1971  —  Acompanhou  a  tortura  monitorando limite do preso.
7. Gastão Barbosa Fernandes – Diretor do DOPS/GB
01/08/1971 — Raul  Amaro ficou sob sua  responsabilidade direta ao chegar no DOPS.
18/08/1971 — Participou da farsa do Relatório Final do CIE.
8.   Mário Borges – Chefe  do  Serviço de  Buscas Ostensivas (SBO) – DOPS/GB
No Relatório  Brasil Nunca  Mais   seu   nome  consta do Quadro 103 : elementos envolvidos em  tortura.
01/08/1971 — Comandou a prisão ilegal.
01/08/1971 — Levou Raul a lugar ignorado ou clandestino.
02/08/1971 — Produziu relatório sobre a prisão.
04/08/1971 — Recebeu Registro Técnico via Diretor do DOI.
18/08/1971 — Participou da farsa do Relatório Final do CIE.
9.   Ricardo Boueri – Agente do  DOPS, chefe da  equipe de busca
01/08/1971 — Realizou a prisão ilegal.
10.  Wilson de Oliveira Souza – Delegado – Turma de Busca Ostensiva
01/08/1971 — Realizou a prisão ilegal.
05/08/1971 — Recebeu relatório sobre prisão.
05/08/1971 — Despachou soltura  de Saididin Denne e esposa.
12/08/1971 — Solicitou atualização de dados sobre a morte de Raul  Amaro no arquivo.
11.  Hugo Correa de  Mattos  – Agente da  Turma de  Busca Ostensiva
01/08/1971 — Realizou a prisão ilegal.
12.   Milton Rezende de  Almeida – Agente da  Turma de Busca Ostensiva
01/08/1971 — Realizou a prisão ilegal.
13.  Francisco Machado Avila Filho – Agente da Turma de Busca Ostensiva
01/08/1971 — Realizou a prisão ilegal.
14.  Tenil Nunes – Agente da Turma de Busca Ostensiva
01/08/1971 — Realizou a prisão ilegal.
15. Eduardo Rodrigues – Comissário – DOPS/GB
No  Relatório  Brasil Nunca  Mais seu nome  consta do Quadro 103 : elementos envolvidos em  tortura.
06/08/1971 — Recebeu relatório sobre prisão.
06/08/1971 — Abre inquérito nº 40/71 (encarregado).
11/08/1971 — Realizou interrogatório no hospital.
12/08/1971 — Recebe do general  João Pinto Pacca cópia de toda documentação após morte de Raul  Amaro.
18/08/1971 — Produziu novo auto de  apreensão e  nova lista de material apreendido.
15/09/1971 — Produziu relatório final do inquérito nº 40/71.
16. Jeovah Silva – Escrivão – DOPS/GB
11/08/1971 — Realizou interrogatório no hospital.
 17. Macuco Janine – legista do HCE
– Por que o general Ruben do Nascimento Paiva, diretor do Hospital Central do Exército, ficou de fora da lista dos envolvidos? – questionamos Zelic . –  Considerando que Raul Amaro teria sido torturado até a morte no próprio HCE, o general não deixou a tortura correr solta?
“Com base no documento que reunimos, nós não podemos dizer que o general Ruben participou,  podemos dizer apenas que foi omisso”, pondera Zelic.
“É razoável supor que, no  dia  11 de  agosto, ao ser  avisado da  chegada de agentes do Dops ao HCE para interrogar Raul Amaro, ele teria impedido ou, no mínimo, dificultado, mostrando que Raul  não tinha condições e que interrogatório só com ordens superiores.  Daí o ofício do dia 11 de agosto. É uma ordem direta do comandante do I Exército ao diretor do HCE, para que os agentes adentrassem na instituição para fazer o interrogatório.”
“Além disso, no dia 12, o general Ruben tentou mostrar à dona Mariana que ele não tinha nada a ver com aquilo”, acrescenta Zelic. “Que ele recebeu ordens superiores.”
FOTO DESCOBERTA PELO GLOBO EM 2012 É A MESMA DA FARSA PUBLICADA EM 1971
Outra revelação do Relatório Raul Amaro.  Ironicamente, a foto “descoberta” no Arquivo Nacional pelo Globo, em 2012, é a mesma publicada em 28 de agosto de 1971. Naquela data, o próprio Globo publicou, com a foto recebida dos órgãos de segurança da ditadura, a matéria EXPLICAÇÃO  DA MORTE DO ENGENHEIRO. Reproduzia como  se  fosse verdadeira,  a versão oficial dos órgãos da repressão,  com explicações muito próximas àquelas contidas na Informação nº 2298/71-S/103.2, do Centro de Informações do Exército (CIE).
Na ocasião, o Jornal do Brasil se negou a publicar  a versão oficial, como observa em letra de próprio punho, na lateral, dona Mariana, mãe de Raul Amaro.

Como a cópia do recorte da matéria de 1971 dificulta a leitura, transcrevemos abaixo a notícia do Globo:
Vítima de edema pulmonar, após oito dias de hospitalização, faleceu em 12 de agosto de 1971 o subversivo RAUL AMARO NIN  FERREIRA,  codinome “EULÁLIO”, que  fôra  preso a 1 de  agosto, quando conduzia no  interior de  seu  automóvel, documentos terroristas originários do MR-8.
Com sua prisão foi possível chegar ao “aparelho” dessa organização terrorista situado à Rua Santa Cristina, 46 apto. C-01, Santa Teresa – GB, tido aparentemente como residência de RAUL AMARO, mas que atuava como célula do “Setor de Agitação e Propaganda” do MR-8.
Segundo seu  próprio depoimento, o citado “aparelho” fora  organizado por  ele  sob  a orientação do terrorista foragido EDUARDO LESSA  PEIXOTO DE AZEVEDO, o “CAIO”.
Recolhido,  finalmente,  à  prisão, não conseguiu alimentar-se, passando a apresentar, após dois dias, sintomas de fraqueza e convergência de pressão arterial, fato que ocasionou a sua hospitalização.
RAUL AMARO NIN FERREIRA (“EULÁLIO”) era brasileiro, nascido na  Guanabara a  2  de  Junho de  1944,  filho  de  Joaquim  R. Ferreira e Mariana L. Ferreira. Trabalhava como engenheiro contratado do Ministério da Indústria e Comércio, no Conselho de Desenvolvimento Industrial.
Nas  inquirições declarou-se “aliado  do MR-8”, cumprindo  para essa   organização algumas tarefas que lhe eram transmitidas pelo terrorista EDUARDO LESSA  (“CAIO”).
Para  o exercício dessa atividade, o “aparelho” possuia  mimeógrafo,  máquinas  de   escrever  e duas estações de rádio, ambas com  receptor e transmissor de  alta   potência, para os  contatos da organização com  os seus  militantes em outros Estados.
Encontram-se entre eles,  um  documento sobre reconhecimento de casas de generais e almirantes.
Todo o material apreendido no  “aparelho”, inclusive vasta literatura subversiva e documentos de instrução terrorista está  sendo examinado.
Ainda entre aqueles documentos, dois  são  da autoria de RAUL AMARO, intitulados “Contribuição à  tribuna de  debates” e  “A  Vanguarda Armada está   isolada”,   guardados  ainda  no   “stencil”,  e  que  apresentam referências e dados de acentuado valor, inclusive alguns restritos às  esferas governamentais, além de realçar em estilo fluente e técnico aspectos econômicos.
RAUL AMARO era também encarregado de redigir e difundir cartas às autoridades educacionais e aos  universitários, concitando-os à  revolta contra o  Governo, tendo como fundamento a “pena de morte”.
Colaborava Raul  com  o “CAIO” e outros elementos do  MR-8, ainda não  identificados, na transmissão de mensagens através das   estações  de  rádio  e  no  preparo  de  croquis para o levantamento de áreas previstas para a ação  dessa organização. No  ato da  prisão foram apreendidos croquis de áreas das cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo
RAUL  AMARO NIN  FERREIRA  militava no MR-8, apesar da sua vida  legal.  Era considerado e gozava de bom conceito no círculo de suas amizades, que desconheciam suas atividades clandestinas e contra a Segurança Nacional.
“O Globo foi  tão   enfático na  sua adesão à versão dos   militares, que chegou a inventar  o  codinome  “Eulálio” para Raul Amaro”, ironiza Zelic. “ A  foto que o jornal  localizou no  Fundo  do SNI, no  Arquivo Nacional, não teria sido achada nos seus próprios arquivos?”
SOLICITAÇÕES À COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE E AO MINISTÉRIO PÚBLICO
Diante dessas descobertas e do que falta esclarecer, o Relatório Raul Amaro faz várias reivindicações à Comissão Nacional da Verdade e ao Ministério Público Federal, entre as quais estas:
1. Convoquem os agentes do Estado envolvidos, ainda vivos, para prestar depoimentos e dar mais detalhes sobre os fatos aqui tratados.
2. Identifiquem os três nomes desconhecidos apontados na lista de agentes envolvidos na tortura e assassinato de Raul Amaro. Uma forma de levantar tal informação é exigir a apresentação da lista das transferências ocorridas do I Exército para outras unidades da instituição, nos meses de agosto, setembro e outubro, e para onde foram.
3. Convoquem o Sr. Saididin Denne e a Sra. Yone da Silva Denne para prestar depoimento e ajudar a esclarecer as circunstâncias ligadas ao momento da prisão de Raul Amaro.
4. Identifiquem o local clandestino para onde Raul Amaro foi levado sob “responsabilidade do Exército brasileiro”, conforme dito por Mário Borges, entre o momento em que foi levado de sua casa até dar entrada no DOPS-GB, no dia 1º de agosto de 1971.
5. Exijam das instituições, públicas e privadas, que ainda possuam documentos relativos à memória de Raul Amaro, e de outras pessoas que tenham sido vítimas da repressão, que os tornem públicos o mais rápido possível. Um bom exemplo é a Ordem dos Advogados do Brasil, seção Rio de Janeiro.
“Além disso, como reparação da verdade, é necessário que o Globo se retrate publicamente com relação à matéria publicada em 28 de agosto de 1971″, afirma Zelic.
“As informações ali divulgadas foram consideradas comprovadamente falsas, seja pelo que consta da sentença da ação declaratória nº 241.0087/99 da 9ª Vara da Justiça Federal do Rio de Janeiro, seja pelo que trazemos mais detalhadamente no relatório”, conclui.
Para acessar o acervo  mais de 500 páginas de documentos sobre o caso de Raul Amaro, vá ao Armazém da Memória, aqui.
Esta reportagem foi financiada exclusivamente pelos leitores do Viomundo, assim como todas as coberturas jornalísticas que fazemos. Se você quer ler outras matérias como esta, clique aqui e assine. Muito obrigado aos assinantes por compartilharem jornalismo independente.
Veja também: 
Fonte: VI O MUNDO
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Deu no The New York Times: 

 

Brasil tem resposta para desigualdade 

 

Foi preciso que um jornalista com visão limpa viesse do exterior, exatamente dos Estados Unidos, para informar aos brasileiros o óbvio ululante.



José Carlos Peliano (*) Arquivo

Colunista sênior do The New York Times, Joe Nocera, escreveu sobre o Brasil na segunda feira agora, dia 20, apontando a surpresa que lhe despertou a cidade do Rio de Janeiro. Muniu-se de mais informações após sua viagem de volta aos Estados Unidos, reunindo-se com alguns economistas para procurar entender o que se passava com o país em particular onde se apoiavam seus pilares econômicos.

Chamou-lhe a atenção, o que os brasileiros já sabiam, a variedade de boas lojas em bairros como Ipanema e igualmente a quantidade de pobreza nas favelas ao redor. Segundo ele, para os visitantes, saltava aos olhos o número de cidadãos de classe média pelas ruas em meio aos carros por todos os lados e o tráfico congestionado. Por não ser ilusão o que via, passou a acreditar que tudo aquilo era sinal de uma classe média emergente. As pessoas tinham dinheiro para comprar carros.

Foi preciso que um jornalista com visão limpa viesse do exterior, exatamente dos Estados Unidos, país cuja cultura nos é bem conhecida, para informar aos brasileiros o óbvio ululante, salve Nelson Rodrigues, já que os profissionais dos nossos jornalões e televisões de plantão não informam por não saberem ver ou não conseguirem enxergar.

Se tivesse dito só isto já era o suficiente para mostrar que as mídias sociais, baluartes modernos da resistência informativa, veem como ele o país. Mas suas observações foram mais carregadas ainda de tinta ao destacar a queda na desigualdade de renda na última década, os recordes atuais do baixo desemprego e a saída da pobreza de cerca de 40 milhões de pessoas. Por fim, ainda assinalou que, embora o crescimento do produto tenha reduzido, a renda per capita continua a subir.

Já os economistas reunidos com ele relativizaram as conquistas. Disseram que a boa forma da economia brasileira tem voo curto a despeito dos ganhos obtidos.
Estariam faltando ganhos em produtividade para sustentar a volta dos investimentos. O baixo desemprego dos que querem trabalhar seria porque, enquanto a economia cresce pouco e com eficiência contida, o Estado compensa incentivando o consumo com programas sociais. Para eles o país teve mais sorte do que sucesso.

Não é sorte, embora os santos possam ter ajudado! Com a retração dos investimentos, apesar do esforço e incentivo do governo, a estratégia de expansão do consumo foi estabelecida para segurar a economia, mesmo a crescimento baixo, exatamente nesses anos de vacas magras desde o início da crise financeira mundial com a quebra do Lehman Brothers. O Brasil foi um dos poucos países que suportaram o baque, outros entraram em recessão ou mais leves ou mais graves, todos eles fazendo o dever de casa imposto pelas autoridades financeiras mundiais de ajustar e pagar suas dívidas públicas e privadas, desviando os olhos dos impactos sociais. Pois então, enquanto o Brasil cresce devagar, a economia mundial não conseguiu ainda se levantar.

De fato, o viés de consumo da política econômica é opção do governo que deu certo interna e externamente. Aqui, liderado pelos programas sociais somam-se outras medidas complementares, entre elas, correções maiores que a inflação no salário mínimo, aposentadorias e pensões e repasses parciais à gasolina dos aumentos de custos. Lá fora, os economistas com ele reunidos não viram: o próprio governo dos Estados Unidos e a ONU se interessaram pelo Programa Bolsa Família e pretendem implementá-lo para reduzir o desemprego, melhorar a renda familiar e sustentar o consumo. Joe Nocera destaca o papel do programa e compara seu êxito com a recusa do Congresso americano em melhorar o seguro desemprego e outros programas sociais naquele país.

Do lado do investimento, os economistas se esqueceram de mencionar que há muitas fichas apostadas na expansão e modernização da infraestrutura e na exploração do pré-sal não só pelos efeitos produtivos diretos, mas também pelos efeitos indiretos. Um forte incentivo e impulso do complexo industrial são esperados, o que tem tudo para promover a volta de novos projetos e a expansão de muitas plantas industriais existentes. Seguras e concretas alternativas brasileiras mesmo diante da crise mundial que arrasta as economias dos países.

Ao contrário do Brasil, o jornalista afirma que a produtividade americana voltou a crescer, mas apesar disso o desemprego não desce dos 7% e a classe média aos poucos perde posição social (em parte por conta de não serem distribuídos melhor os ganhos de produtividade). Diz taxativamente que a desigualdade de renda é um fato na vida dos Estados Unidos e ninguém tem sido capaz de fazer alguma coisa a respeito. Será que no fundo querem seguir a receita desandada do Brasil de esperar o bolo crescer para distribuir algumas migalhas?

O objetivo do governo atual e dos dois anteriores no Brasil foi exatamente garantir o desenvolvimento com a melhoria das condições de vida da população, em especial dos mais pobres; os Estados Unidos querem o desenvolvimento a qualquer custo. Infelizmente só o jornalista americano consegue entender isto, parabéns!, os nossos da grande mídia não.
Fonte: CARTA MAIOR
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Notícia no Brasil: Boa vira média, média vira ruim, ruim vira péssima

publicado em 24 de janeiro de 2014 às 4:47

Por comparação, 2010 foi moleza…
QUANDO TUDO É POSSÍVEL
por Paulo Moreira Leite, em seu blog
Depois de combater as cotas e sabotar luta contra o racismo, oposição tenta manipular rolezinhos
Vários leitores escrevem para fazer de sua preocupação com o rolezinho. Não. Não são pessoas preconceituosas, que querem
impedir a entrada de jovens da periferia nos palácios do consumo de elite que chamamos de shoping centers. São democratas, que reconhecem os direitos de todos e já se mostraram capazes de lutar por eles.
Temem a manipulação dos rolezinhos  no ano eleitoral de 2014, quando a oposição fará o possível manipular todo tipo de mobilização para atingir o governo. Vamos combinar que essa estratégia já está clara e não é segredo para ninguém.
Claro que, no plano da realidade, os adversários do governo Lula e de Dilma não tem o que dizer a respeito dos direitos da população pobre e dos jovens negros. A pavorosa distribuição de renda brasileira é produto de seu principal mito ideologico, a economia do mercado e o país do Estado mínimo.
Seus intelectuais orgânicos fizeram uma campanha aberta contra a criação das cotas nas universidades. Debocharam de toda iniciativa nessa direção e tentaravam convencer os brasileiros de que não podemos negar as vantagens da meritocracia.
Recuperaram a lenda da democracia racial, uma construção ideológica destinada a fingir que a cultura brasileira não admitia o preconceito de raça.
Sem respeitar a obra integral de Gilberto Freyre, que tinha uma tendencia a embelezar o colonialismo português, ignoravam que nem ele deixou de apontar a brutalidade e a violência contra a população negra, registrando inclusive o sadismo de crianças brancas contra negros da mesma idade.
Os dados do instituto Data Popular mostram um grande progresso dos brasileiros negros a partir de 2003. Situados nas camadas mais altas da piramide de renda, os brancos tiveram um acrescimo médio de 26% em seus rendimentos. O rendimento dos negros, que partiram de baixo, subiu mais. Passou de 105% em dez anos.
SEm deixar de considerar que a distancia segue enorme, cabe registrar essa melhoria foi obtida pela derrota dos adversários das cotas e de todas medidas de ação afirmativa.
O Bolsa Família — outro alvo da oposição, que gostava de apresentá-lo como simples truque eleitoral — também tem muito a ver com isso, na medida em que chega as camadas mais pobres, onde os negros são maioria.
Em resumo: as mudanças só ocorreram quando se decidiu usar os poderes do Estado para produzir melhorias que o mercado não tornava possível.
Num país onde a memória política tem consistencia, é difícil imaginar o que essa turma teria para dizer num ano eleitoral.
Vai sair as ruas com faixas em defesa da ” democracia racial”?
Vai pedir respeito ” pela meritocracia?”
Vai denunciar o Bolsa Família?
Claro que não. Tentarão, claro, denunciar a Copa do Mundo.
Tentarão alimentar e ampliar um descontentamento compreensível — apesar dos progressos recentes, o país está longe de oferecer condições civilizadas para a maioria de sua população — e esconder sua contribuição histórica, decisiva, para o atraso e a desigualdade.
O grave é que essa operação mágica pode dar certo.
Isso porque o país assiste, hoje, a um debate político definido por meios de comunicação engajados de forma radical no esforço para derrotar o governo em 2014.
Capazes de monopolizar o debate e lhe dar uma direção única, criou-se um ambiente onde a notícia boa vira média, a média vira ruim, a que era ruim vira péssima.
Até a criação de 700 000 empregos em 2013 é apresentada como pouca coisa — numa economia que vive um dos mais altos níveis de emprego de sua história, o que já torna difícil, por si só, a criação de tantas vagas no mercado de trabalho. A inflação segue abaixo da meta, mas segue sendo tratada em tom de alarme.
O consumo cresce, a inadimplencia é baixa, o mercado de varejo — termômetro do consumo de massas — nunca esteve tão bem. Mas é porrada, porrada, porrada. O monopolio autoriza até momentos constrangedores de ignorância explícita.
Davi Rousset, um dos muitos heróis anonimos do século XX, cunhou uma frase adequada para o momento:
” As pessoas normais não sabem que tudo é possível.”
Militante trotskista na França dos anos 30, Rousset foi preso, torturado e deportado para campos de concentração nazista.
No fim da guerra, Rousset também foi perseguido pela máquina stalinista.
Suas memorias serviram de materia prima aos principais estudos teoricos a respeito, como reconhece a própria Hanna Arendt, que escolheu a frase como epígrave de um de seus livros.
Rousset queria dizer que em ambientes onde não há democracia, não há um debate plural nem um confronto de opiniões, onde vigora um discurso dirigido a partir de verdades convenientes, tudo se torna possível — em especial a manipulação de consciências.
O governo tem uma herança positiva a apresentar. Resta saber se conseguirá defender o que fez. Esta é a questão.
Fonte: VI O MUNDO
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Publicado em 25/01/2014

Diretas já! :   

Manipulação da Globo vem de longe

Faz 30 anos que a Globo transformou o comício das Diretas em festa de aniversário de São Paulo
O Conversa Afiada reproduz textos do Viomundo:

Faz 30 anos, “bom jornalismo” da Globo apresentou comício das Diretas como “festa de aniversário” de São Paulo


Os 30 anos do comício que a Globo transformou em festa


Após 20 anos de ditadura, 300 mil brasileiros foram à Praça da Sé pedir eleições diretas. Jornal Nacional disse que o ato era festa pelo aniversário de SP.
Fonte: VI O MUNDO  e  CONVERSA AFIADA
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Altamiro Borges:

 Diário golpista não acertou as contas com o 

 passado

publicado em 26 de janeiro de 2014 às 22:24

Folha: da “ditabranda” às Diretas-Já

Por Altamiro Borges, em seu blog
A Folha até hoje não fez qualquer autocrítica do seu apoio ao golpe militar de 1964, da sua aliança com o setor linha dura dos generais ou da cedência de suas peruas para os órgãos de tortura. Na fase mais recente, ela também nunca se penitenciou da ficha policial falsa de Dilma Rousseff ou de outros factoides plantados para servir aos interesses da direita. Mas ela adora se jactar dos seus feitos jornalísticos. Na edição desta sábado (25), o diário golpista da famiglia Frias se apresentou como o “Jornal das Diretas”, relembrando o seu papel na cobertura dos comícios em defesa da emenda do deputado Dante de Oliveira que restabelecia as eleições diretas para presidente da República.
De fato, como lembra a matéria de Ana Estela, a Folha teve importante participação neste episódio. Enquanto a TV Globo omitia as mobilizações no país e outros veículos adotavam postura recuada, o jornal deu históricas capas para os comícios – em especial para o de 25 de janeiro de 1984, na Praça da Sé, que reuniu 300 mil pessoas. O texto lembra que “o evento cristalizou a imagem da Folha como o ‘jornal das Diretas’. O envolvimento do jornal com as eleições para presidente, porém, começara em março de 1983, dias depois de o deputado federal Dante de Oliveira (PMDB-MT) apresentar ao Congresso sua proposta de emenda constitucional”. Em corajoso editorial, a Folha defendeu a volta das eleições diretas.
Além de sentir que a ditadura estava moribunda, outro fator pode ter levado o jornal a mudar de lado. “A Folha colhia dividendos externos – não por acaso no final de 1985 conquistou a maior circulação do país”, registra, de raspão, Ana Estela. Vários estudiosos do período já afirmaram que a mudança de postura do jornal – de entusiasta do golpe militar e dos generais carrascos à líder na cobertura das “diretas-já” – ocorreu também por razões mercadológicas. Com seu senso de oportunidade, para não dizer de oportunismo, o direitista Octavio Frias de Oliveira, dono da Folha, percebeu que aquele era o momento para desbandar os concorrentes, em especial o Estadão, e tornar-se líder em circulação no país.
No livro “Do golpe ao Planalto”, o jornalista Ricardo Kotscho insinua – também de raspão – que “seu Frias” soube aproveitar o momento de turbulência política no país para dar uma guinada no jornal. Ele lembra como se deu o acalorado debate sobre a campanha na redação da Folha. “Redigi uma proposta para o jornal: por que a Folha de S.Paulo não empunhava de vez a bandeira das eleições diretas, como fazia a imprensa, antigamente, quando se apaixonava por uma causa? ‘Seu’ Frias convocou imediatamente a cúpula da Folha à sala dele, leu o texto para os editores e mandou tocar pau na máquina… Na edição seguinte já se abria espaço para a campanha das Diretas”.
Seja qual for o motivo – político ou mercadológico – não dá para negar a contribuição da Folha neste rico momento histórico. Isto, porém, não alivia a barra do jornal e nem deve gerar falsas ilusões. A mesma Folha que se empenhou nas “diretas-já” foi uma das responsáveis pela criação do clima político para o golpe militar de 1964. Na fase mais sombria da ditadura, o jornal também ficou conhecido por sua “tiragem” – que não tinha relação com os exemplares vendidos, mas sim com o número de “tiras” – de policiais – nas suas redações. Neste sentido, vale sempre reler o livro “Cães de guarda”, de Beatriz Kushnir, que descreve em detalhes como a Folha apoiou a ditadura, suas torturas e assassinatos.
Até hoje, o jornal da famiglia Frias não se penitenciou deste grave crime histórico. Mesmo a Globo já fez autocrítica do seu apoio ao golpe e ao regime militar num editorial matreiro. No caso da Folha, ela ainda insiste em rotular a sanguinária ditadura de “ditabranda”, num desrespeito aos que morreram na luta pela democracia e aos que se empenharam, sem oportunismos, na campanha das “diretas-já”.
Fonte: VI O MUNDO
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Publicado em 26/01/2014

Lisboa: Dilma desmente o PiG

Estadão e Globo, entre outros, haviam noticiado que a Presidenta Dilma passaria o fim de semana, em sigilo, na cidade portuguesa.
No fim da tarde deste domingo (26), a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República divulgou nota em que nega que comitiva presidencial tenha feito qualquer “escala desnecessária em Lisboa”.

Os jornais O Estado de S. Paulo e o Globo, entre outros veículos, haviam noticiado, no sábado (25), que a Presidenta Dilma passaria o fim de semana, em sigilo, na cidade portuguesa.

Confira a íntegra da nota à imprensa.

Saiu no Blog do Planalto:

Nota à imprensa


A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República divulgou nota neste domingo (26). Confira a íntegra da nota:

“Não é verdade que a comitiva presidencial tenha feito qualquer escala desnecessária em Lisboa.

A escala técnica era obrigatória. Dependendo de condições climáticas, o Airbus 319 presidencial tem autonomia média em torno de 9 horas e 45 minutos, tempo insuficiente para um vôo direto entre entre Zurique e Havana. A opção por Lisboa foi a mais adequada, já que se trata do aeroporto mais a oeste no continente europeu com possibilidades de escala técnica.

Não é verdade que a presidenta tenha passado o sábado em Lisboa. Ela lá chegou às 17h30, e lá pernoitou, seguindo viagem na manhã seguinte. A decisão de fazer um vôo diurno foi tomada pela Aeronáutica a partir da avaliação das condições meteorológicas, que permitiram que o trecho Lisboa-Havana fosse coberto no domingo em 9 horas 45 minutos.”

Secretaria de Comunicação da Presidência da República.
Fonte: CONVERSA AFIADA
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Sardenberg pede emprego para quem não quer, nem precisa de emprego

publicado em 31 de janeiro de 2014 às 23:05

por Luiz Carlos Azenha
Vários leitores, nos comentários, nos chamaram a atenção para a fala do economista Carlos Alberto Sardenberg no Jornal da Globo sobre a taxa recorde de desemprego. Deveria ser uma notícia boa, certo?
Ficou assim, segundo o comentarista global, que parece abrir com um ato falho:
“Nos temos aquela história, alguns até dizem que os números mostram qualquer coisa que você quiser que mostre, basta torturá-los que eles entregam. Nós temos aqui alguns indicadores importantes, o primeiro deles que eu acho que é importante ressaltar é essa queda no número de pessoas trabalhando.
Isso aqui é comparação mês contra o mesmo mês do ano anterior. Então por exemplo em dezembro de 2012 havia 3% a mais de pessoas trabalhando que um ano atrás. Reparem que a coisa foi caindo, né.
Aqui, estabilizou em setembro, agora em outubro, novembro e dezembro você teve queda, quer dizer, nesse último trimestre do ano tinha menos gente trabalhando que no último trimestre de 2012. A população ocupada diminuiu.
Como é possível isso ocorrer e ao mesmo tempo você ter uma queda da taxa de desemprego?
A explicação tá aqui, ó, primeiro você tem isso aqui, População Economicamente Ativa, que é todo mundo que tá trabalhando e as pessoas que querem trabalhar e não conseguem emprego. Então são os 96% que estão trabalhando e os 4% da taxa de desemprego.
Repare aqui, tava crescendo 1,7% [em 2012], cresceu 0,6% no ano passado, a população cresce mais do que isso, portanto tem mais gente sem trabalhar. E esse número fica expresso aqui ó, nesse índice de participação. Tá aqui, ó, dos brasileiros em idade de trabalhar 57,8% [estavam ocupados em 2012], no mês passado ficou em 56,7%, quer dizer, diminuiu o número de pessoas que podem trabalhar e estão trabalhando.
Pergunta: Sardenberg, e por que esse número de pessoas que não trabalham, não querem trabalhar, não procuram emprego, aumenta? Tem uma explicação?
Não tem uma explicação assim medida, mensurada. Mas você tem umas hipóteses muito boas: renda familiar maior, quer dizer, a família já tá com a renda suficiente, não precisa mais gente de trabalhar; jovens ficando mais tempo na faculdade, isso é um bom sinal; aposentados, no Brasil é normal que o aposentado volte a trabalhar, mas parece que o número tá diminuindo, menos aposentados estão voltando a trabalhar e também beneficiários de programas sociais; e finalmente, que é o dado mais negativo, que é o nem-nem, são jovens que não estão habilitados, não trabalham e nem estudam. Esse é o grande problema.
O resumo da ópera é o seguinte: todo mundo que precisava trabalhar e que quer trabalhar tá trabalhando, agora precisa criar empregos para atrair esse pessoal aqui”.
PS do Viomundo:  O “teste de hipóteses” é uma das notáveis contribuições da Globo ao jornalismo brasileiro; Sardenberg conseguiu pedir a criação de empregos para pessoas que não querem, nem precisam trabalhar. Ao fim e ao cabo, transformou o recorde histórico numa notícia meia boca, com o apoio de gráficos e barras cintilantes. “Bom jornalismo”, diriam alguns.
Fonte: VI O MUNDO
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Mesmo sendo desmascarada diariamente, por meses e anos a fio, a velha imprensa continua mentindo. 
No momento, ano  de eleição, adotou uma postura escancarada nas manipulações e mentiras.
Isso não é por acaso e também não é fruto de atos pontuais.
Ao que emerge de forma clara é o tudo ou nada, com todo o repertório de riscos que tal empreitada agrega, para os veículos de velha mídia e principalmente para a sociedade e o país.
Não há outra explicação racional que justifique esse comportamento da velha mídia.
Vive-se uma guerra declarada, entre a velha imprensa e  a parte da sociedade esclarecida entrincheirada na blogosfera e nas redes sociais.
Os desdobramentos dessa guerra são inimagináveis, haja visto a forma alucinada e criminosa como a imprensa inaugura seu ano de 2014.
Se isso não bastasse, setores da sociedade representados por Dona Zelite e de grande visibilidade na velha mídia, vomitam todo tipo de preconceitos contra  a maioria esmagadora da população brasileira, acirrando ainda mais ânimos em estado latente de erupção.
Uma massa crítica vai se formando sem que se saiba o tipo de reação.




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